quinta-feira, 8 de outubro de 2015

O "movimento espírita" se apavora com as críticas


O pavor começa a ocorrer entre os "espíritas", assustados com o crescimento das críticas que seu movimento recebe cada vez mais, reflexos de uma crise séria e gravíssima. Tomados de coitadismo, eles reagem com lamentos chorosos enquanto, nos bastidores, espumam suas bocas de raiva e revolta.

Tentam eles acusar os contestadores de "confusos" e "contraditórios". Como o lobo que, disfarçado de pele de cordeiro, acusa a ovelha negra de causar desordem no rebanho, os "espíritas" não assumem suas próprias confusões e contradições. Acham que podem promover o equilíbrio misturando, no seu engodo doutrinário, o cientificismo de Allan Kardec e o igrejismo de Chico Xavier.

Mal sabem eles, quando evocam, da boca para fora, alertas de Erasto divulgados no tempo de Kardec e, muito antes, os alertas de Jesus de Nazaré sobre os falsos cristos e falsos profetas, que os recados são contra aqueles que os declaram, felizes em chegar diante de mesas em cor clara, com copo de água já "fluidificada", pregar a "paz entre os irmãos".

É muito fácil falar em "equilíbrio" e "paz" quando se mantém no poder de domínio sobre as pessoas, choramingar diante das críticas dos outros, porque "atingem pessoas de bem" e interrompem "missões de amor e solidariedade". Muito fácil estar num pedestal e ficar taciturno diante do primeiro lenhador que venha a destruir a ilustre bancada que sustenta este totem.

Esses são os falsos cristos que, alegando estarem magoados com as críticas "ferinas", escondem suas vaidades habituais posando-se de "novos crucificados". Deturpam, manipulam, mistificam e acumulam prestígio com isso, mas quando são contestados se passam por vítimas e capricham na pose melancólica de pretensos arautos da paz que são "combatidos por calúnias".

Esses são os falsos profetas que fazem previsões mirabolantes, que quando não se cumprem eles ficam adiando sucessivamente datas de "transformação espiritual", alegando que "os espíritos superiores" haviam percebido "grandes obstáculos" que "inesperadamente" atrapalharam a realização das "missões de paz" imaginadas.

Os "espíritas" não têm autocrítica e, quando admitem erros no movimento, atribuem sempre a "seguidores mal-orientados". É o Zé do Açougue que prometeu cura espiritual fazendo cirurgia como quem estivesse preparando um rodízio de carne bovina. É a Zezé da Lavanderia que confunde Doutrina Espírita com horóscopo é o João da Ferragem que confunde mediunidade com hipnose.

Muito fácil botar a culpa de quem está embaixo. Quem está no alto é que mantém "equilíbrio" através da contradição, do faz-de-conta, da gororoba ideológica, achando que ser equilibrado é acender duas velas para pessoas ou instituições antagônicas entre si. O "movimento espírita" só admite as impurezas quando vindas "de baixo", porque no alto só brilham astros e estrelas com passaporte garantido no paraíso espiritual.

O que esses "espíritas" não sabem é que, quando eles acusam seus contestadores de querer a "verdade absoluta", cometem uma grande incoerência. Com a vaidade ferida mas escondida pela gaze do coitadismo, os "espíritas" é que, se passando por vítimas, ficam tristes em não ter a verdade cabendo nas palmas de suas mãos.

Mal sabem eles que a doutrina que eles defendem é que é marcada pela confusão. Uma doutrina que num momento jura fidelidade absoluta a Allan Kardec, e em outra faz exaltação a Chico Xavier, cuja obra contraria frontalmente o pensamento do pedagogo francês. Mal sabem os "espíritas" o quanto agrediram e ofenderam o ilustre pedagogo de Lion, com tantas traições doutrinárias.

Dizer isso é confusão, desconhecimento, intriga? Não. Confusão foi a sucessão de escândalos que Chico Xavier causou em vida, quando tentou lançar livros de grotescos pastiches literários, quando apoiou fraudes de materialização, quando, pretenso arauto da paz humana, defendeu os ditadores que prendiam, torturavam, matavam e ocultavam os cadáveres de muitos cidadãos inocentes.

Os "espíritas" não aguentam a "tempestade" de contestações que vai contra eles, e aí os falsos cristos se transformam nos falsos crucificados. Líderes "espíritas" que num dia aparecem, com sorrisos esnobes, ao lado de magnatas e poderosos, no dia seguinte manifestam sua "mágoa" com aquilo que eles definem ser "uma epidemia de intrigas e maledicências".

