terça-feira, 29 de abril de 2014
FEB demonstrou profundo desprezo à democracia
A Federação "Espírita" Brasileira, segundo aqueles que participaram da instituição e depois a largaram mediante tantos abusos e irregularidades, afirmam que ela trabalha através da concentração de poder de seus dirigentes.
Conforme seus denunciantes, a FEB segue a orientação que lhe deu origem, através do delirante trabalho de Jean-Baptiste Roustaing, advogado francês que deturpou as lições de Allan Kardec em prol de um misticismo surreal, que ideologicamente também significa um poder prepotente e um completo desprezo ao debate racional e à analise questionadora dos fenômenos em geral.
Roustaing foi apresentado aos futuros dirigentes da FEB pelo médico Adolfo Bezerra de Menezes, que passou a posteridade através de uma imagem adocicada do "médico bondoso", de jeito paternal, semblante generoso e séria fragilidade no modo de falar, andar e agir (?!) e cheio de "palavras de amor" para dar.
Desde o começo, o roustanguismo (ou rustanismo) que acreditava que Jesus nunca teve corpo físico e que os homens poderiam reencarnar como vermes e até protozoários - quem sabe, segundo Roustaing, algum faltoso poderia reencarnar como bactéria no sangue de seu inimigo? - criou as diretrizes ideológicas e metodológicas da FEB, que refletem até hoje.
A FEB portanto manteve-se fiel a esses princípios, de transformar o Espiritismo num pastiche de Catolicismo com clichês de espiritualidade e até de ocultismo pseudo-científico, e com isso a direção de sua sede, no antigo Distrito Federal, o Rio de Janeiro, se tornou concentradora durante muitos anos.
A reunião de 1949, o Congresso da FEB daquele ano, demonstrou a sua prepotência quando sua direção central menosprezou a consulta dos representantes regionais e decidiu elaborar o Pacto Áureo praticamente a partir das diretrizes determinadas "de cima" pelos dirigentes de uma federação que, na prática, não age como uma federação.
Durante muitos anos seu presidente, Wantuil de Freitas - que havia se passado pelo "apócrifo" Minimus para divulgar alguns livros "cristãos" - , defendeu o Estado Novo e o Golpe de 1964, e sob influência dele Chico Xavier havia pedido, na sua entrevista ao programa Pinga Fogo (TV Tupi, 1971), para orarmos em favor dos generais que governaram a ditadura militar.
Sim, o "iluminado" Chico, o "homem chamado Amor", pedindo para que rezemos em favor dos artífices do AI-5, dos generais que, sob o pretexto de combater o "comunismo" - tese que muitas vezes soa paranoia direitista - , promoveram a repressão, a tortura, as mortes e a ruptura com a Constituição (a última democrática foi de 1946).
Mas também o próprio "espiritismo" brasileiro guarda paranoia semelhante. Se as forças direitistas civis e militares condenam certas pessoas à morte, à prisão e às torturas julgando-as "comunistas", os dirigentes "espíritas" apostam na tese de que os desafortunados sofrem porque "cumprem resgates" de supostas faltas espirituais do passado.
Só que democracia é caridade. Isso é mais do que óbvio. E se a FEB não valoriza muito a democracia, sobretudo a interna, dentro dos diversos quadros da instituição, e produz dissidentes até mesmo dentro dos limites ideológicos do Espiritolicismo, então a FEB também despreza a verdadeira caridade, dando seu péssimo exemplo àqueles que ainda se apegam a esse "espiritismo" fajuto.
segunda-feira, 28 de abril de 2014
Mediunidade não é como no hip-hop
Diante do escândalo provocado pelas denúncias de plágio de um texto de Chico Xavier pelo amigo Divaldo Franco, este tentou justificar a "coincidência" de trechos da mensagem "Um Dia", em que até o título foi plagiado.
Divaldo alegou que "foi coincidência" e atribuiu às palavras comuns entre as mensagens, ambas atribuídas a outros espíritos, como "universalidade de pensamento", espécie de equivalente "racional" e "científico" das "palavras de amor" que autorizam qualquer erro dos "espíritas" brasileiros.
Esperto, Divaldo ainda tentou argumentar, no caso de haver alguma manifestação de identidade de palavras e sentidos, que haveria uma "traição do inconsciente" ou "um fenômeno de corroboração", desculpas que não fazem sentido a qualquer observador com um mínimo de cautela.
Segundo o espírita Luciano dos Anjos, que contestou a declaração de Divaldo, alegando que a "universalidade do ensinamento" exposta pelo anti-médium indica uma concordância de mensagens múltiplas, o que não é necessariamente um critério válido para legitimar uma mensagem espiritual.
O próprio Allan Kardec não usava a concordância como critério, embora eventualmente se considerasse validade em mensagens concordantes, mas isso depende muito do contexto relacionado a cada uma das mensagens ou a elas como um todo.
Kardec usava como critério o da razão, bastante complexa, porém mais segura, para legitimar ou não uma mensagem espiritual. Ele rejeitou várias mensagens espirituais, mesmo aquelas aparentemente amorosas, porque elas apresentavam equívocos e contradições em diversos aspectos que contrariam as leis da razão e da coerência.
Quanto à "traição do inconsciente", a desculpa soa muito confusa, uma vez que um médium que se diz "gabaritado" e em contato com "espíritos benfeitores" não iria cometer esse deslize, se levarmos em conta essa tese. Além disso, a semelhança de textos não seria uma coincidência ou um acidente, se ela se mostra de maneira bastante evidente.
MEDIUNIDADE NÃO OCORRE COMO NO HIP-HOP, ONDE SE COPIA QUALQUER COISA
A julgar pela gravidade dos plágios relatados na postagem de Obras Psicografadas, constata-se que a atividade mediúnica não pode ser feita como se faz nas performances de hip-hop, conhecido ritmo da música negra norte-americana. É uma outra atividade, de natureza e contexto completamente diferentes.
Na dita mediunidade do "espiritismo" brasileiro, a cópia de trechos de livros, praticada não só por Divaldo como pelo próprio Chico Xavier, assim como a imitação pouco sutil e não raro atrapalhada de estilos dos supostos espíritos representados é algo que não pode ser visto com a mesma validade que a cópia de canções feita pelos DJs de hip-hop.
O hip-hop, como arte, apenas recria canções através da reprodução de sons de disco de músicas já existentes. Em muitos casos, é até homenagem ou divulgação. O desconhecido grupo chileno Los Angeles Negros, contemporâneo dos brasileiros Mutantes, foi redescoberto a partir de uma sampleagem de um DJ parceiro do grupo Beastie Boys.
Não é assim na mediunidade. Não se copia fulano nem sicrano, nem se usa trocadilhos gratuitos fora do contexto. Raul Seixas não iria, assim, sem mais nem menos, dizer em mensagem espiritual que "nossa sociedade alternativa é outra". Ele só faria alusões ao que escreveu conforme o contexto, não iria assim aleatoriamente fazer trocadilhos fáceis só para dizer que "é Raul Seixas quem fala".
Do mesmo modo, também não faz sentido a desculpa da FEB, quanto a acusações de plágio literal do "espírito Humberto de Campos" de trechos de livros que o falecido escritor produziu em vida, de que seria uma "natural preocupação do autor em reforçar sua mensagem reescrevendo um trecho".
Nada disso. Tudo é uma questão de contexto, como recomendava Kardec. Se qualquer alusão ao que o falecido autor representou ou divulgou em vida não é feita mediante um certo contexto, significa que a mensagem espiritual a ele atribuída pode ser uma fraude, porque a alusão é uma forma de forçar a barra, de forçar a "autenticidade" de um espírito, de forma grotesca e pouco convincente.
É como no exemplo de Raul Seixas que, usado pelo anti-médium Nelson Moraes sob o pseudônimo Zílio, foi reduzido a um debiloide adepto de ocultismo e Astrologia, por mais que diga que "a sociedade alternativa é outra", "nossas metamorfoses ambulantes são muitas vidas" e outras alusões bastante forçadas e brutas.
Não. Nada de "palavras de amor" nem de "universalidade de ensinamento" que, nos momentos de erros, se convertem em "traições do inconsciente". Chega disso. O que se observa é essa elite atrapalhada de anti-médiuns, porque, como médiuns, se recusam a ser reconhecidos como meros intermediários da comunicação espiritual e querem ser os astros principais.
Os espíritos é que se sirvam a eles. Isso se os espíritos autênticos aceitarem cair nessas enrascadas. Mas os verdadeiros espíritos não gostariam de ser coadjuvantes de um espetáculo em que supostos médiuns são as maiores estrelas.
Comunicação espiritual feita dessa forma seria humilhante para nossos entes do além, que querem fazer um contato sério, serem reduzidos a serviçais da vaidade dos "médiuns", deixarem uma mensagem que se perderá, dias depois, na presunção falsamente caridosa dos médiuns-estrelas.
Daí as cópias, as fraudes, e as colaborações de espíritos farsantes, na falta de espíritos autênticos. É muito fácil um espírito vir e se passar por Gandhi, Jesus ou John Kennedy e mandar mensagens que soam ditas por algum padreco de quinta categoria.
É como em rádio de baixa audiência, em que a falta de ouvintes para telefonarem de algum lugar é compensada por produtores ou funcionários das rádios, que, com seus falsetes, se passam por ouvintes e telefonam de outro canto do prédio da rádio, ou talvez vão para a rua fingirem ser ouvintes.
Não valeu. A provável fraude de Divaldo Franco sobre um texto de Chico Xavier - que já fez horrores através dos livros Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho e Parnaso de Além-Túmulo, obras de conteúdo bastante duvidoso e até constrangedor - mostra que, do contrário do hip-hop, copiar e imitar não é uma arte, mas uma artimanha entre tantas outras que mancham o Espiritolicismo.
sábado, 26 de abril de 2014
Tal pai, tal filho: Diolindo enfrentou a FEB, Paulo Henrique a Rede Globo
Até parecem trincheiras previamente organizadas. Enquanto, nos últimos tempos, vemos a roustanguista Federação "Espírita" Brasileira fazer parcerias cinematográficas com as Organizações Globo, eis que pai e filho haviam se unido em missões de combater um e outro.
São missões aparentemente diferentes e de outros tempos. Uma foi a do jornalista, sociólogo e estudioso da Doutrina Espírita, Deolindo Amorim (1906-1984), que combateu os abusos e fraudes cometidas pelas lideranças da FEB. Outra é a do seu filho, o jornalista e blogueiro Paulo Henrique Amorim, na sua trincheira contra os chefões da grande mídia, sobretudo da Rede Globo.
Ambos tentaram realizar um bom trabalho dentro das instituições que passaram depois a combater. Deolindo tentou, ao lado de seus parceiros Carlos Imbassahy (o pai), José Herculano Pires e outros, manter o movimento espírita o mais próximo possível da fidelidade às ideias de Allan Kardec.
Deolindo também tentou desfazer a confusão que se fazia antes entre Espiritismo e a Umbanda ou o Candomblé, como também se esforçou para evitar a deturpação, ou pelo menos o agravamento da mesma, da Doutrina Espírita em prol de resíduos do catolicismo conservador e de outras correntes religiosas.
Ele esteve, com seus parceiros, na reunião da FEB de 1949, que estabeleceu as diretrizes do chamado Pacto Áureo. Amorim, assim como Imbassahy e Pires, tentaram, com seus esforços, opinar contra as decisões da direção da FEB - comandada por Wantuil de Freitas - , que desejava uma orientação espiritólica. Infelizmente, os interesses da FEB, sobretudo de Wantuil, prevaleceram.
Anos antes, durante o Estado Novo, que foi apoiado pela cúpula da FEB - que mais tarde apoiaria também a ditadura militar - , Deolindo esteve à frente da organização do I Congresso de Jornalistas e Escritores Espíritas, realizado no auditório da Associação Brasileira de Imprensa, no centro do Rio de Janeiro, então capital do país, em 15 de novembro de 1939.
