terça-feira, 26 de dezembro de 2017

"Espiritismo" brasileiro e a questão do "ter"


Os "espíritas" brasileiros falam muito que a preocupação dos materialistas é com o "ter" e não o "ser". Mas as energias confusas do "espiritismo" brasileiro, transmitida por tratamentos espirituais contaminados não com a sujeira hospitalar, mas a sujeira vibratória da desonestidade doutrinária e outras ambições e falsidades, fazem com que o mais necessitado seja prisioneiro do "ter" que ele quer se desvencilhar.

Se vê pessoas fazendo tratamento espiritual pedindo que haja oportunidades dignas de emprego, vida social e amorosa, na expectativa de resolver problemas. Os pacientes desenvolvem as melhores energias e vão a doutrinárias "espíritas", na alegre ansiedade de chegar o momento dos "passes terapêuticos", com as mais positivas energias. Tudo em vão.

Depois de feito o tratamento espiritual, com um máximo de cumprimento possível, os atendidos acabam contraindo azar. Se querem algum êxito na vida amorosa, é com alguém sem afinidade, mais ligada aos caprichos da luxúria e do erotismo, quando das mulheres levianas que os homens acabam atraindo sem querer, ou ao poder e à força, quando é da relação de gênero contrária, quando mulheres decentes acabam atraindo homens levianos.

Na vida social, se um atendido por um tratamento espiritual sonha em ter amigos verdadeiros, acaba atraindo inimigos, sobretudo com cyberbullying, e, da forma mais perversa possível: acervos pessoais da vítima são reproduzidos, para fins de difamação, por um descontrolado valentão, que ainda faz ameaças e, se sabe o endereço do agredido, vai para a casa dele acabar com sua vida.

Neste caso, a hipocrisia dos "tarefeiros" (colaboradores de "centros espíritas") que atuam nos "auxílios fraternos" é notória. Diante da queixa do fracasso dos tratamentos espirituais, que, em vez de resolver os problemas, trouxeram mais azar, a resposta usada é de uma hipocrisia tamanha: "Os tratamentos espirituais estão dando certo, com certeza, mas eles parecem dar errado porque os irmãozinhos pouco esclarecidos não entendem e tentam atrapalhar".

Isso não procede. Uma coisa não dá certo porque dá errado e, se há um impedimento, é porque algo não deu certo. A incoerência do "espiritismo" é tanta que, com todo o discurso condenando a obsessão do "ter", traz energias que impedem que as pessoas busquem o "ser" e se livrem da "escravidão do ter".

Quantas mulheres que recorreram aos tratamentos "espíritas" em busca de homens decentes para a vida amorosa acabaram atraindo homens traiçoeiros e violentos, que as seduzem sob o disfarce da elegância, do cavalheirismo e do senso de humor? E quantos homens que recorreram ao mesmo processo, pedindo namoradas com caráter, beleza e inteligência, e atraindo "periguetes" das mais grosseiras, sem que houvesse um interesse vibratório para isso?

Os "espíritas" tentam argumentar: são oportunidades para se resolver diferenças e promover a fraternidade cristã. Falácia. Afinal, são relações sem um mínimo de afinidade nem serventia, e mais parecem o conflito do "ter" com o "ser", um cenário de divergências dramáticas e irresolúveis que fazem desperdiçar as vidas humanas, se não com a morte, mas com a perda de tempo, mediante o sacrifício hercúleo de resolver divergências irreconciliáveis.

No caso dos homens diferenciados que, sem o menor propósito nem vontade, atraem "periguetes", o acinte é claro: eles querem se livrar da obsessão do "ter", se desapegando dos "prazeres mundanos" e se tornam prisioneiros deles, sendo obrigados a serem escravos do prazer alheio, e tornando vãos os esforços de tirar as moças desse mundo no qual elas defendem com a mais obsessiva convicção.

O "espiritismo" brasileiro, pela natureza deturpada, contraditória e dissimulada que exerce suas atividades e trabalha suas ideias, acaba trazendo as energias maléficas que os "espíritas" tão desesperadamente desmentem exercer. Mas o problema não é dizer que não traz más energias, se, pelo caráter contraditório, leviano, dissimulado e desonesto de seus atos, os "espíritas" criam condições para serem serviçais de espíritos levianos e traiçoeiros.

O próprio caráter retrógrado do "espiritismo" brasileiro revela que seus membros também vivem do "vício do ter", sob outro contexto. Vide os "médiuns", que querem "ter" a verdade, o prestígio de supostos pacifistas, a promoção pessoal pela caridade e até mesmo a reputação de pretensos humildes.

Tanto aparato de "superioridade moral" não os isenta das tentações levianas às quais acaba sucumbindo, pois a obsessão de se promover com "virtudes" também é outro "vício do ter", na medida em que se usa o verniz de "caridade" e "humildade" para dominar as massas e garantir o maior prestígio pessoal possível.

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