sexta-feira, 13 de março de 2015

"Espiritismo" brasileiro permite até passes em animais



O "espiritismo" brasileiro virou uma grande farra, já que todo o seu desconhecimento acerca do mundo espiritual e sua recusa de realizar pesquisas sérias, rigorosas e principalmente honestas, faz com que suposições e palpites imaginários fossem tomados como "certezas absolutas".

Pois se existem várias publicações "espíritas" que afirmam que existem animais no mundo espiritual, como as do fictício "cientista" André Luiz - o mesmo que um bando de acadêmicos tentou atribuir pioneirismo científico onde não existiu - , a coisa chegou ao extremo de haver até atividade de passes espirituais para animais.

Se a prática de passes espirituais em seres humanos é bastante irregular e duvidosa no Brasil, devido ao pouco conhecimento que se tem do magnetismo de Franz Anton Mesmer e nenhum acesso à suas obras originais, imagine então se a atividade se estende aos animais.

Pois é isso que alguns "centros espíritas" de São Paulo, como o Asseama, fazem tratamentos espirituais em animais doentes, sabendo que os tratamentos espirituais são tão irregulares e duvidosos no Brasil que, em vez de trazer melhorias, chegam mesmo a trazer mau agouro para as pessoas, de forma pior do que a crendice de muitos em passar debaixo de escadas.

Na reportagem da revista Isto É, da edição do último dia 27 de fevereiro, o vídeo da reportagem mostra membros do Asseama cantando, catolicamente, a Oração de São Francisco de Assis, embora afirmem que o "centro espírita" se dedique a ensinamentos "kardecistas" em suas palestras doutrinárias.

O "espiritismo" brasileiro quis apostar no "achismo" em tudo. Psicografias que nada têm de psicográficas e que só mostram a caligrafia do "médium" ou de algum colaborador, e quase sempre mostram o mesmo apelo igrejista. Há relatos imaginários de cidades espirituais que são tomados como "realidade". E, entre outros absurdos, há a questão dos animais.

Allan Kardec havia feito a pergunta para a equipe do Espírito de Verdade, sobre a questão de haver ou não animais no mundo espiritual. Ela aparece em O Livro dos Médiuns, no capítulo 25, "Das Evocações", questão 36 do item 283. Reproduzimos a tradução de Herculano Pires:

36. Pode-se evocar o Espírito de um animal?

- O princípio inteligente que animava o animal fica em estado latente após sua morte. Os Espíritos encarregados desse trabalho imediatamente o utilizam para animar outros seres, através dos quais continuará o processo da sua elaboração. Assim, no mundo dos Espíritos não há Espíritos errantes de animais, mas somente Espíritos humanos. Isto responde a vossa pergunta.

37. Como se explica então que certas pessoas tenham evocado animais e recebido respostas?

Evoque um rochedo e ele responderá. Há sempre uma multidão de Espíritos prontos a falar sobre tudo.

Nota-se que Allan Kardec nega a existência de animais no mundo espiritual. Só existem espíritos humanos. Esta tese depende de muitas pesquisas científicas com os recursos que inexistiam nos tempos do pedagogo francês, mas a tese de Kardec faz sentido.

Quanto à pergunta 37, nota-se que existem sempre espíritos brincalhões que podem se passar por tudo, dizendo qualquer mentira e nvestindo em qualquer palhaçada, até mesmo para dizer que são rochedos, são micróbios, são Napoleão Bonaparte ou qualquer coisa que lhes vier à mente.

Enquanto isso, no "espiritismo" brasileiro que toma a especulação como certeza absoluta, sobretudo às custas da figura festejada de Chico Xavier, a tese da existência de animais é defendida, sobretudo a partir da emotividade piegas do anti-médium mineiro.

Isso vai contra Allan Kardec e derruba a tese de que Chico havia sido reencarnação do professor lionês. Isso seria um absurdo, já descrito antes nesse blogue. Aliás, Chico Xavier sempre foi contrário a Allan Kardec, até por se recusar a estudá-lo com seriedade. Ele preferia sempre o seu catolicismo alucinado. Neste caso, a escolha de Chico Xavier foi "animal".

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