A herança da luta de Paulo Henrique Amorim se deu de forma semelhante. Se Deolindo integrava a FEB e lutou para que a instituição não traísse a doutrina de Kardec, Paulo Henrique tentou fazer um jornalismo profissional e decente dentro da Rede Globo.
Antes Paulo havia sido repórter da revista Realidade, que introduziu a narrativa literária nas reportagens, que nos EUA é conhecido como New Journalism (Novo Jornalismo). Depois foi para a revista Veja, na época beneficiada pela linha editorial profissional comandada por Mino Carta, hoje editor-chefe e dono da Carta Capital.
Polêmico, Paulo Henrique Amorim, que produz o blogue Conversa Afiada, acumula vários processos judiciais contra ele, vindos de várias partes, desde jornalistas do porte de Ali Kamel, Reinaldo Azevedo e Diogo Mainardi, até empresários envolvidos em esquemas de corrupção, como Naji Nahas e Daniel Dantas (não confundir com o ator de TV; este é banqueiro do Grupo Opportunity).
Paulo Henrique luta sobretudo contra a supremacia da Rede Globo de Televisão. Embora seja empregado da Rede Record, Paulo Henrique defende a redemocratização da mídia e sinaliza apoio à proposta da Lei dos Meios, que restringe os patrimônios midiáticos das grandes empresas, a exemplo do que começa a se fazer na Argentina, atingindo o grupo local Clarín.
Com esses dois exemplos, nota-se a oposição que se tem em relação ao Espiritolicismo, que sempre manteve suas boas relações com o baronato midiático, até pelos seus interesses de poder e de supremacia.
sexta-feira, 25 de abril de 2014
Bezerra de Menezes teria sido eleitoreiro e temperamental
A fama do médico e deputado Adolfo Bezerra de Menezes como alma mansa, bondosa e quase angelical, feito quase que à semelhança do mais tenro Papai Noel das fantasias infantis, foi um mito construído há décadas pela FEB e que goza de aparente unanimidade por parte dos chamados "espíritas".
No entanto, esse mito tem muito mais de fantasioso do que a imagem real de Bezerra de Menezes, que esteve muito longe de ter sido o que sua mitificação produziu para a posteridade. E não se trata de uma constatação caluniosa, pedante ou anti-espírita, mas uma constatação feita por quem conheceu quem viveu os bastidores das politicagens "espíritas" da FEB.
Quem desmitifica o médico cearense é o engenheiro e professor universitário Carlos Imbassahy Filho. Pelo nome, é filho do já falecido advogado e jornalista que, ao lado de Herculano Pires e Deolindo Amorim (este pai do jornalista Paulo Henrique Amorim), tentaram lutar contra as violentas deturpações e fraudes praticadas pelos líderes do dito "espiritismo" brasileiro.
Portanto, Carlos Imbassahy Filho, hoje com 83 anos e tendo sido já crescido quando seu pai e seus parceiros foram testemunhar as reuniões do Pacto Áureo - que reafirmaram os princípios espiritólicos da FEB - , até pelo convívio com o pai conheceu os conflitos e perseguições que a FEB provocou através de seus procedimentos.
Com indignação de quem não aceita a mentira se propagar na posteridade como verdade indiscutível, Imbassahy Filho contesta severamente a imagem melíflua que hoje muitos guardam de Bezerra de Menezes, numa mitificação de níveis bastante infantis e fabulosos, tamanha a pieguice em torno da imagem trabalhada do médico e dirigente espiritólico.
Segundo Imbassahy Filho, Bezerra de Menezes era um político demagogo quanto qualquer outro, de perfil "fisiológico" - ou seja, trabalha a vida política visando obter privilégios e vantagens pessoais - e cuja generosidade não iria além das intenções eleitoreiras.
Além disso, Imbassahy Filho, com base em depoimento dado por um ex-funcionário da FEB expulso por divergir de suas diretrizes, Bezerra de Menezes teria tido, na verdade, um gênio irascível. Em outras palavras, o ex-funcionário definiu o médico como temperamental, que se irrita com facilidade, que não aceita ser contrariado.
Um ponto que pesa a desfavor de Bezerra de Menezes é que ele, além de católico fervoroso, preferiu seguir as teses do livro Os Quatro Evangelhos, de Jean-Baptiste Roustaing, em vez dos livros de Allan Kardec, e incluir a obra roustanguista como uma das cláusulas pétreas da Federação "Espírita" Brasileira.
Só o fato de Bezerra ter preferido um livro delirante como o de Roustaing, em vez das lições criteriosas de Allan Kardec, já tira do médico o título de "Kardec brasileiro". Antes Bezerra de Menezes tivesse sido o "Roustaing brasileiro", já que ele defendia com entusiasmo a obra desse advogado francês que deturpou as lições de Kardec a ponto de ver no professor lionês um desafeto.
quinta-feira, 24 de abril de 2014
Divaldo Franco plagiou até Chico Xavier
O que são as "palavras de amor"... Elas são, para o Espiritolicismo, desculpas para todo tipo de erro e abuso cometido pelos ditos "espíritas" do passado e do presente, como o gosto doce de certos tipos de veneno tentam justificar sua ingestão.
Pois a série de irregularidades que se encontra nos bastidores do "espiritismo" brasileiro são tão grandes e graves que atingem até mesmo dois astros e amigos, igualmente anti-médiuns - porque, embora exerçam a mediunidade, se recusam a ser intermediários (médiuns) e se tornam as estrelas principais dos espetáculos "espíritas" - , no caso de um ter plagiado a obra de outro.
Há até mesmo uma reportagem feita pelo jornalista mineiro Luiz Gustavo, no Fantástico, da Rede Globo, sobre o plágio que Divaldo Pereira Franco teria feito, em 1962, de uma obra de Chico Xavier escrita onze anos antes, o que abalou a amizade entre os dois.
Divaldo tenta se defender, alegando a tal "universalidade do ensinamento", uma desculpa que tem o mesmo sentido de "palavras de amor" só que tentando trocar o sentido emocional evocado por esta palavra pelo sentido supostamente racional evocado pela outra expressão.
Além disso, o critério de "universalidade do ensinamento" é bastante vago e não necessariamente valida qualquer mensagem espiritual. Até porque, conforme Luciano dos Santos, espírita autêntico e autor do livro A Anti-História das Mensagens Co-Piadas, o valor da mensagem não está na multiplicidade de mensagens espirituais concordantes, mas através da análise de quem a recebeu.
Kardec sempre avaliou, de forma bastante cética e questionativa, as mensagens espirituais que ele recebeu de outros médiuns (e eram vários, porque Kardec, como pesquisador, não se contentava com um ou com poucos), em lugares diferentes. Kardec era rigoroso e rejeitou muitas mensagens espirituais, só aceitando as que hoje estão registradas mediante cuidadosa análise investigativa.
Sobre o plágio, convém comparar os dois textos, ambos intitulados "Um Dia", sendo um deles uma suposta mensagem do espírito Isabel de Castro registrada por Chico Xavier e outro uma suposta psicografia de Vianna de Carvalho por Divaldo Franco. Como se não bastasse Chico ter sido plagiador em várias obras de sua autoria.
Uma amostra foi registrada no blogue Obras Psicografadas, e que reproduzimos aqui do qual os plágios identificados aparecem em grifo. Nota-se o estilo de plágio feito por esses "líderes espíritas" que se baseia não na reprodução literal do texto, mas de uma cópia adaptada e pouco sutil, que se assemelha claramente no sentido e na narrativa, ou mesmo na coincidência de palavras.
Nota-se a semelhança até mesmo de abordagem, mesmo com personagens diferentes, como Sócrates num texto e Arquimedes em outro, como exemplo de descoberta no âmbito das ideias. Ou como Madalena (Maria de Magdala) e Saulo de Tarso (hoje conhecido como São Paulo pelos católicos) no que se diz à conversão de mentes pecaminosas para a profissão da fé cristã. Alguns grifos foram feitos por nós.
UM DIA - CHICO XAVIER, atribuído ao espírito Isabel de Castro. FEB, 1951
Um dia, Sócrates deliberou sair de si mesmo, apresentando alguns aspectos da verdade, e imortalizou-se.
Um dia, Colombo resolveu empreender a viagem ao Mundo Novo e desvelou o caminho para a América.
A gloriosa missão de Jesus começou para os homens no dia da Manjedoura.
O ministério dos Apóstolos foi definitivamente homologado pelos Poderes Divinos no dia de Pentecostes.
Tudo no Universo começa num dia.
O bem e o mal, a felicidade e o infortúnio, a alegria e a dor, invocados por nossa alma, guardam o exato momento de início.
Quando plantamos, sabemos que a produção surgirá certo dia. Se encetamos uma jornada, não ignoramos que, em certo momento, ela terminará.
Um dia criamos, um dia recolheremos.
Não olvides, porém, que a semente não germinará sem cuidado, em tua quinta.
Se deres teu dia à erva ingrata, ela se alastrará, sufocando-te o horto amigo. Se abandonares teus minutos aos vermes daninhos, multiplicar-se-ão eles, indefinidamente, impedindo a colheita.
Ocupa-te com o dia, de olhos voltados para a eternidade.
Das resoluções de uma hora podem sobrevir acontecimentos para mil anos.
Tudo depende de tua atitude na intimidade do tempo.
Judas era um discípulo fiel a Jesus, mas, um dia, acreditou mais no poder frágil da Terra que na administração do Céu, e traiu a si mesmo.
Madalena era estranha mulher, possessa de sete demônios; um dia, no entanto, ofereceu-se à virtude e inscreveu seu nome na História, figurando no cânone das almas inesquecíveis.
O amanhã será o que hoje projetamos.
Alcançarás o que procuras.
Serás o que desejas.
Acorda para a realidade do momento e amontoa bênçãos pelos serviços que prestaste e pelo conhecimento que difundiste em tuas horas.
O Tempo é o rio da vida cujas águas nos devolvem o que lhe atiramos.
Enquanto dispões das horas de trabalho, dedica-te às boas obras.
Se acreditas no bem e a ele atendes, cedo atingirás a messe da felicidade perfeita; mas se agora mofas do dia, entre a indiferença e o sarcasmo, guarda a certeza de que, a seu turno, o dia se rirá de ti.
UM DIA - DIVALDO PEREIRA FRANCO - Atribuído ao espírito Vianna de Carvalho. FEB, 1962.
Um dia em que tomava banho, percebeu Arquimedes que os seus membros, mergulhados na água, perdiam considerável parte do seu peso, descobrindo, então, o princípio que o imortalizou.
Um dia, observando a queda de u’a maçã, Newton abriu as portas do pensamento para as leis da gravitação universal.
Um dia, resolvendo lutar contra o pessimismo das cortes européias e do povo, Colombo descobriu a América.
Um dia, após exaustivas experiências, a Sra. Curie descobriu o rádio.
Um dia, insistindo no ideal de bem servir à Humanidade, Zamenhof favoreceu a comunicação entre os povos com a língua Esperanto.
Um dia, Saulo de Tarso, tomado de radical anseio de fé legítima, transformou a concepção da vida e se fêz a maior carta-viva do Cristo.
Um dia, resolvendo viver para Jesus, Francisco de Assis fomentou o amor na Terra, renovando a conceituação vigente a respeito da Caridade.
Um dia, Gêngis Khan. disputando brutalidade, fez-se comandante de exércitos bárbaros e apavorou o mundo.
Um dia mentiste e todo um programa nefando teve início.
Um dia prometeste, olvidando logo mais a palavra empenhada, e o caráter foi afetado.
Um dia resolveste ajudar e uma vida nova começou.
Em todas as vidas existe sempre um dia, antecedendo a transformação do homem.
