quinta-feira, 30 de abril de 2015
Fernando Collor será o "Bezerra de Menezes" do futuro?
O "espiritismo" é a doutrina do malabarismo das palavras. Ainda vamos explicar por que o amor e a solidariedade são ideias presas em sua retórica, quando sabemos que os melhores atos dispensam a obrigatoriedade das palavras e o "espiritismo", pelo contrário, usa e abusa das palavras "fraternais".
Suas fraudes e irregularidades usam como escudo todo um verniz de "fraternidade" e "caridade" que faz seus líderes e astros serem impunes. Do contrário que acontece no Primeiro Mundo, não há, ainda, quem se encoraje a investigar o charlatanismo que existe em práticas falsamente mediúnicas, como as cartas atribuídas aos mortos que só tem a assinatura do "médium" e a mesma mensagem religiosa.
Com isso, o "espiritismo" é o último reduto da permissividade no Brasil, em que o "espírita" pode tudo, até fingir que recebe uma barata morta e escrever uma mensagem religiosa atribuindo à autoria do inseto morto. Cria-se um vale-tudo surreal, fantasioso, pois o "espiritismo" é a Ilha da Fantasia das religiões brasileiras. Só não espere que seu desejo seja atendido, se você for alguém mais evoluído.
Isso porque até o "espiritismo" favorece mais os medíocres e corrompidos, aos quais cabe completar todo o recreio do livre-arbítrio de erros e maldades, uma espécie de "fiado" que a doutrina dá àqueles que são tomados pelos piores impulsos: paga-se uma ou duas encarnações depois, de preferência quando tiver consciência e necessidade de evolução.
Na política, tivemos o caso de Juscelino Kubitschek, o ex-presidente brasileiro que foi amigo de Francisco Cândido Xavier e a ele se dirigiu com respeito, consideração, generosidade e afeto. Ele lançou um decreto definindo a FEB como entidade de utilidade pública e foi bastante gentil com seus dirigentes.
E o que Juscelino recebeu com tudo isso? Azar! Ele teve um mandato de senador cassado, viu escapar a chance de ser eleito presidente, não foi eleito para a Academia Brasileira de Letras e ainda morreu em um acidente de carro. E ainda as más energias contagiaram até a filha Márcia Kubitschek ou mesmo o ator José Wilker (que interpretou JK em minissérie de TV), mortos ainda no auge de suas missões vitais.
Muitas pessoas evoluídas encontram infortúnios ou se expõem a adversidades das quais poderiam evitar ou estarem livres delas por algum motivo. Em compensação, os medíocres ou mesmo facínoras são dotados de uma sorte tal que não há encrenca que elimine seu prestígio, que pode ser mantido, mesmo com alguns arranhões.
Daí Fernando Collor de Mello, que fez um governo corrupto, teve um pano de fundo político bastante conservador, era um demagogo da pior espécie e tinha um projeto político impopular. Confiscou as poupanças dos brasileiros para pagar um estranho esquema de corrupção do tesoureiro Paulo César Farias, que mostrou indícios de alianças com mafiosos italianos ligados ao narcotráfico internacional.
Pois bem, Collor, mesmo impedido de completar seu mandato, condenado pelo impeachment à proibição de concorrer a qualquer cargo eletivo até 2000, Ele era apoiado por Chico Xavier, ao qual não deu mais do que uma momentânea e simpática consideração de alguém sem muita intimidade com o anti-médium.
Mas Collor deve ter se encaixado no tipo de político que agradava Emmanuel e, depois que voltou à vida política, passou por uma reabilitação vertiginosa em 2005, sendo apoiado pelas mídias sociais para a corrida para o Senado, foi eleito e se aliou a antigos rivais (como o ex-presidente Lula e o ex-líder estudantil Lindbergh Farias) e passou a ser respeitado por setores da esquerda e direita.
Collor simbolizou uma época de degradação cultural e até os ídolos musicais da época, duplas, cantores e grupos de "pagode romântico" e "sertanejo" que, na prática, faziam o pior da música brega travestido de samba ou música caipira, conseguiram ser reabilitados o suficiente para não largarem o osso mercadológico e até se passarem por "grandes nomes da MPB" sem sê-los de fato.
Os "Anos Dourados" da Era JK ruíram em muitos aspectos, enquanto a Era Collor parece não ter acabado, com a sua influência perdurando durante anos. E isso faz do ex-presidente Collor, se depender destas circunstâncias, um futuro beneficiário das manipulações que o revisionismo histórico poderia fazer em breve.
Será que ele atingirá a posteridade com uma imagem "pura" e "divinizada", tal qual o médico Adolfo Bezerra de Menezes tem hoje em dia? Bezerra foi "purificado" pelas manipulações discursivas que eliminaram o que havia de sombrio do político, militar e médico, e o reduziu a um personagem de contos de fadas, praticamente um "Papai Noel" para o ano todo segundo o "espiritismo" brasileiro.
O risco é esse, dentro de um Brasil que protege a mediocridade dominante no mercado e na mídia e permite os retrocessos sociais que vemos hoje e os quais a sociedade tem que encarar em silêncio, como diz Chico Xavier, o símbolo maior dessa religião que glamouriza o sofrimento e prefere proteger os medíocres e facínoras, deixando as provações para daqui a uns cem anos.
Será que, até lá, Fernando Collor será descrito como um espírito iluminado e íntegro que tentou melhorar o país mas foi escorraçado pelos seus perseguidores? Será que ele será "lapidado" pelo revisionismo histórico a ponto de se tornar "purificado" e "limpo" para a posteridade?
Temos que tomar muito cuidado com as palavras, porque as piores mentiras são aquelas que apresentam beleza e fluência nas palavras.
quarta-feira, 29 de abril de 2015
Sensacionalismo "espírita" se apressa em supor o "novo Emmanuel"
Reportagem de O Globo alimenta o sensacionalismo "espírita", dentro da pior crise sofrida pela doutrina que preferiu abraçar o Catolicismo jesuíta (de herança medieval) em vez do pensamento científico de Allan Kardec.
Nela, é enfocado um jovem paulistano, Guilherme Romano, que ainda fará 22 anos. É estudante de Filosofia na Universidade de São Paulo, diz se especializar em espiritualidade e já escreveu dois livros. Participou da fundação do Núcleo de Estudos Espiritualistas Luz da Nova Alvorada (NEELNA), em São Paulo, além de ter trabalhado na Casa Perseverança, tido como "um dos maiores centros espíritas do mundo".
Ele apareceu no programa Mais Você, da Rede Globo de Televisão, por volta de 2007. Ele descreveu suas atividades "espíritas" precoces, e não se falou na época que ele havia sido reencarnação de Emmanuel. Os comentários só viriam quando a entrevista passou a ser divulgada nas mídias sociais, anos depois.
SEMELHANÇAS ENTRE GUILHERME E EMMANUEL SÃO MERA COINCIDÊNCIA.
Internautas deslumbrados começaram a atribuir as semelhanças através de qualidades que, por mais excepcionais que seja, não necessariamente indicam tal encarnação. A vontade de trabalhar com educação e a habilidade de falar e escrever muito não significam que Guilherme possa ser Emmanuel reencarnado. Mas os chiquistas entusiasmados acreditam.
Pelo menos Geraldo Lemos Neto, presidente da Casa de Chico Xavier e desejoso em ver o anti-médium mineiro "reconhecido" pela Ciência, através da suposta profecia da "Data-Limite", não crê que Guilherme seja a reencarnação de Emmanuel, sobretudo se levar em conta a idade.
Chico Xavier, em princípio, disse que Emmanuel iria reencarnar depois que o anti-médium falecesse. Depois, declarou que o jesuíta iria reencarnar em 1999, afirmando que o "mentor" de Xavier o teria deixado em 1996 para se preparar para a "nova missão".
Isso põe em xeque a hipótese de Guilherme ter sido Emmanuel. Ele já tem 21 anos e fará 22 este ano. Emmanuel, segundo se acredita, seria um adolescente de 15, 16 anos. O jesuíta, segundo seus seguidores, teria reencarnado no interior paulista, e Guilherme nasceu e trabalha na capital. Além do mais, é pouco provável que o "novo Emmanuel" teria o visual hippie que Guilherme usa hoje.
O mérito de Guilherme é que ele não se preocupa em saber quem ele havia sido na encarnação anterior, preocupado mais em lapidar sua personalidade e conduta na vida presente, preferindo se conhecer melhor na sua atual situação.
Guilherme também é influenciado por crenças hindus, sendo seguidor de Sri Swami Shivaharyànanda. Seria pouco provável que Emmanuel estivesse interessado em seguir crenças que fugissem de seu rigor católico, que estava presente ainda nas obras lançadas por Chico Xavier e pelos depoimentos dados por este em vida.
O jornal O Globo comete um erro grosseiro ao dizer que Chico Xavier "deu continuidade" à obra de Allan Kardec. Xavier sempre desprezou as lições do professor lionês e é praticamente certo que nunca leu suas obras. "Kardecista" é apenas um eufemismo para mascarar o caráter igrejista do "movimento espírita", historicamente identificado com as ideias de Jean-Baptiste Roustaing.
O que se observa nesse caso é que a polêmica "plantada" no seio do "espiritismo" brasileiro pode ser apenas um gancho para chamar a atenção, criando mais um sensacionalismo de grande envergadura, depois da "previsão" da "Data-Limite" para supostas transformações na face da Terra.
Embora suas lideranças rejeitem com firmeza a tese de que Guilherme Romano seria o "novo Emmanuel", a polêmica parece, em primeira instância, impulsionar a visibilidade e a promoção publicitária do "espiritismo", ultimamente em crise.
No entanto, será mais um episódio sensacionalista que irá dividir o "movimento espírita", entre os "realistas" (que não vão além do que a aparência e os valores oficiais acreditam e mostram) e os "surreais" (que exaltam o "espiritismo" em suas extensões surreais ou subliminares), o que poderá trazer desentendimentos futuros para uma religião que diz "pregar a união".
terça-feira, 28 de abril de 2015
Livro revela que Carlos Baccelli praticava "leitura fria"
O anti-médium de Uberaba, Carlos Baccelli, discípulo de Chico Xavier e que, em parte, "auxiliou" as famílias dos mortos da tragédia da Boate Kiss, em Santa Maria (RS), ocorrida no ano de 2013, é apontado como coordenador da "leitura fria" que seus colaboradores faziam em seu "centro".
