quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Diante dos problemas, "espíritas" se limitam a pedir que "nos demos as mãos"


Já escrevemos a respeito disso mas vale a pena retrabalhar o tema. Afinal, o "espiritismo", tida com a religião dos "bonzinhos", se limita, diante das dificuldades da vida, a pregar a "solidariedade" e a "tolerância".

Parece lindo, mas soa muito vago. Sobretudo quando o Brasil passa por profundos retrocessos e já tem no Estado do Rio de Janeiro um dos mais atrasados do país, num retrocesso inimaginável até na Bahia de Antônio Carlos Magalhães, um dos aliados civis da ditadura militar.

O próprio "espiritismo", quando fala que devemos "nos dar as mãos", junta conceitos vagos, valores conservadores e uma certa hipocrisia. A forma com que o "espiritismo", através de Francisco Cândido Xavier, assimilou a Teologia do Sofrimento do Catolicismo, mostra o quanto a solidariedade se reduz a um pretextos dos mais perniciosos.

A Teologia do Sofrimento é bastante criticada através do exemplo de Madre Teresa de Calcutá. Em relação aos sofredores, ela recomendava a eles aceitar todo tipo de flagelo e se consolar na oração, apelando apenas para a prece e a "justiça de Deus" para resolver os problemas e sanar os infortúnios.

Ela foi chamada de "anjo do inferno" por causa disso. Mas Chico Xavier, que dizia para a gente "sofrer amando" e recorrer ao "silêncio da prece" para nos salvar dos infortúnios vividos, foi erroneamente chamado de "progressista" e "ativista" pelos seus mais deslumbrados seguidores, embora corroborados por boa parte daqueles que se dizem "fiéis a Allan Kardec".

O que significa essa teoria? Significa que aqueles que sofrem injustiças, infortúnios e limitações diversas não se esforcem a superar tudo isso. Significa que os sofredores devem continuar sofrendo, de preferência calados, apenas recorrendo à prece, de preferência em silêncio para não perturbar o sossego dos privilegiados, para ver se consegue alguma "graça divina" futura, ainda que póstuma.

Através dessa ideologia, os sofredores são aconselhados a tolerar e respeitar os algozes e opressores, a rezar pela felicidade deles e aceitar seus privilégios. A ideia de misericórdia é deturpada para o sentido do masoquismo religioso, aceito visando as recompensas simbólicas da fé religiosa, que geralmente só chegam tardiamente, para não dizer no além-túmulo.

A vida é complexa demais para que nos limitemos a um conceito vago de solidariedade. Também será inútil "explicar" esse conceito da forma como fazem os palestrantes "espíritas". Até porque eles apenas falarão de conformismo, passividade, preces em silêncio e tudo o mais. Para os "espíritas", o ativismo causa "dissabores". O ideal, para eles, é que se tente sobreviver com tudo que aí está.

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