Um dia que dá origem a outros dias; um êxito que produz outros êxitos; um dano que assinala outros desvarios.
Examina teus pensamentos e atitudes cada dia. Age, mas pensa com cuidado.
Um dia, que pode ser hoje, dispõe-te à transformação para melhor, e assinalarás uma alegria estranha na tua existência.
Se num dia planejas o mal, logo sintonizas com os Espíritos maléficos que se comprazem com a leviandade e o crime.
Se num dia pensas o bem, cobrarás alento novo para fixar os marcos positivos do trabalho, afinando-te com as Inteligências superiores.
Pensa no dever, um dia, e, logo no dia seguinte, o pensamento nobre voltará ao teu cérebro.
Fixa a ilusão mentirosa e despertarás amanhã na decepção ultrajante.
Um dia, na vida, pode constituir-se início de um milênio diferente para tua alma.
Como a reflexão é a mãe de todas as virtudes, pensa bem e o teu caminho atravessará o portal de luz para a imortalidade.
terça-feira, 22 de abril de 2014
Chegada de Cabral ao Brasil foi mera atividade político-econômica
Do contrário que supõe anunciar o livro Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, de Francisco Cândido Xavier, a chega do navegador português Pedro Álvares Cabral ao Brasil nem de longe significou a realização da promessa de um "novo Eldorado", de uma "pátria-luz da humanidade futura".
Claro que essa lorota também é feita em relação aos EUA, quando Cristóvão Colombo chegou à América do Norte, batizou o novo continente de América em homenagem a Américo Vespúcio e os historiadores mais tendenciosos pregassem a imagem dos EUA de nação-guia da humanidade planetária. Na melhor das hipóteses, porém, os EUA se limitaram a ser um novo Império Romano.
No Brasil, porém, não houve a tal promessa. A chegada de Cabral foi tão somente uma atividade político-econômica. Noticiava-se que havia uma terra, localizada ao Leste no Hemisfério Sul, em que havia uma admirável diversidade de fauna e flora potencial para aproveitamento econômico para comercialização ou matéria-prima para produtos diversos.
Até mesmo a versão de "descobrimento", tão dominante nas abordagens históricas oficiais, é muitíssimo duvidosa e sem sombra de veracidade. Primeiro, porque para fazer uma navegação dessas, era preciso muito preparo para enfrentar mares agitados com embarcações relativamente precárias, mas bastante modernas para a época, virada do século XV para o XVI.
Imaginem os custos para a empreitada. Imaginem os perigos do mar revolto e muito longo. As embarcações eram muito lentas. Não havia higiene e conforto nas suas instalações e em qualquer momento alguém morria e seu cadáver apodrecia ali mesmo, deixando o ambiente fétido e doentio.
Além disso, Pedro Cabral só iria mesmo navegar com sua tripulação e sua esquadra se tivesse certeza que iria encontrar ali material para exploração econômica, sobretudo o pau-brasil, não sendo doido a enfrentar aquele mar pouco conhecido porque iria descobrir alguma "ilha" por acidente ou porque estaria à procura da prometida nação-guia que seria o Reino de Luz da humanidade futura.
Não. O que houve, na verdade, é que o território que hoje conhecemos como a América do Sul, em maior parte o Brasil, já era previamente conhecido por vários navegadores, não apenas portugueses. Isso se tornou claro pelas informações de antigas navegações realizadas antes de 1500 que chegaram ao nosso conhecimento.
Consta-se que vieram navegadores nórdicos e até chineses, bem antes do 22 de abril de 1500. E mesmo portugueses teriam vistoriado a área muito antes. Mas o que poucos admitem é que, séculos antes, povos da Oceania, sobretudo na área conhecida como Polinésia, já teriam migrado para o território sul-americano, tendo sido ancestrais dos índios brasileiros e dos indígenas andinos.
A expedição de Cabral, portanto, foi apenas uma mera atividade político-econômica. Portugal queria passar a dianteira na exploração daquele território precioso e decidir povoar suas áreas, embora esta intenção tenha sido bastante precária e confusa, em relação ao que aconteceu nos Estados Unidos da América.
Os livros oficiais de História, em sua maioria, erram ao classificar o ato como descobrimento, uma vez que o que hoje corresponde ao Brasil não era uma terra desconhecida, mas um terreno cobiçado, naquela fase em que as grandes navegações impulsionaram também as condições que, mais tarde, se dariam na Revolução Industrial.
E isso agrava, e muito, a reputação de Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, porque o livro "revelador" em nada acrescentou aos livros oficiais e à visão dominante que se tinha na História do Brasil naqueles idos de 1938.
Para piorar, o livro também não contesta o que os mais débeis e preconceituosos livros de História de então transmitiam em seus textos e, mais grave ainda, se mantém na sua narrativa fabulosa e a única coisa que "revelou" foi a tese fantasiosa e inverídica do Brasil como "pátria-guia de luz para a humanidade". Quanta besteira!!
Portanto, fiquemos com os registros históricos de verdade e com os esforços que historiadores sérios fazem para que, mesmo diante de um passado remoto cheio de versões mitificadas dos fatos, busquem aproximar tais épocas do mais fiel relato da realidade possível.
segunda-feira, 21 de abril de 2014
Maria não foi cúmplice da missão de Jesus
É um ponto controverso para os católicos, mas tudo indica que Maria, mãe de Jesus, nunca foi cúmplice ou discípula das obras do mestre judeu. É uma hipótese muito chocante, porém bastante provável, até pelas relações hierárquicas familiares e pelo fato de Jesus ter sido uma pessoa bastante ousada em seu tempo.
Imagine um jovem que desiste de ser um anônimo carpinteiro para se tornar andarilho pelas diversas localidades da Judeia e, em visita de casa em casa, transmitir seus conhecimentos bastante avançados e sua inteligência fora do comum naqueles tempos tão atrasados, de uma classe política que ainda resolvia seus problemas matando pessoas.
Ele certamente causaria indignação a seus pais, Maria e José - lembrando aos desavisados que José foi marido de Maria e pai biológico de Jesus, tese rejeitada pela mitologia católica - , que não aceitariam tamanha rebeldia de seu principal filho. Há indícios de que Jesus tenha tido irmãos.
Em sua breve vida, Jesus visitou casas de diversas pessoas, procurando esclarecê-las de diversas formas. Bastante informado, Jesus falava sobre política, mas também, como em toda visita, falava amenidades e demonstrava seu senso de humor. Jesus ria, contava piada, brincava e adorava festas, sua jovialidade contradiz o mito católico de que ele teria sido sisudo e extremamente formal.
Paciência. O mito de Jesus sisudo, lacônico e formalista veio da religião montada pelos imperadores romanos a partir de Constantino, que moldou Jesus como se fosse um precursor dos chefes militares, uma visão que vale até hoje, é defendida por muitos, mas não tem o menor senso de veracidade.
O que Jesus foi mesmo era uma figura da mais sofisticada inteligência. Algo que se mostrava desde a infância. Daí o episódio, ilustrado por esta charge, do menino Jesus desaparecer, num passeio familiar, para conversar com doutores em uma academia. Os doutores ficaram impressionados com os conhecimentos diversos expressos pelo garoto.
Foi essa inteligência livre e sofisticada que irritou os políticos romanos que, vendo em Jesus um possível subversivo à ordem romana, já que Jesus também era de conversar sobre política com muitas famílias, esclarecendo muita coisa que elas não tinham a menor ideia, decidiram condenar o mestre judeu à cruz.
E vale lembrar que o tão dramatizado julgamento de Pôncio Pilatos nunca existiu. Não há registros históricos a respeito. Pilatos teria condenado Jesus de forma rápida e rasteira, como era de natureza dos políticos da época, que não queriam conversa e, quando condenavam, bastava uma ordem ou ato.
E, depois de crucificado e morto, que situação teve Maria depois da perda de seu filho? Que ela se tornou o 13º apóstolo, que passou a ser embaixatriz do ministério cristão de pregações moralistas e testemunha ocular e afetiva do sisudo mestre senhor dos exércitos, lacônico e com olhar grave?
Não necessariamente. Como toda mãe, é verdade que Maria tornou-se testemunha do mestre judeu e, com as típicas relações afetivas que teve com seu querido filho, ela de alguma forma mostrou-se solidária com seu legado.
Descontadas as diferenças de contexto, é o que vemos no caso brasileiro de Lucinha Araújo e seu falecido filho Cazuza. Os dois tinham divergências, a mãe não aprovava as ousadias do filho mas depois passou a respeitá-las e, com a morte dele, passou até a admitir pontos positivos da missão filial.
Mas isso não quis dizer uma cumplicidade ou uma herança. Imagine uma mãe que, perdendo seu filho, torna-se responsável pelo seu espólio. E digamos que o filho tenha deixado, além de seu skate, seus discos de hardcore, seus livros de Jack Kerouac e J. D. Salinger, suas revistas da DC Comics e as revistas de mulheres nuas que ele usava para suas "necessidades".
Será que sua mãe iria assumir como seu aquele espólio todo? Não. Ela cuidaria dele com carinho? Talvez. E ela compreenderia as ousadias e estranhezas do filho? Completamente, e respeitaria isso com boa vontade. Mas ela não tomaria isso como algo seu, mas apenas como lembranças do filho que ela teve.
Maria não concordava com a militância de Jesus. Zelosa, ela achava isso muito arriscado, como de fato foi. Por ela Jesus seria apenas um anônimo carpinteiro a se perder no esquecimento do tempo. Leal ao marido, José, Maria sabia também que José (mais velho e influenciado pela sociedade patriarcal da época) era mais inflexível nisso.
Morto Jesus, Maria simplesmente respeitou as virtudes que Jesus mostrava para as pessoas. Sem concordar com as atividades ousadas do filho, ela compreendeu depois o que Jesus desejava para as pessoas. Mas não virou cúmplice, não iria se tornar tardiamente "apóstola" numa missão que ela discordava por achar bastante arriscada em tempos violentos como aqueles.
Lembremos também que Maria, "coroa", já era bem enrugada, do contrário que o Catolicismo prega, de que ela teria tido pinta de brotinho até o fim da vida. Naquela época não eram conhecidos tratamentos de beleza que fizessem idosas ou "coroas" terem aparência mais jovial; não era como hoje, em que uma Sandra Bullock vira cinquentona com aparência de gatinha. Os tempos eram mais atrasados.
O que Maria fez foi ser testemunha do legado do filho, e ela, à sua maneira, aconselhava as pessoas a se progredirem moralmente, mas não da maneira militante e audaciosa do filho. Ela não militou, apenas falava com as pessoas a respeito da boa índole do seu filho, como toda mãe faz depois que perde um filho querido.
Com todas as discordâncias, compreensões e incompreensões, Maria só quis mesmo provar, na posteridade da breve vida de Jesus, que ela amava muito o seu filho.
sábado, 19 de abril de 2014
Constantino, o imperador que tentou reinventar Jesus
O "pai" do Catolicismo, a religião que veio a deturpar a imagem de Jesus, foi um imperador romano, Constantino, que havia nascido na cidade de Naisso, hoje integrante da Sérvia e, curiosamente, reduto de música country no país europeu, em 272 d.C, e faleceu na Nicomédia (atual cidade turca de Izmit), aos 65 anos, em 337 d.C.
Batizado Flavius Valerius Aurelius Constantinus, ele havia sido um militar romano que havia feito diversas guerras, derrotando francos, alamanos (povo precursor do alemão), visigodos (ancestrais de portugueses e espanhóis) e os sármatas (ancestrais dos iranianos) e conquistando o título de Augusto (ou "Augustus", o mais alto da hierarquia político-militar do Império Romano).
