segunda-feira, 8 de junho de 2015

Apego a Chico Xavier reflete em conservadorismo nas mídias sociais


O Brasil é um país bastante conservador. Relativamente jovem, o país sul-americano não viveu os dramas e enigmas que os países da Europa viveram, e reage ao quadro de incertezas com esnobismo e arrogância.

Nas mídias sociais, o que se observa é a ascensão de visões conservadoras e manifestos de pesadíssimo reacionarismo. Isso se torna bastante preocupante. E, o que é pior, o Brasil passa por um quadro de véspera de um grande colapso, que poderá ter efeitos devastadores, mas ninguém quer saber disso e o pessoal prefere brincar de "curtir" em seus aplicativos nos smartphones.

Remetemos à euforia dos EUA pré-1929, à qual qualquer aviso de uma quebradeira nas ações da Bolsa de Valores de Nova York eram vistas com desdém e com furioso esnobismo. O Brasil, mesmo com sucessivas crises, parece manter essa euforia e tudo o que temos de contestação se limita às reações irritadas de internautas desafiados em suas respectivas zonas de conforto.

A falta de esclarecimento das pessoas, aliada à overdose de informações, cria um coquetel esquisito e meio azedo de pessoas desinformadas que se acham "superinteligentes", cada uma julgando a verdade conforme seus umbigos. E isso não raro causa explosões de furioso reacionarismo e intolerância.

Evidentemente, nós somos acusados de "intolerantes", de pregar a intolerância religiosa ou de desviar o foco da temática espírita com assuntos que "nada têm a ver". O que essas pessoas querem? Que apenas nos limitemos a dizer que "o pessoal leu mal Allan Kardec" e todos vamos ler Herculano Pires enquanto aceitamos o faz-de-conta de suposta mediunidade de mensagens padronizadas?

A intolerância que temos é contra a mentira, a fraude, a ignorância travestida de inteligência, à incompreensão disfarçada de sabedoria. A FEB deu, no pior sentido do termo, o "padrão FIFA" para o Espiritismo, e seus 131 anos de existência agora sofrem o peso do acúmulo de erros graves, grosseiros e que há quem queira vê-los relativizados e aceitos "bovinamente".

A recusa de assimilar corretamente o pensamento de Allan Kardec, que nunca quis fazer da Doutrina Espírita uma religião, desnorteou a federação, no seu roustanguismo antes entusiasmado e hoje envergonhado e dissimulado.

O preço dos jogos de interesses e conveniências está sendo cobrado, porque ninguém comete abusos sem assumir os efeitos de suas consequências. O "movimento espírita" está assustado porque agora está sendo obrigado a arcar com os efeitos de suas contradições, omissões, erros e dissimulações.

E aí surgem os reacionários das mídias sociais, que escrevem como se fossem juízes a serviço do Império Romano, mas são apenas pobres mortais que estão em casa, no computador, ou em qualquer lugar, com o celular, escrevendo mensagens no Twitter e no Facebook.

O medo que eles têm de que sua concepção de país, uma gororoba de valores, símbolos e significados que é moderna na cobertura mas é ultraconservadora no recheio, se desmorone a qualquer momento, lhes tirando de uma zona de conforto na qual eles medem seus privilégios dentro de uma estrutura organizada de desigualdades e injustiças bem encaixadas.

Sim, porque, infelizmente, há quem se beneficie com sua "cota" de desigualdades e injustiças que garantem os privilégios de uns em detrimento da falta que os outros têm do mais necessário, mas tudo encaixado numa normalidade forçada em que apenas benefícios "pragmáticos" (superficiais) são permitidos para a maioria das pessoas.

Daí que faz sentido a prevalência de uma figura bastante conservadora como Chico Xavier, que fazia apologia ao sofrimento humano e usava a "filantropia" como máscara para seus pastiches literários, nas mídias sociais. O Brasil virou refém de Chico Xavier e suas "palavras dóceis" que mascaram sua ideologia medieval que tanto prejudica o progresso de nosso país.

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