domingo, 1 de junho de 2014
O suposto diálogo de "Irmão X" com Marilyn Monroe
Marilyn Monroe, uma das mais belas atrizes de Hollywood e que fez muito sucesso na década de 1950, teria feito 88 anos este ano. Mas faleceu prematuramente, já moralmente abatida por tantos escândalos que alimentam a mídia sensacionalista, ingerindo uma overdose acidental de remédios.
A morte ocorreu no dia 05 de agosto de 1962, sete anos depois de Carmem Miranda (outra vítima do consumo excessivo de remédios) e que foi o desfecho lamentável da loura sexy que na verdade era ruiva, se chamava Norma Jean e tinha mais um perfil de garota graciosa.
Em 1969, no auge do Espiritolicismo chiquista, seu ídolo maior Chico Xavier, já se desvencilhando do "ciclo André Luiz", tendo escrito o livro ...E a Vida Continua já sem seu parceiro Waldo Vieira, que rompeu com a FEB, escreveu, sob o nome de Irmão X, o livro Estantes da Vida.
Sabe-se que Irmão X foi o pseudônimo usado para substituir o nome de Humberto de Campos, já que a suposta atribuição de parte da bibliografia chiquista ao escritor de O Brasil Anedótico rendeu sérios problemas judiciais com os herdeiros do escritor. Mesmo assim, o codinome Irmão X parodia uma alcunha utilizada por Humberto em vida, Conselheiro XX.
Neste livro, é narrada uma suposta visita de "Irmão X" ao cemitério Westwood Memorial Park, em Westwood Village, em Los Angeles, onde o corpo de Marilyn Monroe está enterrado, além de uma suposta entrevista em que Marilyn é ainda encontrada no cemitério, triste, acolhida por uma senhora.
A entrevista parece verossímil, e consegue reproduzir a fragilidade emocional vivida pela jovem atriz, embora seja uma tristeza bastante exagerada para uma atriz do nível de Marilyn, que provavelmente teria em parte superado parte de seus problemas emocionais sete anos depois de seu falecimento.
Mas uma coisa chama a atenção desse texto, supostamente uma "reportagem" mas soando tão somente como um texto fictício bem escrito, é que Marilyn Monroe, sete anos após seu falecimento, continuava presa ao seu jazigo, algo que destoa de seu perfil dinâmico, embora ligado ao consumo doentio de remédios.
Seria pouco provável que Marilyn estaria presa ao seu caixão. Isso talvez fosse coisa de espíritos mais selvagens, quando muito de mendigos ou consumidores de drogas pesadas, como o crack, que ao falecerem se tornam prisioneiros de lugares onde são enterrados ou seus corpos foram deixados.
Marilyn, pelo tipo de personalidade que era, ficaria horrorizada em ver seu corpo imóvel enterrado no caixão. Será que, em 1969, ela teria interesse de ficar ali, um tanto patética, olhando para seu caixão e ficar perguntando infinitamente por que aquilo aconteceu?
Nada disso. Ela estaria em outra, seria acolhida por alguns amigos ou estaria se afeiçoando a um fã encarnado mais dedicado e de um estilo de vida mais interessante que inspire ao espírito de Marilyn consolo e ânimo. A título de comparação, vamos supor que Marilyn Monroe, em vez de ter morrido, ficou tão somente estressada.
Evidentemente, Marilyn, cansada, aborrecida e um tanto triste, não estaria aguentando as pressões do mundo do espetáculo e o que ela poderia fazer, diante desse momento, é agendar uma viagem para longe de Hollywood, Nova York e outros redutos de fama e estrelato e procurar um lugar mais sossegado para passar uns dias e descansar.
Ela não ficaria ali abobalhada diante da tela de cinema ou folheando as revistas sobre celebridades para ficar perguntando sem parar por que ficou tão estressada e cansada. Aliás, quem fica cansado não fica remoendo as razões de seu cansaço. A pessoa quer dar uma pausa para descansar ou fazer uma outra atividade.
O que ocorreu com Marilyn foi que ela simplesmente se afastou do cenário de sua angústia, horrorizada com o desfecho que aconteceu ainda na flor da idade, aos 36 anos. Pela sua personalidade, Marilyn sabia das pressões da mídia sobre o caso, e ela seria a última pessoa a ficar no cemitério chorando e sofrendo angústias.
Não se sabe onde Marilyn se "exilou". Mas a julgar pelo caráter suspeito da FEB, pelo desempenho irregular de Chico Xavier e pela fraude chamada "Irmão X", um alter-ego mal-arranjado para o suposto Humberto de Campos, certamente a "reportagem" nem de longe tem de verídica, sendo mais um texto de ficção escrito para seduzir as pessoas às custas do legado de Marilyn.
A atriz teria vivido bem longe. Não se sabe onde. Mas não é a mediunidade irregular e corrupta que irá responder. O que se sabe, ao certo, é que Marilyn, que não aguentava as pressões do show business, também não iria aguentar as pressões causadas por sua tragédia, tendo inevitavelmente que se afastar, até por vontade própria e urgente, de tudo que lembrasse esse momento infeliz.
Além disso, Marilyn também não iria estar assim de bandeja, disponível para o assédio espiritólico. Também pudera, os "nossos espíritas" são dotados de um estrelismo maior do que todo o elenco de Hollywood ao longo de sua história.
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