segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Por que os "centros espíritas" carregam energias pesadas?

CENTRO ESPÍRITA PAULO E ESTEVÃO, EM SALVADOR - EXEMPLO DE DESAVENÇAS E VAIDADES.

Por que os chamados "centros espíritas", que poderiam ser ambientes dedicados ao "amor e à fraternidade", acabam se tornando ambientes "pesados", nos quais um tratamento espiritual ou uma frequência doutrinária podem significar a infelicidade de uma pessoa?

O conjunto do que é a forma de "espiritismo" implantada no Brasil explica essas energias negativas. O próprio Espiritolicismo, o "espiritismo" lançado pela FEB e que serviu de modelo até para dissidências (como a Conscienciologia de Waldo Vieira e a "mediunidade independente" da família Gasparetto) já oferece as condições para os "centros" serem antros de más vibrações energéticas.

O "espiritismo" brasileiro se baseou na aceitação parcial e seletiva dos conceitos de Allan Kardec sobre a realidade espírita. Muitos desses conceitos foram intermediados pela primeira grande deturpação feita já na França, através de Jean-Baptiste Roustaing.

No entanto, houve também uma adaptação em que aspectos retrógrados do Catolicismo, que no século XIX ainda sofriam, no Brasil imperial, a influência do Catolicismo medieval português, implantado aqui através das atividades da Companhia de Jesus, encontraram na Doutrina Espírita um pretexto para se reciclarem.

Se figuras como Bezerra de Menezes, Chico Xavier e Divaldo Franco, só para citar os astros terrenos do "espiritismo à brasileira" em toda sua História, apresentam uma acentuada carga católico-medieval em suas ideias, apenas extraídos os elementos punitivos mais explícitos do Catolicismo da Idade Média, os "centros" não poderiam ser diferentes.

Em primeiro lugar, o "espiritismo" brasileiro é uma religião de classe média alta, com todos os princípios moralistas e paternalistas que tais elites carregam, respaldando interesses oligárquicos e valores claramente conservadores. Isso influi muito no modelo de doutrina que querem, nem sempre promovendo a Justiça Social, antes preferindo pequenas mudanças de valores e procedimentos.

O "espiritismo" que, em tese, se autoproclama a vanguarda da espiritualidade filosófica, pouco tem de filosofia e mais possui de moralismo religioso. Com todos os vícios e paixões trazidos pelas ideologias ultraconservadoras, os "centros" acabam se tornando feudos aristocráticos e redutos de vaidades e disputas de interesses que não raro criam dissidências.

EFEITOS DANOSOS

Isso contribui para que os tratamentos espirituais, que se efetuam como arremedos de terapias hospitalares e pregam até mesmo disciplina alimentar e preparo psicológico antecipado, gerassem, em vez de efeitos benéficos e progressos pessoais, uma "maré de azar" para seus pacientes.

Isso é terrível. O coitado já faz sua parte, não raro pagando transporte caro, se dedicando duas horas para ouvir palestras maçantes, dedica uma semana para se preparar para o tratamento - para o qual marcou depois de tanta espera para solicitá-lo ao auxiliador fraterno do "centro" - , fazendo todos os procedimentos exigidos, além de se manter ouvindo doutrinárias com a maior boa vontade.

O coitado faz sua parte, se dedica, enche-se de vibrações amorosas, chega a ser fã de figurões conhecidos - como Joana de Angelis e Emmanuel - , lê seus livros, acredita que tudo aquilo é energia de "amor e luz" e, de repente, o que poderia lhe trazer sorte na vida, traz uma onda de azar.

É a idosa que se cura de uma doença grave, mas tem sua filha mais querida morta num acidente de moto. É o bom pai de família que ganha na loteria mas tem sua casa assaltada por ladrões furiosos. É o rapagão desempregado que, numa polêmica sem muita importância na Internet, acaba atraindo um inimigo mortal que lhe faz ameaças e ronda a cidade onde mora etc.

Não se pode dizer que efeitos danosos como esses são "consequências naturais" do sucesso do tratamento. Não existe isso. Se, por exemplo, num tratamento de quimioterapia para doentes de câncer, o tumor se agrava, admite-se que o tratamento falhou, e não porque o efeito danoso é uma "etapa natural" do sucesso do tratamento. Tanto que, se a falha é grave, o doente falece.

