sexta-feira, 18 de março de 2016

Erasto veria com desconfiança a "bondade" espírita

DIVALDO FRANCO APRESENTA VÁRIOS ASPECTOS CLARAMENTE REPROVADOS POR ALLAN KARDEC E ATÉ PELO ESPÍRITO ERASTO.

Diante da crise que sofre o "movimento espírita", com as amplas denúncias de suas irregularidades, seus fanáticos seguidores se desesperam, embora uns reagindo com aparente calma, e lançam mão do último recurso usado para tentar salvar seus ídolos.

Como eles não podem desmentir irregularidades relacionadas às atividades ditas "mediúnicas", que se revelam um grande faz-de-conta - afinal, não dá para dissimular falsas mensagens espirituais com propaganda religiosa - , e como não podem desmentir a mistificação catolicizada da Doutrina Espírita pelos brasileiros, eles usam a "bondade" como último argumento.

Em primeiro momento, os adeptos de Francisco Cândido Xavier reagiam neuroticamente com declarações tipo "deixe ele mentir à vontade, ele ajudou muita gente", "ele plagiou livros, mas é bondoso", vendo que "carteiradas" como uma chiquista escrevendo, contra uma contestadora, "quem é você para falar sobre Chico Xavier?", não estavam dando certo.

Depois, em segunda instância, a histeria aparentemente diminuía, e as pessoas reagiam se limitando a dizer que "pelo menos Chico Xavier ajudou muita gente", "ele fazia caridade" ou coisa parecida.

Agora, em terceira instância, quando se revela que a "bondade" de Chico Xavier não foi tão boa assim - ele expôs demais as tragédias familiares, as "psicografias" se revelavam falsas e, entre outras crueldades, ele se irritou com amigos do falecido Jair Presente - , começam a admitir que os anéis chiquistas ficaram muito apertados em seus dedos.

Com isso, eles deixam um pouco de lado a defesa do mito de Chico Xavier e passam a defender o de Divaldo Franco, bem mais verossímil e travestido de uma roupagem, de um discurso e de procedimentos mais sutis do que o do anti-médium mineiro.

A blindagem em torno de Divaldo Franco, que o define como "maior filantropo do país", possui pretextos aparentemente fortes: um ídolo religioso elegante, culto, de fala envolvente, discurso sofisticado, conduta tranquila e ações sociais aparentemente concretas.

Com isso, Divaldo parece ser o último pilar para salvar a deturpação espírita de sua decadência final, ainda que seja para reduzir o "espiritismo" brasileiro a uma reles "doutrina do bom-mocismo".

MITO DE DIVALDO FRANCO É MAIS VEROSSÍMIL QUE CHICO XAVIER

Divaldo Franco, como Chico Xavier, é um mistificador. Publicou obras e realiza palestras e depoimentos que apresentam ideias contrárias ao pensamento kardeciano, já que se observa explicitamente o igrejismo e o misticismo que não condizem com o pensamento racional de Allan Kardec.

É evidente que o mito de Divaldo Franco é construído com tamanha habilidade que desmontá-lo requer um esforço muito grande de observação. A aparente afabilidade, a pretensa erudição, a suposta caridade, tudo isso é feito de forma que a verossimilhança seja bastante engenhosa.

Os adeptos de Divaldo Franco chegaram mesmo a dizer que ele era "melhor seguidor de Allan Kardec" do que Chico Xavier. De um tímido coadjuvante da mítica "espírita", nos tempos do roustanguismo assumido, o baiano passou a ser um dos protagonistas quando, em 1975, começou a prevalecer a postura "dúbia" (bajular Kardec e praticar a deturpação de forma dissimulada).

Afinal, Chico Xavier não conseguia esconder que era um católico fervoroso e extremado. Divaldo Franco também é católico fervoroso, mas ele é dotado de esperteza suficiente para adotar uma roupagem falsamente científica e pretensamente intelectual, o que estereótipos bastante populares acabam ajudando a fortalecer seu mito.

Divaldo personifica a imagem daquele velho professor dos anos 1940, dotado de "bons modos", discurso empolado e aparente calma e benevolência. Diferente do caipira beato que durante muito tempo se atrapalhou no seu papel de ser "espírita", diante de muitos escândalos.

Aparentemente, Divaldo Franco não se envolveu em escândalos. Aparentemente, porque num episódio de 1962, em que Divaldo Franco lançou, usando o nome de Vianna de Carvalho, a mensagem "Um Dia", que se revelou um plágio de outra mensagem exatamente do mesmo nome, ou seja, "Um Dia", que Chico Xavier lançou usando o nome de Isabel de Castro.

