terça-feira, 6 de setembro de 2016

Mais sobre a farsa do "espírito Humberto de Campos" por Chico Xavier

O VERDADEIRO HUMBERTO DE CAMPOS NÃO NARRAVA COMO PADRE.

Só mesmo no Brasil para se aceitar obras farsantes em nome das mensagens religiosas. O caso Humberto de Campos, a pior das apropriações indevidas feitas por Francisco Cândido Xavier, é uma aberração sem tamanho, numa farsa sem precedentes na História do Brasil, num ato dos mais deploráveis vindos de alguém que muitos insistem em ver como um espírito supostamente puro.

A farsa se mostra escancarada apenas com uma simples leitura. O estilo de Humberto de Campos original é simplesmente inexistente no do suposto espírito, só se percebermos que o "espírito Humberto" escrevia parágrafos muito mais longos que o original e tinha uma narrativa pesada, prolixa, deprimente e sem a fluência textual do autor maranhense. E "escrevia" como se fosse padre, não como escritor e intelectual.

Portanto, é um pastiche que nenhum Ad Passiones ("apelo à emoção"), falácia que sempre protegeu Chico Xavier, pode justificar. Muito pelo contrário, torna-se um convite tentador para que se aceitem fraudes em nome de supostas mensagens de amor, onde a filantropia está a serviço da desonestidade, onde a bondade é cúmplice do engano, a verdade, da dissimulação, o amor, da mentira.

Deve-se rejeitar o "Humberto de Campos" dos livros "espirituais" porque nota-se a fraude no estranho desfile de palavras que não lembra as obras que o autor maranhense deixou em vida. Semelhança não é autenticidade, o que "lembra algo" pode não ser a forma legítima desse algo, pois se há sempre algum aspecto que contradiz, um único apenas, a semelhança se dissolve na farsa.

Erasto havia dito que é melhor rejeitar dez verdades do que aceitar uma única mentira. Aqui aceita-se a única mentira, se ela se chama Chico Xavier. O "médium" brasileiro foi a mancenilheira personificada, cujas palavras dóceis e todo o verniz de amor e caridade, deslumbrou muita gente que atraiu azar para suas vidas depois que recorreu a ele com adoração e submissão.

Chico Xavier personifica o farsante, o manipulador de corações e mentes dos mais habilidosos e traiçoeiros, que Erasto havia advertido quando, em espírito, se manifestou no tempo de Allan Kardec. Ele havia avisado dos mistificadores da Doutrina Espírita, dos inimigos internos que fariam as "coisas mais lindas" para enganar e dominar as pessoas.

O que Erasto não advertiu é que os próprios mistificadores também usariam o próprio aviso do mesmo espírito para se promoverem. É como um ladrão que telefona para a polícia para dizer que alguém assaltou um lugar. É lamentável ver os próprios deturpadores da Doutrina Espírita usando Erasto para benefício deles, como mentirosos que buscam sempre a posse da verdade.

E aí Chico Xavier, arrivista e ilusionista, um dos piores farsantes da História do Brasil e um dos maiores enganadores que o país viu em mais de 500 anos, torna-se o dono da verdade e o proprietário de qualidades humanas que muitos nunca acreditam repousarem fora da sombra da religião.

Chico nunca ajudou de verdade, porque, se ajudasse, o Brasil nunca teria sofrido as crises que sofreu nos últimos 50 anos. E não é por "falta de Chico Xavier" que Uberaba é uma das cidades mais violentas do Brasil, até porque o "médium" que lá viveu suas últimas décadas é sempre lembrado, na cidade existe um mausoléu em homenagem a ele e um verdadeiro programa turístico e historiográfico existe para preservar sua memória.

O "médium" arrivista, achava que podia passar por cima de qualquer obstáculo, que podia até mentir, usurpar e enganar desde que "falasse de amor" e evocasse palavras como "caridade" e "Jesus Cristo", praticamente virou "dono" dos mortos a ponto do "movimento espírita" usar nomes como Carlos Chagas, Auta de Souza, Humberto de Campos e Meimei para batizar instituições e eventos. Uma coisa que parece linda, mas é humilhantemente leviana e constrangedora.

E a "posse" do nome de Humberto de Campos, mesmo quando Chico Xavier ludibriou a mãe e o filho do escritor - respectivamente Ana de Campos Veras e Humberto de Campos Filho - , nada justifica, sendo um processo de apropriação indébita e que se agrava pela forma que Chico usou para seduzir e forçar o apoio de suas vítimas.

Se aproveitando das comoções de Ana, Chico Xavier escreveu uma mensagem dócil, ciente de que assim a conquistaria de imediato. Conseguiu realizar seu plano, atraiu sua vítima com a mais perfeita armadilha.

Já em relação ao cético Humberto de Campos Filho, a princípio desconfiado com as "psicografias", teve mais trabalho: Chico teve que inventar psicografias forjando uma mensagem "paternal" e atribuiu ao falecido escritor.

Em 1957, em Uberaba, o "médium" acolheu o filho de Humberto de Campos, o convidou para assistir a uma "doutrinária espírita" e ostentou atividades "filantrópicas", como cozinheiras preparando uma sopa e um humilde interno, idoso, de comportamento abobalhado, triste mas rapidamente convertido em alegria tolamente infantil, depois que Chico lhe sussurrou alguma coisa.

E haja mensagens de afeto atribuídas ao escritor Humberto de Campos. O recurso falacioso do Ad Passiones era a maior arma do ilusionista Chico Xavier, no qual se desenvolve a habilidade de envolver emocionalmente o público de tal maneira que ninguém pode contestar nem desconfiar, porque mesmo um questionamento mais positivo era tido como "ofensa a um homem de bem".

Isso é realmente terrível e mostra que Chico Xavier foi o maior caso de impunidade existente em toda a História do Brasil. O que ele fez é de uma irresponsabilidade desmedida, e que certamente rendeu dolorosas sensações depois que Chico faleceu após os "brasileiros" (leia-se João Havelange, Ricardo Teixeira e companhia) ficaram "felizes", em 2002.

Enquanto isso, os chiquistas se afogam em ilusões e fantasias religiosas que juram "não ser ilusão" e serem a "mais absoluta realidade". A alucinação religiosa é a pior das fantasias, o deslumbramento religioso a pior das luxúrias e a humildade como um subproduto da religião a mais perigosa e opulenta das fortunas. Quem imagina que, depois da morte, não sofrerá o choque da dor por se julgar protegido por tais ideias, estará completamente enganado.

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