O dado se encontra no livro Por Trás do Véu de Ísis, do então imparcial pesquisador do "espiritismo", Marcel Souto Maior (convertido depois a um propagandista de Chico Xavier), e que será reproduzido a seguir.
A "leitura fria" é um mecanismo de manipulação da mente em que o entrevistador explora os gestos emotivos do entrevistado e realiza uma conversa com muitas perguntas sutis, de forma que seu interlocutor possa fornecer informações pessoais sem que perceba o que está fazendo.
Tudo é feito aparentemente sem pretensões e, no caso do "espiritismo", se aproveitam até mesmo informações colhidas "sem compromisso" de frequentadores de doutrinárias que conversam informalmente com palestrantes "espíritas" no final de cada doutrinária. Qualquer dado é ouro e tudo isso é juntado nos bastidores.
Há vários mecanismos feitos. Consultas de jornais e revistas, mais recentemente a da Internet, que reforçam a coleta de dados para produzir informações mais sutis e sofisticadas possíveis, de maneira a criar uma suposta psicografia convincente, através de uma estória dramática, de apelo religioso, escrita pelo suposto médium e atribuída ao espírito do falecido da ocasião.
Pois vejam a narrativa que Marcel havia escrito sobre Carlos Baccelli, que se responsabilizou pelas cartas atribuídas a dois mortos, Stéfani Posser Simeoni e seu namorado Guilherme Pontes Gonçalves. A carta atribuída a Stéfani apresentou irregularidades aqui analisadas.
CARLOS BACCELLI COM CHICO XAVIER.
Segue então a passagem do livro de Marcel logo abaixo:
Pais e mães vindos de todo o país esperam a vez de conversar com Baccelli, antes da sessão, numa saleta miúda localizada ao lado do hall de entrada.
É ali, atrás de uma mesa de madeira, que Baccelli atende os candidatos a receber uma mensagem do além. Estes encontros se sucedem a partir das cinco da manhã, uma hora e meia antes do início da psicografia.
Durante as conversas, quase sempre ligeiras, Baccelli pede mais detalhes aos visitantes sobre seus entes queridos e as circunstâncias da morte. Informações como nomes de avôs e avós são anotadas por ele, muitas vezes, em pequenos pedaços de papel, levados mais tarde até a mesa do salão principal, o palco da psicografia.
Quem organiza a fila é um carteiro aposentado de Uberaba, o seu Paulo, sempre simpático e dedicado. Ele se posiciona em frente à porta da saleta, que se fecha assim que cada visitante entra.
Neste sábado, ele está preocupado com a família que veio de carro de Florianópolis em busca de uma mensagem do filho morto. Foram dezenove horas de viagem.
O pai do jovem está na fila e recebe instruções solidárias do seu Paulo:
— Capricha, hein? Conta tudo pro médium pra você receber sua mensagem.
O pai entra sozinho na saleta e, para alívio do seu Paulo, fica quase três minutos lá dentro.
— Este deve receber a cartinha — prevê o ex-carteiro, agora encarregado da correspondência entre vivos e mortos.
O seu Paulo quase nunca erra.
[...]
Uma das cartas chama atenção especial pela crise de choro provocada na platéia. Um choro profundo, desesperado, que começa com lágrimas e soluços e termina com berros, gritos de dor e de saudade.
Querido papai Manoel João, querida mamãe Maria Therezinha, Esqueçamos o acidente de que fui vítima. Imaturidade aos 23 anos de idade…
Os avós são citados, com nomes e sobrenomes, entre detalhes sobre as circunstâncias da morte: um acidente de carro.
Quando a sessão termina, aproximo-me da mãe, ainda aos prantos, ao lado do marido contido e tenso.
Demoro a reconhecê-lo.
É o pai de Florianópolis, instruído pelo solidário seu Paulo.
Dona Maria Therezinha não tem nenhuma dúvida: o filho dela está vivo.
O seu Manoel João responde antes que eu tenha tempo de perguntar:
— Tudo o que está na mensagem eu contei para o médium lá na sala — ele diz.
(Abaixo, Marcel Souto entrevistando Carlos Baccelli)
— Por que o senhor… digamos… “entrevista”, antes da sessão, os visitantes que vêm aqui em busca de mensagens? Por que são necessárias tantas informações?
Baccelli tem uma resposta pronta:
— O trabalho de psicografia não é só dos espíritos. É do médium também. O médium é parte integrante da equipe espiritual e deve ser o guardião da autenticidade de cada mensagem.
A coleta de informações antes da sessão teria, segundo o médium, as seguintes funções: facilitar a sintonia com os espíritos e preservar o trabalho de qualquer “fraude maledicente”.
— Este, Baccelli, é um cenário de dor, fé, esperança e de desconfiança também. Muitos pais duvidam da autenticidade das mensagens quando encontram, nas cartas destinadas a eles, dados já revelados ao senhor — argumento. Baccelli reage com calma:
— Este não é um problema meu. Não cabe ao médium duvidar. As pessoas duvidam até da existência de Deus, apesar de estarem diante da maior evidência de todas: a criação do mundo.
A resposta se prolonga:
— Normalmente as pessoas não querem apenas uma simples mensagem. Elas estão aqui porque querem o filho de volta, e isto as mensagens não conseguem fazer. Cada mensagem é de conforto, de esclarecimento, mas não é de convicção para aquele que não quer crer. A fé é uma conquista individual. Nós não nascemos com fé. A fé, como a paciência, como tudo, é uma conquista. A mensagem é um material de reflexão.
A conversa se encerra com uma citação de Paulo de Tarso:
— A profecia não é para os que duvidam, é para os que creem — diz Baccelli.
segunda-feira, 27 de abril de 2015
Reflexões sobre o questionamento do livro 'Nossa Nova Caminhada'
ESCOMBROS DA BOATE KISS, APÓS O TRÁGICO INCÊNDIO DE 2013.
Durante meses, um texto lidera as listas dos mais lidos deste blogue, Espíritos zombeteiros se divertem com o caso do livro 'Nossa Nova Caminhada', gerando um grande choque em muitas pessoas. A alta repercussão do texto não significa que ele tenha tido todo respaldo, antes ele tivesse desagradado muita gente.
Muitas pessoas se sentiram realmente chocadas. Afinal, a ideia era elogiar o livro e defini-lo como uma ação filantrópica de informar aos familiares dos mortos do incêndio da Boate Kiss, em Santa Maria (RS) que as vítimas estão bem no mundo espiritual.
Mas, infelizmente, da forma como é o "espiritismo" brasileiro, isso se torna perigoso e traiçoeiro sob diversos aspectos. Sabemos que evocar os espíritos dos mortos, aliado a uma prática duvidosa de mediunidade - em que se valem mensagens apócrifas vindas da mente do "médium" - , não é uma prática recomendável, sob diversos aspectos.
Em primeiro lugar, isso prolonga demais as angústias familiares, ao expor uma tragédia que será alimentada pela publicidade midiática e pela exploração religiosa. Mostra as famílias dos mortos da pior forma, quando elas deveriam estar na privacidade, sofrendo e sendo amparadas com o máximo de discrição, em vez de transformar suas dores num circo sensacionalista.
É muito complicado querer o contato dos que já faleceram. Há aspectos muito variáveis. Em muitos casos, os próprios mortos continuam convivendo com seus entes queridos, mesmo já sem o corpo físico. Em outros casos, isso não acontece. Mas, de qualquer maneira, exigir que eles venham com mensagens é sempre algo muito arriscado.
E aí chega o caso de algumas famílias que perderam entes queridos na tragédia da boate gaúcha e que financiaram a produção de um livro com supostas mensagens psicografadas. No caso de Stéfane Posser Simeoni, uma jovem que morreu no incêndio, sua suposta mensagem espiritual apresentava garranchos que apontam irregularidades sérias.
Afinal, a mensagem era tida como "tranquilizadora" pelos familiares, tornando menos provável o garrancho, ainda mais quando a rasura indicava que o prenome Stéfane foi escrito inicialmente com "Sp" e não "St". O nome depois foi reescrito com caligrafia nervosa. O "médium" teria sido contagiado com serena positividade e também não teria feito tais garranchos. Analisamos detalhadamente o caso.
São contradições que mostram o quanto é perigoso solicitar mensagens dos mortos. E é isso que quisemos com o polêmico texto que está entre os mais lidos deste blogue. Evidentemente, ele causa um grande choque, principalmente nas pessoas envoltas no confortável transe emocional, normalmente produzido pelo "espiritismo" brasileiro.
Esse choque se deve ao fato que o texto que produzimos rompe com aquela suposta respeitabilidade das mensagens "mediúnicas" e da reputação dos supostos médiuns, e do mito da religiosidade plena que existe no mundo espiritual.
Normalmente, é preferível que se aceite como verídica uma falsidade ideológica que evoque apelos religiosos. Não obstante, prefere-se o apelo religioso à própria veracidade espiritual, vide o caso de Humberto de Campos, cuja obra atribuída a seu espírito destoa completamente do estilo que ele produziu em vida.
Humberto é o único autor que pôde ser apropriado por outra pessoa e que está vinculado a esta de maneira não só impune como abertamente aceita. Sim, Chico Xavier tornou-se "dono" de Humberto de Campos, como se observa na maioria dos itens da busca do Google usando somente o nome do autor de O Brasil Anedótico.
Mas todo mundo deixa passar, porque o apelo religioso vale mais do que a identidade de qualquer pessoa. Há quem acredite que os espíritos abrem mão de seus próprios talentos em nome de uma suposta "linguagem universal do amor", o que é um absurdo, mas não são poucos os que creem nisso com devoção.
E aí questionamos a produção do livro Nossa Nova Caminhada, colocando como polêmico título a ideia de espíritos zombeteiros estiverem se divertindo com a iniciativa. Não poucas pessoas reagem a isso como um comentário maledicente e insensível à "boa obra" que se está sendo produzida "em prol da caridade" e "sem fins lucrativos".
