terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Por que a Globo é responsável pela popularidade do "espiritismo"?

FAMÍLIA MARINHO, DAS ORGANIZAÇÕES GLOBO: OS VERDADEIROS BENFEITORES DE CHICO XAVIER.

Muita gente não sabe, mas muitas crenças, hábitos e atitudes que são tomadas pelo público médio no Brasil, mesmo as convicções que tentam todo tipo de justificativas e argumentos para encontrarem validade, ocorrem por influència do poder das Organizações Globo, em especial a Rede Globo de Televisão.

As gírias "balada" e "galera", os sucessos musicais radiofônicos, o discurso "ativista" do "funk carioca", os vestuários influenciados pelas novelas, o fanatismo pelo futebol, o anti-petismo, tudo isso se torna popular porque a Rede Globo decidiu. Inútil dizer odiar Luciano Huck, Fausto Silva, William Bonner e Galvão Bueno se eles influenciam seus "detratores" até na forma de vestir, falar e comer.

O poder da Rede Globo se entranhou de tal forma no inconsciente coletivo das pessoas que elas deixam de perceber isso. O hipnotismo tem sua eficiência plena quando o hipnotizado se esquece de tal manipulação. Quando o manipulado tem a falsa impressão de que só age por conta própria, sem saber que seu manipulador o decidiu fazer, pensar e agir de tal forma, a hipnose deu certo.

Daí haver o grande problema. Pessoas que se julgam esclarecidas, mas são desinformadas. Pessoas que se julgam modernas, mas são antiquadas. Pessoas que se julgam "diferentes", mas se apegam à mesmice. Pessoas que fazem tudo para parecerem avançadas na forma, mas são atrasadas no conteúdo.

No "espiritismo", então, as pessoas deveriam se surpreender consigo mesmas da forma com que foram manipuladas sem ter qualquer tipo de consciência disso. O "Boa Noite Cinderela" midiático, que quase sempre pega as pessoas desprevenidas, tem nos "espíritas" suas vítimas ainda mais fáceis.

Daí que foi um sucesso a estratégia perfeita a parceria, antes inimaginável, da Federação "Espírita" Brasileira com as Organizações Globo para o relançamento do mito de Francisco Cândido Xavier, depois que a FEB tentou transformar a TV Tupi - ironicamente, dos mesmos Diários Associados que investigavam irregularidades do anti-médium mineiro - num reduto chiquista.

Tomando como base o que Malcolm Muggeridge fez com Madre Teresa de Calcutá, a Globo fez de Chico Xavier, antes um esquisito católico, de crenças ortodoxas mas com inclinação paranormal vista com desconfiança por católicos ultraortodoxos, um "filantropo" com os mesmos elementos trabalhados para a freira albanesa.

Todos os elementos ideológicos e todo o padrão conservador de "caridade" e "filantropia" foram explorados, com base no documentário inglês: Chico Xavier acolhido por multidões, abraçando bebês, falando com velhinhos miseráveis, vendo crianças carentes tomando sopa. Malcolm Muggeridge poderia ter sido co-autor dessa campanha toda. Ele fez tudo isso com Madre Teresa.

E aí as pessoas não percebem isso e se incomodam quando o mito de Chico Xavier é contestado. Repetem o mantra de que ele "era bondoso e ajudou muita gente", algo feito sem muita justificativa, com mais convicção do que argumentos, sendo um apego obsessivo à imagem materializada do "bom velhinho", um desespero de ver um mito se desfazer como castelo de areia.

São pessoas que aparentemente não possuem vínculos ideológicos com a Globo, mas de certa forma sofrem sua influência. Até esquerdistas, ateus e kardecianos autênticos, mas todos sem muita convicção ou firmeza, acabam sentindo complacência com Chico Xavier e o colocam como centro de toda uma ideologia ligada a ideias aparentes de amor e caridade.

Dessa forma, um chicoxaviercentrismo é feito por pessoas que não podem ser naturalmente boas nem naturalmente caridosas. Precisam de uma "muleta" ideológica, de um símbolo, de um totem. Não têm condição de respeitar os próprios velhinhos, e precisam idolatrar um velhinho famoso, ainda que falecido, que se torna o símbolo de bondades e caridades que tais pessoas são incapazes de ter por si mesmas.

Daí o mal estar que se tem quando Chico Xavier é criticado, mesmo com provas consistentes. Os plágios e pastiches literários, as irregularidades ligadas a sua "mediunidade", os ideais conservadores, a defesa da Teologia do Sofrimento, são fatos e constatações verídicos, mas que os chiquistas se recusam a admitir.

Eles não conseguem sequer explicar se Chico Xavier pode ser um líder, mesmo quando alegam que ele foi "manipulado" pela FEB ou por oportunistas como Otília Diogo, ou se defendeu a ditadura para "agradar as pessoas". Chico Xavier virou um boneco de massa de modelar ao qual seus próprios seguidores moldam ao seu gosto. E isso já é um ponto a mais para contestação desse mito.

E tudo isso se deve às Organizações Globo, que trabalhou um mito de Chico Xavier mais "limpo" do que as tentativas anteriores, que sempre esbarravam em alguma confusão e escândalo, fazendo com que o êxito do mito chiquista só pudesse ser feito passando por cima de qualquer polêmica.

O paranormal que forjava psicografias, psicofonias e materializações, que fazia plágios e pastiches literários, que adotava a "leitura fria" para forjar cartas dos mortos e defendia a ditadura militar foi substituído pelo "homem bondoso" que "ajudava as pessoas", era "humilde" e "gentil" e um processo "sóbrio" de propaganda era feito, sem o apelo sensacionalista explícito das campanhas anteriores.

O aspecto religioso era trabalhado, e até visualmente Chico Xavier teve que mudar. O caipira de cabelos crespos deu lugar a um homem de ternos claros e peruca, com voz de pároco de capela do interior, temperamento aparentemente manso, gentil e piedoso, que se tornou bastante sedutor às mentes ainda pouco vigilantes de muitos brasileiros.

O marketing deu certo e, como em outros casos, como a gíria "balada" inventada por Luciano Huck e o discurso "social" do "funk carioca", mostra como o poder das Organizações Globo consegue manipular as pessoas sem dar a elas a consciência nem uma vaga noção de que foram manipuladas.

Tudo é veiculado como se isso fizesse parte da sociedade, do imaginário popular, das tradições sócio-culturais. quando na verdade são valores decididos nas quatro paredes dos escritórios da Rede Globo. E como é que a Globo consegue trabalhar o inconsciente coletivo até de parte de seus "detratores" é algo muito, muito engenhoso.

A serviço da Globo existem psicólogos, consultores de diversos tipos, publicitários e outros especialistas. Eles pesquisam os instintos humanos e os trabalham de forma que um mito que fosse criado pela Globo, ou uma moda, um hábito, fossem adotados pelos brasileiros sem que eles percebam que foi esta mídia que os influenciou.

E isso é um legado que a Globo deixará, se caso seu poder midiático diminuir. Haverá uma multidão de "globais" que sobreviverão à queda da Globo, porque serão pessoas manipuladas pelo seu poder, mas de forma tão sutil que aquilo que dizem ser de "vontade própria" é, na verdade, a vontade da Globo.

Seus corações batem no ritmo do plim-plim. E tais pessoas serão a sociedade conservadora e reacionária do futuro, defendendo valores e costumes retrógrados que eles continuarão pensando que são "acima dos tempos".

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