quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

"Espiritismo" quer privatizar a bondade humana

SEGUNDO OS "ESPÍRITAS", POBRES ESTÃO RECEBENDO SEU "ALIMENTO".

O "espiritismo", doutrina marcada por tantas irregularidades, de maneira bem mais traiçoeira que as seitas neopentecostais - que, com todos seus aberrantes erros, pelo menos expressam honestidade doutrinária, não vendem a fé travestida de "ciência" - , se autodefine como a "religião do amor, da bondade, da paz e da caridade". E, por incrível que pareça, isso não é bom.

Isso é muito ruim, porque não faz sentido colocar a paz e a bondade como diferenciais de uma religião, ou mesmo de uma instituição ou pessoa. Se alguém acredita nisso, é porque as pessoas acreditam não em valores bons e solidários, mas consideram como padrão moral a maldade, a corrupção e a avareza.

Poucos conseguem ver os malabarismos de um discurso engenhoso. Se levarmos em conta a aparência do discurso, temos sempre retóricas positivas, boas, admiráveis. E ninguém consegue perceber que mesmo crueldades podem ser justificadas pelos mais belos e necessários motivos.

Passamos por uma ditadura militar que surgiu para "garantir a democracia". Em nome da "liberdade", chegou-se a matar pais de família e filhos estudiosos, apenas porque eram acusados, muitas vezes de maneira leviana, de "atividades subversivas".

Crimes de homicídio eram feitos diante de bandeiras moralistas como "legítima defesa da honra masculina" e "direito à propriedade". Demissões de trabalhadores eram feitas usando a justificativa do "saneamento da empresa" e da "recuperação de finanças".

As pessoas, no seu conforto, não percebem isso. A Teologia do Sofrimento é considerada "linda" porque não é com a própria pessoa. É "lindo" dizer que os outros que sofrem as piores coisas na vida são "beneficiados" e "felizes", porque terão graças futuras, sem perceber o lado cruel da ideia.

E aí, nesse "mundo cão" em que vivemos, as pessoas ficam felizes porque o diferencial de alguém é a "bondade". Infeliz de quem acredita que a bondade é "diferencial", porque toma sempre como padrão a maldade e a bondade só aparece como uma qualidade excepcional.

Isso lembra aqueles comentários esnobes de internautas nas mídias sociais, quando certos rapazes reclamam porque só atraem moças que não têm a menor afinidade com eles. Os internautas, com aquela generosidade típica do Amigo da Onça, recomendam os infortunados a aceitar as pretendentes, porque elas, "pelo menos", são "boazinhas".

No caso do "espiritismo", a sua presunção em afirmar a "bondade" como seu "diferencial" é uma forma de mascarar suas irregularidades. Assim, tem-se a ideia de que, se admitir que a doutrina brasileira não consegue apreciar direito o pensamento de Allan Kardec, pelo menos é "válida" porque promove a  "paz, caridade e solidariedade".

Desta forma, o "espiritismo" tenta privatizar a bondade humana, criando nela seu "proprietário", Deus, e seu "sócio majoritário", Francisco Cândido Xavier, que de um católico esquisito de tendências paranormais foi transformado num vice-deus que escraviza o Brasil.

Embora os "espíritas" tentem dizer que a "bondade" é um "bem de todos", e que "qualquer um pode fazer, até mesmo um ateu", eles tentam argumentar de forma que é o "movimento espírita" que "melhor trabalha" as ideias de "bondade", "paz" e "solidariedade".

O Brasil não consegue entender a retórica. Um país de Educação precária e pouco estímulo à leitura, mesmo da parte das elites, e cujo mercado literário foi recentemente invadido por uma pequena mas perigosa onda de "livros para colorir", não está preparado para analisar um discurso por trás das aparências.

Com isso, os "espíritas" aproveitam disso e adotam técnicas circenses. Se, na mediunidade, eles realizam atividades ilusionistas e usam a prática da "leitura fria" - recurso complementar ao hipnotismo, no sentido de manipular as mentes das pessoas - , nos modos de dizer, afirmar e explicar as coisas eles fazem um verdadeiro malabarismo com as palavras.

É desta forma que eles tentam nos fazer crer que manifestam "fidelidade absoluta" a Allan Kardec, enquanto, por trás dessas mentiras com sabor de mel, fazem traições severas e graves, principalmente quando enfatizam ideias anti-doutrinárias trazidas por Emmanuel através de Chico Xavier.

A ideia de "bondade" como um "diferencial" do "espiritismo" é uma máscara para convencer as pessoas a aceitar suas irregularidades doutrinárias. Se eles apelam demais para a "paz" e para a "união", é visando a aceitação bovina dessa doutrina irregular, que rompeu com a essência de Allan Kardec por mais que tente convencer o contrário.

O problema é que fatos e realidade dizem muito mais o que o malabarismo discursivo tenta negar ou esconder. Aí nós nos lembramos do provérbio popular que diz que as palavras e imagens podem mentir, mas as evidências não.

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