segunda-feira, 17 de março de 2014

Estranhezas da "aparição" de Bezerra de Menezes




É muito estranha a "aparição" do espírito Bezerra de Menezes. Será que ele tem que ser necessariamente frágil, com uma voz trêmula, sofrida, como alguém que está no leito de morte? Como, se ele, liberto do corpo físico, estaria, neste caso, liberto de suas fragilidades físicas?

Tudo indica que existe um padrão adotado pelo Espiritolicismo das encenações da suposta aparição do antigo presidente da FEB, erroneamente definido como o "Kardec brasileiro", até pela preferência que o dr. Adolfo Bezerra de Menezes deu a Jean-Baptiste Roustaing, que veio a ser desafeto e violento deturpador das lições lançadas por Allan Kardec.

Neste padrão, o "espírito" se manifesta como o de um velho com dificuldades de locomoção, com a coluna relativamente curva e um jeito muito frágil. A voz, rouca e trêmula, mais parece a de um Papai Noel em um grave estágio de pneumonia.

As palavras são quase inaudíveis, ditas como se o falante estivesse quase soprando ao falar para que as palavras não saiam da boca claramente pronunciadas. O ritmo das palavras é paternal, como a de um avô agonizante, que pronuncia as frases em tom choroso, como se fizesse alguma súplica a alguém, e até faz, através das tais "palavras de amor".

Deveria haver até um curso de como falar como o suposto Bezerra de Menezes, com todos os trejeitos, toda a retórica e todo o método de movimentos corporais e uso da voz para que os candidatos possam convencer e comover as plateias. Basta usar a voz do urso Zé Colmeia e adotar um tom mais frágil, dramático e trêmulo de falar e agir.

ESPÍRITO SUPERIOR QUANDO MORRE NÃO SE SENTE FRÁGIL

É impossível que o espírito de Bezerra de Menezes se manifeste de um jeito frágil, por diversos motivos. Para facilitar sua análise, vamos analisar aqui a tese de que Bezerra é um espírito superior e tenha se manifestado realmente como espírito, através de médiuns como José Medrado e Divaldo Franco.

A contradição se relaciona à suposta fragilidade de Bezerra. Se o Dr. Bezerra de Menezes é considerado espírito superior, de elevação suficiente para superar seus instintos e impressões materiais, por que ele se manifesta como alguém que ainda sofre a fragilidade do corpo envelhecido, mesmo com mais de cem anos de ruptura desses vínculos materiais?

Um espírito como Bezerra se manifestaria como se fosse o antigo deputado ainda dotado de força física e vigor que se refletia no parlamentar preparado a discursar alto e com firmeza. De acordo com a tese de sua aparição espiritual, ele nunca iria aparecer frágil e trêmulo, porque o nível evolutivo atribuído a ele dispensa tais impressões materiais, que teriam sido superadas.

Um espírito superior já tem como superadas as impressões da fragilidade da matéria. Mesmo dotado da mais amorosa humildade, isso não significa que ele deva aparecer, nas mensagens espirituais, com o jeito frágil de suas últimas horas de velhice e enfermidade. Pelo contrário, ele voltaria a ter o mesmo desempenho vigoroso de seus tempos joviais, mesmo que tenha falecido com 90 ou 100 anos.

Por isso é muito estranho que Bezerra, tido como "espírito de luz", apareça tão doente e debilitado na sua forma espiritual, mesmo mais de 100 anos após seu falecimento. Que espírito superior é esse que, com mais um século de falecimento, ainda guarda para si as dolorosas impressões da velhice enferma e agonizante?

Daí as duas hipóteses prováveis. Primeiro, Bezerra de Menezes não é espírito superior. Segundo, suas aparições espirituais são duvidosas, por conta de algum espírito zombeteiro e imitador ou talvez por algum modelo de imitação feito por espíritos daqui, como o fazem José Medrado e Divaldo Franco no seu teatrinho para comover as pessoas.

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