quarta-feira, 11 de março de 2015

Ex-BBB que perdeu irmã diz ser de família "kardecista". Não seria chiquista?


Mais um episódio que mistura sentimentalismo religioso e pseudo-ciência se deu com a tragédia que se abateu em uma família. No último fim-de-semana, a jovem Daniela Gevaerd e seu namorado Marcelo Fabrício, advogado, faleceram em um acidente de carro na noite do dia 07, em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.

Daniela era filha do ufólogo Ademar José Gevaerd e da dona-de-casa Dayse Fontoura. Irmã do ex-competidor do Big Brother Brasil, Daniel Gevaerd, ela integrava a equipe da revista UFO e, segundo o próprio irmão, ela contribuiu para o sucesso da revista.

Com toda a certeza, a tragédia é horrível e deprimente e não dá para não compreender a profunda tristeza da perda da jovem e de seu namorado, que tanta dor causaram para suas famílias. Mas a gente fica pensando se o "espiritismo", que normalmente glamouriza as tragédias prematuras, não teria influenciado esse mau agouro. Manifestamos nossos pesares às famílias das vítimas.

Daniel Gevaerd disse que a mãe é "kardecista", que é uma espécie de eufemismo para o "espiritismo" que nada tem das lições de Allan Kardec, mas sim das pregações conservadoras de Francisco Cândido Xavier, o famoso anti-médium mineiro. Talvez fosse melhor definir a mãe do ex-BBB como "chiquista", que seria mais lógico.

Chico Xavier é famoso pela atração mórbida e quase voluptuosa que sentia por mortos prematuros, obsediando vários espíritos falecidos antes da terceira idade, do escritor Humberto de Campos à anônima jovem Irma de Castro, a Meimei, se apropriando de seus nomes para escrever obras que nada tinham a ver com os perfis originais dos falecidos.

O "espiritismo" glamouriza as mortes precoces e trabalha uma energia negativa oculta por trás de uma atmosfera falsamente confortadora e alegre. Reduto de irregularidades e fraudes, os "centros espíritas" mais prejudicam do que beneficiam as pessoas, sempre estabelecendo preços severos para benefícios relativos e precários.

O maior medo, nesse caso em que pais mais uma vez viram órfãos de filhos, é que seus nomes sejam usados em mensagens supostamente mediúnicas, de carregado panfletarismo religioso, sempre repetindo o mesmo mantra "morri, sofri, fui socorrido em colônias espirituais e agora vim para pedir que todos se unam na fé em Cristo".

Se o "espiritismo" funcionasse, o casal talvez tivesse sido prevenido pelos "amigos de luz" a evitar aquele horário ou criar um outro modo de escapar do acidente. Prevenir, diz o ditado popular, é bem melhor do que remediar, ainda mais sob o "silêncio da prece".

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