sexta-feira, 8 de maio de 2015

"Espiritismo" deixa pais e mães ansiosos demais


Já comentamos que o "espiritismo" brasileiro faz com que os pais exijam e façam cobranças demais aos filhos. A coisa pesa mais pelo lado de baixo. Infelizmente, a hierarquia familiar acaba sendo levada em conta, juntamente com outras condições criadas pela doutrina.

Em várias famílias, os filhos são alvo de cobranças pesadíssimas, impulsionados a agir na batalha da vida, só que acima de seus esforços e diante de limitações que desafiam todo tipo de sacrifício, transformando toda iniciativa num empenho em vão, agravando ainda mais as coisas.

O "espiritismo" acaba trazendo azar para quem não segue seus dogmas fundamentados na herança católico-medieval. E os filhos têm que seguir a cartilha da hierarquia familiar e da perspectiva militaresca de lutar pela vida, acima de suas forças, de seus projetos e abaixo de seus desejos.

A vida na Terra, segundo os "espíritas", é a penitenciária dos bons e o parque de diversões dos maus. E o "espiritismo" terceiriza a vida da pessoa, que tem um projeto e uma perspectiva de vida para os quais terá que abrir mão de muita coisa, reduzindo-se a um reles cumpridor de ordens alheias, de preferência dadas por gente menos competente e mais autoritária.

Os filhos recebem dos pais cobranças pesadas, dadas sem verificar as condições adversas na busca pela vitória na vida e as pressões que os mais jovens recebem. Afinal, há desilusões e retrocessos nesse país problemático que é o Brasil, que não se sabe por quê, ainda tem a infantil fantasia de querer ser a "nação mais poderosa do mundo".

Os pais que seguem o "espiritismo" acabam tendo a ilusão de que sabem tudo, de que tudo está bem e de que não cabe a eles ter uma compreensão mais generosa e cautelosa das coisas. Eles é que vão cobrar dos filhos que eles se sacrifiquem acima de limitações, de jogos de interesses, de obstáculos. Nem que seja para dar murros em ponta de faca e sangrar.

Há pai que, sem entender a especialização em Jornalismo do filho, tenta bancar o "editor-chefe" sem saber a diferença entre uma reportagem, um artigo de coluna ou uma carta de leitor. Pais e mães acabam cobrando demais dos filhos, naquilo que eles não podem fazer, enquanto a realidade torna-se ainda mais opressiva. Injustiças nos dois lados.

A vida torna-se injusta e os "espíritas" nem querem saber. Afinal, a vida material para eles não tem muito sentido, apesar do materialismo que domina muitas de suas abordagens. Isso porque tudo é uma questão só de sobreviver, e talvez essa aparente contradição não seja tão contraditória assim.

Isso porque pouco importa ter um diferencial de vida. Só se luta para arrumar um emprego qualquer com um salário que só dê para o sustento. Qualidade de vida? Nada! Até mesmo na vida social você precisa torcer por algum dos quatro principais times cariocas - ou, na pior das hipóteses, para o Corinthians, paulista - para que outros lhe deem alguma consideração.

Na vida amorosa, não há espaço para afinidades. O rapazinho que pegue qualquer mulher que esteja a fim dele. A mocinha que pegue aquele cara que lhe fará sofrer, mas têm alguma situação confortável. Os "espíritas" ainda sorriem nas palestras dizendo que "nós não viemos aqui para sofrer", mas sua doutrina é pura apologia do sofrimento e do mal-estar humanos.

E os filhos, que representam as gerações mais jovens e para os quais se atribui o futuro de um país, são os que mais sofrem as piores pressões. São pressionados ao mesmo tempo para lutar na vida acima de suas próprias condições, enquanto as portas lhes fecham até para o mais básico das ocupações e projetos de vida que resignam-se em aceitar de bom grado.

Os pais não admitem. De um lado, as portas fecham para a vida dos filhos. De outro, as cobranças dos pais tornam-se mais rígidas e desesperadas. As pressões se fecham e tudo o que os filhos contraem é depressão, estresse, pânico. É o futuro do país que é ameaçado, com as oportunidades escasseando ou se desqualificando, e as pressões aumentando mais ainda.

Que "boas energias" são essas que o "espiritismo" traz? Até os tratamentos espirituais mais extraem do que garantem ou facilitam a busca de oportunidades. Há casos em que é só fazer um tratamento espiritual que as condições para que o esforço de alguém seja bem sucedido deixem de ter êxito, a oportunidade tem processo confuso e, por mais que a pessoa se esforce com toda sua dedicação, o resultado se torna em vão.

Com um sadismo dócil, os "espíritas" sugerem oração e mais perseverança. "Há dez portas que se fecham e uma única janela que se abre", tentam argumentar. Para eles, é ótimo. Um rapaz que tem uma baita intenção em trabalhar para transformar a sociedade se limitará a ter um sub-emprego com baixo salário e um patrão prepotente que lhe dará as ordens mais absurdas.

O moralismo "espírita" só quer saber de jogar com as hierarquias sociais, de preferência desejando que os prepotentes, incompetentes, corruptos e astuciosos estejam no alto da pirâmide, e os mais diferenciados que se sacrifiquem acima de suas forças para conseguir atingir o nível merecido.

Sob a desculpa que a "vida futura" trará condições de vida melhores - não se sabe quando, mas, pelo menos, é daqui a 100 anos - , mas até lá os desejos, projetos e condições serão outros. Quem é diferenciado e quer deixar sua marca e colaborar para a evolução humana hoje, e tem seu trabalho interrompido ou impedido de uma forma ou de outra, não o fará da mesma forma na próxima vida.

Por isso, é muito injusto para os mais jovens que se exijam demais deles, ao mesmo tempo que seus caminhos são fechados de forma que eles sejam impedidos de trabalhar seus potenciais. Tudo acaba sendo recondicionado a um mero processo de se sacrificar demais por pouca coisa e reduzir todo o projeto de vida a uma tarefa de passar muito tempo obedecendo ordens de gente moralmente inferior.

As ânsias dos pais, trazidas pela utopia "espírita", acabam se tornando surreais, até pelas fantasias que a doutrina traz para eles. E é a partir dessa ansiedade é que surgem cobranças acima da realidade, sem que se possa haver um esforço para superar problemas e transtornos encarados pelos filhos.

Pelo contrário, eles é que perdem tempos demais superando problemas e transtornos ou terá que se condicionar a eles para "vencerem na vida" da forma mais precária possivel. O "espiritismo" terceiriza a vida, restringindo oportunidades e ampliando sacrifícios até acima do que os jovens podem suportar.

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