sexta-feira, 17 de outubro de 2014

"Movimento espírita" sonha em ver o Brasil como novo Império Romano

PINTURA MOSTRANDO OS CONFLITOS QUE CAUSARAM O FIM DO IMPÉRIO ROMANO.

O discurso subliminar das supostas profecias sonhadas por Francisco Cândido Xavier em 1969 e que corroboram as ideias escritas no livro Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, lançado cerca de três décadas antes da suposta reunião espiritual, revelam algo bastante nocivo e terrível desejado pelos "espíritos benfeitores" que cercam o "movimento espírita" no Brasil.

Por trás de adjetivos dóceis como "coração do mundo" e "reino de amor e luz", algo extremamente cruel é traduzido de vários aspectos das "profecias" de Chico Xavier, e que fornecem um doloroso presságio das intenções totalitárias e imperialistas da "doutrina de amor e luz" que ainda comove muita gente.

Verificando todos os discursos do livro atribuído a Humberto de Campos (mas que não é de autoria dele; Humberto NUNCA colaborou com Chico Xavier), a "reunião" sonhada por Chico e descrita no livro Não Será em 2012 (Geraldo Lemos Neto e Marlene Nobre) e no documentário Data Limite, Segundo Chico Xavier (Fábio Medeiros) e nas palestras de Divaldo Franco, constatamos o seguinte:

1) A intenção dos "espíritos benfeitores" é recuperar a supremacia do antigo Catolicismo medieval, redivivo nos ideais preservados pelo "movimento espírita" brasileiro, transformando o Brasil numa pátria com poder centralizado, num novo Império a escravizar outros povos e a exercer supremacia geopolítica, doutrinária e religiosa no planeta.

2) A "destruição do Velho Mundo" anunciada por Chico Xavier, independente de ser ou não uma metáfora, seria uma maneira de advertir o resto da humanidade para a supremacia futura da nação neo-católica brasileira, através da "elevação" do Brasil em "Pátria do Evangelho".

3) As expressões "Coração do Mundo" e "Pátria do Evangelho", que descem nos corações de muita gente feito um caldo de mel descendo pelo organismo, na verdade são eufemismos para um novo império católico e medieval a ser recuperado em solo brasileiro séculos após o fim do Império Romano.

Junte-se isso às "profecias" do livro de Jean-Baptiste Roustaing, Os Quatro Evangelhos - três volumes originais e quatro da edição brasileira da FEB - , que previam a "reunião" de diversos movimentos religiosos em prol de uma religião única, o Catolicismo redivivo pelo "espiritismo", e o anúncio de Chico Xavier sobre a reencarnação de Emmanuel, teremos outras constatações.

Vale aqui explicar sobre os rumores de que Emmanuel seria hoje, adolescente, um futuro educador a ser talvez presidente do Brasil em 2045. A julgar pelo que especulam "espíritas" nos últimos meses, é que ele poderá ser, nas intenções dos "espíritos benfeitores" que cercaram Chico Xavier em vida (Emmanuel incluído), ele seria o primeiro chefe do novo Império Romano a se fazer no Brasil.

Emmanuel não viveu o tempo de Jesus, fato comprovado com as grandes omissões e erros históricos que o historiador da UFRJ, Lair Amaro, identificou em vários livros ditados pelo espírito. Mas, com certeza, Emmanuel viveu um período do Império Romano na Idade Média, e podemos inferir que ele teria sido um colaborador da "Santa Igreja" numa encarnação desse período.

Daí ele ter se aproveitado de um texto apócrifo, a "epístola Lentuli", descartado pelos católicos ortodoxos, que foi publicado por volta do século XIII da nossa era, e depois republicado, com alterações, no século seguinte. Seria um roteiro para a imaginação de Emmanuel, fértil mas cheia de falhas, construir a sua fantasia de "senador romano" trazida a público a partir dos anos 1940.

O "Ermano Manuel" das atividades jesuítas estava duplamente indignado, na "pátria espiritual", tanto com a decadência do Catolicismo medieval quanto com o fim das atividades da Companhia de Jesus no Brasil, para cortar os gastos da coroa portuguesa, que no século XVIII investia na recuperação de Portugal, violentamente arrasado por um terremoto em 1755.

O "movimento espírita" brasileiro seria, então, uma seita destinada a renovar, aos poucos, a supremacia do Catolicismo medieval, não mais sob a roupagem da Igreja Católica, que passou por sucessivas reformulações ideológicas, criando até mesmo uma facção esquerdista, a Teologia da Libertação, a partir da reunião do Concílio II do Vaticano, realizado em 1962.

A nova roupagem seria a Doutrina Espírita, apropriada das ideias de Allan Kardec e primeiramente influenciadas pelas primeiras deturpações de Roustaing. Diante de escândalos causados por Os Quatro Evangelhos, com base no relançamento de teses do Docetismo (facção católica que acreditava que Jesus não era humano), o "movimento espírita" teve que recuar.

Dessa forma, o "espiritismo" brasileiro teve que mudar seu discurso, fingindo "fidelidade total a Allan Kardec", enquanto guarda no seu âmago um meio de fazer rearticular e reciclar princípios católicos, descartando a anterior defesa radical de Roustaing e diluindo-a, aos poucos, através do carisma preservado de Chico Xavier e Divaldo Franco.

Os dois valem mais como um único Roustaing, por serem brasileiros e por contarem ainda com elevado carisma e reputação entre seus adeptos e setores leigos da sociedade. Deixa-se de ser necessário a defesa intransigente a um advogado francês, sobretudo depois que algumas de suas ideias causaram violentas polêmicas nos meios "espíritas".

Daí que as ideias de Roustaing, revistas e adaptadas, correm soltas através de Chico e Divaldo que fingem "fidelidade total a Kardec" (Chico, falecido há 12 anos, continua influente). E os dois preveem e defendem o surgimento de um "novo Império Romano", a ser lançado no Brasil, e na supremacia do neo-Catolicismo que está por trás do "espiritismo" brasileiro.

Daí as supostas "profecias" da queda do Velho Mundo, juntamente com a ascensão do Brasil a potência absoluta do mundo. Daí o sensacionalismo em torno das "previsões" de Chico Xavier para alimentar o crescimento do Espiritolicismo.

Daí as palavras "dóceis" de "Coração do Mundo" e "Pátria do Evangelho" para esconder o verdadeiro objetivo: dominar os demais povos com uma nova forma de império, um "Império Romano" reconstruído em terras brasileiras com a atualização aos novos tempos do Catolicismo medieval pelo "espiritismo".

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