Só que isso não é maledicência. Afinal, o clima de emotividade produzido pelo "espiritismo" existente no Brasil é que vem de paixões terrenas e materiais, na medida em que a doutrina é inspirada em dogmas católicos, num misticismo piegas que compensa a fraca capacidade mediúnica de supostos médiuns, para não dizer incapacidade.
Cria-se uma doença infantil da devoção religiosa, que faz com que o "espiritismo" se torne um conto-de-fadas para gente idosa, uma água-com-açúcar para pais e mães que se tornam órfãos de filhos. Tomados do mais infantil sentimentalismo religioso, eles aceitam que seus filhos sejam associados a mensagens apócrifas de apelo religioso, porque a fé justifica qualquer absurdo.
Existe até uma piada em que a mensagem de um jovem falecido é verdadeira quando começa com "querida mamãe" ou "querido papai", ou algum querido responsável, parceiro ou tutor. A emotividade torna-se um gancho perigoso, as pessoas não raciocinam e a saudade imensa faz com que qualquer mensagem feita em nome do saudoso ente seja aceita como "verídica".
O "espiritismo" brasileiro explora as tragédias humanas. E faz publicidade delas, se aproveitando da emotividade da situação. Isso é ruim. Isso é perverso. E é isso que queremos dizer quando o polêmico texto foi escrito. É chocante, mas isso é benéfico por tirar as pessoas da zona do conforto da fé cega e enganadora.
Durante meses, um texto lidera as listas dos mais lidos deste blogue, Espíritos zombeteiros se divertem com o caso do livro 'Nossa Nova Caminhada', gerando um grande choque em muitas pessoas. A alta repercussão do texto não significa que ele tenha tido todo respaldo, antes ele tivesse desagradado muita gente.
Muitas pessoas se sentiram realmente chocadas. Afinal, a ideia era elogiar o livro e defini-lo como uma ação filantrópica de informar aos familiares dos mortos do incêndio da Boate Kiss, em Santa Maria (RS) que as vítimas estão bem no mundo espiritual.
Mas, infelizmente, da forma como é o "espiritismo" brasileiro, isso se torna perigoso e traiçoeiro sob diversos aspectos. Sabemos que evocar os espíritos dos mortos, aliado a uma prática duvidosa de mediunidade - em que se valem mensagens apócrifas vindas da mente do "médium" - , não é uma prática recomendável, sob diversos aspectos.
Em primeiro lugar, isso prolonga demais as angústias familiares, ao expor uma tragédia que será alimentada pela publicidade midiática e pela exploração religiosa. Mostra as famílias dos mortos da pior forma, quando elas deveriam estar na privacidade, sofrendo e sendo amparadas com o máximo de discrição, em vez de transformar suas dores num circo sensacionalista.
É muito complicado querer o contato dos que já faleceram. Há aspectos muito variáveis. Em muitos casos, os próprios mortos continuam convivendo com seus entes queridos, mesmo já sem o corpo físico. Em outros casos, isso não acontece. Mas, de qualquer maneira, exigir que eles venham com mensagens é sempre algo muito arriscado.
E aí chega o caso de algumas famílias que perderam entes queridos na tragédia da boate gaúcha e que financiaram a produção de um livro com supostas mensagens psicografadas. No caso de Stéfane Posser Simeoni, uma jovem que morreu no incêndio, sua suposta mensagem espiritual apresentava garranchos que apontam irregularidades sérias.
Afinal, a mensagem era tida como "tranquilizadora" pelos familiares, tornando menos provável o garrancho, ainda mais quando a rasura indicava que o prenome Stéfane foi escrito inicialmente com "Sp" e não "St". O nome depois foi reescrito com caligrafia nervosa. O "médium" teria sido contagiado com serena positividade e também não teria feito tais garranchos. Analisamos detalhadamente o caso.
São contradições que mostram o quanto é perigoso solicitar mensagens dos mortos. E é isso que quisemos com o polêmico texto que está entre os mais lidos deste blogue. Evidentemente, ele causa um grande choque, principalmente nas pessoas envoltas no confortável transe emocional, normalmente produzido pelo "espiritismo" brasileiro.
Esse choque se deve ao fato que o texto que produzimos rompe com aquela suposta respeitabilidade das mensagens "mediúnicas" e da reputação dos supostos médiuns, e do mito da religiosidade plena que existe no mundo espiritual.
Normalmente, é preferível que se aceite como verídica uma falsidade ideológica que evoque apelos religiosos. Não obstante, prefere-se o apelo religioso à própria veracidade espiritual, vide o caso de Humberto de Campos, cuja obra atribuída a seu espírito destoa completamente do estilo que ele produziu em vida.
Humberto é o único autor que pôde ser apropriado por outra pessoa e que está vinculado a esta de maneira não só impune como abertamente aceita. Sim, Chico Xavier tornou-se "dono" de Humberto de Campos, como se observa na maioria dos itens da busca do Google usando somente o nome do autor de O Brasil Anedótico.
Mas todo mundo deixa passar, porque o apelo religioso vale mais do que a identidade de qualquer pessoa. Há quem acredite que os espíritos abrem mão de seus próprios talentos em nome de uma suposta "linguagem universal do amor", o que é um absurdo, mas não são poucos os que creem nisso com devoção.
E aí questionamos a produção do livro Nossa Nova Caminhada, colocando como polêmico título a ideia de espíritos zombeteiros estiverem se divertindo com a iniciativa. Não poucas pessoas reagem a isso como um comentário maledicente e insensível à "boa obra" que se está sendo produzida "em prol da caridade" e "sem fins lucrativos".
Só que isso não é maledicência. Afinal, o clima de emotividade produzido pelo "espiritismo" existente no Brasil é que vem de paixões terrenas e materiais, na medida em que a doutrina é inspirada em dogmas católicos, num misticismo piegas que compensa a fraca capacidade mediúnica de supostos médiuns, para não dizer incapacidade.
Cria-se uma doença infantil da devoção religiosa, que faz com que o "espiritismo" se torne um conto-de-fadas para gente idosa, uma água-com-açúcar para pais e mães que se tornam órfãos de filhos. Tomados do mais infantil sentimentalismo religioso, eles aceitam que seus filhos sejam associados a mensagens apócrifas de apelo religioso, porque a fé justifica qualquer absurdo.
Existe até uma piada em que a mensagem de um jovem falecido é verdadeira quando começa com "querida mamãe" ou "querido papai", ou algum querido responsável, parceiro ou tutor. A emotividade torna-se um gancho perigoso, as pessoas não raciocinam e a saudade imensa faz com que qualquer mensagem feita em nome do saudoso ente seja aceita como "verídica".
O "espiritismo" brasileiro explora as tragédias humanas. E faz publicidade delas, se aproveitando da emotividade da situação. Isso é ruim. Isso é perverso. E é isso que queremos dizer quando o polêmico texto foi escrito. É chocante, mas isso é benéfico por tirar as pessoas da zona do conforto da fé cega e enganadora.
domingo, 26 de abril de 2015
"Espiritismo" e a exploração sádica das tragédias precoces
O "espiritismo", muitas vezes, comete prejuízos sem saber, fazendo seu julgamento indiferente com as tristezas alheias, vendo apenas o lado da vida espiritual, esse mundo enigmático que nem os "espíritas" mais apaixonados conseguem entender, por mais que digam o contrário.
Nota-se, no caso das tragédias prematuras, um certo sadismo e um sentimento de volúpia que parte dos "espíritas", que transformam os belos e jovens mortos em totens, mal conseguindo disfarçar um prazer subliminar de vê-los morrerem cedo.
Isso porque a ideia de vida espiritual torna-se corrompida e a ansiedade dos "espíritas" torna-se um hábito de ver as pessoas evoluídas fora da Terra, como se estivessem com pressa de irem para o "céu". Mas isso torna-se uma grande falta de respeito e uma ofensa às famílias que perderam seus entes queridos.
Isso porque os jovens mortos eram pessoas com projetos de vida, com muitos sonhos e planos, com muitas ideias e atividades já planejadas, e que o infortúnio da tragédia repentina interrompeu a caminhada. Os "espíritas", sádicos, acham tudo isso ótimo, porque a "verdadeira vida existe", daqui a cem anos os jovens podem realizar todos os seus planos.
Não, de jeito nenhum. O que os jovens mortos planejaram para suas encarnações interrompidas se perdeu para sempre. Daqui a, pelo menos, 25 anos, se caso reencarnarem em um prazo menor, eles terão que reformular tudo, porque duas décadas representam mudanças profundas em muitas coisas.
Isso a insensibilidade dos sádicos "espíritas" e seu materialismo doentio não sabe. Porque, para eles, um projeto de vida não se consiste meramente em conseguir emprego, formar família ou ajudar alguém. Não é uma questão de ganhar dinheiro e distribuir grana ou bens aos outros, mas a criar atividades diferenciadas que podem valer hoje, mas poderão não valer no futuro.
Imagine uma pessoa que sai de uma cidade para viajar para um outro lugar. De repente, ocorre um furacão e a cidade que a pessoa deixou ficou arrasada. A pessoa volta e vê quase tudo destruído, e muito trabalho haverá que ser feito para reconstrução. Não será a mesma coisa que antes.
Para os "espíritas" que, salvo exceções, agem como no ditado "pimenta nos olhos dos outros é refresco", isso não importa. Ou eles não sabem o que é viver numa sociedade diversificada e complexa, ou eles simplesmente sabem e repudiam.
Imagine uma garota de 21 anos, culta, inteligente e sofisticada que ensaiava no grupo teatral da faculdade, com peças de Oduvaldo Vianna Filho, cheia de planos e projetos nesse sentido, e de repente morre num acidente de carro num fim de semana.
Suponhamos que ela reencarna cinco anos depois e, chegando novamente aos 21 anos 26 anos após o fim de sua encarnação anterior e, além de ter dificuldades para entrar na faculdade, encontra um cenário educacional devastador e seu grupo teatral, quase inoperante, quando muito aposta em franquias de desenho animado infantil dos EUA.
Ela tenta animar seus colegas a fazer os projetos que ela tinha na encarnação anterior e que foram guardados no seu inconsciente. Sem ter consciência do que foi o passado, se familiarizou, sem perceber por que, com a trajetória de Vianinha. Mas é avisada por um colega que ninguém se interessa em encenar peças desse autor, elas não trazem público.
