segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

O mito da "nova encarnação" de Emmanuel


Nos últimos anos de vida, Chico Xavier havia dito que recebeu, em 1971, um relato de seu "orientador" Emmanuel. Segundo contou o médium, Emmanuel havia comunicado que iria reencarnar em alguma cidade do interior paulista, no ano 2000, já se despedindo da "proteção" que ele dava a Xavier.

Rezam as informações oficiais do espiritolicismo da FEB que, com base nos relatos do médium mineiro, Emmanuel teria reencarnado numa cidade não identificada do interior paulista, no ano previsto, com a missão de se tornar um educador.

De vez em quando a "informação" é difundida por algum palestrante nos seus "sermões" que supostamente "estudam" os livros espíritas e Emmanuel, o "mestre" espiritual cujos textos são usados em muitas das aberturas de doutrinárias desses centros "espíritas", é glorificado como o "herói" que irá conduzir a humanidade brasileira para o "bom caminho".

No entanto, sabemos que, por trás de toda essa mitologia do chamado movimento espírita, existe um jogo de interesses traiçoeiro, que vem desde os primórdios da Federação Espírita (sic) Brasileira, uma verdadeira corrupção dos ensinamentos kardecianos em prol da contaminação da doutrina espírita por valores "importados" do catolicismo medieval.

E Emmanuel, que havia sido o austero jesuíta Manuel da Nóbrega, ainda tem muito o que aprender para ser um "grande educador" dos brasileiros. Isso é impossível? Não. Mas Emmanuel, pelo que se vê, demonstrou-se ainda um espírito orgulhoso, autoritário e vingativo - chegou a ameaçar Xavier de morte - e, por isso, continua um espírito bem inferior.

Emmanuel não se empenhou em se evoluir no mundo espiritual da maneira como devia. Nem de longe pode ser considerado um espírito realmente superior, uma vez que ainda se mantém numa presunção narcisista, sendo autoritário como um general, prepotente e um tanto hipócrita com sua verborragia de palavras dóceis, textos prolixos e falsamente filosóficos.

Mesmo muitos de nós, pobres mortais, estamos em um estágio muito superior a Emmanuel e seus coleguinhas do além, porque, se nós somos bastante imperfeitos, com nossa moral ainda precária e nosso aprendizado longe de se tornar sábio, pelo menos nos empenhamos em melhorar nosso caráter e procurar algum aprendizado que se somasse à nossa humana ignorância.

Já os "mestres" do espiritolicismo se envaidecem numa sabedoria presumida e numa suposta superioridade moral, enquanto se tornam autoritários, hipócritas, demagógicos e que desperdiçam seu tempo escrevendo livros com textos prolixos, ideias confusas, relatos falsamente históricos dotados de muitos erros de informação, entre outras barbaridades.

Escrever muitos livros não é necessariamente sinal de evolução espiritual. A qualidade dos livros, independente da quantidade produzida, é a que importa. Embora haja autores que escrevam muitos livros visando a sincera transmissão de conhecimento, há outros que criam uma extensa bibliografia composta de verdadeiras besteiras, mentiras e absurdos.

Muitas vezes, é melhor que se escrevam poucas frases de significativo grau de sabedoria e lição humana do que centenas de livros que, mesmo tendo como pretexto a transmissão da "boa palavra", se perdem em ideias confusas, erros históricos, falsas morais, contradições diversas e tudo de ruim que acaba confundindo o leitor em vez de esclarecê-lo.

Portanto, se Emmanuel realmente reencarnou, dificilmente será como o grande sábio a conduzir a humanidade futura do país. Antes ele vivesse como um anônimo cidadão a aprender a vida dura do trabalho modesto e da vida sem glamour nem privilégios, até porque Emmanuel terá que primeiro dissolver todo seu orgulho e seu autoritarismo dogmatista.

Emmanuel está muito longe de ser o "sábio" que os espiritólicos tanto atribuem a seu espírito.

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