sábado, 12 de abril de 2014
O que faz os espiritólicos brincarem de "receber Bezerra"?
O que faz o Espiritolicismo chegar a essa fraude sensacionalista? Que interesse têm os espiritólicos em brincar de "receber Bezerra", às custas de um padrão de voz, de gestos e textos que adotem clichês de falsa humildade, palavras de amor ditas da boca pra fora e de um simulacro de sentimentalismo que beira à mais viscosa pieguice?
Vendo as "vozes" do suposto Dr. Bezerra ditas por José Medrado e Divaldo Franco, é assustador verificar o tom de fraude, tamanha a diferença de tom e de timbre entre uma e outra. O "Bezerra" de José Medrado mais parece um cara franzino sofrendo de crise de vômito, e o "Bezerra" de Divaldo Franco soa como um urso de desenho animado. Alguém pensou em Zé Colmeia?
Para se juntar à brincadeira, vem o juiz de Direito José Carlos de Lucca, que já enxerta no "espiritismo" brasileiro elementos do neopentecostalismo - como as pretensas "curas" - , também havia lançado um livro com "palavras do Dr. Bezerra", intitulado Recados do Meu Coração, dotados de mensagens piegas e sentimentalistas.
Em todos os casos, o "superior" Bezerra de Menezes está associado a um velho agonizante e frágil, a dar recados amorosos como alguém em leito de morte. Supostamente despojado das impressões do corpo frágil, o suposto Bezerra, mesmo com mais de 100 anos de falecimento do médico e político, contraditoriamente se apresenta como se fosse prisioneiro das dores físicas.
Isso não é maneira de se identificar. Ninguém em sã consciência e que, depois de morto, teria superado as impressões da matéria física, se identificaria como um velhinho frágil e agonizante. Isso não é critério algum de identidade, nem para expressar humildade, nem para poder ser reconhecido.
Se isso em si dá um indício possível de fraude, imagine então o disparate entre o "Bezerra" supostamente manifesto em José Medrado e o "Bezerra" em Divaldo Franco. São vozes completamente diferentes, e mesmo a diferença física dos dois anti-médiuns não justifica, até porque não é só uma questão de diferença de voz, mas também de diferença de maneira de dizer.
Além disso, mesmo em diferentes corpos um espírito procura impor seu jeito de falar, e mesmo seu timbre procura se manter fiel à personalidade original, mesmo diante de um corpo diferente. Ele adaptaria as cordas vocais do médium ao seu jeito, tonalidade e timbre de voz.
A escandalosa fraude é motivada por um sensacionalismo supostamente sobrenatural, que hipnotiza plateias incautas, sem perceber o quanto estão sendo enganadas. Divaldo ali, falando com sua própria voz, e, de repente, ele, como que mudando o timbre, usa uma voz rouca e trêmula, que deixa claro que é uma imitação, e não uma psicofonia. Charlatanismo puro!!
NÃO SABEMOS A VOZ DO DR. BEZERRA
Pelo que se saiba, não há registros sonoros da voz do dr. Adolfo Bezerra de Menezes. A tecnologia sonora era incipiente e, mesmo para cidadãos vivos, era bastante inacessível. A suposição de que Bezerra teria tido voz rouca e trêmula é bastante falsa, até porque, quando era deputado, Bezerra falava, provavelmente, com energia e clareza.
Ele, com sua experiência de orador parlamentar, que naquele turbilhão de políticos em debate, teria que gritar e falar com clareza, não reapareceria, na sua forma espiritual, como um velhinho frágil, agonizante e de voz rouca e quase inaudível, ainda mais 100 anos depois do falecimento, depois da extinção das impressões físicas do corpo doente.
Se Bezerra se manifestasse, ele o faria na forma do antigo parlamentar lúcido e enérgico que discursava e debatia nos trabalhos parlamentares. Humildade não é se passar por frágil e agonizante. Mas, ante as diversas contradições, é praticamente certo que Medrado e Divaldo cometeram fraude.
O desconhecimento da voz de Bezerra de Menezes permite que se façam fraudes assim, que não passam de imitação barata de um "Bezerra" padronizado pelas normas espiritólicas. E essa brincadeira toda deslumbra muitos pela forma que é feita, dentro de uma hipnose embriagante, alucinógena, que as supostas "palavras de amor" trazem aos "espíritas" brasileiros.
Portanto, é uma grande vergonha que merece ser denunciada. Divaldo e Medrado mostram diferenças gritantes na suposta manifestação de um "Dr. Bezerra" agonizante e preso às dores da matéria. E, de carona, há as "palavras de amor" postas no papel pelo espiritólico "neopentecostal" De Lucca.
Com toda essa exploração da boa-fé popular, os espiritólicos ainda se acham na moral de falar em razão e ciência, fazendo de seus fiéis gato e sapato. Simplesmente constrangedor.
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