Querem a "paz humana" da complacência, do silêncio, da aceitação de tudo que está aí. Quer que achemos "equilibrado" defender o cientificismo de Allan Kardec e depois exaltar o igrejismo de Chico Xavier e Divaldo Franco, cujos livros, já na primeira leitura, mostram aberrante contradição ao pensamento do pedagogo francês, bastando uma simples comparação.

Quando denunciamos que as obras "mediúnicas" contradizem o que os autores alegados fizeram em vida, isso não é fruto de intrigas nem de calúnias. Nós pesquisamos e identificamos contradições e irregularidades. Apresentamos provas, sempre que possível, e buscamos argumentar não com fúria, mas com a lógica, ainda que eventualmente fossem feitas críticas bastante severas.

O caso de Humberto de Campos é notório: em vida, era um brilhante escritor e intelectual, de linguagem fluente, culta mas informal, de palavras bem escolhidas, dedicado a temas relacionados ao seu meio intelectual e às raízes culturais do autor maranhense, em temática laica e diversificada, com muitas tiradas descontraídas.

Já o "espírito" conhecido como "Humberto de Campos" usa uma linguagem pesada, pretensamente culta, prolixa e rebuscada, cuja obsessão pela erudição não o deixou imune a cacófatos como "que cada" e grosserias pseudo-preciosistas como "testifique. Os textos são melancólicos e, em vez de falar dos referenciais sociais de Humberto, lembram mais um padre católico fanático pela Bíblia.

E a gafe das "previsões" sobre vida em Marte? Comemora-se um pretenso pioneirismo de até 80 anos de uma suposta profecia de Francisco Cândido Xavier, quando os "espíritas", tão "conhecedores de tudo", se esqueceram que Percival Lowell, Giovanni Schiaparelli e até mesmo Camille Flammarion, seguidor de Kardec, escreveram as mesmas coisas com mais substância e muito antes de Chico nascer, no mesmo século XIX do surgimento da Federação "Espírita" Brasileira.

Essas constatações se deram por intriga? Elas se deram por ódios, raivas ou inveja? Nada disso. Elas se deram porque, no caso de Humberto de Campos, lemos os textos de sua obra original e comparamos com o que o suposto espírito escreveu. As contradições saltavam aos olhos, porque os vestígios da escrita se tornaram claros de que a "psicografia" não ocorreu. Esta conclusão se deu porque lemos fatos históricos que mostram que as fantasias "espíritas" estão erradas.

Nós é que temos "desconhecimento"? Que vergonhosa gafe se daria com os "espíritas" brasileiros, tentando mostrar para o mundo que Chico Xavier "descobriu vida em Marte" em 1935, algo que só orgulha essas pessoas, enquanto o "velho mundo" nos revela que cientistas renomados já falavam as mesmas coisas com muito mais consistência e abrangência no século XIX!

Analisamos tantos fatos confusos ligados ao "movimento espírita" e aí surgem as raízes das críticas. A forma como a Doutrina Espírita foi feita no Brasil já nasceu deturpada, empastelada, distorcida, violada. Não será uma postura dúbia, vigente há 40 anos, com todo o "movimento espírita" jurando fidelidade a Allan Kardec para depois traí-lo com Chico Xavier, que resolverá as coisas.

A crise que ocorre no "movimento espírita" é que deixa a máscara cair e esses pretensos paladinos da paz é que se revelam confusos e transtornados. Se não há a tão alegada paz, são esses mesmos "espíritas" que com a deturpação da doutrina vieram dividir, confundir e transtornar. Eles fizeram das suas e não gostam de serem criticados, porque é "muito entristecedor".

Quando acusam os outros de "desconhecimento da doutrina", os próprios "espíritas" é que provam terem mais desconhecimento da Doutrina Espírita do que o que chorosamente acusam dos outros. E tem desconhecimento da Ciência, da vida cultural e mesmo do próprio processo de mediunidade que no Brasil surgiu sem qualquer tipo de cautela, pesquisa, estudo e preparação, o que lhes permitiu mascarar a falsa mediunidade com mershandising religioso.

Isso porque não dá para dizer que os "espíritas" brasileiros entendem de Allan Kardec, pois é inútil reproduzir alguns conceitos trazidos pelo professor francês para depois investir em Chico Xavier, Emmanuel, André Luiz, Divaldo Franco e todo o elenco igrejista cujas ideias contrariam severamente o pensamento do pensador francês, bastando uma leitura comparativa.

A paz humana não virá com a complacência de contradições graves. A "paz sem voz" da canção do grupo O Rappa, "A Minha Alma (A Paz Que Eu Não Quero)", contradiz muito bem a "filosofia do silêncio" que Chico Xavier tanto pregava para os brasileiros. Pois se Chico Xavier achava que o silêncio da dor era um "ato de coragem", O Rappa a define como expressão do medo, não da paz.

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