terça-feira, 23 de junho de 2015

Coliformes fecais podem também ensinar os "espíritas" brasileiros


Parece nojento. Mas é necessário mostrar aqui a ilustração dos germes que representam os coliformes fecais, para que assim pudéssemos esclarecer a respeito da validade ou não de certos mitos "espíritas".

Afinal, a confusão correspondente ao mito de Francisco Cândido Xavier e seu rol de mistificações, confusões, fraudes, pastiches e tantos outros problemas revela o quanto não podemos achar que imperfeições e erros são perfeitos quando associados a uma aparente mitificação da bondade e da humildade.

Imaginemos a comparação entre os coliformes fecais e os erros humanos. Coliformes fecais são micróbios que são encontrados em alimentos sem qualquer tipo de higiene. Quanto mais coliformes fecais, mais perigoso se torna o alimento ao ser ingerido por alguém.

Diz a ciência que o alimento considerado mais saudável e apropriado para consumo não precisa ser aquele que tenha um número consideravelmente nulo de coliformes fecais, mas o que apresentar o menor número possível desses micróbios.

Vamos comparar isso com os erros humanos. As pessoas que são consideradas as mais corretas e coerentes são aquelas que não necessariamente deixaram de errar, mas que cometem erros menos graves e com a menor frequência possível.

E Chico Xavier errou menos e com menos gravidade? Para desespero dos chiquistas, não. Ele fez erros muitíssimo graves em relação à Doutrina Espírita e em relação a muitas coisas ligadas a atributos como o ativismo social, o profetismo sócio-científico e outras esferas do conhecimento que, de maneira surreal, são equivocadamente vinculadas ao anti-médium mineiro.

Os chiquistas, entre o tom choroso e a indignação raivosa que revelam um fanatismo cego e até odioso (logo eles que se dizem "incapazes" de sentir ódio), tentam perguntar "Quem nunca errou na vida?", na tentativa de manterem Chico Xavier no pedestal e perpetuá-lo na ilusória condição de "espírito puro", um mito movido pelas paixões terrenas que movem o "espiritismo" no Brasil.

AS CONFUSÕES DE CHICO XAVIER

Chico Xavier causou muita confusão, com a frequência e a gravidade preocupantes demais para que se considere o anti-médium mineiro como um "sábio" a enfeitar, com assustadora persistência, as frases hoje publicadas no Facebook, como um "Amazonaws" (nome de um vírus que circula no portal) da fé religiosa.

Ele está associado a casos gravíssimos de pastiches literários, que apenas um pouquinho de atenção podem comprovar sem dificuldade, comparando os estilos literários em obras como Parnaso de Além-Túmulo e os livros do suposto "espírito Humberto de Campos" e os dos supostos autores espirituais enquanto eram vivos para ver a disparidade gritante entre uns e outros.

A revolta das classes intelectuais mais conceituadas contra Chico Xavier não era gratuita. Não é algo que se defina, de forma tendenciosamente simplória, como "ira e perseguição contra um homem de bem" ou como "reação da fúria e da intriga contra um humilde pregador da fraternidade". Deixemos de infantilismos, a revolta se deu com as mais justas e coerentes razões.

Infelizmente, pessoas como Attila Paes Barreto, jornalista, e Osório Borba, crítico literário, caíram no esquecimento, mas eles, ao lado do advogado dos herdeiros de Humberto de Campos, Milton Barbosa, apresentaram razões consistentes para reagirem contra a "mediunidade" de Chico Xavier.

Todos eles apontaram absurdos grotescos que envolvem os poemas de Parnaso, ou a prosa do suposto "espírito Humberto de Campos" e o que os autores supostamente atribuídos produziram em vida. Milton Barbosa chegou a identificar, na obra do suposto espírito Humberto, um cacófato ("que cada", correspondente a "quicada", "chute") que Humberto de Campos nunca escreveria em vida.

A indignação é explicada pelas irregularidades observadas, e que mesmo nós, pessoas comuns, podemos identificar com muita facilidade. Vamos comparar, por exemplo, uma jovem poetisa como Auta de Souza e os poemas atribuídos ao espírito da garota (morta com apenas 25 anos e jeito de menina) trazidos por Chico Xavier. É o estilo pessoal do anti-médium mineiro, nada mais!