Nossos "espíritas" não leem Vianinha, não leem Nelson Rodrigues, não sabem a diferença entre Teatro Brasileiro de Comédia e Teatro de Arena, não sabem as nuances e matizes que tem a vida material. Eles só leem Emmanuel, "André Luiz" e um falso Humberto de Campos que só mostram apelos igrejistas que enjoam e enojam qualquer um com o mínimo de neurônios funcionando.
Para eles, parecem que as encarnações são iguais, tanto faz uma pessoa brilhante morrer cedo ou morrer no auge de sua missão (como José Wilker), deixando muita coisa por fazer, "Não faz hoje, faz daqui a cem anos", dizem os "espíritas", acreditando que o que importa é uma vida espiritual a qual nem eles conseguem ter uma ideia precisa e verdadeira do que é.
Daí o seu sadismo diante das tragédias prematuras, de pessoas que perderam para sempre seus projetos de vida e terão que recomeçar tudo do zero. Isso é muito ruim e interrompe missões importantes de progresso social.
Mas os "espíritas" ignoram isso e, para eles, o que importa é que os jovens falecidos viraram "anjos do céu" e poderão retornar depois para sua missão de "ajudar o próximo". Só que eles mal sabem que os jovens mortos terão que recomeçar tudo, rever seus conceitos e métodos, fazer até trabalhos completamente diferentes, porque nada mais será a mesma coisa do que na encarnação interrompida.
E tudo isso faz com que os "espíritas" acabem, mesmo sem saber, sentindo prazer pela tragédia alheia, explorando-a de forma sensacionalista e ignorando os sofrimentos profundos que seus familiares sentem, sofrem, e gostariam de sentir e sofrer na privacidade de seus lares.
sábado, 25 de abril de 2015
"Espiritismo" não traz alegria de viver
O "espiritismo" deixa as pessoas felizes? Não necessariamente. Pode deixar pessoas relativamente alegres, mas sua esfera de moralismo, de glamourização do sofrimento, de conformismo com o infortúnio e uma resignação melancólica com as imposições da vida, não traz a tão alegada alegria de viver.
É verdade que os "centros espíritas" ficam divagando, em suas desperdiçadas palestras moralistas, da hipótese da felicidade existir ou não. Uns dizem que a felicidade não existe e o que se deve fazer é viver dentro dos limites do "possível". Outros dizem que a felicidade é um estado de encarar a vida e pode ser vivida dentro das limitações do cotidiano.
Mas a doutrina que se baseia em valores do Catolicismo medieval - descontando apenas o que havia de coercitivo - não pode ser um estímulo real para a alegria de viver, porque se baseia na opressão de emoções e na promoção do conformismo com o que "está aí" na vida de cada um.
Se uma das máximas do "espiritismo" brasileiro é a ideia transmitida por Chico Xavier de que se deve "sofrer amando" e encarar os infortúnios "agradecendo", não há como esperar nisso um estímulo à alegria de viver. Mesmo o "amor espírita", neste caso, é mais uma intimidação do que um encorajamento.
Francamente, não dá para ter alegria de viver quando se sofre "amando". Pode-se até ficar relativamente alegre sendo "espírita", nas condições que determina essa doutrina que só é kardecista no nome, mas a alegria de viver, no sentido de sentir entusiasmo, elevada auto-estima e muita esperança de transformação, isso não.
O que existe é um sentimento de conformismo, é a pessoa se esforçar em sorrir quando coisas piores acontecem em sua vida. É a conformação com os infortúnios, com os problemas graves, a pouca coragem em resolvê-los, a resignação em apenas orar em silêncio e criar uma devoção religiosa que sabemos ser abertamente influenciada pelo Catolicismo.
Quando muito, existe a esperança pelo incerto, pelo distante no tempo e no espaço, como o próprio Catolicismo medieval determinava a seus adeptos. A vida na Terra, segundo o "espiritismo", é um flagelo penitenciário, todos somos condenados até prova em contrário, e por isso não é possível ter alegria de viver, antes muitos seguidores esperem pela "alegria de morrer".
A esperança pelo distante, o sentimento masoquista de acreditar que "quanto pior, melhor", aceitando os piores sofrimentos em prol da "vida futura", isso não é alegria de viver. Se as pessoas têm projetos de vida, comprometidos pelas limitações e infortúnios, esses projetos não serão feitos da forma esperada na próxima encarnação. Os planos terão que ser reformulados.
Para as pessoas que se contentam em serem nadas inócuos, pessoas inúteis mas também inofensivas, as coisas ficam fáceis. Aí se fica alegre até quando aumenta a conta da luz (sim, a luz não é oferecida de graça, caros "espíritas"). Não se tem um projeto diferenciado de transformar a sociedade, tudo fica na mesma.
Paradoxalmente, o "espiritismo" acaba vibrando contra quem tem projetos diferenciados. O que sua doutrina prega é a conformação com o sofrimento, deixando que os algozes, os tiranos, os assassinos e os ladrões façam das suas e sejam premiados pelo fiado de só pagarem por suas dívidas morais daqui a uma ou duas encarnações.
Ou seja, se a pessoa quer um planeta decadente, uma sociedade retrógrada e conformista, que aceita todo tipo de retrocesso que permite o abuso livre dos egoístas, essa pessoa vive longamente, no sossego de sua inutilidade servil, de sua melancólica alegria de ser incapaz de resolver as coisas e apenas "vive como pode".
Se a pessoa tem um projeto diferenciado, o "espiritismo" lhe roga as piores energias. "Faça o que você deseja muito rápido, porque sua vida é mais curta". Não é de se estranhar que, em muitas famílias "espíritas", as pessoas que mais tendem a morrer em algum infortúnio prematuro são aquelas que contam com qualidades diferenciadas.
Que alegria de viver pode trazer o "espiritismo" brasileiro que mais parece preparar as pessoas para um "alerta de tsunami" do que para ter esperança na vida, só mesmo os conformistas podem aceitar. A doutrina calcada no Catolicismo medieval, dentro da mania do Brasil criar novos conceitos com base em ideias velhas e podres, apenas cultiva alegrias pequenas no arado da tristeza profunda.
As pessoas nem percebem, mas elas acabam sendo deprimidas, tristes, chorosas sem saber. Vão para o "centro espírita" e aceitam aquela música piegas que um violonista canta porque fala de "coisas bonitas". E aceita aquela palestra de "palavras doces" que mais parecem água com açúcar retórica do que qualquer tipo de esclarecimento.
Pessoas deprimidas e entregues à tristeza dissimulam seus tristes sentimentos com a falsa alegria, melancólica e conformista, da "fé espírita", do religiosismo de moldes católicos do "espiritismo" brasileiro e tornam-se melancolicamente "animadas" e "esperançosas".
A tristeza e a depressão apenas adormecem, Elas ficam guardadinhas na geladeira, preservadas em silêncio. A melancólica sina dos "espíritas" atraírem a tristeza para si é camuflada por um "lindo sentimento de alegria plena" que nada tem de plena, porque são apenas sorrisos tristes.
Daí o analgésico das "palavras de amor", das "palestras" que adoçam as almas, do "combustível" para se manter um mínimo de alegria em almas tristes. Mas isso impede que as pessoas sejam alegres por conta própria, sempre precisa de alguma "muleta emocional", e isso não é bom. Se não houver essa "água com açúcar", a pessoa logo tem uma recaída de depressão e tristeza. Isso é alegria de viver?
sexta-feira, 24 de abril de 2015
O "espiritismo" e a recusa de assumir seus erros
VIROU BAGUNÇA - Já existem "centros espíritas" que evocam ícones católicos, como os "servos de Maria".
A crise vivida pelo "espiritismo" brasileiro, apesar da blindagem que sofre da grande mídia e pela ausência de documentários investigativos tais como ocorre na Cientologia, é notória e se torna a mais forte sofrida nos seus 131 anos de existência.
Pois nunca o "movimento espírita", que gerou pesadas dissidências e escândalos perturbadores, se distanciou tanto da doutrina de Allan Kardec quanto hoje em dia. Aliás, o distanciamento sempre existiu desde quando a Federação "Espírita" Brasileira escolheu Roustaing como seu mestre maior, mas agora a coisa foi longe demais.
Já existem "centros espíritas" diversos, verdadeiras sub-seitas com nomenclaturas católicas, como "servos de Maria", "devotos de São Francisco de Assis", "Igreja Espírita Ecumênica", "Igreja do Evangelho Cristão", "Igreja Espírita Evangélica Cristã" e por aí vai.
E isso ocorre como se não bastassem padres, freiras, irmãs, freis, coroinhas, que se tornam "patronos" de "centros espíritas" tidos como "sérios". E seus líderes tentando abafar a crise de uma maneira ou de outra, minimizando a avaliação de seus efeitos.
O comentário mais comum é que a crise do "movimento espírita" é consequência "somente" de alguns "maus espíritas", menos preparados para a "doutrina de Kardec (sic)". Segundo tais relatos, os erros teriam vindo de pessoas que "não conseguem compreender a verdadeira natureza da Doutrina Espírita" ou de "aproveitadores que ensinam errado os valores do Espiritismo".
O problema é que os erros são gerais e consequentes pelo conjunto da obra. Se uma editora "espírita" paga mal seus funcionários e só os remunera dando o dinheiro do almoço, se o entrevistador do "auxílio fraterno" de um "centro espírita" esnobou os fracassos da vida amorosa do entrevistado, se o outro "centro espírita" não exerce tratamentos espirituais confiáveis, a culpa é de todo o conjunto do "espiritismo" brasileiro.
Todos esses erros têm uma mesma raiz. Todos. O "espiritismo" que, desde quando surgiu, se preocupou mais em agradar a Igreja Católica do que em estabelecer novos conceitos de espiritualidade, também se relaxou em relação às técnicas mediúnicas e aos estudos sobre contatos com espíritos.
Aliás, tudo ficou em um misto de pedantismo e ignorância completa. O "espiritismo" que dizia evocar a Ciência e a estabelecer contatos plenos com o mundo espiritual se revela ignorante e incompetente em todos os lados.
