terça-feira, 7 de outubro de 2014

Allan Kardec reprovava o abuso das publicações "mediúnicas"

MUITO LIXO É PRODUZIDO EM NOME DO "ESPIRITISMO"...

O desprezo à essência original das lições de Allan Kardec, em prol de meias-verdades e mentiras produzidas pelo "movimento espírita" brasileiro, faz com que tudo que é publicado supostamente em nome dos "espíritos benfeitores" corrompa a boa-fé das pessoas e deturpe os conhecimentos e conceitos em torno da vida espiritual.

Muitos e muitos livros são publicados, quase sempre com conteúdo "água com açúcar" que, em nível de produção e expressão de conhecimento, soam maçantes e tediosos, apenas "palatáveis" por conta de seu sentimentalismo piegas e pegajoso.

Mas por que eles são "palatáveis" se eles são tediosos? Simples. Veja o caso do livro Getúlio Vargas em Dois Mundos, que a falecida anti-médium Wanda A. Canutti botou na conta do escritor português Eça de Queiroz.

O livro é cheio de "lindas mensagens fraternais", sendo obras de cabeceira para serem lidas por "espíritas" de primeira e errante viagem. Mas, além de não ter a narrativa caraterística do autor de O Primo Basílio, não tem a movimentação de enredo caraterística dos grandes escritores do século XIX.

O tal livro "sobre Getúlio Vargas" é uma narrativa pachorrenta sobre colônias espirituais e que perde muito tempo fazendo panfletarismo religioso barato, tendo mais a ver como uma imitação barata de Nosso Lar do que de um suposto novo clássico de Eça de Queiroz. E o título é apenas um entre milhares que poluem o mercado espírita e representam sério desperdício de papel.

Pois Allan Kardec reprovava esse desperdício, todo esse lero-lero místico-religioso e moralista, e ele mesmo, com sua habitual forma educada de advertir às pessoas, havia comentado que Os Quatro Evangelhos, de Jean-Baptiste Roustaing, poderia ter se reduzido a dois volumes em vez de três para ter um "salto em popularidade".

Kardec não aprovava o desperdício de mensagens "espirituais", tanto que rejeitou várias mensagens que ele havia colhido dos diversos médiuns que ele havia consultado em lugares diferentes e sem relação entre si. Cordialmente, ele até admitiu a validade de suas mensagens morais, já que eram outros tempos, mas mesmo assim só admitiu que, de 3600 mensagens, só 100 eram totalmente válidas.

Essa declaração foi dada em maio de 1863, na Revista Espírita, sob o título Exame das Comunicações Mediúnicas que nos são Enviadas, portanto, muito antes das bagunças, fraudes e deturpações que são feitas, sobretudo no Brasil, sob o nome de "doutrina espírita". Daí os comentários gentis mas questionadores que o professor lionês divulgou no seu periódico:

"Aplicando esses princípios de ecletismo às comunicações que nos enviaram diremos que em 3600 há mais de 3000 que são de uma moralidade irreprochável, e excelentes como fundo; mas que desse número não há 300 para publicidade, e apenas 100 de um mérito inconteste. Essas comunicações vieram de muitos pontos diferentes.

Inferimos que a proporção deve ser mais ou menos geral. Por aí pode julgar-se a necessidade de não publicar inconsideradamente tudo quanto vem dos Espíritos, se quiser atingir o objetivo a que nos propomos, tanto do ponto de vista material quanto do efeito moral e da opinião que os indiferentes possam fazer do Espiritismo".

O que há de pior, no "movimento espírita" brasileiro, é que, além da possibilidade desse abuso, há também aquelas obras que se dizem psicografadas e que só vem da imaginação fértil de supostos médiuns. E o mais grave: essa prática fraudulenta foi feita por figuras "íntegras" como Divaldo Franco e Chico Xavier.

Não bastasse a falta de verificação corrente das mensagens espirituais, há também a falsidade ideológica, de pretensos médiuns usando os nomes de falecidos ilustres ou de pessoas comuns e muito queridas de seus familiares e amigos para fazer propaganda religiosa, enganando as pessoas e se autopromovendo de seus sofrimentos.

E haja livros que falam de moralismo familiar ou de como é "maravilhoso" suportar duros sofrimentos na vida. Livros que nada falam da verdadeira natureza do espírito, que apenas transitam entre o proselitismo religioso e o pedantismo pseudo-científico.

Em sua quase totalidade, incluindo os livros do "inquestionável" Chico Xavier, as publicações ditas "espíritas" seriam todas reprovadas pelos critérios originais do Controle Universal do Ensino dos Espíritos. Iria tudo para o lixo, sem aproveitamento para a humanidade, devido à sua nula contribuição para a Doutrina Espírita.

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