O episódio quase custou a amizade dos dois e se revelou como o maior escândalo de Divaldo, contra o qual também se pesam outras acusações de plágio contra Chico Xavier, analisadas por Luciano dos Anjos no livro A Anti-História das Mensagens Co-Piadas. Luciano era um roustanguista, mas nos últimos tempos passou a denunciar, também, algumas atividades respaldadas pela Federação "Espírita" Brasileira.

NEM ERASTO APROVARIA DIVALDO FRANCO

Allan Kardec já descreveu vários avisos, alertando sobre deslizes que, sabemos, se encaixam perfeitamente em Chico Xavier e Divaldo Franco. O discurso empolado, que me Divaldo se torna ainda mais acentuado, as "palavras boas" que escondem a mistificação, as ideias contrárias ao pensamento kardeciano respaldadas por todo um aparato de "amor e bondade".

Observam-se vários aspectos sombrios. Um exemplo é o item 267 do capítulo 24, Da Identidade dos Espíritos, de O Livro dos Médiuns, em que o pedagogo
estabelece critérios e cautelas para quem quiser observar a qualidade dos espíritos (o que, por conseguinte, pode ser usado para avaliar a dos supostos médiuns).

O item 4, lido de forma apressada, poderia até favorecer Divaldo: "A linguagem dos Espíritos superiores é sempre digna, elevada, nobre, sem qualquer mistura de trivialidade". No entanto, a frase seguinte desmascara o anti-médium, porque Divaldo não diz as coisas com "simplicidade e modéstia", a roupagem "humilde" de seu discurso apenas é um verniz para validar sua retórica tomada de frases prolixas, palavras rebuscadas e ideias mistificadoras.

Mais grave. Ainda no item 4, Kardec condena a "autossuficiência", entre os defeitos que expressam a qualidade inferior dos espíritos. No caso de Divaldo, a "autossuficiência" se manifesta na presunção de Divaldo de ter sempre respostas para tudo, algo que nunca se vê nos verdadeiros sábios, sendo um recurso de manipulação e domínio de pessoas que, no Brasil, são marcadas pela ignorância em muitas ideias e situações.

No item 5, Kardec não recomenda aceitar as mensagens só porque elas parecem corretas em linguagem e estilo, mas antes fazer um exame cuidadoso, para ver se não existe algum aspecto que vai contra a lógica e o bom senso.

No item 7, outro ponto contra Divaldo Franco. Neste item, Kardec fala que os espíritos bons só dizem o que sabem, mas se calam ou admitem sua ignorância sobre o que não sabem. Os maus é que falam de tudo com segurança, sem se importar com a verdade.

E aí que se vê Divaldo, que em muitas de suas "respostas prontas", despeja mistificações e ideias insensatas. Como na corroboração de uma declaração do papa Francisco que descreveu a imagem de Deus como a de um homem. "Ele está absolutamente certo", disse Divaldo sobre a antropomorfização de Deus, que vai contra a ideia dessa entidade por Kardec, que admite seu caráter enigmático e se limita e defini-lo como "causa primária de todas as coisas".

No item 8, Kardec desqualifica a postura, tão conhecida de Divaldo, de presumir acontecimentos certos em datas futuras determinadas. Kardec descreve isso, com toda a clareza, como indício de mistificação.

Já no item 9, Kardec desqualifica a prática de mensagens prolixas,
a linguagem pretensiosa que esconde o vazio de ideias, o artifício de fazer com que mensagens obscuras pareçam profundas, algo que se observa explicitamente nos discursos e textos de Divaldo Franco.

No item 10, sobra para a sua "orientadora", o espírito Joana de Angelis (codinome do Máscara-de-Ferro, antigo obsessor de Divaldo, ou alguma colaboradora desse espírito traiçoeiro?), pois Allan Kardec define, de forma firme e explícita, o autoritarismo desse espírito como aspecto de inferioridade.

Kardec é bem claro: espíritos maus são autoritários, dão ordens e querem ser obedecidos. Joana de Angelis (que NÃO teria sido Joana Angélica, vale lembrar) já demonstrou que não tolerava ver Divaldo Franco doente e cansado, explorando-o e ordenando-o a trabalhar mesmo nestas condições.

No item 11, outro dado contra Divaldo: a lisonja, elemento muito comum em discursos empolados que se servem de exaltações solenes, pois o enfeite das palavras requer também a cobertura dos elogios exaltados. E é aí que Divaldo falha, sobretudo quando, diante dos políticos, em vez de cobrar deles soluções para a sociedade, se limita a bajulá-los e, com base no que escreveu Kardec, exaltar a importância das autoridades de quem Divaldo quer colher apoio.

