segunda-feira, 9 de março de 2015

"Espiritismo" apresenta mais corrupção do que a Petrobras

PLATAFORMA P-36 DA PETROBRAS, SE AFUNDANDO NA BACIA DE CAMPOS, EM 2001.

O "movimento espírita", que se autoproclama a vanguarda das doutrinas espiritualistas existentes no Brasil, tornou-se seu exemplo mais vergonhoso de como a deturpação doutrinária e uma série de irregularidades e deslizes pode criar um esquema de corrupção bem sucedida a ponto de boa parte de seus seguidores nem sequer ter a menor desconfiança.

A corrupção existente sobretudo na Federação "Espírita" Brasileira mas que contaminou até movimentos dissidentes, criando um padrão de "espiritismo" e "mediunidade" cujos princípios são justamente a fraude e a prestidigitação, de fazer muitos ilusionistas ficarem de queixo caído, é tanta que supera de longe a que ocorre atualmente na Petrobras.

Sabe-se que está em andamento da investigação, chamada Operação Lava-Jato (que impulsionou a CPI da Petrobras), que apura um esquema de corrupção que envolve servidores da Petróleo Brasileiro S. A. - Petrobras - , empresa de capital misto (estatal + privado) e políticos de diversos partidos, não apenas o Partido dos Trabalhadores (PT) e aliados, mas também o PSDB.

A comparação da corrupção do "espiritismo" não se dá somente pelo fato de que a FEB tem 131 anos e a Petrobras, 62. Ela se dá porque o "espiritismo" brasileiro cometeu muito mais corrupção e, pior, ainda se passa por "honesta" e "acima de qualquer suspeita".

A coisa chega ao ponto dos líderes "espíritas", usando de seu carisma obtido ludibriando e seduzindo pessoas, dizerem "condenar" fraudes e mistificações, como raposas que, acusadas de destruírem o galinheiro e devorarem as galinhas, põem culpa nos perus.

Doutrina materialista, o "espiritismo" se perde promovendo palestras moralistas e pedindo para que as pessoas simplesmente se conformem com as imposições da vida. Enquanto isso, cientistas frustrados e mistificadores esotéricos tentam criar mil fantasias em torno do sobrenatural sob o pretexto de promoverem "ciência espírita".

A farra tornou-se tão intensa que tem até suposto médium que analisou as "reencarnações" de Suzane Von Richtofen, em processos bastante duvidosos. Hoje praticamente se brincam com os vivos e os mortos, e os supostos médiuns ficam escrevendo mensagens apócrifas com as mesmas caligrafias desses "psicógrafos" e com o mesmíssimo panfletarismo religioso.

O "açúcar" das "palavras de amor" e das "mensagens fraternais" tornam-se veneno dos mais mortais cujos efeitos se fazem depois da degustação saborosa e prazerosa de seus seguidores. Após o deleite das "lindas palavras", que por vezes contam "lindas histórias" ou apresentam "lindas lições de amor", a menor contrariedade mostra a peçonha de um "amor" que fica preso na matéria das palavras.

São tantas fraudes, movidas pelo completo desconhecimento da realidade espiritual, e de suposições vindas de "espíritas" pouco preparados para a pesquisa científica, perdidos numa verborragia pseudo-científica e nas fantasias que julgam serem realidades concretas.

E tudo isso se apoia numa reputação acumulada de anti-médiuns e líderes "espíritas", que têm a pretensão e a presunção de simular "superioridade espiritual", usando de sua esperteza para transformar a Doutrina Espírita num religiosismo promíscuo e confuso, enquanto usam e abusam de sua popularidade para esconder fraudes e irregularidades.

O que é o desvio de verbas públicas para favorecer privilégios de deputados e diretores da Petrobras, diante da "compra" da fé das pessoas por parte de supostos médiuns de fala rebuscada, como Divaldo Franco, ou de falsa humildade, como Chico Xavier, para que todos acreditem em suas mistificações e pregações moralistas de palavras piegas?

Para piorar, as mesmas pessoas que criminalizam Lula até quando ele dá bom dia para as pessoas, e definem como "holocausto" até medidas positivas lançadas pelo PT - que, em contrapartida, também tem seus erros sérios, mas exagerados pelos chamados "coxinhas", espécie de reacionários delirantes - , se assustam quando Divaldo e Chico são chamados de charlatães.

Mesmo as mais rigorosas provas científicas, que em muitos casos desqualificam de maneira definitiva e indiscutível muitas obras ditas mediúnicas desses dois malabaristas da palavra, são insuficientes para convencer as pessoas de que o charlatanismo dos dois nada tem a ver com a calúnia, e sim com a constatação feita pelo questionamento lógico.

Os seguidores dos anti-médiuns chegam mesmo a classificar, com o misticismo crédulo mais cego, que as provas racionais contra Divaldo e Chico são fruto de "interpretações materialistas" e "julgamentos terrenos das paixões humanas", ou então "perseguição furiosa (?) a homens de bem".

São tais reações de seguidores de líderes religiosos que serviram de fonte, em outras crenças, para o fundamentalismo religioso que promove atos terroristas no mundo inteiro, com a "fé" e o "amor" usados como pretextos para o ódio e a carnificina.

É um grande perigo ver a ameaça do "espiritismo" brasileiro impor seu pequeno mundo de fantasias materialistas, na qual cabem misticismos e falsas mediunidades, além do mais rijo moralismo de herança medieval, o que pode representar futuros atos violentos, como se observa nas ofensas e ameaças que muitos "espíritas" fazem a alguém que contraria seus interesses.

A corrupção do "espiritismo", um quadro muito complexo e que vai além do ato de "entender mal Allan Kardec", é um fenômeno preocupante porque seus responsáveis simulam coitadismo e se apoiam no pretexto da "liberdade religiosa" para se manterem impunes. Só que a liberdade religiosa não permite que se enganem as pessoas sob o manto da "fé".

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