Ele foi morador de Bizâncio, antiga colônia grega do Império Romano do Oriente que Constantino denominou de Nova Roma e, depois, seus partidários rebatizaram de Constantinopla, em sua homenagem e, atualmente, corresponde à cidade de Istambul, maior cidade da Turquia e importante pólo turístico, tecnológico e acadêmico desse país.
Era ligado ao imperador Maximiano, que chegou a ser seu sogro, mas como este queria receber de volta o título de Augusto, Constantino rompeu com Maximiano e entrou em guerra contra ele, derrotando-o e, prendendo este, ordenou o seu enforcamento.
Quando era ligado ao sogro, Constantino, que era de uma família nobre, acreditava-se protegido de Hércules, mas depois passou a crer no Deus Sol Invicto. A adoração influiu no cunho da imagem nas moedas de seu reino.
Mais tarde, depois de derrotar o cunhado Magêncio na Batalha da Ponte Mílvio, em 312, Constantino atribuiu a vitória à influência do que acreditava ser o Deus cristão. Ele teria sonhado com uma cruz, na véspera da batalha, e nela havia a inscrição em latim "In hoc signo vinces" ("Sob este símbolo vencerás").
Ele teria parcialmente se convertido ao Cristianismo por influência da mãe Helena. Há dúvidas se a conversão foi total ou se ela realmente aconteceu - a Enciclopédia Hídria, por exemplo, afirma que Constantino nunca foi cristão - , mas, ao fundar o "cristianismo romano", que se tornou a crença de vários imperadores, introduziu nele valores próprios das elites políticas e militares da época.
Com isso, Constantino, que teria também inventado um "cristograma", um símbolo com um X e P sobrepostos, com base nas duas primeiras letras da tradução grega do nome Cristo, teria lançado as bases da Igreja Católica, através da conversão da filosofia de Jesus na igreja oficial do Império Romano.
Portanto, tornou-se uma apropriação do antigo carisma que Jesus deixou na posteridade. O mesmo Jesus crucificado pela ordem do Império Romano. A partir de uma elaboração de conceitos e princípios por um grupo de padres, a origem do Catolicismo se deu na Patrística, que estabeleceu os primeiros valores hoje conhecidos da religião católica e já previa o combate às heresias e ao paganismo.
Constantino, assim, foi o imperador que tentou reinventar Jesus, deixando de lado toda a essência do mestre judeu e transformando-o numa figura mais agradável para as elites políticas romanas, introduzindo nele valores até mesmo bélicos. O Jesus original foi apagado da memória da humanidade, ao ser substituído por um estereótipo militaresco, sisudo, lacônico, paternalista, moralista e servil.
sexta-feira, 18 de abril de 2014
Mitifica-se demais a figura de Jesus
As religiões mitificam demais a figura de Jesus, e o Espiritolicismo não é exceção à regra. Embora o "espiritismo" brasileiro prometa trazer a nós uma visão mais realista da figura do mestre judeu, ele reaparece ainda preso a dogmas trazidos pelo Catolicismo medieval e que não haviam sido rompidos sequer pelas crenças protestantes.
Na verdade, pouco se sabe de Jesus, a não ser de traduções medievais que restaram dos antigos registros bíblicos (que se perderam), ou de registros posteriores feitos por historiadores como Flávio Josefo (37-c. 100 d.C).
Além disso, muito do que se atribui à vida e as atividades de Jesus foi inventado a partir do tendenciosismo do Império Romano em pegar carona na reabilitação de Jesus, já no período entre o declínio do Império Romano e o auge da Idade Média.
A apropriação do carisma de Jesus pelos romanos provavelmente teria sido uma forma de conter a ascensão dos chamados cristãos primitivos, ou seja, pessoas que seguiram os ensinamentos originais que ele transmitiu, em suas estadias nas diversas residências durante suas caminhadas pela Judeia.
Esses ensinamentos não eram formais. Jesus, como toda pessoa amigável e bem informada, fazia desde piadas até comentários políticos. Isso é natural. Jesus era descontraído, calmo e até brincalhão, bastante jovial e que curtia festas e dançava. O catolicismo medieval é que tentou deturpar a imagem de Jesus, transformando-o num moralista sisudo e quase melancólico.
O grande problema é que muito desse contato com Jesus se perdeu. Muito do que se transmitiu dele veio de terceiros, que já eram descendentes daqueles que conviveram pessoalmente com o eventual visitante. E os textos originais desses relatos estão perdidos, sobrando apenas traduções medievais de credibilidade bastante duvidosa.
A QUESTÃO DO SOBRENOME "CRISTO"
Jesus não queria criar sistemas religiosos, que hoje se conhece por "religiões", porque seria um obstáculo para a justiça social que ele tanto defendeu. Era uma pessoa bastante inteligente, de um refinamento de ideias quase inexistente naqueles tempos.
Nascido provavelmente entre os 15 primeiros dias de abril, entre os anos 5 e 6 antes de Cristo (?!), conforme relatam várias fontes históricas, Jesus não teria tido originalmente o sobrenome Cristo, que veio por causa de uma interpretação de um ritual místico realizado pelo primo João Batista.
Cristo seria então "aquele que realizou a crisma", uma etapa do ritual de João Batista, que posteriormente veio a ser conhecido, através do Catolicismo, como "batismo". Mas o sobrenome, através da divulgação católica, ficou tão marcado que há quem afirme que ele veio do nascimento, o que é equivocado. Jesus não tinha sobrenome, e a alcunha Jesus de Nazaré seria referente à sua origem.
A APARÊNCIA
A aparência de Jesus tornou-se tão variável que justifica a paródia da foto acima, com Jared Leto na cerimônia do Oscar. Se qualquer um cria um Jesus ao seu bel prazer, pouco se importando sobre quem realmente teria sido Jesus, a aparência então torna-se alvo de interpretações bastante surreais.
Jesus foi judeu e, vivendo no Oriente Médio de temperatura muito quente e sob a intensa luz do Sol, tinha pele áspera e bronzeada. Como árabe, ele não poderia aparecer ora como tenista sueco, ora como galã italiano, ele não poderia ser qualquer um que tivesse cabelo comprido e barba.
A aparência de Jesus, a rigor, ainda é muito desconhecida. Seria preciso exames sérios, não no duvidoso Santo Sudário - que muitos garantem ter sido uma armação da Idade Média - , mas através de pesquisas científicas, históricas, antropológicas e arqueológicas.
Só estes estudos podem trazer informações que pudessem ajudar na descrição física de Jesus, além de revelar aspectos de sua personalidade e obra que o simples "mistério da fé" se torna não apenas inútil, mas impotente para descobrir a verdadeira essência do mestre judeu.
quarta-feira, 16 de abril de 2014
Como o Espiritolicismo usa a Internet para reagir aos críticos
Escrevemos, na postagem passada, que o "espiritismo" da FEB tenta reagir às críticas que se multiplicam na Internet, através das mídias sociais e da chamada blogosfera, de forma bastante similar ao que fazem os chamados "urubus da mídia" ou "urubólogos", como são conhecidos os jornalistas que adotam postura ideológica mais reacionária.
Se tanto "urubólogos" quanto "espíritas" ficam condenando a Internet, os primeiros descrevendo-a como um reduto de "mentiras" e os segundos como um antro de "obsessores", não significa que eles tenham que boicotar a rede mundial de computadores para reagir da sua forma.
Os "urubólogos" também têm blogues, a grande mídia tem seus espaços na Internet, onde visões reacionárias são expressas para tentar conquistar os internautas "neutros". O Espiritolicismo também tem seus espaços digitais, na medida que, tal como os "urubólogos", precisa acompanhar as novas tecnologias e evitar que elas virem redutos de internautas mais questionadores.
Evidentemente, os reacionários espalham, nos seus meios mais "rudimentares", toda a pregação negativa da blogosfera. Seja nas colunas "urubólogas" nos chamados "jornalões" - os conhecidíssimos grandes jornais que circulam no país - , sejam nas doutrinárias "espíritas". Mas precisam também usar a Internet como forma de enfrentar o "outro lado", não o do além-túmulo, mas o do anti-espiritolicismo.
Por isso eles vêm com blogues "carinhosos" supostamente dedicados à Doutrina Espírita. E agora lançaram um novo sobre Chico Xavier, "Cartas de Chico Xavier", na tentativa de recuperar o mito do anti-médium mineiro, um dos mais duramente criticados pelos anti-espiritólicos.
A princípio muitos desses blogues são "indiferentes" às tais críticas, procurando transmitir o máximo de "palavras de amor" para confortar aqueles que continuam iludidos com o "espiritismo" da FEB ou com doutrinas similares e dissidentes, como a Conscienciologia de Waldo Vieira, ex-parceiro de Chico Xavier.
Tudo misturando moralismo, misticismo e pseudo-ciência, para tranquilizar os "fiéis" do Espiritolicismo, assustados com as críticas pesadas e as revelações nada agradáveis que são publicadas constantemente na Internet, e que expressam apenas o começo de uma série de denúncias.
Com isso, o "espiritismo" brasileiro tenta manter-se de pé. Mas, no fundo, não parece ter forças para reagir de forma convincente. Ou fica indiferente, ou parte para ataques caluniosos. A FEB e seus dissidentes-semelhantes não conseguem explicar o porquê de suas convicções, enquanto são questionados por seus opositores da forma mais abrangente e sofisticada.
Por isso, a reação do Espiritolicismo continua firme, embora seus membros e adeptos não tenham força suficiente para rebater críticas de forma convincente. Da mesma forma que os "urubólogos" dificilmente conseguem convencer que seus pontos de vista antipopulares são mais coerentes do que a realidade vivida pelos cidadãos comuns.
terça-feira, 15 de abril de 2014
Federação "Espírita" Brasileira se junta aos "urubus da mídia" contra a Internet
Com o crescimento dos espaços de discussão e contestação ao "espiritismo" brasileiro na Internet, a Federação "Espírita" Brasileira tenta agora desqualificar as mídias sociais a exemplo do que fazem os chamados "urubus da mídia", jornalistas reacionários que geralmente fazem comentários políticos ou colunas em jornal.
Entre esses jornalistas, é muito comum a condenação rancorosa da Internet e da chamada blogosfera que eles acusam de lançar visões e abordagens que vão muito além da "paz social" promovida pela "democrática" grande imprensa.
Isso se deve porque, na Internet, surgiram e cresceram vários blogues - páginas dedicadas a textos e mensagens em atividade constante e periodicidade variável - que lançaram pontos de vista e abordagens muito diferentes do que as grandes empresas de Comunicação difundiram com monopólio de décadas sobre a opinião pública.
Perdendo esse poder de influência - recentemente, por exemplo, o Jornal Nacional da Rede Globo registrou um recorde negativo de 18% de audiência - , a grande mídia passou a se servir de articulistas que constantemente esculhambam a blogosfera, incluindo vários famosos articulistas da Folha, como Eliane Cantanhede, de O Globo, como Merval Pereira, e da Veja, como Reinaldo Azevedo.
E no "espiritismo" brasileiro? Como se dá essa condenação à blogosfera, vide o fracasso da "trolagem do bem" de alguns espiritólicos que agiam em defesa desesperada sobretudo do anti-médium Chico Xavier, a cada dia incapazes de reagir de forma consistente a uma série de questionamentos severos que se multiplicam na Internet.
Os espaços de contestação e denúncia de irregularidades do "espiritismo" brasileiro se multiplicam nas mídias sociais e ganham cada vez mais adesões. No You Tube, o programa Terceira Revelação, de uma TV comunitária de Nova Friburgo (RJ), apresentado pelo falecido José Manoel Barbosa, acumula uma média de 400 a 1400 visualizações. Parece pouco, mas é sinal de um crescimento gradual.
Em muitos casos, as abordagens dos contestadores do Espiritolicismo andam influindo até mesmo antigos praticantes da religião da FEB, que começam a ver os erros desta doutrina e rompem com ela. É claro que ainda há, mesmo nesses espaços, um confronto entre correntes ainda "igrejistas" e outras científicas, mesmo dentro do âmbito do anti-espiritolicismo, mas já existe um forte debate.
