terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Falecimento de David Bowie e o fracasso das predições "espíritas"

ÚLTIMO VÍDEO MUSICAL DE DAVID BOWIE, DA MÚSICA "LAZARUS".

O falecimento de David Bowie, pelo que ele representou para a humanidade nas últimas décadas, surpreendeu o mundo. Ele havia lançado um novo disco, Blackstar, e havia completado 69 anos no último dia 08, mas faleceu vítima de câncer dois dias depois.

Bowie era uma das personalidades mais avançadas que passaram na Terra, pela sua carreira artística bastante criativa e versátil, com trabalhos fundamentais como cantor, músico, compositor e até ator. Ele está associado a muitos trabalhos de vanguarda que produziu em sua carreira, como os álbuns Space Oddity (1969), The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars (1972), Low (1977), Heroes (também 1977) e Lodger (1979).

O impacto causado pela morte do "camaleão do rock" significa não apenas a perda de um músico ímpar, que deixa a música cada vez mais órfã e mais entregue à canastrice comercial que já domina nos últimos 25 anos, mas também a queda de um mito tão alardeado pelo "movimento espírita" brasileiro - sobretudo Francisco Cândido Xavier e Divaldo Pereira Franco - , a de que pessoas atrasadas estariam morrendo mais cedo que pessoas de perfil mais avançado.

É certo que há, no Brasil e no exterior, homicidas famosíssimos que, já idosos, estejam perto de morrer, e alguns deles, psicopatas, feminicidas ou assassinos de ativistas ambientais, mostram históricos que variam da combinação de intenso tabagismo, álcool e cocaína ou graves problemas de úlcera, passando por overdose de remédios.

Mas, descontando o medo da sociedade moralista, da qual a grande mídia é representante, de se preparar para as mortes desses assassinos, a tendência também não chega a ser comum, se comparado com tantas pessoas de brilhante talento que se vão, se não prematuramente, pelo menos no auge de sua produção artística e cultural.

E David Bowie faleceu em péssima hora, quando o entretenimento é cada vez mais dominado por ídolos musicais canastrões, mulheres "sensuais" que não tem o que dizer e só vivem de mostrar o corpo e subcelebridades que só querem saber de noitadas e curtição. A arte morre aos poucos e isso diz muito para a fracasso que, no Brasil, atinge as predições de "espíritas" quanto aos acontecimentos no país e no restante do planeta.

Eles afirmam que o que vai imperar são pessoas de grande elevação moral e intelectual, que haverá manifestações culturais e artísticas de alto conceito, já nestes anos. Mas, a ver como é essa doutrina brasileira que se baseia na herança do Catolicismo medieval, isso não passa de conversa para boi dormir.

Com suas apostas fantasiosas de datas fixas, os "espíritas" fracassam em suas apostas e inventam que imprevistos aconteceram e por isso "reuniões" com "autoridades espirituais" são feitas para "decidir uma nova data" para a recuperação moral da Terra. Algo que soa muito patético, e revela a insegurança que os próprios "espíritas" em não poder encarar a realidade dos fatos imprevisíveis.

Desde o ano 2000, uma série de óbitos relativamente precoces ou precipitados (quando pessoas com mais idade ainda estão com muitos projetos de atividade pela frente) deixou a humanidade da Terra quase acéfala, com várias lacunas de talentos que poderiam frear o avanço da mediocrização.

Enquanto isso, a mediocridade cultural atinge a música, entregue à canastrice dos ídolos "populares", a literatura, com seus livros fúteis que fazem dar pena chamar os antigos almanaques de "cultura inútil", na televisão, com as baixarias que conhecemos etc.

A mediocrização acontece de tal forma que uma banda como Guns N'Roses - pálido pastiche do Led Zeppelin - , ao anunciar sua presença no festival Coachella, fez seus ingressos se esgotarem rapidamente. Na sociedade do espetáculo e das subcelebridades, o poser metal acabou tendo o pretenso status de "rock clássico", até para atender aos interesses comerciais das revistas de rock pesado, que vendem mais com essa estética Menudo traduzida para nomes medianos do rock pesado.

É verdade que pessoas mais evoluídas nascem, mas as mudanças são lentas e graduais e não há tendência que alguma melhoria grande possa se efetivar em 2019, 2052 e 2057. As "profecias" de Chico Xavier e Divaldo Franco simplesmente não têm qualquer fundamento na realidade.

E a situação de crise mundial, na qual o Brasil e, acima de tudo, o Rio de Janeiro, estão sofrendo, marcadas pela estupidez política, pelo pedantismo tecnocrático e acadêmico e pela imbecilização cultural, parece estar muito forte para ser extinto a médio prazo.

Isso porque os maiores retrocessos sociais, culturais, políticos e acadêmicos acontecem sob o patrocínio de pessoas dotadas de poder de influência e decisão. E é a partir disso que, no plano artístico-cultural, torna-se mais raro haverem pessoas dotadas de personalidade e grande talento como David Bowie, e sejam mais comuns pessoas que não têm personalidade nem muito talento e se sobressaem pelo marketing e pelo sucesso financeiramente efetivado.

Resta pensarmos no problema da mediocridade cultural, no consumismo, nas futilidades, e em tantos problemas sócio-culturais. A perda de David Bowie mostra que o mundo ainda se encontra bastante atrasado e defasado. Espera-se que, pelo menos, seu legado sinalize novos talentos que possam ao menos reduzir o poder avassalador da canastrice cultural.

Na análise "espírita", a morte de David Bowie significa a falência de um otimismo confuso que tem a mania de fixar datas com o apetite de quem faz apostas em cassinos, como também derruba farsas tipo "crianças-índigo", "planetas chupões" e "culturas astrais".

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