segunda-feira, 7 de abril de 2014
Espiritolicismo estimula a mediocridade no Brasil
A julgar por muitos fatores desastrosos ocorrendo no Brasil, desde a denúncia de mais um possível foco de corrupção - desta vez na Petrobras - até a baixa avaliação dos alunos feita por uma instituição internacional, a tão prometida evolução do país garantida pelo Espiritolicismo não passa de um blefe.
Quantas vezes o anti-médium Divaldo Franco anuncia, em suas turnês bem financiadas intituladas "Você e a Paz", que o Brasil melhorou, que o Brasil está evoluindo, que existe até mesmo data para a transformação da humanidade, e que quem nasce agora são os chamados "índigos" ou "cristais".
Quantas vezes tudo isso era narrado com aquele tom melodramático de Divaldo, cheio de malabarismos oratórios feitos para seduzir as plateias, tudo para forçar nos incautos a crença de que tudo isso tem realização certa e rigorosamente prevista pelos ditos "benfeitores espirituais".
Só que o que se vê não é a tal "Pátria de Luz" que tanto se promete ao Brasil, através dos festejadíssimos pregadores espiritólicos. O que se vê é o retrocesso, o triunfo da mediocridade, por mais que os anti-médiuns, estrelas do espetáculo "espírita", afirmem o contrário.
Afinal, que "crianças índigo" são essas, tão prometidas por Divaldo Franco, que fumam crack nas avenidas das grandes cidades ou então surgem na forma de torcedores de futebol fanáticos, intolerantes e violentos, a perturbar até o sono dos vizinhos com seus gritos de "gol"?
Que "cristais" são esses na forma de jovens tecnocratas que não têm a menor disposição de transformar o Brasil, e que, como cientistas ou intelectuais, preferem fazer pesquisas inócuas que não questionem os problemas e tão somente reafirmem ou reforcem o "estabelecido", de preferência tentando provar que certas aberrações sociais são "grande coisa"?
As notícias mostram que tão poucos progressos existem no Brasil. Liga-se o rádio a o que se chama de "música brasileira" é um monte de porcaria. Liga-se a televisão e o que se vê são baixarias e inutilidades dominando até mesmo a TV paga, antes uma alternativa para a mesmice, hoje uma mesmice sem alternativa.
E a imprensa, com seus jornalistas reacionários que, sob o pretexto de condenar a corrupção, pregam o obscurantismo social, se utilizando da desculpa de um simples ódio político-partidário - cujo alvo é o PT (que erra, e muito, mas não é o único a fazê-lo) - para pregar o golpismo, o privatismo e o aumento das desigualdades sociais em favor da "qualidade de vida" de uns "cidadãos de bem".
Fora a imbecilização crescente, a pornografia permitida até para crianças, através de músicas "sensuais" de "funk" e "pagodão", a idiotização dos pobres que permite o enriquecimento dos ricos empresários do entretenimento "popular". E fora a crise de valores, que faz até os machistas sanguinários da véspera serem os conquistadores bem-sucedidos das melhores mulheres (!).
Há coisas aberrantes que são apoiadas pela população, e este espaço é pequeno para enumerá-los. E os criminosos impunes já começam a adotar a impunidade da opinião pública, não bastando a da Justiça, tornando-se pessoas queridas mesmo com seus gravíssimos erros.
Passada a ditadura militar, parece que o Brasil foi devastado por um violento furacão. O pouco de progresso que temos é insuficiente para repararmos os estragos mais antigos. Por isso não valem as verborragias animadas do sr. Divaldo e seu eventual espetáculo de "faz-de-conta que é o dr. Bezerra de Menezes".
A vida é muito mais crua e bastante complexa, e não são palavras dóceis que irão desmentir os problemas que estão por aí. Bem melhor haver palestrantes realistas que denunciassem as muitas crises de nosso país, porque, sabendo melhor dos nossos problemas, não ficaríamos tranquilos, mas estaríamos mais preparados para resolvê-los. Já as palavras dóceis confortam, mas acomodam.
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