terça-feira, 6 de maio de 2014

Tragédia de Brittany Murphy parece drama espiritólico

BRITTANY MURPHY EM CENA DE AMOR E OUTROS DESASTRES, DE 2006.

Há cerca de um mês, foi lançado nos cinemas o derradeiro trabalho da atriz norte-americana Brittany Murphy, falecida em 20 de dezembro de 2009, o filme de suspense Something Wicked, cuja produção só pôde ser concluída este ano.

A repentina tragédia da atriz, que apenas tinha 32 anos de idade na ocasião, soa como um desses dramas espiritólicos que alimentam ao mesmo tempo crenças moralistas e tragédias espetacularizadas marcadas por intrigas, sofrimentos e mortes e que fazem muitos romances ditos "espíritas" venderem como água.

Foi como um pesadelo que começou e teve seu auge parecendo um sonho bom e maravilhoso. Brittany nem era para ter sofrido tamanha tragédia, já que ela tinha um talento peculiar e estava até se ascendendo na carreira e na vida pessoal, até que aos poucos a vida trouxe desagradáveis surpresas que culminaram na reação da atriz que, deprimida, sucumbiu a uma dose excessiva de medicamentos.

A atriz estava em processo de ascensão, tanto em popularidade quanto em destaque na mídia, por volta de 2002. Antiga estrela mirim da Disney, para a qual fez o seriado The Torkelsons / Almost Home, Brittany teve seu primeiro destaque como a nerd Tai no filme As Patricinhas de Beverly Hills (Clueless), de 1995. Antes ela fez participações nos seriados Parker Lewis (Parker Lewis Can't Lose) e O Quinteto (Party Of Five).

O auge da carreira se deu entre 2002 e 2006, quando ela fez vários filmes, de comédias românticas a filme de ação e suspense baseado em história em quadrinhos, o Sin City. Trabalhou com astros em evidência como Ashton Kutcher, Dakota Fanning, Drew Barrymore e Eminem, e com veteranos como Robin Williams e Michael Douglas. Também foi uma excelente cantora e dubladora de animação.

De repente, em 2006, após fazer filmes como Amor e Outros Desastres (Love and Other Disasters) e A Garota Morta (The Dead Girl), Brittany teve mudanças aparentemente positivas, comprando uma mansão em Hollywood Hills e se casando com o roteirista e aspirante a cineasta inglês Simon Monjack.

No entanto, é como em muitos casos que se vê nos dramas espiritólicos, ou mesmo em algumas pessoas que seguem o dito "espiritismo" deturpado no Brasil - que, infelizmente, possui seguidores e representantes no exterior, até mesmo na França - , em que certos benefícios ou privilégios aparentes são todavia panos de fundo para situações dramáticas e até de efeitos trágicos.

Visando crescer de vida e de profissão como moradora de um bairro nobre de Los Angeles e casada com um produtor inglês com intenções de promissora carreira em Hollywood, Brittany no entanto viu sua carreira encontrar obstáculos, fazendo com que a atriz só conseguisse trabalhar em filmes modestos e reduzisse sua presença em sítios de celebridades.

Para piorar, Simon já vinha com um histórico suspeito de acusação de ter passado cheques sem fundo a alguém na Inglaterra, além dele ter passado por um problemático casamento com uma jornalista daquele país. E, mais tarde, o produtor teria traído Brittany mantendo contatos secretos com duas ex-namoradas e os respectivos filhos que ele teve com cada namorada.

Mais grave ainda é que havia rumores de que Simon teria se casado com Brittany visando a fortuna dela e usando o casamento como trampolim para ele ingressar em Hollywood. A traição conjugal de Simon, que escondeu de Brittany os contatos com as ex-namoradas, teria se agravado porque ele, segundo rumores, teria assediado a mãe da atriz, Sharon Murphy.

Brittany já estava se empenhando em trabalhos modestos, para sair do estigma de atriz de comédias românticas. Ela chegou a produzir um filme, e entre 2008 e 2009 emendava um filme atrás do outro, a maioria de suspense. E o uso de remédios sob prescrição médica, devido a um problema cardíaco, ainda gerou um mal-entendido que havia deprimido seriamente a atriz.

Entusiasmada por ter participado de Happy Feet, longa de animação co-produzido pelos EUA e pela Austrália, Brittany estava na expectativa de participar de Happy Feet 2 (lançado em 2011). Mas, na escolha de elenco feita em 2009, ela foi vetada porque os executivos da Warner pensavam que ela era "viciada em drogas" e ainda a esnobaram dizendo que ela aceita qualquer filme por dinheiro, sabendo que ela estava envolvida em várias produções.

Isso deprimiu seriamente a atriz e cantora - ela gravou duas covers na trilha do primeiro Happy Feet - , que foi trocada pela cantora Pink, que não tem a mesma graciosidade de Brittany, que se entristeceu ainda mais depois da recepção calorosa dos fãs numa das últimas aparições da atriz, na divulgação de Happy Feet na Austrália, em 10 de dezembro de 2009.

Brittany estava alegre na ocasião, embora bem mais melancólica no semblante, se compararmos com sua euforia três anos atrás, quando lançava o mesmo filme de animação em Los Angeles. Querida e amada pelos fãs e pelos colegas de elenco, Brittany ficou muito triste por ter sido cortada da nova produção, na qual dublava a pinguim Gloria (que Pink dublou no segundo filme).

Juntando a depressão por causa da interpretação ao mesmo tempo esnobe e preconceituosa dos executivos da Warner e a traição cometida pelo marido Simon Monjack, Brittany, deprimida, ingeriu uma dose excessiva de remédios que provocou pneumonia, anemia e parada cardíaca, no domingo que antecedeu o inverno norte-americano de 2009.

MALDIÇÃO?

O Espiritolicismo costuma trazer energias que geram dificuldades extremas para as pessoas. Não por acaso há gente que perde entes queridos ou sofre infortúnios por causa do envolvimento com a "doutrina do amor e da caridade", que, marcada por fraudes e pela proposital traição às ideias originais de Allan Kardec, atrai energias não muito positivas para si.

Embora se deva entender como aparentes coincidências, nota-se que o anti-médium Divaldo Franco, na época em que Amor e Outros Desastres estava em pós-produção, fazia uma turnê pela Europa para deturpar a doutrina de Kardec com a habitual verborragia do palestrante baiano, também conhecido pela acusação de plagiar livros e de fazer falsete dizendo-se ser Bezerra de Menezes.

Por volta de junho e julho de 2006, Divaldo havia feito palestras na França e na Inglaterra, justamente os dois países de produção do filme em questão. Apesar de Brittany ter sido nascida nos EUA, o país não participou da produção de Amor e Outros Desastres.

Um ponto a considerar é que o co-produtor de Amor e Outros Desastres, o cineasta francês Luc Besson, havia feito um filme chamado O Quinto Elemento, de temática espiritualista. Estrelado por Bruce Willis - que como Brittany esteve em Sin City - , o filme foi muito paparicado pelos meios espiritólicos e é possível que tenha sido mencionado nas palestras de Divaldo.

Não se sabe que maldição, que energia espiritólica foi transmitida a Brittany Murphy e por quem. O que sabemos é que a espiritualidade sombria do "espiritismo" brasileiro é capaz de criar energias que influam em obstáculos difíceis e até surreais nas vidas das pessoas.

Tudo corria bem com Brittany até ocorrerem esses fatos terríveis. Se em 2006 os títulos Amor e Outros Desastres e A Garota Morta (sim, ela fez o papel-título) eram coisa de cinema, três anos depois ela encontraria sua tragédia depois de conhecer o desastre de sua vida amorosa.

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