sábado, 12 de dezembro de 2015
As pessoas continuam não tendo ideia dos pseudo-sábios
Os brasileiros não têm a menor ideia do que realmente são os pseudo-sábios. O país passa por um grave surto de desinformação, o que elimina de vez as promessas, de ordem econômica, de que o Brasil se tornaria potência mundial, ou religiosa, de que o país se tornaria guia da evolução da humanidade planetária.
O falso sábio não é aquele que aparece na forma caricatural dos demagogos de coreto, que falam o que eles mesmos não conseguem entender. A paródica erudição desses oradores de porta de galinheiro é escancarada demais para que se considere mesmo a ideia mais grosseira de pretensa sabedoria.
O falso sábio não é o que se aparece de forma grotesca, como os enganadores que não podem ser considerados como tais se eles se mostram tão atrapalhadamente grosseiros para enganar alguém. O enganador recorre a sutilezas que as pessoas, em primeiro momento, sentem dificuldade em identificar.
Assim, o mentiroso não é aquele que diz "Eu minto!" e pinta seu nariz de vermelho para dizer aos outros o quanto é mentiroso. A pretensão do mentiroso é fazer crer que está falando a verdade, e ele se esforça para que possa dar a impressão de que realmente é verdadeiro para aqueles que o ouvem.
No "espiritismo", o anti-médium baiano Divaldo Franco, até de forma mais sutil do que Francisco Cãndido Xavier, segue o paradigma do pseudo-sábio. Se fosse no exterior, Divaldo se encaixaria no mais típico perfil de charlatão, de enganador, de mascate da palavra.
Afinal, a exemplo dos falsos vendedores de "remédios milagrosos", que vendem mel de abelha com limão como se fosse medicamento que cura doenças graves, Divaldo Franco, em seu desfile de palavras empoladas, excesso de informações e expressões de erudição descomunal, vende o vazio de suas palavras bonitinhas como se fossem mensagens transformadoras e renovadoras.
Jesus já havia chamado a atenção para os falsos sábios, que se envaidecem da religiosidade que possuem, que ornamentam o vazio de seus discursos com palavras bonitas e ideias pretensamente bondosas, para seduzir as pessoas e mantê-las sob seu controle.
Erasto, o discípulo de Paulo que retornou em mensagem divulgada no século XIX, também alertava sobre os inimigos internos do Espiritismo, a inserir mistificações e ideias estranhas à doutrina de Allan Kardec com mensagens boazinhas e todo um discurso cheio de mel e de palavras empoladas.
Os brasileiros não se preveniram. Em vez disso, há a credulidade, tanto submissa quanto temerosa, da suposta "superioridade pessoal" de Chico Xavier e Divaldo Franco, e mesmo o primeiro, que cometeu gafes grosseiras na sua "conduta espírita", é considerado "filósofo" pelos mais deslumbrados seguidores.
Divaldo Franco parece mais elegante e sutil em suas manobras e, mesmo quando recorre aos mesmos plágios literários de Chico Xavier e faz aqueles falsetes grosseiros que diz serem "psicofonias", têm habilidade para dissimular e enganar as pessoas, adotando um tom professoral dos mais tradicionais, para os quais costuma-se associar ao estereótipo do "douto" e do "sábio".
Mas Divaldo Franco faz, no contexto do Brasil de hoje, o tipo do sacerdote que Jesus de Nazaré reprovou energicamente na sua época. O religioso extravagante, pretensamente humilde, com pose de sábio e se achando na certeza de que, quando morrer, irá ser recebido pelos anjos do céu, e dotado a fazer discursos rebuscados na tentativa de seduzir pessoas através da exploração dos instintos emotivos.
Divaldo Franco ainda fez um trabalho muito pior do que Chico Xavier. Este, pelo menos, limitou sua ação no território brasileiro e só as instituições "espíritas" é que empurraram os livros de Xavier para serem consumidos em traduções em língua estrangeira.
Já Divaldo foi fazer turnês pelo exterior, divulgando a visão deturpada da Doutrina Espírita, espalhando a mentira e os conceitos antidoutrinários, rasgando os livros de Allan Kardec diante de plateias fascinadas, e depois dá depoimento dizendo que é "rigorosamente fiel" ao professor lionês.
Erasto, com toda e certeza e segurança, reprovaria, sem hesitação, a figura de Divaldo Franco e seria o primeiro a eliminar de vez a pretensa reputação de sábio que o anti-médium baiano desempenha diante de pessoas deslumbradas, que o cercam de prêmios, com Divaldo desfilando triunfantemente ao lado de poderosos e aristocratas.
Isso porque Erasto já falava do risco das "paráfrases empoladas", ou seja do discurso rebuscado cheio de enfeites textuais, que escondem o vazio de ideias com a beleza das palavras bonitas e das mensagens aparentemente positivas. Ele advertiu que, por trás das coisas boas que tais mensagens pode mostrar, esconde-se um processo traiçoeiro de mistificação e inserção de conceitos fora de lógica e contrários à Doutrina Espírita.
Muitos se entristecem quando se denuncia Divaldo Franco de ser falso sábio, detentor de discurso rebuscado e mistificador do Espiritismo. Mas isso é fato. Se ele acredita em bobagens como "crianças-índigo", uma construção digna de ficção científica que não difere muito da cientologia - Kryon é tão pitoresco quanto o Xenu dos cientologistas - , então ele contraria Allan Kardec, que nunca aprovaria tais coisas.
O Brasil, país muito atrasado, não consegue admitir, por definitivo, sequer a farsa política do grupo político de Eduardo Paes e seus Pezões, Sansões, Osórios, Beltrames, Cabrais e Piccianis, santificados pela ilusão fácil do status quo, imagine então uma figura como Divaldo Franco, que personifica o pseudo-sábio cujo perigo já era alertado há pelo menos 2000 anos.
As pessoas, apegadas na zona-do-conforto, se apegam nas ilusões do misticismo e do moralismo religiosos, em pretensas tradições confortáveis e acomodadas. A preguiça em buscar novos caminhos faz as pessoas virarem escravas da imagem sedutora dos pseudo-sábios, e sua retórica cheia de mel e cercada de flores.
Só que isso as torna submissas, viciadas, falsamente felizes - mas que se enfurecem à menor contrariedade - , e não é esse apego religioso aos mistificadores da Doutrina Espírita que irá melhorar as pessoas. Pelo contrário, as transforma em pessoas crédulas, principalmente se observarmos a desonestidade doutrinária que o "espiritismo" brasileiro faz com o pensamento de Allan Kardec.
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