terça-feira, 4 de março de 2014

Como o Espiritolicismo se serve aos espíritos inferiores


O "espiritismo" brasileiro não é uma doutrina superior. Ele falhou na sua pretensão de ser a última palavra em espiritualidade e combinação entre fé e ciência, mais parecendo uma reciclagem do catolicismo medieval (que havia sido abandonado pelo Catolicismo contemporâneo) com clichês espiritualistas e terapêuticos.

A doutrina acaba atraindo a ação de espíritos inferiores, que se confortam até mesmo com as musiquinhas "elevadas" dos centros espíritas, e pelas deturpações nada honestas que o Espiritolicismo fez da doutrina originalmente lançada por Allan Kardec.

E como é que o Espiritolicismo se serve aos espíritos inferiores e de que forma eles exercem sua influência nesse "espiritismo" tão carregado de restos deixados de lado pelo Catolicismo?

Ora, os espíritos inferiores determinam o "horizonte ideológico" do "espiritismo" brasileiro. Em tese, a religião difundida a partir dos conceitos traçados pela FEB se dedica a assistir espíritos sofredores, mas acaba pautando sua ideologia não pela busca de qualidade de vida.

Assim, a doutrina "nivela" por baixo as coisas. Privilegia os medíocres e até mesmo os de caráter considerado mau, rogando-lhes "sorte" a pretexto de "aprendizado". Desta forma, por exemplo, homicidas são "amenizados" por serem considerados "agentes de reajustes espirituais", como se eles fossem "capangas de Deus".

Em contrapartida, a religião "espírita" brasileira torna-se severa e até punitiva para espíritos dotados de alguma evolução. Espíritos diferenciados que entram em contato com o Espiritolicismo tendem a enfrentar obstáculos mais pesados em suas vidas, sendo obrigados a nivelar seus projetos de vida por baixo, praticamente abrindo mão de suas vontades em prol de situações "desafiadoras".

Dessa forma, o Espiritolicismo que, em tese, assiste aos espíritos inferiores na tentativa de socorrê-los e fazê-los evoluir, acaba se tornando servo desses mesmos espíritos, que veem a ideia de socorro espiritual sob uma ótima materialista, própria de seu nível de evolução.

É como os miseráveis que, de "assistidos" passam a ser uma espécie de "demanda VIP" dentro de seu contexto. A assistência passa a fazê-los exigir vantagens maiores, privilégios. Desse modo, quem se dá bem no Espiritolicismo é sempre aquele que identifica com suas ideias piegas, conservadoras e que não trazem transformações profundas para a sociedade.

Daí a estranha ênfase na "reforma íntima". Não que fosse desnecessária a reforma moral pessoal de cada indivíduo, mas da forma como o Espiritolicismo a prega sugere que é inútil transformar a sociedade, apenas se deve "transformar o indivíduo" para que ele aceite as "imposições da vida" com "resignação e perseverança". Perseverança na aceitação e na subjugação, vale lembrar.

Daí a tirania dos espíritos inferiores, que, em muitos casos, se serviram até em rituais de "desobsessão", fazendo todo o teatrinho mediúnico de almas "perversas" que se diziam "arrependidas".

Por isso o Espiritolicismo contribuiu muito pouco para a melhoria de nossa sociedade. Só criou pessoas submissas e sonhadoras com a "salvação" que nem sabem o que é nem como se dará. Tudo vira uma questão de conformismo e aceitação, e as pessoas através dessa doutrina se tornam apenas docilmente conservadoras, adiando para não se sabe quando o verdadeiro crescimento espiritual.

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