quarta-feira, 6 de julho de 2016

Delinquentes e fascistas da Internet mudam de estratégia


"Xiii... La vem aquele chato!", "Ih, é aquele cara com a mesma conversa!", "Nossa, Fulano está de volta para nos azucrinar!". Os delinquentes e fascistas digitais, vendo a má repercussão das humilhações que eles faziam contra quem discordasse do "estabelecido", agora tentam uma nova estratégia.

Querendo evitar escândalos de cyberbullying, eles agora adotam um discurso sutil feito para enganar as pessoas. A ideia é que os fascistas e desordeiros das redes sociais se passem por "gente normal", enquanto atribuem ao discordante da ocasião uma má reputação, como se o desordeiro digital fosse este e não aqueles.

É o que se nota no Facebook e outros fóruns da Internet. Uma espécie de humilhação pelo avesso. Gente desordeira e encrenqueira agora acusa o discordante e ser "desordeiro e encrenqueiro", como se fosse transferir para outrem os defeitos que as próprias pessoas têm.

Isso é grave porque acaba forjando uma blindagem dos antigos humilhadores. Agora eles não partem para blogues ofensivos, ataques em série, nem em "visitas" na cidade onde vive o desafeto para, pelo menos, intimidá-lo.

Agora a ideia é fazer uma "guerra-fria". Quem defende coisas e ideias de valor duvidoso mas que correspondem ao que pessoas dotadas de muito status - de tecnocratas a famosos, passando por empresários e políticos - decidem ou divulgam, é agora considerado "normal". "Normal" é aquele que por exemplo, cultua as "mulheres-frutas" como o "símbolo maior da mulher brasileira".

Se a pessoa discordar desses valores "estabelecidos", ela não recebe mais aqueles ataques em série, aquelas simulações de chats combinadas por um grupo organizado fazendo ofensas e ameaças. Isso repercutiu tão mal em casos famosos que os desordeiros da Internet resolveram mudar para evitar serem denunciados pela polícia.

Com isso, cria-se um discurso que tenta isolar o discordante. Mensagens combinadas que podem seguir um modelo que exemplificaremos abaixo, ou pode adotar alguma diferença de acordo com o contexto:

DISCORDANTE - Esse modismo não tem o menor sentido. Aquilo não tem pé nem cabeça e acho que isso não vai acrescentar coisa alguma na vida das pessoas. É uma coisa inútil que transforma a pessoa num grande imbecil.

RESPOSTA 1 - Xiii... Lá vem o Discordante com aquele papo.
RESPOSTA 2 - Muito chato, mesmo.
RESPOSTA 3 - KKKKKKKKKKKKK
RESPOSTA 4 - Alguém sabe me dizer em que planeta ele vive?
RESPOSTA 1 - Com certeza, muito chato. Chato de galocha.
RESPOSTA 5 - Até entendo que o modismo não é aquela maravilha, mas dizer que ele não tem valor é um exagero.
RESPOSTA 6 - Deixa as pessoas aderirem ao modismo.

Isso mostra o quanto os desordeiros digitais, muitas vezes, são "cães de guarda" do establishment, mas agora estão mais adestrados. Sabendo que as velhas humilhações podem levar qualquer um para a cadeia, eles tentam maneirar.

Mas eles continuam cruéis neste contexto e a ideia agora é depreciar sutilmente o discordante pelo "isolamento": o discordante agora é que é visto como "anormal", diante da "normalidade" dos desordeiros digitais, que não sabem, no entanto, a ilusão em que vivem.

Fora das redes sociais, intelectuais e jornalistas conceituados começam a questionar o fenômeno dos "midiotas" e dos "fascistas digitais", pessoas dotadas de visões de fora da realidade mas que as defendem por elas fizerem parte do establishment consagrado pela mídia comercial e pelo mercado, baseado em relações de status quo que atribui superioridade a quem decide tudo isso.

Isso quer dizer que a reputação dos "midiotas" e dos "fascistas digitais" - os primeiros apenas "zoam", os segundos já têm uma convicção mais autoritária - não irá melhorar quando eles se passarem pelos "normais da Internet".

Pelo contrário, a nova atitude tem o mesmo objetivo de humilhar, só que bem mais implícito, e os interesses de defender o "estabelecido" são os mesmos. Apenas existe uma dissimulação, para evitar que os desordeiros sejam denunciados e presos.

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