E isso vem de parte dos "maus espíritas" que os líderes da doutrina falam? Sim, mas não somente deles. Os maiores ídolos do "espiritismo" brasileiro também estão associados a vergonhosos escândalos, a preocupantes gafes e a ocorrências de fraudes que deveriam comprometer sua reputação por definitivo.
Em vez disso, todos tentam blindar e proteger os astros e os poderosos do "espiritismo" brasileiro. Eles tentam driblar os impasses e deixar cair apenas o "baixo clero", enquanto o "alto clero" permanece incólume até às acusações de desvio do pensamento de Allan Kardec.
Só que essa postura de pretensa "fidelidade a Kardec" cria impasses terríveis. Certo, alguns kardecianos menos questionadores ainda sentem simpatia por Chico Xavier? Mas que livro dele poderão aproveitar? A bibliografia dele é quase toda uma afronta explícita ao pensamento de Kardec, mas os kardecianos se contentarão com as frases ditas por ele em entrevistas?
O fato do "movimento espírita" atribuir os erros ora a "seguidores menores", como nos "centros espíritas" de menor expressão, ou aos abusos de autoridades de alguns chefes, como no caso de Antônio Wantuil de Freitas e Luciano dos Anjos, não resolve a situação, como também torna-se perigoso pôr Chico Xavier e Divaldo Franco no grupo dos "fiéis a Kardec".
Isso porque Chico e Divaldo foram os que mais traíram o pensamento de Kardec, e isso torna-se claro em suas obras e depoimentos. Eles, como astros maiores do "espiritismo" brasileiro, permitiram e contribuíram, com seu prestígio, para uma série de desordens cometidas por sua doutrina. Se hoje o "espiritismo" brasileiro é um caos, os dois têm grande culpa nisso.
O próprio efeito natural da mitificação de Chico Xavier, que é o mito de que sua estátua teria "derramado lágrimas", é indiscutível. Apesar da negação veemente de Eurípedes Higino, seu filho adotivo, de tal ocorrência, é compreensível esse descontrole.
Afinal, o que se esperaria que culminasse a mitificação do católico fervoroso Chico Xavier entre seus seguidores? Que ele fosse reconhecido "a sério" como cientista, seja como matemático, físico, sociólogo, astrônomo e analista político? Nada disso.
Os dois maiores erros do "espiritismo" brasileiro, a influência do Catolicismo do Segundo Império brasileiro (de influência portuguesa e sob legado medieval) e o desconhecimento das práticas mediúnicas, permitem que outros erros sejam feitos e acobertados, dentro de uma "cultura do jeitinho" tão conhecida em nosso país.
E assim, mentiras sucessivas e dissimulações diversas foram feitas. Os exemplos vieram do alto, como as fraudes de Chico Xavier, tentando "autenticar" fraudes de materialização, praticando plágios literários e usando o golpe da "leitura fria" para colher informações dos familiares dos mortos e forjar mensagens "mediúnicas".
Para quem não sabe, a "leitura fria" é um mecanismo de manipulação das mentes em que o entrevistador manipula emocionalmente o entrevistado para que ele, através de seus instintos, desse informações para o entrevistador, de forma que pareça quase imperceptível.
Portanto, o "espiritismo" cometeu erros graves e preocupantes, que fazem com que esse movimento, que se autodefinia como a "vanguarda das crenças religiosas no Brasil", rebaixasse para a pior retaguarda, nivelando Chico Xavier e Divaldo Franco no mesmo plano de "aventureiros da fé" como Silas Malafaia, Edir Macedo e R. R. Soares.
Isso não é calúnia nem desaforo, porque essa constatação se baseia numa análise aprofundada e imparcial dos erros cometidos pelo "movimento espírita", bem maiores do que a inócua filantropia e o insosso respaldo moral que os "espíritas" dizem ser seu maior triunfo, mas que nada fizeram para realizar transformações profundas em nossa sociedade.
Mas, por enquanto, os líderes "espíritas" tentam fazer prevalecer subestimando seus erros, renegando a autocrítica e festejando demais uma caridade da qual eles só exercem de forma parcial, paliativa e precária, sem que enfrentasse de maneira firme os problemas mais complexos vividos pelo Brasil que hoje sofre a sua pior crise. O "espiritismo" mais errou do que acertou.
A crise vivida pelo "espiritismo" brasileiro, apesar da blindagem que sofre da grande mídia e pela ausência de documentários investigativos tais como ocorre na Cientologia, é notória e se torna a mais forte sofrida nos seus 131 anos de existência.
Pois nunca o "movimento espírita", que gerou pesadas dissidências e escândalos perturbadores, se distanciou tanto da doutrina de Allan Kardec quanto hoje em dia. Aliás, o distanciamento sempre existiu desde quando a Federação "Espírita" Brasileira escolheu Roustaing como seu mestre maior, mas agora a coisa foi longe demais.
Já existem "centros espíritas" diversos, verdadeiras sub-seitas com nomenclaturas católicas, como "servos de Maria", "devotos de São Francisco de Assis", "Igreja Espírita Ecumênica", "Igreja do Evangelho Cristão", "Igreja Espírita Evangélica Cristã" e por aí vai.
E isso ocorre como se não bastassem padres, freiras, irmãs, freis, coroinhas, que se tornam "patronos" de "centros espíritas" tidos como "sérios". E seus líderes tentando abafar a crise de uma maneira ou de outra, minimizando a avaliação de seus efeitos.
O comentário mais comum é que a crise do "movimento espírita" é consequência "somente" de alguns "maus espíritas", menos preparados para a "doutrina de Kardec (sic)". Segundo tais relatos, os erros teriam vindo de pessoas que "não conseguem compreender a verdadeira natureza da Doutrina Espírita" ou de "aproveitadores que ensinam errado os valores do Espiritismo".
O problema é que os erros são gerais e consequentes pelo conjunto da obra. Se uma editora "espírita" paga mal seus funcionários e só os remunera dando o dinheiro do almoço, se o entrevistador do "auxílio fraterno" de um "centro espírita" esnobou os fracassos da vida amorosa do entrevistado, se o outro "centro espírita" não exerce tratamentos espirituais confiáveis, a culpa é de todo o conjunto do "espiritismo" brasileiro.
Todos esses erros têm uma mesma raiz. Todos. O "espiritismo" que, desde quando surgiu, se preocupou mais em agradar a Igreja Católica do que em estabelecer novos conceitos de espiritualidade, também se relaxou em relação às técnicas mediúnicas e aos estudos sobre contatos com espíritos.
Aliás, tudo ficou em um misto de pedantismo e ignorância completa. O "espiritismo" que dizia evocar a Ciência e a estabelecer contatos plenos com o mundo espiritual se revela ignorante e incompetente em todos os lados.
E isso vem de parte dos "maus espíritas" que os líderes da doutrina falam? Sim, mas não somente deles. Os maiores ídolos do "espiritismo" brasileiro também estão associados a vergonhosos escândalos, a preocupantes gafes e a ocorrências de fraudes que deveriam comprometer sua reputação por definitivo.
Em vez disso, todos tentam blindar e proteger os astros e os poderosos do "espiritismo" brasileiro. Eles tentam driblar os impasses e deixar cair apenas o "baixo clero", enquanto o "alto clero" permanece incólume até às acusações de desvio do pensamento de Allan Kardec.
Só que essa postura de pretensa "fidelidade a Kardec" cria impasses terríveis. Certo, alguns kardecianos menos questionadores ainda sentem simpatia por Chico Xavier? Mas que livro dele poderão aproveitar? A bibliografia dele é quase toda uma afronta explícita ao pensamento de Kardec, mas os kardecianos se contentarão com as frases ditas por ele em entrevistas?
O fato do "movimento espírita" atribuir os erros ora a "seguidores menores", como nos "centros espíritas" de menor expressão, ou aos abusos de autoridades de alguns chefes, como no caso de Antônio Wantuil de Freitas e Luciano dos Anjos, não resolve a situação, como também torna-se perigoso pôr Chico Xavier e Divaldo Franco no grupo dos "fiéis a Kardec".
Isso porque Chico e Divaldo foram os que mais traíram o pensamento de Kardec, e isso torna-se claro em suas obras e depoimentos. Eles, como astros maiores do "espiritismo" brasileiro, permitiram e contribuíram, com seu prestígio, para uma série de desordens cometidas por sua doutrina. Se hoje o "espiritismo" brasileiro é um caos, os dois têm grande culpa nisso.
O próprio efeito natural da mitificação de Chico Xavier, que é o mito de que sua estátua teria "derramado lágrimas", é indiscutível. Apesar da negação veemente de Eurípedes Higino, seu filho adotivo, de tal ocorrência, é compreensível esse descontrole.
Afinal, o que se esperaria que culminasse a mitificação do católico fervoroso Chico Xavier entre seus seguidores? Que ele fosse reconhecido "a sério" como cientista, seja como matemático, físico, sociólogo, astrônomo e analista político? Nada disso.
Os dois maiores erros do "espiritismo" brasileiro, a influência do Catolicismo do Segundo Império brasileiro (de influência portuguesa e sob legado medieval) e o desconhecimento das práticas mediúnicas, permitem que outros erros sejam feitos e acobertados, dentro de uma "cultura do jeitinho" tão conhecida em nosso país.
E assim, mentiras sucessivas e dissimulações diversas foram feitas. Os exemplos vieram do alto, como as fraudes de Chico Xavier, tentando "autenticar" fraudes de materialização, praticando plágios literários e usando o golpe da "leitura fria" para colher informações dos familiares dos mortos e forjar mensagens "mediúnicas".
Para quem não sabe, a "leitura fria" é um mecanismo de manipulação das mentes em que o entrevistador manipula emocionalmente o entrevistado para que ele, através de seus instintos, desse informações para o entrevistador, de forma que pareça quase imperceptível.
Portanto, o "espiritismo" cometeu erros graves e preocupantes, que fazem com que esse movimento, que se autodefinia como a "vanguarda das crenças religiosas no Brasil", rebaixasse para a pior retaguarda, nivelando Chico Xavier e Divaldo Franco no mesmo plano de "aventureiros da fé" como Silas Malafaia, Edir Macedo e R. R. Soares.
