segunda-feira, 11 de agosto de 2014

FEB havia promovido fraudes de materialização antes de Chico Xavier

MONTAGEM ENVOLVENDO FOTO DO FALECIDO FELISMINO REBELO, DIANTE DE UMA SUPOSTA MÉDIUM.


Bem antes de Chico Xavier virar mito e ser convidado para participar e assinar embaixo de fraudes espíritas, observamos que a prática de fraudes já era feita no primeiro quartel do século XX, quando a roustanguista Federação "Espírita" Brasileira vivia uma etapa entre a morte do seu ex-presidente Adolfo Bezerra de Menezes, o "dr. Bezerra", e a ascensão de Chico Xavier.

Em 1921, foi publicado um livro do escritor Raymundo Nogueira de Faria, intitulado O Trabalho dos Mortos, publicado pela FEB, em que aparecem essas fraudes de materialização, bastante grotescas, embora seus partidários afirmassem ser "impossível" cometê-las nessa época, quando Chico era ainda um menino de 11 anos com sua mediunidade ainda pouco conhecida.

As supostas materializações, das quais contou com a participação de Anna Prado, suposta médium espiritólica, foram feitas em 1920 e, a título de exemplo, publicamos uma foto do livro e outra já quando Chico começava a se tornar um mito, embora de uma forma ainda modesta em relação ao que se deu depois.

No alto vemos a fraude com uma foto de um falecido cidadão, Felismino Rebelo, em que se nota que foi usada uma pessoa viva, posando para a fotografia. A pessoa era coberta de um grande roupão branco e um capuz, e sobre essa pessoa era colocada um cesto adornado de branco.

Nesse cesto era colada uma foto do referido homem, colada de maneira bem grosseira, em que vemos que se trata de um material impresso posicionado de forma pouco sutil. Dessa forma, a suposta cabeça de Felismino aparece claramente desproporcional ao corpo do modelo que se ofereceu para ser fotografado nesse embuste.

Notemos até que a "cabeça" de Felismino aparece em posição oposta à do corpo do modelo, o que mostra a fraude da materialização. O modelo se posiciona, aos nossos olhos, como alguém que, em posição semi-lateral, meio de frente, meio para o lado, está olhando para a direita.

Mas a "imagem" de Felismino, além de estar inclinada em relação à perspectiva do corpo, sem falar da alça que dá indício a um cesto usado para "segurar" a "imagem", está voltada para a esquerda, em posição oposta à do corpo do modelo. Tudo indica que foi a única foto disponível para a fraude, em condições consideradas "razoáveis" para seus envolvidos.

FALSA MATERIALIZAÇÃO ATRIBUÍDA AO ESPÍRITO DO MAESTRO ETTORE BOSIO, EM 1936.

Já esta segunda foto, provavelmente é de 1936 e teria sido publicada numa reedição posterior do livro de Nogueira de Faria, fato não explicado pelo blogueiro de Ponto de Penumbra, que atribuiu esta foto a 1920, supostamente do espírito do maestro italiano Ettore Bosio, que viveu no Brasil.

Isso porque Ettore estava vivo em 1920 e 1921, só falecendo em 1936, aos 74 anos. O blogueiro do Ponto de Penumbra demonstra ser espiritólico e ainda por cima classificou esses processos como "autênticos", "provas indiscutíveis" da comunicação dos espíritos. O blogueiro não só não percebeu as fraudes como ainda por cima "assassinou" o maestro 15 anos antes do ano de seu óbito.

Portanto, podemos perceber que essa segunda foto é posterior, talvez de 1936 ou 1937, época em que Chico Xavier já causava polêmica com seu fraudulento livro Parnaso de Além-Túmulo, já na sua segunda edição de 1935 disponível no mercado, pelo fato de ser Ettore já falecido na época.

Nessa foto, em que a suposta médium aparece em posição "melancólica" de um pretenso transe mediúnico, não foi utilizado um modelo para fazer o papel do suposto falecido, mas de um boneco de pano vestindo um pijama preto com um capuz colocado de um jeito que pudesse "afundar" a foto impressa do falecido maestro, para fixá-la no "invólucro corporal".

A fraude torna-se evidente, porque são montagens bem grosseiras. E tais técnicas eram possíveis nas primeiras décadas do século XX, até porque não eram assim tão sutis. Nada que precisasse algo além de pijamas, lençóis, um pouco de tricô e crochê, alguns algodões e fotos mimeografadas ou impressas em alguma tipografia ou alguns voluntários vivos ou alguns bonecos de pano ou travesseiros.

E é bem risível que o blogue Ponto de Penumbra as defina como materializações autênticas, pois, se elas eram bem grotescas para os padrões dos anos 1920, soam risíveis e estupidamente caricatas para os tempos de hoje, tempos de computação gráfica, de Photoshop e outros recursos tecnológicos.

O que tais processos provam não é a comunicação de espíritos, que não se manifestaria dessa forma tão aberrante, mas que os roustanguistas da Fedaração "Espírita" Brasileira, bem antes das aventuras de Wantuil e Chico Xavier, já promoviam fraudes de materialização para enganar as pessoas, num processo de puro charlatanismo feito a pretexto da espiritualidade.

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