As vibrações danosas não são etapas "incômodas" de um tratamento bem sucedido. Se elas ocorrem, é porque o tratamento espiritual falhou. E, por conta do próprio "espiritismo" brasileiro, que adota procedimentos nem sempre confiáveis, que se apoia na mentira, na fraude, no moralismo severo, na hipocrisia e na demagogia em palavras dóceis, o fracasso é de responsabilidade desses "centros".

Se os dirigentes dos "centros" reclamam que os tratamentos espirituais recebem "reações incômodas" de "irmãozinhos sofredores" que não querem o progresso do paciente, o que podemos explicar é que esses dirigentes em parte são culpados, sim, porque é inerente, no "espiritismo" brasileiro, essa falta de firmeza moral por conta de uma série de dissimulações e intrigas próprias dessa doutrina.

HERANÇA NEGATIVA DOS JESUÍTAS

Em muitos casos, os "irmãozinhos sofredores" acabam sendo os "atores" do teatrinho de desobsessão, tornam-se cúmplices dos jesuítas do além que comandam espiritualmente os "centros". Os próprios espíritos de padres, madres, irmãos, irmãs, freis etc são carregados dos defeitos e malefícios históricos trazidos pelos jesuítas durante o Brasil colonial.

Os jesuítas eram machistas, racistas, escravocratas, autoritários, violentos, belicosos e tinham uma disciplina militarista de fazer as Forças Armadas ficarem de queixo caído. Os jesuítas foram os primeiros latifundiários do país, juntamente com os bandeirantes, e ambos competiam no extermínio e na captura para o trabalho escravo de índios e negros.

Eles não se livrariam prontamente de seus aspectos sombrios. Teriam apenas que reduzir seus métodos punitivos. O "espiritismo" brasileiro não defende que hereges sejam queimados em praça pública, tendo mudado o método de abordagem de outras crenças, preferindo a cooptação do que a repressão. Mesmo assim, mantém muito de seus julgamentos severamente moralistas.

Por isso, os "centros", seguidores de todo o repertório ideológico do "espiritismo" brasileiro, tornam-se redutos de energias bastante pesadas. Não por acaso, eles se localizam em lugares perigosos, como se observam nas instalações de alguns "centros" de Salvador, reduto de Divaldo Franco e José Medrado.

CENTRO ESPÍRITA CAVALEIRO DA LUZ - Localizado no bairro de Pituaçu, numa área sombria da orla marítima. Enquanto ocorrem doutrinárias na chamada "Cidade da Luz", perigosos assaltantes fazem plantão no ponto de ônibus próximo, sem iluminação e com acesso ermo e vazio.

CENTRO ESPÍRITA CAVALEIRO DA LUZ, UNIDADE URUGUAI - O chamado "núcleo assistencial" se localiza no Uruguai, bairro da parte mais perigosa da Península de Itapagipe, onde ocorrem tiroteios a partir de 22 horas, quando os frequentadores do "núcleo" ainda estão no ponto de ônibus para pegar o transporte de volta para casa, numa espera demorada.

CENTRO ESPÍRITA PAULO E ESTEVÃO - Mesmo frequentado por pessoas mais abastadas, o "centro" situa-se próximo ao Nordeste de Amaralina e numa área perigosa da Rua Manoel Dias da Silva, onde ocorrem roubos de carros e ação de pivetes, muitas vezes em grupos.

Há vários outros casos, de "centros" localizados em áreas ermas, lugares perigosos etc. Um "centro" é localizado na Boca do Rio, em frente a uma área do antigo Aeroclube onde ocorreram até estupros e homicídios não só à noite, mas nas tardes de feriados ou mesmo de dias úteis.

Aí os dirigentes "espíritas" vão dizer que essas localizações são "estratégicas" para permitir os trabalhos assistenciais e filantrópicos dessas instituições. Em tese, tudo bem, essa alegação parece ter um sentido verossímil.

Mas, por conta da natureza de sua doutrina, essas instituições não conseguem exercer um trabalho transformador com firmeza e, como efeito inverso, acabam mesmo sendo contaminadas pelas energias pesadas que fazem com que os "centros" tornem-se verdadeiros umbrais.

É a lógica dos manicômios mal-administrados, que se tornam mais vulneráveis à revolta ou mesmo à tirania de pacientes internos, de psicopatas que, de assistidos, passam a governar com mãos de ferro tais ambientes, fazendo exigências severas e até ameaças.

Por isso os ambientes que poderiam oferecer ajuda e amparo tornam-se vulneráeis, inseguros e até mesmo bastante perigosos. Daí o azar que muitas doutrinárias - várias delas maçantes e pouco espontâneas - e tratamentos espirituais trazem para seus assistidos.

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