Isso não é calúnia nem desaforo, porque essa constatação se baseia numa análise aprofundada e imparcial dos erros cometidos pelo "movimento espírita", bem maiores do que a inócua filantropia e o insosso respaldo moral que os "espíritas" dizem ser seu maior triunfo, mas que nada fizeram para realizar transformações profundas em nossa sociedade.
Mas, por enquanto, os líderes "espíritas" tentam fazer prevalecer subestimando seus erros, renegando a autocrítica e festejando demais uma caridade da qual eles só exercem de forma parcial, paliativa e precária, sem que enfrentasse de maneira firme os problemas mais complexos vividos pelo Brasil que hoje sofre a sua pior crise. O "espiritismo" mais errou do que acertou.
quinta-feira, 23 de abril de 2015
A ciência como escrava dos dogmas "espíritas"
GALILEU GALILEI, CIENTISTA CONDENADO PELO CATOLICISMO MEDIEVAL - Hoje o "espiritismo" tenta cooptar o conhecimento científico para suas conveniências.
O "espiritismo" é uma espécie de Catolicismo sem batina e um pouco mais flexível, o suficiente para juntar valores católicos da Idade Média, eliminar os aspectos mais coercitivos e somar a eles conceitos vindos do misticismo da tábua Ouija, do qual os "espíritas" se inspiram, desviando do estudo do Magnetismo de Franz Anton Mesmer.
Diferente do Catolicismo medieval propriamente dito, o "espiritismo" não combate a ciência com os métodos de outrora, mas através da cooptação. A ciência torna-se escrava dos dogmas "espíritas" e a razão encontra limites no sentido de que não pode questionar nem duvidar dos valores místicos, dogmáticos e ritualísticos que o "espiritismo" da FEB difunde há tempos.
A ciência só é benvinda quando ela corrobora a mistificação e aceita como "verídicas" as fraudes "espíritas". Quando não penetra na selva da mistificação, do ocultismo e do religiosismo manipulador, a ciência é exaltada, quando ela se ocupa em outras áreas, fora da religião e seus abusos.
Além disso, muitos dos maiores cientistas de nossa História já são falecidos, o que significa que seus espíritos são apropriados pela falsa mediunidade dos "espíritas", que transformam qualquer pessoa do além num mero propagandista religioso.
É um hábito típico dos "espíritas" bajularem as grandes personalidades científicas, exaltar o conhecimento científico e enfeitar eventos e atividades (como livros e do cumentários) com ilustrações que remetem à anatomia humana ou ao espaço cósmico.
No entanto, quando a ciência parte para questionar os procedimentos "espíritas" mais duvidosos, os membros dessa doutrina reagem com seu dedo acusador, atribuindo o raciocínio questionador como "tomado de paixões terrenas" ou "restrito às percepções míopes (?!) da matéria terrestre".
Neste sentido, volta aquele sentimento medieval de que a ciência não pode questionar. Ela que brinque dentro do seu playground analítico, se ela vir a examinar contradições entre uma suposta mensagem espiritual e o que o falecido produziu em vida, a ciência então é acusada de "paixões terrenas", "limitações perceptivas" etc.
Chega a ser risível. Como é que o raciocínio investigativo pode ser acusado de "limitação perceptiva". Quando queremos avaliar as coisas pela percepção lógica, que, do contrário que os "espíritas" acreditam, não age em função da matéria terrestre, mas num equilíbrio de ideias do conhecimento da Natureza e das coisas em geral, simplesmente ampliamos as percepções, e não as limitamos.
Pelo contrário, aceitar como verídico que um suposto médium divulgue uma mensagem com a própria caligrafia, reduzindo o recado de alguém já falecido a um propagandismo religioso, é, sim, limitarmos nossas percepções. A "limitação perceptiva" existe, sim, nos esforços dos acadêmicos e outros empenhados para legitimar Chico Xavier e inseri-lo no clube dos cientistas pela porta dos fundos.
Querendo libertar a ciência da escravidão da fé e romper a barreira da religião na exploração do conhecimento investigativo não é tarefa aceita pelos "espíritas", por mais que eles se autoproclamem "os mais elevados defensores do pensamento científico". A ciência deve se sujeitar à aceitação dos dogmas "espíritas", sendo, portanto, uma valorização parcial da doutrina ao pensamento científico.
O próprio espírito Emmanuel, o redivivo jesuíta Manuel da Nóbrega que ditou as diretrizes do "espiritismo" brasileiro, condenava o raciocínio investigativo, o questionamento, o debate. Através de seu porta-voz Chico Xavier, ele pregava o conformismo e o silêncio da prece, esperando que as transformações humanas viessem da "seara" do sobrenatural ou do místico.
Por isso, a relação do "movimento espírita" com a ciência, apesar de toda a suposta simpatia dos "espíritas" ao conhecimento científico, é sempre da subserviência da razão. O conhecimento científico e a razão investigativa só são bem vindos dentro dos limites das crenças "espíritas". Quando tentam questioná-las, são vistos tendenciosamente como subprodutos das "paixões humanas". E aí é que o "espiritismo" brasileiro se volta contra a ciência.
O "espiritismo" é uma espécie de Catolicismo sem batina e um pouco mais flexível, o suficiente para juntar valores católicos da Idade Média, eliminar os aspectos mais coercitivos e somar a eles conceitos vindos do misticismo da tábua Ouija, do qual os "espíritas" se inspiram, desviando do estudo do Magnetismo de Franz Anton Mesmer.
Diferente do Catolicismo medieval propriamente dito, o "espiritismo" não combate a ciência com os métodos de outrora, mas através da cooptação. A ciência torna-se escrava dos dogmas "espíritas" e a razão encontra limites no sentido de que não pode questionar nem duvidar dos valores místicos, dogmáticos e ritualísticos que o "espiritismo" da FEB difunde há tempos.
A ciência só é benvinda quando ela corrobora a mistificação e aceita como "verídicas" as fraudes "espíritas". Quando não penetra na selva da mistificação, do ocultismo e do religiosismo manipulador, a ciência é exaltada, quando ela se ocupa em outras áreas, fora da religião e seus abusos.
Além disso, muitos dos maiores cientistas de nossa História já são falecidos, o que significa que seus espíritos são apropriados pela falsa mediunidade dos "espíritas", que transformam qualquer pessoa do além num mero propagandista religioso.
É um hábito típico dos "espíritas" bajularem as grandes personalidades científicas, exaltar o conhecimento científico e enfeitar eventos e atividades (como livros e do cumentários) com ilustrações que remetem à anatomia humana ou ao espaço cósmico.
No entanto, quando a ciência parte para questionar os procedimentos "espíritas" mais duvidosos, os membros dessa doutrina reagem com seu dedo acusador, atribuindo o raciocínio questionador como "tomado de paixões terrenas" ou "restrito às percepções míopes (?!) da matéria terrestre".
Neste sentido, volta aquele sentimento medieval de que a ciência não pode questionar. Ela que brinque dentro do seu playground analítico, se ela vir a examinar contradições entre uma suposta mensagem espiritual e o que o falecido produziu em vida, a ciência então é acusada de "paixões terrenas", "limitações perceptivas" etc.
Chega a ser risível. Como é que o raciocínio investigativo pode ser acusado de "limitação perceptiva". Quando queremos avaliar as coisas pela percepção lógica, que, do contrário que os "espíritas" acreditam, não age em função da matéria terrestre, mas num equilíbrio de ideias do conhecimento da Natureza e das coisas em geral, simplesmente ampliamos as percepções, e não as limitamos.
Pelo contrário, aceitar como verídico que um suposto médium divulgue uma mensagem com a própria caligrafia, reduzindo o recado de alguém já falecido a um propagandismo religioso, é, sim, limitarmos nossas percepções. A "limitação perceptiva" existe, sim, nos esforços dos acadêmicos e outros empenhados para legitimar Chico Xavier e inseri-lo no clube dos cientistas pela porta dos fundos.
Querendo libertar a ciência da escravidão da fé e romper a barreira da religião na exploração do conhecimento investigativo não é tarefa aceita pelos "espíritas", por mais que eles se autoproclamem "os mais elevados defensores do pensamento científico". A ciência deve se sujeitar à aceitação dos dogmas "espíritas", sendo, portanto, uma valorização parcial da doutrina ao pensamento científico.
O próprio espírito Emmanuel, o redivivo jesuíta Manuel da Nóbrega que ditou as diretrizes do "espiritismo" brasileiro, condenava o raciocínio investigativo, o questionamento, o debate. Através de seu porta-voz Chico Xavier, ele pregava o conformismo e o silêncio da prece, esperando que as transformações humanas viessem da "seara" do sobrenatural ou do místico.
Por isso, a relação do "movimento espírita" com a ciência, apesar de toda a suposta simpatia dos "espíritas" ao conhecimento científico, é sempre da subserviência da razão. O conhecimento científico e a razão investigativa só são bem vindos dentro dos limites das crenças "espíritas". Quando tentam questioná-las, são vistos tendenciosamente como subprodutos das "paixões humanas". E aí é que o "espiritismo" brasileiro se volta contra a ciência.
quarta-feira, 22 de abril de 2015
Espiritismo ou Familiarismo?
O que poucos observam nas práticas do chamado "movimento espírita" brasileiro é sua ênfase nos assuntos familiares, de tal forma que a gente fica perguntando se isso é realmente Espiritismo ou deveria se chamar Familiarismo.
Embora a questão familiar seja um aspecto importante da vida humana e em muitos casos crucial para o futuro de cada indivíduo, sua ênfase nas palestras ditas "espíritas" soa como um grande desvio de foco, já que a instituição Família é uma formação material e não tem relação direta com o mundo espiritual.
Isso revela, na verdade, um completo despreparo dos nossos "espíritas" em relação aos assuntos relacionados à natureza da vida espiritual. No Brasil, as ideias que se tem da vida após a morte e do mundo espiritual são meramente especulativas e, não raro, fantasiosas, mas descritas como se fossem certezas absolutas cientificamente comprovadas, quando nem prováveis conseguem ser.
Ninguém se encoraja a pesquisar sobre o mundo espiritual nem sobre como se fará contatos com espíritos do além. Não há estudos sérios levando adiante, salvo honrosas exceções que praticamente se emperram pela falta de recursos e de outros tipos de apoio.