Divergências à parte, o que se vê é que o Espiritolicismo, não somente o da FEB, como também o de algumas dissidências - Alamar Régis Carvalho, Waldo Vieira, Carlos Bacelli, Família Gasparetto, entre outros - , sendo alvo de profundos questionamentos, algo que deixa os ditos "espíritas" em situação embaraçosa.
Daí que a FEB deve promover, nas palestras "espíritas", algumas "alfinetadas" contra os "irmãozinhos incompreensivos" que espalham "ataques violentos" contra os que "só promovem ideais de amor e fraternidade", que "pregam a desunião, a discórdia, ignorando os sábios ensinamentos de Jesus".
Aí eles tentarão fazer seus fiéis crerem que a blogosfera e as mídias sociais viraram "redutos da obsessão e das baixas energias umbralinas", e irão dizer que a Internet virou um ponto de "energias tão baixas".
Tentarão convencer seus fiéis, mas enquanto eles gritam nos seus "centros espíritas", a Internet enriquece o debate e chegará um tempo em que o Espiritolicismo estará em situação insustentável. Como a "urubologia" da grande imprensa que agora tem que admitir que veículos como a Veja e o Jornal Nacional perdem público a cada ano.
segunda-feira, 14 de abril de 2014
Imprensa deveria investigar Espiritolicismo
A liberdade religiosa pode sobrepôr-se aos princípios éticos? Não. As discussões que os debates anti-espiritólicos fazem com a controversa de denunciar ou não as irregularidades do "movimento espírita" brasileiro à imprensa ainda mostram um tom hesitante e cauteloso em levar as denúncias para os jornalistas.
Evidentemente, o próprio jornalismo brasileiro vive uma crise. Como o jornalismo no exterior. São cada vez raras figuras como as dos jornalistas Carl Bernstein e Bob Woodward (foto acima), dos EUA, que se uniram para investigar o esquema de corrupção do então presidente Richard Nixon, acusado de promover espionagem no Complexo Watergate, onde ficava um comitê do Partido Democrata.
Nixon era do Partido Republicano e estava no poder desde 1969, nove anos depois de ter sido derrotado por John Kennedy para a presidência dos EUA. Prepotente, autoritário e corrupto, Nixon teve que deixar o mandato em 1973, sucedido pelo vice Gerald Ford, depois da repercussão das denúncias de espionagem que resultou num dos maiores escândalos de corrupção do país.
Hoje o próprio jornalismo praticado na chamada grande imprensa, salvo honrosas exceções, reduziu-se a um sub-jornalismo de ranço publicitário ou uma atividade articulista de cunho bastante reacionário. Poucos são os que praticam o jornalismo investigativo, mas mesmo assim eles existem e continuam atuantes e dedicados.
O QUE JÁ FOI FEITO
O Espiritolicismo já teve algumas coberturas contestatórias na imprensa. Uma das primeiras foi na década de 1940, mais precisamente na edição de 12 de agosto de 1944, da revista O Cruzeiro, uma reportagem intitulada "Chico Xavier: Detetive do Além", de David Nasser com fotos de seu parceiro Jean Manzon.
Nasser e Manzon eram um tanto traiçoeiros, defenderam até o golpe de 1964 e Nasser, no fim da vida, era amigo de membros do Esquadrão da Morte. Apesar disso, convém dar alguma razão a Nasser quando, mesmo na sua perspectiva ainda católica, como de praxe há 70 anos atrás, via o fenômeno Chico Xavier com algum ceticismo, bem antes do mineiro se tornar uma pretensa unanimidade.
Nessa época Chico causava muita polêmica pelo processo judicial que os herdeiros de Humberto de Campos moveram contra o anti-médium mineiro, por conta da qualidade duvidosa das supostas psicografias. Só que o juiz, naquela situação complexa, não entendeu, disse que a lei de direitos autorais não influía em obras mediúnicas e Chico saiu em vantagem com o empate jurídico.
Só tempos depois ocorriam denúncias aqui e ali sobre plágios de obras "espíritas", fraudes de supostos eventos mediúnicos e tudo o mais. Houve denúncias de plágios em obras de Chico Xavier e até mesmo, há dez anos atrás, o Fantástico mostrou um possível caso de Divaldo Franco (que, dizem, é exímio plagiador de obras literárias) plagiando um livro de Chico Xavier. Mui amigos...
Mesmo assim, não existe um trabalho sistemático de investigação jornalística dos escândalos ocorridos nos bastidores do "espiritismo" brasileiro ou em inúmeros equívocos das obras e atividades ditas "espíritas".
Por outro lado, porém, a FEB, a entidade central do Espiritolicismo, procura estabelecer boas relações com a grande mídia. Se há escândalos, eles são facilmente abafados. Há "tropas de choques" na Internet, ou seja, internautas neuróticos que reagem às críticas dizendo que o "espiritismo" (o da FEB, de Chico e Divaldo, não o original de Kardec) está sendo vítima de inveja e coisa parecida.
Existe até mesmo parceria com a Globo Filmes - das Organizações Globo, empresa dona do jornal O Globo, da revista Época e da Rede Globo que transmite o Jornal Nacional - com a FEB, para produção dos filmes ditos "espíritas". E isso complica bastante as coisas.
Cabe, portanto, unirmos para a investigação das irregularidades do "espiritismo". Ver alternativas na imprensa, no jornalismo, e denunciarmos esses escândalos. Não é a liberdade religiosa que pode permitir que abusos sejam cometidos em nome da fé, e mesmo em nome da espiritualidade. Convém denunciar. O próprio Kardec considera denunciar a mentira uma caridade.
sábado, 12 de abril de 2014
O que faz os espiritólicos brincarem de "receber Bezerra"?
O que faz o Espiritolicismo chegar a essa fraude sensacionalista? Que interesse têm os espiritólicos em brincar de "receber Bezerra", às custas de um padrão de voz, de gestos e textos que adotem clichês de falsa humildade, palavras de amor ditas da boca pra fora e de um simulacro de sentimentalismo que beira à mais viscosa pieguice?
Vendo as "vozes" do suposto Dr. Bezerra ditas por José Medrado e Divaldo Franco, é assustador verificar o tom de fraude, tamanha a diferença de tom e de timbre entre uma e outra. O "Bezerra" de José Medrado mais parece um cara franzino sofrendo de crise de vômito, e o "Bezerra" de Divaldo Franco soa como um urso de desenho animado. Alguém pensou em Zé Colmeia?
Para se juntar à brincadeira, vem o juiz de Direito José Carlos de Lucca, que já enxerta no "espiritismo" brasileiro elementos do neopentecostalismo - como as pretensas "curas" - , também havia lançado um livro com "palavras do Dr. Bezerra", intitulado Recados do Meu Coração, dotados de mensagens piegas e sentimentalistas.
Em todos os casos, o "superior" Bezerra de Menezes está associado a um velho agonizante e frágil, a dar recados amorosos como alguém em leito de morte. Supostamente despojado das impressões do corpo frágil, o suposto Bezerra, mesmo com mais de 100 anos de falecimento do médico e político, contraditoriamente se apresenta como se fosse prisioneiro das dores físicas.
Isso não é maneira de se identificar. Ninguém em sã consciência e que, depois de morto, teria superado as impressões da matéria física, se identificaria como um velhinho frágil e agonizante. Isso não é critério algum de identidade, nem para expressar humildade, nem para poder ser reconhecido.
Se isso em si dá um indício possível de fraude, imagine então o disparate entre o "Bezerra" supostamente manifesto em José Medrado e o "Bezerra" em Divaldo Franco. São vozes completamente diferentes, e mesmo a diferença física dos dois anti-médiuns não justifica, até porque não é só uma questão de diferença de voz, mas também de diferença de maneira de dizer.
Além disso, mesmo em diferentes corpos um espírito procura impor seu jeito de falar, e mesmo seu timbre procura se manter fiel à personalidade original, mesmo diante de um corpo diferente. Ele adaptaria as cordas vocais do médium ao seu jeito, tonalidade e timbre de voz.
A escandalosa fraude é motivada por um sensacionalismo supostamente sobrenatural, que hipnotiza plateias incautas, sem perceber o quanto estão sendo enganadas. Divaldo ali, falando com sua própria voz, e, de repente, ele, como que mudando o timbre, usa uma voz rouca e trêmula, que deixa claro que é uma imitação, e não uma psicofonia. Charlatanismo puro!!
NÃO SABEMOS A VOZ DO DR. BEZERRA
Pelo que se saiba, não há registros sonoros da voz do dr. Adolfo Bezerra de Menezes. A tecnologia sonora era incipiente e, mesmo para cidadãos vivos, era bastante inacessível. A suposição de que Bezerra teria tido voz rouca e trêmula é bastante falsa, até porque, quando era deputado, Bezerra falava, provavelmente, com energia e clareza.
Ele, com sua experiência de orador parlamentar, que naquele turbilhão de políticos em debate, teria que gritar e falar com clareza, não reapareceria, na sua forma espiritual, como um velhinho frágil, agonizante e de voz rouca e quase inaudível, ainda mais 100 anos depois do falecimento, depois da extinção das impressões físicas do corpo doente.
Se Bezerra se manifestasse, ele o faria na forma do antigo parlamentar lúcido e enérgico que discursava e debatia nos trabalhos parlamentares. Humildade não é se passar por frágil e agonizante. Mas, ante as diversas contradições, é praticamente certo que Medrado e Divaldo cometeram fraude.
O desconhecimento da voz de Bezerra de Menezes permite que se façam fraudes assim, que não passam de imitação barata de um "Bezerra" padronizado pelas normas espiritólicas. E essa brincadeira toda deslumbra muitos pela forma que é feita, dentro de uma hipnose embriagante, alucinógena, que as supostas "palavras de amor" trazem aos "espíritas" brasileiros.
Portanto, é uma grande vergonha que merece ser denunciada. Divaldo e Medrado mostram diferenças gritantes na suposta manifestação de um "Dr. Bezerra" agonizante e preso às dores da matéria. E, de carona, há as "palavras de amor" postas no papel pelo espiritólico "neopentecostal" De Lucca.
Com toda essa exploração da boa-fé popular, os espiritólicos ainda se acham na moral de falar em razão e ciência, fazendo de seus fiéis gato e sapato. Simplesmente constrangedor.
sexta-feira, 11 de abril de 2014
Ainda sobre a "santidade" de José de Anchieta
O "SANTO" JOSÉ DE ANCHIETA AGIU COMO UM TORTURADOR DA "OPERAÇÃO BANDEIRANTES", ÓRGÃO BRASILEIRO PATROCINADO PELO EMPRESÁRIO HENNING BOILESEN, DA ULTRAGÁS.
O que é o ato de canonização quando partem de homens ainda dotados de fortes paixões materiais? O que é canonizar alguém para um clube de religiosos dotados ainda de dogmas preconceituosos, crenças antiquadas e um moralismo que nada contribui em caridade, e muito contribui em castração?
Conforme escrevemos dias atrás, José de Anchieta, o "bondoso" jesuíta que agora, na galeria de celebridades religiosas, agora faz dupla com o "espírito de luz" Emmanuel - o antigo Padre Manoel da Nóbrega, o "Ermano Manoel" ou "E. Manoel" do catolicismo ainda medieval do reino de Portugal - , na condição de "santo" católico, cometeu um crime que poderia pôr em xeque sua "santidade".
José de Anchieta teria enforcado, com seus próprios punhos, o huguenote (francês seguidor do protestantismo de Jean Calvin) Jean Jacques Le Balleur, depois de pedir a prisão e a condenação à morte de sua vítima, apenas porque ela seguiu outra religião que não a católica.
