quinta-feira, 22 de maio de 2014

José Medrado e a suposta pintura de Renoir


Mais uma vez mostramos os supostos quadros mediúnicos de José Medrado e mais uma vez nos estarrecemos da fraude que é tomar como verídicos quadros que não guardam sequer identidade verossímil de estilo.

São quadros vendidos com preço caro, tidos como "preciosidades", e o freguês leva gato por lebre, achando que é um quadro pintado pelo espírito do próprio pintor, quando até a assinatura contradiz, e muito,


Aqui mostramos o caso de Pierre Auguste Renoir (1841-1919), pintor impressionista francês "usado" por José Medrado como suposto mentor e líder do grupo de supostos espíritos de pintores conhecidos que passaram por aqui na Terra.

E mais uma vez nota-se que, apesar do esforço aparente de imitação, o resultado chega a ser tosco, numa observação bastante cautelosa.



AS GRAVURAS DE RENOIR ESTÃO À ESQUERDA NAS DUAS IMAGENS. À DIREITA, SUPOSTAS PINTURAS DO FRANCÊS POR JOSÉ MEDRADO.

No alto, vemos fotos de vasos de flores e a comparação até desafia algum analista desconfiado. Visto de longe, um entendedor mediano de pintura poderá acreditar que a pintura de José Medrado corresponde ao espírito de Renoir, pela verossimilhança da distribuição de cores.

Mas, se fizermos uma observação mais cautelosa, as flores são desenhadas por Renoir de maneira ainda muito mais cuidadosa e detalhada do que a do suposto espírito, que parece estar perdido no desenho das flores e suas pétalas.

Quanto às pinturas de pessoas, selecionamos, a título de comparação, uma das pinturas de Renoir retratando jovens garotas e uma mostrando uma mulher sensual e confrontamos com pinturas do suposto espírito retratando temas semelhantes.

Aí a sutileza já começa a cair. As pinturas do suposto espírito não possuem o vigor das cores de Renoir, e nem a beleza dos traços, sobretudo pelo traçado gracioso dos olhos. Além disso, o modo de pintar as cores, o modo de desenhar as pessoas, em Renoir se observa um lirismo próprio e uma harmonia nos traços físicos pintados.

Já os quadros do suposto espírito de Renoir são grotescos e mal desenhados, pintados sem vigor e os rostos desenhados são de uma feiura e de um aspecto simplório lamentáveis, em nada lembrando o estilo pessoal do pintor francês.


Mais uma vez, comparamos as assinaturas de Renoir e a do suposto espírito. E, novamente, nota-se a diferença gritante entre uma assinatura e outra, sempre naquele estilo apressado e "qualquer nota".


Mas o que é estarrecedor é o que vemos nessa última comparação. Por que será que as supostas assinaturas espirituais de Pierre Renoir e Claude Monet têm caligrafia tão parecida? A máscara cai e vemos uma completa farsa que seduz e engana tantas pessoas em busca de assistência espiritual.

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