Enquanto isso, no "espiritismo" brasileiro, o que se vê é gente que nada sabe querendo passar a impressão de que sabe tudo, de que precisa sempre estar com a resposta pronta na ponta da língua - algo que já vem dos "insuspeitos" exemplos de Chico Xavier e Divaldo Franco - mesmo quando a ignorância sobre um assunto fosse total.
Sabem aquelas pessoas que não entendem coisa alguma e tentam dar a impressão de que tudo sabem? Ou então as pessoas que, mesmo admitindo que não sabem, fingem que vão conhecer melhor e estudar mais? Infelizmente o pedantismo é uma "epidemia" muito forte no Brasil.
Por isso é que, quando a maioria dos palestrantes "espíritas" fala de contatos com espíritos, se perde no pedantismo científico mais constrangedor. Confundem Parapsicologia com Astrologia, consultório sentimental com Psicologia, e escrevem artigos citando Albert Einstein, Charles Darwin e Isaac Newton sem ter a mínima ideia de suas obras e ideias.
O "espiritismo" brasileiro é construído pelos vícios próprios existentes no nosso povo. É um religiosismo exagerado que se mistura com um confuso arremedo de cientificismo, cheio de incompreensões, equívocos, contradições.
Ele contraria frontalmente a essência de Allan Kardec, que pregava o equilíbrio de Ciência, Religião e Filosofia. O sentido kardeciano de "religião" se aproximava mais nos problemas de ordem moral do indivíduo humano do que de um processo rígido de seitas, ritos e dogmas.
Já o "espiritismo" brasileiro virou um engodo que realiza justamente o desequilíbrio entre uma Ciência mal compreendida, uma Religião levada ao exagero e ao fanatismo e uma Filosofia que nada tem de filosófica, apenas mostrando frases sentimentais e piegas, dessas que os internautas com preguiça de lerem livros colhem e colecionam nas suas contas nas mídias sociais.
E aí, o que se observa? Muita enrolação, muito papo furado, longos e cansativos seminários sobre Família que, em certos casos, cobram até taxa de inscrição ("é para a caridade, nééé..."), ou palestras pseudo-científicas onde se discutem e debatem temas que os próprios palestrantes fingem conhecer profundamente mas são completamente ignorantes.
E haja temas sobre Família: perda de entes queridos, sobretudo. De preferência, jovens, porque a energia maléfica espalhada por um Chico Xavier que se seduzia por mortos prematuros infecta muitas famílias felizes que geralmente perdem justamente aquele filho mais evoluído, aquela filha confidente, aquelas pessoas mais necessárias para ajudar nas dificuldades da vida.
Mas, fora isso, há muitas e muitas coisas, como indagar se o espírito já encarna na fase fetal ou se ele só entra no corpo de um filho depois do parto, se avós e netos apresentam mais afinidade que pais e filhos, se maridos e mulheres serão sempre almas gêmeas, se um mau filho de hoje será pai de um garoto-problema amanhã.
Há todo tipo de discussão sobre o tema Família. Já quando o assunto é vida espiritual, é tudo especulação, mas seus seguidores e adeptos tomam isso como "certo" por causa do status pseudo-científico que acumularam as obras "espíritas", sobretudo as de Chico Xavier (em especial as que levam o crédito de "André Luiz") e as palestras do "professoral" Divaldo Franco.
Por isso, o "espiritismo" brasileiro é feito por pessoas que desconhecem o verdadeiro Espiritismo. Gente que não lê Kardec e, quando lê, não consegue aprender direito. Finge que sabe, finge que aprendeu, finge que vai conhecer profundamente as coisas, mas no fundo tudo continua a mesma. E o que se observa nessa doutrina é justamente a ênfase no "Familiarismo".
terça-feira, 21 de abril de 2015
As reações de pânico do "movimento espírita": do coitadismo às ameaças
Ocorre, nos bastidores do "movimento espírita", uma reação de pânico entre seus líderes e membros, diante do crescimento de questionamentos e contestações que agravam ainda mais a sua crise e que mostram toda a podridão que está por trás da seita que já havia sido contestada pelo espírito Erasto, e, no Brasil, por pessoas lúcidas como Afonso Angeli Torteroli e José Herculano Pires.
Nunca demos o devido ouvido a eles, e nem a pessoas como Osório Borba, que havia observado, com sua lucidez de especialista literário, que o livro Parnaso de Além-Túmulo havia sido fraude, apontando exemplos gritantes como os de Augusto dos Anjos e Olavo Bilac.
Enquanto isso, deixamos passar esse espetáculo da "tábua Ouija" e das "mesas giratórias" que se reduziu a atividade "espírita", que, alvo de profundas e mais diversas contestações, cria reações das mais diversas entre seus líderes e seguidores.
Uns se acham os pretensos "Cristos crucificados". Outros procuram o "Amauri Pena" da vez, o sobrinho de Chico Xavier morto como os condenados do DOI-CODI, ou como o Amarildo do "movimento espírita", só porque queria denunciar as fraudes do "movimento espírita".
Um possível exemplo deste segundo caso é o de um portal que se autoproclama de "filosofia e ciência", mas que se apega aos absurdos ligados a Chico Xavier - certa vez copiou um texto que supunha que militares dos EUA teriam "comprovado" tese da "data-limite" sem que houvesse qualquer explicação plausível, veio com uma nota muitíssimo estranha.
O portal publicou uma nota sobre as tragédias que teriam atingido três homens que iriam investigar as mentiras por trás do atentado do 11 de setembro, que, sabemos, é um episódio que envolveu tanto a supremacia de um país quanto ao fundamentalismo religioso que motivou os três atos terroristas, um deles contra o World Trade Center.
O que levou o portal a publicar tal nota, fora da data em que se lembra de tristes ocorrências - afinal, ainda estamos em abril - é um mistério. Curiosidade? Ou não seria a tristeza ou a revolta de ver que a era de mistificações impunes do "espiritismo" brasileiro está chegando ao fim? Ou de ver que o querido Chico Xavier não pôde ser a síntese de profeta, cientista e estrategista político?
A RELIGIÃO DOS "DONOS DA VERDADE"
Infelizmente, deixamos as deturpações do "movimento espírita", que tantos e dolorosos escândalos haviam causado e, o que é pior, com seus responsáveis se passando por "vítimas de perseguições", crescerem de tal forma que seus líderes e mitos se consideram "donos da verdade", "donos dos mortos" e possuidores tanto de belas retóricas quanto de julgamentos severos.
Sem conhecer direito a Ciência Espírita, os "espíritas" brasileiros inventaram uma prática que eles julgam ser mediúnica, e criam todo um repertório de valores místicos e moralistas que faz apologia do sofrimento humano - "sofra amando e sem queixumes", aconselhava o "sábio" Chico Xavier - e a glamourização das tragédias precoces.
Mensagens apócrifas são produzidas em série e atribuídas a espíritos do além, quando são feitas pela imaginação dos supostos médiuns. Quadros falsificados são produzidos com autoria atribuída aos pintores do além.
Tanto nas supostas psicografias e psicopictografias, não há o escrúpulo sequer de imitar as assinaturas dos falecidos, e tudo é passado por "verídico" mesmo mostrando a caligrafia do "médium" escrevendo o nome do finado em questão.
A "religião espírita" se vale de julgamentos infundados, quando, em sua hipocrisia, pede para que os outros "não julguem". Chico Xavier fez um julgamento perverso contra as vítimas do incêndio em um circo em Niterói, em 1961, acusando-os indevidamente de terem sido "gauleses sanguinários" (a Gália, correspondente à atual França, era integrante do Império Romano) e botando a acusação sob a responsabilidade espiritual de Humberto de Campos.
Só para sentir a gravidade dessa acusação, o médico e suposto médium paulista, Woyne Figner Sacchetin, fez o mesmo contra as vítimas do acidente da TAM em 2007 e usou o nome de Alberto Santos Dumont, E foi processado. Três décadas antes, Chico Xavier fez o mesmo e ninguém processou. A essas alturas a FEB havia blindado Chico e evitado incidentes como os de 1944.
E Chico Xavier fez um mal ainda mais grave do que Woyne, que por si é gravíssimo. Isso porque Woyne profanou pessoas de classe média ou alta, que foram as 199 vítimas do acidente da TAM, entre ocupantes do avião e pessoas que estavam perto do local da explosão. Eram pessoas com dinheiro para arrumar um advogado e processar o "médium". Além disso, Woyne usou um nome muito famoso e prestigiado como Alberto Santos Dumont.
Já Chico Xavier prejudicou as vítimas e suas famílias de origem humilde, que não tinham dinheiro para pagar advogados e processar o "médium" por tamanhas acusações. E Chico usou um nome esquecido como o falecido escritor Humberto de Campos, que, mesmo sob o codinome "Irmão X", foi rebaixado a uma "marionete" do anti-médium de Pedro Leopoldo e Uberaba.
A "religião espírita" está em pânico porque os questionamentos aparecem de todos os lados. E isso num país em que se "religiosiza" de tudo, do futebol à cerveja, do rock ao vinho, do BRT ao "funk", em que tudo é divinizado.
Vem uma decisão arbitrária, vinda de alguém "de cima" (um poderoso ou um diplomado) e a pessoa aceita sem questionar. Isso já é uma "divinização" de uma decisão nociva que muitos aceitam sem reação. Quando muito, se reclama pelas costas, mas depois, se passar muito tempo, tudo passa a ser visto como natural e até virtuoso, mesmo com todos os prejuízos causados, até com mortos.
E aí, como reagem os "chefões espíritas"? Uns com o coitadismo da vitimização chorosa, se dizendo "perseguidos" porque "fazem o bem" (que bem eles realmente fazem é um mistério que a razão questiona e desqualifica com mais facilidade). Outros, fazendo ameaças, do tipo "olha, quem investigou certas mentiras foi castigado pela 'sorte'". Olha a "maldição da esfinge", olha o "homem do saco", como se ouve desde a infância.
Não sentimos intolerância religiosa, mas tudo tem limites. Quando a religião, terreno do místico, do mítico, do fantasioso, passa a exercer supremacia sobre a realidade, querendo se julgar acima da ciência, da lógica e do raciocínio humano, ela se torna perigosa. Quando a religião, parada no tempo, quer se julgar acima dele, surgem ataques fundamentalistas, que dizimam multidões em todo o mundo.