Só esse aspecto negativo teria derrubado qualquer chance de considerar José de Anchieta um santo católico, se os critérios adotados pelo clube de sacerdotes liderados pelo Vaticano fossem mais justos e transparentes. E pouco importariam milagres, fossem ou não fossem comprovados pela "Santa Igreja".
José de Anchieta se comportou como um truculento torturador. Ele e seu amigo Manoel da Nóbrega - o mesmo Emmanuel que mandava Chico Xavier calar a boca toda vez que o mineiro tentava dar uma opinião - queriam ver Le Balleur morto só porque adotava um outro sistema de crenças, o que lembra muito a intolerância dos torturadores da ditadura militar brasileira, por exemplo.
A truculência de Anchieta em enforcar Le Balleur é comparável ao dos militares que, em 1975, enforcaram o jornalista Vladimir Herzog, da TV Cultura de São Paulo, só porque ele seguia uma orientação ideológica diferente daquela permitida pelo regime militar.
Herzog estava preso no DOI-CODI, que era o nome posterior da Operação Bandeirantes (OBAN), entidade patrocinada por gente como o empresário dinamarquês naturalizado brasileiro, Henning Boilesen, da Ultragás, depois assassinado por militantes da esquerda armada, em 1971.
Com um ato digno de um Sérgio Paranhos Fleury - o brutal torturador do DOI-CODI que ia pessoalmente bater em prisioneiros políticos e contribuir ele mesmo com a tortura - , Anchieta mesmo assim teve a chance de ser elevado a "santo", sem qualquer verificação de seus atos negativos.
E isso é que é pior. Pois não são os aspectos positivos não-verificados - como os supostos milagres - que tornam discutível a santidade de Anchieta, mas o aspecto negativo não-verificado, que é a intolerância religiosa, que não deve ser confundida com a liberdade que se tem de questionar os erros das religiões.
Católicos e protestantes erraram muito em seus pontos de vista e defendem ideias e fatos (ou mitos) de caráter lógico duvidoso, como a exagerada visão do dilúvio de Noé ou a suposta "partição" do Mar Vermelho pelo profeta Moisés, que se não tem o menor fundamento hoje, em tempos de piscinões controlados por computador, não tinha o menor cabimento naqueles tempos bíblicos.
Portanto, existe uma diferença enorme entre criticar uma religião e proibir sua expressão. Anchieta e Manoel, que chegam à posteridade gozando de "alta reputação", tiveram esse aspecto da intolerância religiosa, da proibição de expressão de outras crenças.
Eles se tornaram extremamente cruéis num único exemplo, cujo nível de rancor desmereceria a promoção de títulos superiores no âmbito da religiosidade, seja o de "santo" para José de Anchieta, seja o de "espírito de luz" para Manoel da Nóbrega, na figura do suposto pregador espírita Emmanuel.
O que é o ato de canonização quando partem de homens ainda dotados de fortes paixões materiais? O que é canonizar alguém para um clube de religiosos dotados ainda de dogmas preconceituosos, crenças antiquadas e um moralismo que nada contribui em caridade, e muito contribui em castração?
Conforme escrevemos dias atrás, José de Anchieta, o "bondoso" jesuíta que agora, na galeria de celebridades religiosas, agora faz dupla com o "espírito de luz" Emmanuel - o antigo Padre Manoel da Nóbrega, o "Ermano Manoel" ou "E. Manoel" do catolicismo ainda medieval do reino de Portugal - , na condição de "santo" católico, cometeu um crime que poderia pôr em xeque sua "santidade".
José de Anchieta teria enforcado, com seus próprios punhos, o huguenote (francês seguidor do protestantismo de Jean Calvin) Jean Jacques Le Balleur, depois de pedir a prisão e a condenação à morte de sua vítima, apenas porque ela seguiu outra religião que não a católica.
Só esse aspecto negativo teria derrubado qualquer chance de considerar José de Anchieta um santo católico, se os critérios adotados pelo clube de sacerdotes liderados pelo Vaticano fossem mais justos e transparentes. E pouco importariam milagres, fossem ou não fossem comprovados pela "Santa Igreja".
José de Anchieta se comportou como um truculento torturador. Ele e seu amigo Manoel da Nóbrega - o mesmo Emmanuel que mandava Chico Xavier calar a boca toda vez que o mineiro tentava dar uma opinião - queriam ver Le Balleur morto só porque adotava um outro sistema de crenças, o que lembra muito a intolerância dos torturadores da ditadura militar brasileira, por exemplo.
A truculência de Anchieta em enforcar Le Balleur é comparável ao dos militares que, em 1975, enforcaram o jornalista Vladimir Herzog, da TV Cultura de São Paulo, só porque ele seguia uma orientação ideológica diferente daquela permitida pelo regime militar.
Herzog estava preso no DOI-CODI, que era o nome posterior da Operação Bandeirantes (OBAN), entidade patrocinada por gente como o empresário dinamarquês naturalizado brasileiro, Henning Boilesen, da Ultragás, depois assassinado por militantes da esquerda armada, em 1971.
Com um ato digno de um Sérgio Paranhos Fleury - o brutal torturador do DOI-CODI que ia pessoalmente bater em prisioneiros políticos e contribuir ele mesmo com a tortura - , Anchieta mesmo assim teve a chance de ser elevado a "santo", sem qualquer verificação de seus atos negativos.
E isso é que é pior. Pois não são os aspectos positivos não-verificados - como os supostos milagres - que tornam discutível a santidade de Anchieta, mas o aspecto negativo não-verificado, que é a intolerância religiosa, que não deve ser confundida com a liberdade que se tem de questionar os erros das religiões.
Católicos e protestantes erraram muito em seus pontos de vista e defendem ideias e fatos (ou mitos) de caráter lógico duvidoso, como a exagerada visão do dilúvio de Noé ou a suposta "partição" do Mar Vermelho pelo profeta Moisés, que se não tem o menor fundamento hoje, em tempos de piscinões controlados por computador, não tinha o menor cabimento naqueles tempos bíblicos.
Portanto, existe uma diferença enorme entre criticar uma religião e proibir sua expressão. Anchieta e Manoel, que chegam à posteridade gozando de "alta reputação", tiveram esse aspecto da intolerância religiosa, da proibição de expressão de outras crenças.
Eles se tornaram extremamente cruéis num único exemplo, cujo nível de rancor desmereceria a promoção de títulos superiores no âmbito da religiosidade, seja o de "santo" para José de Anchieta, seja o de "espírito de luz" para Manoel da Nóbrega, na figura do suposto pregador espírita Emmanuel.
quinta-feira, 10 de abril de 2014
Fraude: Divaldo Franco e José Medrado diferem demais na suposta incorporação do Dr. Bezerra
Cada vez mais torna-se difícil garantir autenticidade nas supostas aparições do Dr. Bezerra de Menezes feitas pelos médiuns Divaldo Franco e José Medrado, como se mostram os vídeos abaixo. Observando os processos supostamente mediúnicos, mesmo a "incorporação" aparece de forma ainda mais diferente, o que toma como praticamente certa a fraude cometida por ambos.
Neste processo, nota-se que os dois diferem demais na "incorporação" do Dr. Bezerra, não bastasse que o suposto espírito, dito "superior", nunca se apresentaria como um velho agonizante se, com mais de 100 anos de falecido, tivesse mesmo superado as impressões dolorosas do corpo doentio da velhice terminal.
Se aparecesse mesmo como espírito, Bezerra não iria se manifestar como um velho em seu leito de morte, mas como o vigoroso parlamentar que falava com energia e lucidez nas sessões do Legislativo no Rio de Janeiro dos tempos do Segundo Império. Ninguém se passaria por velhinho doente sequer para favorecer uma identificação espiritual. Seria um absurdo.
Para começar, há uma diferença até na "chegada" do suposto Dr. Bezerra depois do aparente transe mediúnico. José Medrado faz uma expressão de muxoxo, franzindo as sobrancelhas, ficando casmurro e por vezes curvando levemente o corpo, para simular a postura de um velhinho doente (?!) que é a "identidade" do "iluminado" Dr. Bezerra, "desprendido" mas preso às dores do corpo doentio.
Divaldo, diferente de Medrado, fica mais sereno. Apenas fecha os olhos e não carrega muito nas sobrancelhas franzidas. Também não curva o corpo simulando um velhinho doente, permanecendo apenas em pé e praticamente sem andar muito.
Mas o que chama mesmo a atenção é que a "incorporação" aparece não só com vozes diferentes, mas com jeitos diferentes de fala. Divaldo "aposta" na voz de um urso de desenho animado que contrai grave doença, e Medrado aposta numa voz mais afinada, mais chorosa e mais trêmula, algo como o Salsicha, o companheiro do Scooby-Doo, sofrendo de grave estágio de pneumonia.
EXPLICAÇÕES DIFÍCEIS, POR PARTE DE "ESPÍRITAS"
A hipótese de fraude é praticamente certa, ao observar os dois vídeos. Isso porque "Bezerra" se manifesta não só com diferentes timbres, mas de maneiras bem diferentes, o que leva a crer que se passam de imitações e não de psicofonias.
Uma provável "explicação" que os espiritólicos poderiam trazer é que, por serem pessoas diferentes e dotadas de estruturas físicas diferentes, seria "natural" que Bezerra se manifestasse com pequenas variações de timbres vocais, devido à natureza daquele que estaria recebendo o referido espírito.
Só que o grande problema é que não só os timbres são diferentes - e escandalosamente diferentes, pois uma manifestação de um espírito poderia preservar, mesmo em corpos diferentes, uma semelhante maneira pessoal de falar e se comunicar - , mas mesmo a forma de manifestação do espírito não tem a ver uma com a outra.
De outro modo, também é difícil explicar por que Divaldo, em certas palestras, quando não estabelece uma pausa para a "chegada" do suposto Dr. Bezerra - algo que não ocorre aqui, porque no caso do vídeo abaixo, Divaldo dá uma pausa para a suposta incorporação - , estaria em "comunhão energética" com o espírito para que a comunicação seja "unificada" como se fosse numa mesma voz.
Aí fica uma contradição. Divaldo falando sem pausas e, de repente, alterando seu timbre para a do suposto Dr. Bezerra, estaria em "comunhão de energias". E se Divaldo e Medrado "recebem" Bezerra de formas diferentes, é porque são "diferentes pessoas". Isso não procede.
Mesmo em corpos diferentes, o espírito se manifesta de uma mesma forma. Afinal, o espírito é uma pessoa. É ele que impõe sua personalidade e seu estilo de falar em qualquer médium psicofônico, fosse este quem for. Daí o preparo necessário do médium para receber um espírito.
O espírito tem personalidade. Ele não se "unifica" na voz de um médium e nem se "difere" conforme o médium que o recebe. Ele se impõe porque é uma pessoa dotada de caraterísticas mentais próprias. Daí a fraude que convidamos a vocês a observarem comparando esses dois vídeos, que mostram a VERGONHA que é o tal "espiritismo" brasileiro.
quarta-feira, 9 de abril de 2014
Ainda sobre a provável fraude de Divaldo Franco
São muito fortes os indícios de fraude cometida pelo anti-médium Divaldo Franco quando supostamente "incorpora" o espírito do Dr. Bezerra de Menezes, não bastasse as irregularidades observadas na mensagem, como a de que, tido como "superior" e desapegado às dores da matéria, Bezerra "aparece" sempre falando como um idoso no seu leito de morte.
Sem qualquer pausa que indicasse a mudança de pessoa, Divaldo segue sua palestra mudando o timbre, como uma única pessoa faz quando muda o tom de sua voz. Divaldo faz o seu discurso, no clímax de sua oratória, com sua voz habitual e, de repente, dá continuidade às frases com a voz alterada, com a fala rouca e trêmula de um idoso agonizante.
