sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Dissimulação: um dos maiores pecados dos "espíritas" brasileiros


Um dos maiores males cometidos pelos "espíritas" em toda sua trajetória, e que contribui para a crise irremediável de sua doutrina - que, mesmo calcada no Catolicismo medieval, busca, em certos momentos, aproximações estratégicas com os neopentecostais, sobretudo no que se refere à Escola Sem Partido - , é a dissimulação.

Desde a "fase dúbia" (oficialmente denominada "kardecismo") adotada nos últimos anos, em que a promessa de recuperar as bases espíritas originais foi apenas "conversa para boi dormir" dada por roustanguistas (inclusive "médiuns"!) para levarem vantagem no sabor das circunstâncias, a dissimulação foi uma caraterística inerente do "movimento espírita" brasileiro.

Pratica-se o roustanguismo mas renega-se o nome de Jean-Baptiste Roustaing. Critica-se a "vaticanização" do "movimento espírita", mas seus críticos são os que mais a praticam, devotamente. E quantos que reprovam os "imperadores Constantinos" que aparecem nas entranhas do "movimento espírita" que deveriam se olhar no espelho!

Assim como, no ensinamento de Jesus de Nazaré, fala-se que "nem todos os que dizem 'Senhor! Senhor!' entrarão no reino dos céus", nem todos os que alegam "fidelidade absoluta" e "respeito rigoroso" à obra de Allan Kardec são realmente kardecianos autênticos (rejeita-se o termo "kardecista", por ele ter sido apropriado pelos próprios deturpadores).

Pelo contrário, os piores farsantes são aqueles que arrumam desculpas imensas por seus atos e dissimulam o tempo todo para dar uma impressão de que não cometem os delitos a que comprovadamente estão associados. Eles sempre adotam procedimentos, práticas e opiniões os quais desmentem diante da pior repercussão de seus atos.

Quantas dissimulações se escondem nas palestras "espíritas" em que corre o mel das palavras que agradam e distraem muita gente? Quantas dissimulações ocorrem diante de depoimentos, artifícios e tantas atividades que os "espíritas" se empenham para esconder erros, posturas obscuras, julgamentos de valor e tantas coisas inconvenientes e até ilícitas?

É o suposto médium que cria quadros falsos mas, de contatos em contatos na alta sociedade, alicia uma crítica de arte de considerável prestígio no seu meio para atribuir "autenticidade" a obras que se vê claramente fraudulentas.

É outro suposto médium seduzindo o herdeiro de um morto usurpado numa suposta psicografia ao convidar a vítima para uma doutrinária e para acompanhar, como espectador, um ostensivo espetáculo de Assistencialismo em que muita festa é feita para doar uns mantimentos que se esgotam em três semanas, enquanto os festejos duram até um ano por cada "caridade" realizada.

MITÔMANOS

Os "espíritas" dissimulam tanto as coisas que a doutrina brasileira popularizada por Francisco Cândido Xavier virou a religião da mitomania. A mitomania é um problema psicológico que faz com que uma pessoa, querendo levar alguma grande vantagem pessoal ou se livrar de encrencas por graves erros, passa a mentir sem o menor escrúpulo.

O livro Parnaso de Além-Túmulo de Chico Xavier acabou sendo o ponto inicial desse processo de mitomania que contagiou o "médium", um dos maiores arrivistas de toda a História do Brasil, ao se tornar uma coleção de pastiches feitas pelo "médium" sob a colaboração do próprio presidente da FEB, Antônio Wantuil de Freitas, e da equipe de editores e redatores do periódico da federação, o Reformador.

Num país maluco e desinformado como o Brasil, que comete o erro grosseiro de recorrer ainda mais à religião para resolver as crises vividas pelo país nos últimos anos (um pastor, fanático evangélico, tornado parlamentar, insatisfeito de haver FMs evangélicas em todo o país, quer impor canções religiosas em absolutamente todas as rádios do país), mitomania em nome do "pão dos pobres" tem status de "verdade indiscutível".

Em nome da religião, sem excluir o caso "espírita", as pessoas são capazes de mandar a lógica e a coerência às favas, iludidas que estão pelas percepções surreais que aprendem através da mística religiosa, desde factoides sensacionalistas como o "mar se partindo" do tempo de Moisés (na verdade, era apenas uma baixa de maré) e as mediunidades fake que apelam para "sermos irmãos".

Isso é muito ruim. Criar um terreno onde a fantasia e a mistificação estabelecem supremacia diante da realidade é extremamente negativo e é compreensível que pessoas que se prendem a essas crenças religiosas sob a alegação de que estão "protegidas por energias elevadas" são as que se tornam mais violentas e odiosas diante do menor questionamento.

Em certos casos, muitos dissimulam, no caso dos "espíritas". Comentários em tom de irônica candura são feitos como "o irmão está alterado", "o amigo está obsediado, dominado por outros amigos pouco esclarecidos", dados em aparente doçura por pessoas que, no íntimo, haviam espumado de raiva e rosnado palavras de puro rancor.

Ah, o que o "espiritismo" mostra de dissimulações, desde, pelo menos, 1932, quando a deturpação da Doutrina Espírita passou a ter Chico Xavier como propagandista, quantos e tão pesados volumes de livros seriam publicadas para registrar tantos exemplos! E é assustador que, apesar disso, os "espíritas" ainda estufam o peito dizendo que praticam e respeitam a coerência e o bom senso. Mais dissimulação...

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