Chico Xavier também fez mal, até quando muitos acreditam ser o bem. As mensagens apócrifas atribuídas aos parentes mortos, que consistiu na sua "maior caridade", foi na verdade um pernicioso processo de se autopromover às custas de tragédias familiares, com uma série de prejuízos causados pelo seu ato "de profunda bondade e caridade".

Pois as famílias eram tiradas do sossego de suas privacidades e expostas ao sensacionalismo místico religioso que seduzia as massas e lotava "centros espíritas". As tragédias eram prolongadas pela exploração sensacionalista que ainda revelava fraude, com mensagens padronizadas que parecem virem só das mentes do respectivo "médium".

Para piorar, cria-se uma obsessão espiritual sem necessidade, e uma falsa noção de se saber o paradeiro dos parentes mortos sem que uma informação confiável, fidedigna e honesta fosse divulgada. Pior: as mensagens, além de soarem iguais, estranham pelo panfletarismo religioso, fazendo muitos crerem que o mundo espiritual não passa de uma mera igreja "espírita".

CHICO XAVIER ACHAVA QUE SOFRER ERA "O MÁXIMO"

Isso é muito ruim. Aliás, é péssimo e ofende as famílias, expondo suas tragédias de forma constrangedora e triste, através do sensacionalismo "espírita". E, não bastasse isso, Chico Xavier ainda tornou-se cruel com sua pregação moralista, nas "palavras doces" que hoje percorrem o Facebook e outros meios.

Isso porque Chico Xavier nunca gostou de mobilização social, achava, naquela visão de caipira conservador, que isso causava "desordem" e, por isso, ele sempre pregou a conformação com o sofrimento humano, uma apologia muito mal disfarçada.

Imagine alguém que sabe que você está se dando mal na sua vida e esse alguém acha isso ótimo? Parece tirinha do Amigo da Onça? Pode ser, mas as palavras de Chico Xavier seguem também o mesmo sentido, e, pior, não no propósito satírico do personagem de Péricles Maranhão, mas como um receituário de vida do "médium" que, no fundo, era o "AI-5 do bem".

Você vai ficar feliz quando tudo lhe dá errado na vida e vai alguém dizer que você é um felizardo, porque terá alguma recompensa no futuro? É, mas se esse alguém é Chico Xavier, bate aquele sentimento masoquista, aquela felicidade de suportar o "pior", seduzida pelo estereótipo de "bom velhinho" que leva as pessoas à perdição, tal como as sereias da Odisseia de Ulisses?

A trajetória de Chico Xavier é marcada por pontos como esse e muitos outros. Nebulosos, sombrios, traiçoeiros, irresponsáveis, fraudulentos, atrapalhados, mistificadores, fantasiosos e tudo mais. É como um alimento cheio de coliformes fecais. Chico Xavier, por tudo isso que representou, acabou se tornando uma personalidade doentia da qual o Brasil tornou-se, praticamente, seu refém.

E aí as pessoas se prejudicam sem saber. Adoçam suas almas e envenenam suas vidas com o apego desesperado ao estereótipo do "bom velhinho". Há quem queira recuperar a doutrina de Allan Kardec com Chico Xavier, o que é um absurdo deplorável. Com isso, tudo fica na mesma e as pessoas que aguentem sofrer com carestias, carências, corrupção, violência e outros retrocessos.

Não precisamos de Chico Xavier. Se procuramos bons exemplos, criemos os nossos, criemos boas palavras, sem depender de um suposto médium que nunca passou de um figurão ultraconservador e retrógrado, travestido de "grande filantropo".

Deixemos de depender dele para sabermos o que é caridade e boa nova. Há milhões e milhões de exemplos melhores do que ele, que a zona de conforto da fé religiosa e do apego a estereótipos de bondade e humildade impede que apreciemos.

Os chiquistas, sem saber, são tomados do mais viciado complexo de vira-lata, pela falta de amor próprio que os impede de ver a realidade. Daí o parasitismo emocional do chiquismo, os coliformes fecais da alma que impossibilitam de ver a humildade e a caridade fora dos estereótipos da fé cega e do paternalismo.

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