Sim, o Dr. Bezerra sempre "aparece" assim. O orador enérgico como todo parlamentar que discursava no Legislativo do Segundo Império, de fala firme e forte, mesmo mais de 100 anos depois de falecido e, dito "superior", supostamente se livrado das impressões dolorosas da matéria perecida, sempre "volta" com a voz e os trejeitos de um idoso em leito de morte.
Se essa suposta aparição, se realmente existiu, já causa problemas uma vez que o "Dr. Bezerra" tão despojado de suas impressões materiais estaria ainda preso às sensações da velhice enferma, a probabilidade de que sua "aparição" seria uma farsa traz um fator ainda muito grave.
Não tem lógica o fato de que Divaldo e Bezerra estariam se interagindo por conta de uma "única energia de paz", daí a "voz unificada". Não faz sentido algum. Duas pessoas não alternariam falas rigorosamente como se fossem uma. Isso é impossível.
Em Divaldo, o que se observa é que não são duas pessoas - no caso o próprio Divaldo e o suposto espírito de Bezerra - que difundem uma mensagem, mas uma única pessoa que muda o tom de voz para se passar por outra pessoa.
É como num espetáculo de comédia em pé (stand up comedy). O comediante conta uma história, e de repente comenta uma situação vivida no cotidiano, e aí ele, para citar uma fala de uma dona-de-casa que conversou com ele, ele então faz um falsete e aí sai uma voz afetada imitando uma mulher.
Mas, pelo jeito, o espetáculo de Divaldo não é cômico. É trágico. É um provável - e muitíssimo provável - processo de fraude, de charlatanismo, que requer uma investigação séria de cientistas e jornalistas.
Infelizmente (para os espiritólicos, é claro), é muito pouco provável que o que se vê nos vídeos abaixo seja realmente o Dr. Adolfo Bezerra de Menezes. Até porque este, provavelmente, já deve ter se reencarnado mais de uma vez. O "espiritismo" brasileiro criou fraudes e deturpações que deveriam, em vez de trazer orgulho e admiração, vergonha e desprezo.
A coisa é muito mais grave até do que alguém com um mínimo de compreensão possa admitir.
terça-feira, 8 de abril de 2014
Divaldo Franco "vira" Bezerra de Menezes sem dar pausa
Um forte indício de fraude pode ser observado nesse vídeo, quando o anti-médium baiano Divaldo Franco, no 3º Congresso "Espírita" Brasileiro, realizado em abril de 2010, em Brasília. Seguindo sua palestra, Divaldo Franco, sem dar uma pausa sequer, muda o timbre de sua voz para o suposto timbre do "agonizante" (?!) espírito de Bezerra de Menezes.
É como se fosse uma pessoa falando e, de repente, muda o timbre. O que desmascara de vez a suposta incorporação. Isso porque, quando são duas pessoas diferentes, é impossível que uma sequência vocal entre uma e outra seja feita numa unidade absoluta.
Como pessoas diferentes, são diferentes raciocínios, e há uma diferença, por pequena que seja, na transição de uma fala de alguém com a de outro, porque é difícil que o raciocínio da segunda pessoa a faça continuar a fala da anterior como se fossem uma só pessoa falando.
Já Divaldo apenas muda de timbre. Não procede a desculpa de que o suposto Dr. Bezerra estivesse lá e "pegou" de imediato o gancho da mensagem de Divaldo. Não é assim. Neste caso, não houve a pausa necessária para que o outro espírito possa se manifestar e ficou bem claro que a "magnífica" incorporação tem as caraterísticas de uma fraude.
Isso é muito grave, porque o que está sendo feito aqui não é mais do que charlatanismo. Coisa que nem as palavras de amor e o clima melífluo de tais palestras resolve. O que piora a situação do Espiritolicismo, o "espiritismo" brasileiro, que se acha a última palavra em espiritualidade, mas torna-se a mais baixa prática religiosa dos tempos atuais.
Afinal, religiões como a católica e a evangélica podem não serem muito evoluídas, mas elas pelo menos se encontram num estágio de crenças compatível com seu grau de evolução. Já o "espiritismo" brasileiro, que promete oferecer algo mais evoluído, se perde não só em vícios antigos importados de práticas religiosas antigas, como também investe em fraudes, aproveitando a boa-fé dos fiéis.
Aqui está o vídeo com Divaldo Franco cometendo a fraude, já que o que se observa é tão somente uma mudança de timbre e não uma incorporação como o Espiritolicismo quer nos fazer crer.
segunda-feira, 7 de abril de 2014
Espiritolicismo estimula a mediocridade no Brasil
A julgar por muitos fatores desastrosos ocorrendo no Brasil, desde a denúncia de mais um possível foco de corrupção - desta vez na Petrobras - até a baixa avaliação dos alunos feita por uma instituição internacional, a tão prometida evolução do país garantida pelo Espiritolicismo não passa de um blefe.
Quantas vezes o anti-médium Divaldo Franco anuncia, em suas turnês bem financiadas intituladas "Você e a Paz", que o Brasil melhorou, que o Brasil está evoluindo, que existe até mesmo data para a transformação da humanidade, e que quem nasce agora são os chamados "índigos" ou "cristais".
Quantas vezes tudo isso era narrado com aquele tom melodramático de Divaldo, cheio de malabarismos oratórios feitos para seduzir as plateias, tudo para forçar nos incautos a crença de que tudo isso tem realização certa e rigorosamente prevista pelos ditos "benfeitores espirituais".
Só que o que se vê não é a tal "Pátria de Luz" que tanto se promete ao Brasil, através dos festejadíssimos pregadores espiritólicos. O que se vê é o retrocesso, o triunfo da mediocridade, por mais que os anti-médiuns, estrelas do espetáculo "espírita", afirmem o contrário.
Afinal, que "crianças índigo" são essas, tão prometidas por Divaldo Franco, que fumam crack nas avenidas das grandes cidades ou então surgem na forma de torcedores de futebol fanáticos, intolerantes e violentos, a perturbar até o sono dos vizinhos com seus gritos de "gol"?
Que "cristais" são esses na forma de jovens tecnocratas que não têm a menor disposição de transformar o Brasil, e que, como cientistas ou intelectuais, preferem fazer pesquisas inócuas que não questionem os problemas e tão somente reafirmem ou reforcem o "estabelecido", de preferência tentando provar que certas aberrações sociais são "grande coisa"?
As notícias mostram que tão poucos progressos existem no Brasil. Liga-se o rádio a o que se chama de "música brasileira" é um monte de porcaria. Liga-se a televisão e o que se vê são baixarias e inutilidades dominando até mesmo a TV paga, antes uma alternativa para a mesmice, hoje uma mesmice sem alternativa.
E a imprensa, com seus jornalistas reacionários que, sob o pretexto de condenar a corrupção, pregam o obscurantismo social, se utilizando da desculpa de um simples ódio político-partidário - cujo alvo é o PT (que erra, e muito, mas não é o único a fazê-lo) - para pregar o golpismo, o privatismo e o aumento das desigualdades sociais em favor da "qualidade de vida" de uns "cidadãos de bem".
Fora a imbecilização crescente, a pornografia permitida até para crianças, através de músicas "sensuais" de "funk" e "pagodão", a idiotização dos pobres que permite o enriquecimento dos ricos empresários do entretenimento "popular". E fora a crise de valores, que faz até os machistas sanguinários da véspera serem os conquistadores bem-sucedidos das melhores mulheres (!).
Há coisas aberrantes que são apoiadas pela população, e este espaço é pequeno para enumerá-los. E os criminosos impunes já começam a adotar a impunidade da opinião pública, não bastando a da Justiça, tornando-se pessoas queridas mesmo com seus gravíssimos erros.
Passada a ditadura militar, parece que o Brasil foi devastado por um violento furacão. O pouco de progresso que temos é insuficiente para repararmos os estragos mais antigos. Por isso não valem as verborragias animadas do sr. Divaldo e seu eventual espetáculo de "faz-de-conta que é o dr. Bezerra de Menezes".
A vida é muito mais crua e bastante complexa, e não são palavras dóceis que irão desmentir os problemas que estão por aí. Bem melhor haver palestrantes realistas que denunciassem as muitas crises de nosso país, porque, sabendo melhor dos nossos problemas, não ficaríamos tranquilos, mas estaríamos mais preparados para resolvê-los. Já as palavras dóceis confortam, mas acomodam.
sábado, 5 de abril de 2014
Espiritolicismo, canonização católica e a hipocrisia dos conservadores
CARLOS MARIGHELLA, CONSIDERADO CRIMINOSO POR TER SIDO GUERRILHEIRO, NÃO IRIA ENFORCAR UMA PESSOA SÓ PORQUE FOI HEREGE, COMO O FEZ O "SANTO" PADRE JOSÉ DE ANCHIETA.
A hipocrisia dos conservadores de plantão, a chamar de "criminosos" militantes da esquerda armada que lutavam contra a ditadura militar, ignora a complexidade dos fatos. Pois o "santo" José de Anchieta, não bastasse ter servido à genocida corrente medieval da Igreja Católica, conta com um terrível assassinato cometido por suas próprias mãos.
Fala-se muito mal de Carlos Marighella, Carlos Lamarca ou mesmo de alguns guerrilheiros que sobreviveram e hoje estão na política, porque atiraram, mataram e coisa e tal. Eles são vistos como criminosos e despertam o instinto policialesco de muitas pessoas, que acham que eles mereceram terem morrido.
Só que eles mataram policiais e soldados a serviço do regime, ou então gente que colaborou com a tortura, como o empresário Henning Boilesen, dono da Ultragás, morto em 1971 por militantes de esquerda. Mas nem a luta contra a ditadura militar representa um atenuante para que brasileiros reacionários de hoje os condenem de forma furiosa e passional.
Evidentemente os guerrilheiros não são santos e cometeram muitos erros. São imperfeitos e podem até serem de uma moral precária. Mas o peso das críticas dadas contra eles, em vez de darem o devido questionamento a seus atos equivocados ou precipitados, os colocam num nível de gravidade maior do que realmente cometeu erros graves.
Já o padre José de Anchieta passou incólume, como também seu amigo padre Manoel da Nóbrega, conhecido hoje pela figura do "pensador espírita" Emmanuel, e enquanto um virou "santo" nas mãos dos católicos, o outro virou "espírito de luz" nas mãos dos espiritólicos.
Só que quem não cai na tentação da memória curta sabe o que a Companhia de Jesus, naqueles tempos do Brasil colonial, fez de crueldades que faria qualquer tiroteio iniciado por algum militante da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) ou ALN (Aliança de Libertação Nacional), parecerem ingênuos gestos de amor.
Os jesuítas estavam a serviço do catolicismo português, que tentou se manter fiel aos já decadentes princípios dominadores e sanguinários do Catolicismo medieval, que cometeu sérias carnificinas, roubou terras, praticou atos escandalosos de corrupção, crimes vergonhosos comparáveis aos dos piores tiranos que passaram pela face da Terra.
Por influência desse Catolicismo, jesuítas montavam os primeiros latifúndios existentes no Brasil. Eram os primeiros grandes proprietários de terras, promovendo o "coronelismo" bem antes desse termo ter surgido (ele só apareceu depois da Guerra do Paraguai).
Como verdadeiros "pré-coronéis", os jesuítas promoveram os primeiros conflitos de terras que se tem registro na História do Brasil. Exterminaram tribos indígenas que só reagiram para proteger suas terras e suas comunidades, mas eram vistos como "perigosos" e contra suas flechas foram mortalmente abatidos a bala, arma bem mais perigosa.
Nóbrega e Anchieta não eram exceção num contexto em que os padres jesuítas tinham preconceitos raciais, sexuais e religiosos, que hoje poderiam levar qualquer um para a cadeia, em certos casos em regime fechado, sem direito à fiança. Eram autoritários, manipuladores, gritavam com as pessoas, eram intolerantes e hipócritas, porque quando convinha se passavam por bonzinhos.