Ainda sobre este item, é bom deixar claro que, com as diferenças de contexto, Madre Teresa de Calcutá foi duramente criticada quando, à sua maneira, cortejava os políticos e os magnatas sob o intuito de obter apoio, de maneira bastante leviana.

Mesmo quando a roupagem da "caridade", em Divaldo Franco, se mostra mais verossímil - embora sabemos que ele nunca seria "maior filantropo do país" se a Mansão do Caminho só ajuda 0,08% da população de Salvador (índice mais inferiorizado se comparado à população de todo o Brasil) e não consegue resolver sequer o quadro de miséria e violência em Pau da Lima, onde se situa a instituição - , o cortejo às autoridades se revela igualmente leviano e meramente adulador.

Quanto à mensagem do espírito Erasto, difundida no item 230, do capítulo 20, Influência Moral dos Espíritos, deixa-se claro que as "coisas boas" de que espíritos ou mesmo "médiuns" divulgam exigem cautela, pois podem ser um gancho para a mistificação e a deturpação:

"Os médiuns levianos, pouco sérios, chamam, pois, os Espíritos da mesma natureza. É por isso que as suas comunicações se caracterizam pela banalidade,a frivolidade, as idéias truncadas e quase sempre muito heterodoxas, falando-se espiritualmente. Certamente eles podem dizer e dizem às vezes boas coisas, mas é precisamente nesse caso que é preciso submetê-las a um exame severo e escrupuloso. Porque, no meio das boas coisas, certos Espíritos hipócritas insinuam com habilidade e calculada perfídia fatos imaginados, asserções mentirosas, como fim de enganar os ouvintes de boa fé".

Quanto a dizer, Divaldo Franco já cometeu invencionices, como criando estórias fantasiosas de Adolfo Bezerra de Menezes, quando precisamos de dados biográficos objetivos e verdadeiros sobre sua vida. Em uma delas, dr. Bezerra, já desencarnado, teria se materializado e, não se sabe como, pego um caminhão para dirigir e atender aos apelos de Chico Xavier para levar mantimentos para uma casa de caridade.

Esse é um exemplo de como "coisas boas" podem trazer mistificação, forçar o endeusamento de mitos, usando o pretexto da "bondade". E inferimos que o "dizer" pode ser aplicado ao "fazer", e é aí que a "vitoriosa caridade" de Divaldo encontraria repúdio por parte de Erasto.

Afinal, por trás da "brilhante generosidade" da Mansão do Caminho, existe a mistificação religiosa. É claro que seu projeto educativo não irá forçar as pessoas a serem "espíritas", mas seu conteúdo ideológico irá sempre promover a mistificação através de seus "ensinamentos".

Se seu método educativo não "empurra" o "espiritismo", mesmo assim ele estabelece limites de crença religiosa, envolta nos ídolos "espíritas" e na submissão à Bíblia católica, pelo menos, sobretudo em relação ao Novo Testamento.

O projeto educativo da Mansão do Caminho não transforma pessoas. Apenas cria resignados profissionais que sabem ler e escrever mas que, diante das complicações da vida, vão orar em silêncio sem a garantia que isso irá mudar ou resolver alguma coisa. São pessoas mais conformadas que se apagarão na multidão como insignificantes "cordeirinhos" do "sistema".

Além do mais, o próprio fato de Divaldo Franco ser um dos piores mistificadores da Doutrina Espírita, um deturpador perigoso que espalhou a mentira igrejista para outros países - só o "movimento espírita" de Portugal mais parece uma sucursal da FEB, a antiga metrópole que manteve o Catolicismo medieval em pleno Século das Luzes (século XIX) recebeu de sua antiga colônia o "espiritismo" herdeiro de sua religião romana - , não poderia ser levado a sério como filantropo.

Afinal, ele, como Chico Xavier, ao serem exaltados como "bondosos", acabam sendo legitimados como mistificadores. O discurso de seus fanáticos seguidores de que "eles erraram, mas fazem o bem" acaba sendo uma complacência a seus erros, uma apologia velada a seus trabalhos traiçoeiros de mistificadores do Espiritismo.

Dessa forma, hoje Chico e Divaldo são os "bondosos" que "fizeram bem ao próximo". Amanhã, serão considerados "sábios" pela "missão do bem". Depois, seus livros voltam a ser lidos, suas frases voltam a ser apreciadas. Daí, a mistificação volta a estar em alta, deturpando violentamente a doutrina de Kardec. A "bondade" de Chico e Divaldo são ovos lindos, mas escondem serpentes maléficas que reabilitarão e deturpação espírita, ameaçando a lógica e o bom senso.

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