E Nóbrega e Anchieta, ou melhor, o "iluminado Emmanuel" e o "santo Anchieta", como querem seus partidários, pediram ao governador-geral Mem de Sá para que condenassem Jean Jacques Le Balleur, só porque ele era protestante. Só porque ele professava uma religião parecida com a que o admirável ativista Martin Luther King havia feito no século passado.
Sim. Le Balleur foi condenado apenas por professar uma crença que não era a católica. Foi condenado pela liberdade religiosa. E, para piorar, com Nóbrega e Anchieta suplicando ao governador-geral para que prendesse o huguenote (calvinista francês) e o condenasse à morte.
E quando um carcereiro se recusou a executar a sentença, "santo Anchieta" foi lá e enforcou ele mesmo o francês e deixou que o jogassem depois para ser queimado em praça pública, diante de multidões, para sentir a crueldade punitiva da Igreja Católica medieval e seus crimes contra a humanidade.
Só isso poderia pesar muito mais do que os alguns milagres atribuídos ao padre Anchieta, que mesmo sem qualquer verificação garantiram a ele o título nobre de "santo". Assim, por pouca coisa. Imagine se Martin Luther King tivesse vivido naquela época, ele, negro, ativista, evangélico. Seria pior vítima da intolerância religiosa que o Catolicismo tanto promoveu durante séculos.
E o Espiritolicismo ainda feliz porque o Brasil "ganhou destaque" com a canonização de Anchieta, para fazer companhia ao "espírito de luz" Emmanuel e para cumprir as promessas do livro Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho.
Quanta hipocrisia é feita nessa fábrica de "espíritos superiores" feita seja por um clubinho de sacerdotes católicos, seja por uma "panelinha" de burocratas espiritualistas. Isso em nada enobrece as pessoas, só cria uma novidade de fachada, que em si não traz qualquer tipo de transformação nas almas das pessoas, só criando vaidades para aqueles que acreditam nessas crenças lastimáveis.
A hipocrisia dos conservadores de plantão, a chamar de "criminosos" militantes da esquerda armada que lutavam contra a ditadura militar, ignora a complexidade dos fatos. Pois o "santo" José de Anchieta, não bastasse ter servido à genocida corrente medieval da Igreja Católica, conta com um terrível assassinato cometido por suas próprias mãos.
Fala-se muito mal de Carlos Marighella, Carlos Lamarca ou mesmo de alguns guerrilheiros que sobreviveram e hoje estão na política, porque atiraram, mataram e coisa e tal. Eles são vistos como criminosos e despertam o instinto policialesco de muitas pessoas, que acham que eles mereceram terem morrido.
Só que eles mataram policiais e soldados a serviço do regime, ou então gente que colaborou com a tortura, como o empresário Henning Boilesen, dono da Ultragás, morto em 1971 por militantes de esquerda. Mas nem a luta contra a ditadura militar representa um atenuante para que brasileiros reacionários de hoje os condenem de forma furiosa e passional.
Evidentemente os guerrilheiros não são santos e cometeram muitos erros. São imperfeitos e podem até serem de uma moral precária. Mas o peso das críticas dadas contra eles, em vez de darem o devido questionamento a seus atos equivocados ou precipitados, os colocam num nível de gravidade maior do que realmente cometeu erros graves.
Já o padre José de Anchieta passou incólume, como também seu amigo padre Manoel da Nóbrega, conhecido hoje pela figura do "pensador espírita" Emmanuel, e enquanto um virou "santo" nas mãos dos católicos, o outro virou "espírito de luz" nas mãos dos espiritólicos.
Só que quem não cai na tentação da memória curta sabe o que a Companhia de Jesus, naqueles tempos do Brasil colonial, fez de crueldades que faria qualquer tiroteio iniciado por algum militante da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) ou ALN (Aliança de Libertação Nacional), parecerem ingênuos gestos de amor.
Os jesuítas estavam a serviço do catolicismo português, que tentou se manter fiel aos já decadentes princípios dominadores e sanguinários do Catolicismo medieval, que cometeu sérias carnificinas, roubou terras, praticou atos escandalosos de corrupção, crimes vergonhosos comparáveis aos dos piores tiranos que passaram pela face da Terra.
Por influência desse Catolicismo, jesuítas montavam os primeiros latifúndios existentes no Brasil. Eram os primeiros grandes proprietários de terras, promovendo o "coronelismo" bem antes desse termo ter surgido (ele só apareceu depois da Guerra do Paraguai).
Como verdadeiros "pré-coronéis", os jesuítas promoveram os primeiros conflitos de terras que se tem registro na História do Brasil. Exterminaram tribos indígenas que só reagiram para proteger suas terras e suas comunidades, mas eram vistos como "perigosos" e contra suas flechas foram mortalmente abatidos a bala, arma bem mais perigosa.
Nóbrega e Anchieta não eram exceção num contexto em que os padres jesuítas tinham preconceitos raciais, sexuais e religiosos, que hoje poderiam levar qualquer um para a cadeia, em certos casos em regime fechado, sem direito à fiança. Eram autoritários, manipuladores, gritavam com as pessoas, eram intolerantes e hipócritas, porque quando convinha se passavam por bonzinhos.
E Nóbrega e Anchieta, ou melhor, o "iluminado Emmanuel" e o "santo Anchieta", como querem seus partidários, pediram ao governador-geral Mem de Sá para que condenassem Jean Jacques Le Balleur, só porque ele era protestante. Só porque ele professava uma religião parecida com a que o admirável ativista Martin Luther King havia feito no século passado.
Sim. Le Balleur foi condenado apenas por professar uma crença que não era a católica. Foi condenado pela liberdade religiosa. E, para piorar, com Nóbrega e Anchieta suplicando ao governador-geral para que prendesse o huguenote (calvinista francês) e o condenasse à morte.
E quando um carcereiro se recusou a executar a sentença, "santo Anchieta" foi lá e enforcou ele mesmo o francês e deixou que o jogassem depois para ser queimado em praça pública, diante de multidões, para sentir a crueldade punitiva da Igreja Católica medieval e seus crimes contra a humanidade.
Só isso poderia pesar muito mais do que os alguns milagres atribuídos ao padre Anchieta, que mesmo sem qualquer verificação garantiram a ele o título nobre de "santo". Assim, por pouca coisa. Imagine se Martin Luther King tivesse vivido naquela época, ele, negro, ativista, evangélico. Seria pior vítima da intolerância religiosa que o Catolicismo tanto promoveu durante séculos.
E o Espiritolicismo ainda feliz porque o Brasil "ganhou destaque" com a canonização de Anchieta, para fazer companhia ao "espírito de luz" Emmanuel e para cumprir as promessas do livro Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho.
Quanta hipocrisia é feita nessa fábrica de "espíritos superiores" feita seja por um clubinho de sacerdotes católicos, seja por uma "panelinha" de burocratas espiritualistas. Isso em nada enobrece as pessoas, só cria uma novidade de fachada, que em si não traz qualquer tipo de transformação nas almas das pessoas, só criando vaidades para aqueles que acreditam nessas crenças lastimáveis.
sexta-feira, 4 de abril de 2014
A canonização terrena do padre José de Anchieta
Os círculos religiosos ligados à Igreja Católica comemoraram o recente feito da canonização do padre José de Anchieta, nascido espanhol (no arquipélago das Ilhas Canárias) e depois residido e trabalhado no Brasil, tendo participado da fundação das primeiras construções que deram origem à cidade de São Paulo.
Tendo completado 480 anos no último dia 19 de março e tendo vivido 63 anos de idade, José de Anchieta é considerado oficialmente Apóstolo do Brasil e foi também poeta e professor jesuíta. Ele havia sido incluído entre muitos colaboradores da Companhia de Jesus solicitados pelo padre Manoel da Nóbrega.
Anchieta foi também um dos primeiros gramáticos brasileiros, tendo escrito a primeira gramática em língua tupi, numa época em que o Brasil era um país bilíngue, incluindo o português, considerada língua de elite, e o tupi, considerado uma língua popular. Isso valeu até o primeiro-ministro português, Marquês do Pombal, mandar encerrar os trabalhos jesuítas no Brasil e proibir o idioma tupi, já no século XVIII.
José de Anchieta é atribuído a alguns milagres, que inspiraram a canonização sem que fossem feitos estudos para sua comprovação. O mais antigo deles remete a 1567, à cura de um filho de uma religiosa que fazia confissões ao padre, e que parecia gravemente doente e teria sido curado.
No entanto, pesa sobre o "santo Anchieta" um fato bastante negativo, quando ele e Manoel da Nóbrega pediram ao governador-geral Mem de Sá a prisão de um herege, o alfaiate francês Jean Jacques Le Balleur, que teria sido um dos primeiros praticantes do protestantismo no Brasil, tendo sido huguenote, ou seja, adepto francês da religião de Jean Calvin, o calvinismo.
Um carrasco que havia sido ordenado a enforcar Le Balleur se recusou a cumprir tal tarefa. Le Balleur era condenado apenas por não seguir a fé católica, mas a fé protestante, daí a heresia. José de Anchieta decidiu então estrangular o prisioneiro, e depois este foi queimado em praça pública. Fontes divergem sobre o local da queima, se teria sido no Brasil ou em Portugal.
Quanto à canonização, entendemos que o ato é puramente humano e segue um julgamento material. Pode ser visto, na melhor das hipóteses, como uma crença natural própria dos católicos, mas a canonização nada tem de serventia para avaliar, de fato, o nível de evolução moral de personalidades religiosas.
Diz a Doutrina Espírita que são os atos de superação do egoísmo e de transformação benéfica da humanidade, por mais modestos que possam ser, que fazem a pessoa se evoluir moralmente. Mas a vida é extremamente complexa para que a humanidade seja capaz de presumir se alguém é espírito superior, santo ou qualquer outro rótulo referente a alguém que teria atingido o topo da evolução moral.
Além disso, a Igreja Católica inventou o processo de canonização, que é de transformar personalidades em "santos", com base na mitologia greco-romana, por inspiração do Império Romano que por sua vez estabeleceu as diretrizes do Catolicismo. A mitologia greco-romana havia criado "deuses" aos quais se atribuía algum tipo de virtude, dentro das perspectivas morais de então.
O próprio "espiritismo" brasileiro, por sua vez, também criou "espíritos de luz" como analogia aos "santos" do Catolicismo. Seriam espíritos dotados de suposta perfeição moral, como Bezerra de Menezes, Mei-Mei, Chico Xavier, Emmanuel, Joana de Angelis e tantos outros. Seriam os "santos" do Espiritolicismo.
O próprio Emmanuel teria sido o padre Manoel da Nóbrega, até por suas caraterísticas de jesuíta de temperamento austero e autoritário, e pelo dom traiçoeiro de usar uma crença alheia - como a cultura indígena no passado e o Espiritismo mais recentemente - para deturpá-la e adaptá-la de acordo com os interesses da própria crença do jesuíta.
Graças a essa associação, no entanto, os apressadinhos de plantão no Espiritolicismo chegaram a dizer que Chico Xavier teria sido José de Anchieta. Embora em ambos os casos a ilusão de grandeza seja bastante discutível, não há fundamento que possa afirmar que Chico teria sido Anchieta. Nem mesmo indícios prováveis existem para tanto, e não vale os espiritólicos inventar.
A canonização do padre Anchieta foi puramente terrena. Aos olhos dos homens, ele tornou-se um santo. Já no mundo espiritual isso não tem a menor importância, pois tudo continuará na mesma: espíritos imperfeitos que buscam superar seus erros, defeitos e debilidades num caminho longo e difícil de evolução. Não será um rótulo de "santo" ou "espírito de luz" que mudará esse curso.
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