A religião tornou-se, então, uma grande ameaça. E os "espíritas" brasileiros, que rebaixaram a doutrina de Allan Kardec a um espetáculo de "tábua Ouija" misturado com Catolicismo medieval, estão vendo ruir a ilusão de suposta superioridade espiritual da qual gozavam diante das paixões terrenas e pretensamente "espiritualistas" de seus seguidores.
Vendo que nem todos acreditam que os líderes "espíritas" se tornarão "puros" e "perfeitos" quando forem para a pátria espiritual, eles agora se desnorteiam diante da crise que sofrem, não por culpa dos que os contestaram severamente, para por culpa dos erros que o próprio "espiritismo" brasileiro produziu e deixou crescer ao longo de 130 anos.
segunda-feira, 20 de abril de 2015
O desespero ao mesmo tempo vitimista e acusador do "movimento espírita"
UM DOS LIVROS MAIS DESPREZADOS PELOS "ESPÍRITAS" BRASILEIROS.
O Espiritismo não é a doutrina do Mal. Poderia ser a doutrina do Bem e do progresso humano. Mas, infelizmente, a Doutrina Espírita, no Brasil, é maculada, de forma mais perniciosa e traiçoeira, por "aventureiros" da fé, que tanto cometem traições quanto se passam por vítimas.
O "movimento espírita", com suas brincadeiras e perversidades, com suas intrigas e travessuras, é que acaba transformando o Espiritismo numa má doutrina, que se torna alvo de críticas severas, não pela doutrina em si, mas pelos erros gravíssimos cometidos em mais de 130 anos.
Os maiores traiçoeiros são aqueles que apunhalam pelas costas, com a fúria dos sanguinários, mas que depois choramingam em prantos infantis dizendo que são perseguidos porque fazem o bem e que estão sendo injustamente desmoralizados e condenados.
Nos últimos tempos, está havendo uma devassa dos bastidores do "espiritismo" brasileiro, que revelou uma série de erros e irregularidades bastante vergonhosas, e piores do que muitas seitas "protestantes", como a Renascer, a Igreja Universal do Reino de Deus e a Igreja Internacional da Graça de Deus.
Sem dúvida alguma, é chocante para muita gente que figuras badaladas como Chico Xavier e Divaldo Franco sejam agora rebaixadas aos níveis de L. Ron Hubbard, o fundador da Cientologia, ao a brasileiros como R. R. Soares e Edir Macedo. E, por incrível que pareça, esse rebaixamento procede, mesmo.
Tudo virou uma bagunça apoiada em processos fraudulentos, erros de abordagens e a apologia do sofrimento humano, que trazem uma mancha irremovível relativa aos graves erros do "movimento espírita", que na verdade é a doutrina que mais combate o Espiritismo de Allan Kardec, bem mais do que as outras religiões.
Erasto, em mensagem enviada por um médium a pedido de Allan Kardec, alertou que os espíritos traiçoeiros, encarnados ou desencarnados, se servem dos discursos mais lindos e das palavras mais doces e encantadoras para seduzir as pessoas e dominá-las com maior eficácia. Esse grave alerta revela que os piores inimigos do Espiritismo estavam dentro, e não fora, dele.
Isso foi divulgado em primeira hora, com Kardec ainda vivo, o que demonstra que o alerta tão cedo veio para nos prevenir. Mas o Brasil não preveniu e o Espiritismo que se fez no Brasil foi a mais anti-espírita doutrina entre todas da face da Terra. O "movimento espírita" brasileiro foi a doutrina que MAIS COMBATEU a doutrina de Allan Kardec, com severa intransigência.
Os processos de mediunidade e de outros fenômenos espíritas existem, mas o "movimento espírita", ignorando qualquer estudo sério, cria um vale-tudo e um faz-de-conta, no qual só as suas convicções terrenas, que mascaram a incompetência de supostos médiuns com o panfletarismo religioso, e são esses "espíritas" que mais ridicularizam todos os fenômenos da espiritualidade.
Desesperados, os líderes do "movimento espírita" agora tentam argumentar de todo jeito, criando um vitimismo com um certo ranço acusador. Choramingando por não aceitar admitir os próprios erros, eles não deixam de destilar a peçonha acusadora, quando querem salvar seus privilégios e seu desejo de supremacia sobre todas as religiões do planeta.
Dependendo das circunstâncias, vale até acusar Allan Kardec de "científico demais". Ou de achar que o raciocínio investigativo é obra de "paixões humanas". Sem poderem mostrar coerência, o "movimento espírita" vê aproximar-se o fim de sua supremacia doutrinária e da impunidade de seus erros e reage em pânico.
Seus argumentos pulam de um lado para outro sem apresentar uma lógica sequer. Num momento admitem que existem "maus espíritas", desde que sempre protejam os astros do "movimento", que cometeram erros sérios e gravíssimos.
Num outro momento, atribuem a crise que enfrentam à campanha "agressiva" de outros movimentos religiosos. Ou então, atribuem a situação em que vivem à campanha "condenatória" dos "homens da ciência", "corrompidos" pelas "paixões terrenas" e pelos "limites perceptivos da materialidade terrestre".
Sem justificar por que defendem o surrealismo da fé religiosa e caindo em contradições quando juram fidelidade a Allan Kardec (do qual eles traem violentamente, rompendo com seus ensinamentos mais valiosos), os líderes "espíritas" ficam confusos, desnorteados com os tempos em que as pessoas a cada vez mais exigem lógica e transparência.
Os erros "espíritas" estão muito claros. A exploração sensacionalista e mórbida das tragédias humanas, a apologia do sofrimento, os processos mediúnicos duvidosos que qualquer exame de grafia e conteúdo de mensagem, no caso de supostas psicografias, desmascara num instante, todos esses erros ocorrem, tanto em integrantes "menores" quanto nos maiores astros do "movimento espírita".
Isso é que preocupa o "movimento espírita", que vive uma crise grave que eles imaginavam ser apenas da Igreja Universal ou da Renascer. Apostando, de um lado, numa mal disfarçada herança do Catolicismo medieval, tirando dela apenas os aspectos mais coercitivos, e numa prática mediúnica improvisada e sem qualquer estudo sério da Ciência Espírita, o "movimento espírita" apresenta suas próprias razões para merecer essa crise.
Aliás, nem é a primeira ou a última crise, O histórico do "movimento espírita" encontrou crises violentas, como as do tempo de Afonso Angeli Torteroli, há mais de cem anos atrás, os escândalos causados por Chico Xavier ao longo dos anos e as crises do roustanguismo que tiveram seu apogeu nos anos 1970.
Tudo isso mostra os defeitos que o "espiritismo" brasileiro tem e que mostram que é essa a doutrina que mais combate e quer destruir Allan Kardec, rompendo com a essência de seu pensamento e apostando num religiosismo moralista que acoberta uma suposta mediunidade irregular e completamente divorciada da Ciência Espírita.
O Espiritismo não é a doutrina do Mal. Poderia ser a doutrina do Bem e do progresso humano. Mas, infelizmente, a Doutrina Espírita, no Brasil, é maculada, de forma mais perniciosa e traiçoeira, por "aventureiros" da fé, que tanto cometem traições quanto se passam por vítimas.
O "movimento espírita", com suas brincadeiras e perversidades, com suas intrigas e travessuras, é que acaba transformando o Espiritismo numa má doutrina, que se torna alvo de críticas severas, não pela doutrina em si, mas pelos erros gravíssimos cometidos em mais de 130 anos.
Os maiores traiçoeiros são aqueles que apunhalam pelas costas, com a fúria dos sanguinários, mas que depois choramingam em prantos infantis dizendo que são perseguidos porque fazem o bem e que estão sendo injustamente desmoralizados e condenados.
Nos últimos tempos, está havendo uma devassa dos bastidores do "espiritismo" brasileiro, que revelou uma série de erros e irregularidades bastante vergonhosas, e piores do que muitas seitas "protestantes", como a Renascer, a Igreja Universal do Reino de Deus e a Igreja Internacional da Graça de Deus.
Sem dúvida alguma, é chocante para muita gente que figuras badaladas como Chico Xavier e Divaldo Franco sejam agora rebaixadas aos níveis de L. Ron Hubbard, o fundador da Cientologia, ao a brasileiros como R. R. Soares e Edir Macedo. E, por incrível que pareça, esse rebaixamento procede, mesmo.
Tudo virou uma bagunça apoiada em processos fraudulentos, erros de abordagens e a apologia do sofrimento humano, que trazem uma mancha irremovível relativa aos graves erros do "movimento espírita", que na verdade é a doutrina que mais combate o Espiritismo de Allan Kardec, bem mais do que as outras religiões.
Erasto, em mensagem enviada por um médium a pedido de Allan Kardec, alertou que os espíritos traiçoeiros, encarnados ou desencarnados, se servem dos discursos mais lindos e das palavras mais doces e encantadoras para seduzir as pessoas e dominá-las com maior eficácia. Esse grave alerta revela que os piores inimigos do Espiritismo estavam dentro, e não fora, dele.
Isso foi divulgado em primeira hora, com Kardec ainda vivo, o que demonstra que o alerta tão cedo veio para nos prevenir. Mas o Brasil não preveniu e o Espiritismo que se fez no Brasil foi a mais anti-espírita doutrina entre todas da face da Terra. O "movimento espírita" brasileiro foi a doutrina que MAIS COMBATEU a doutrina de Allan Kardec, com severa intransigência.
Os processos de mediunidade e de outros fenômenos espíritas existem, mas o "movimento espírita", ignorando qualquer estudo sério, cria um vale-tudo e um faz-de-conta, no qual só as suas convicções terrenas, que mascaram a incompetência de supostos médiuns com o panfletarismo religioso, e são esses "espíritas" que mais ridicularizam todos os fenômenos da espiritualidade.
Desesperados, os líderes do "movimento espírita" agora tentam argumentar de todo jeito, criando um vitimismo com um certo ranço acusador. Choramingando por não aceitar admitir os próprios erros, eles não deixam de destilar a peçonha acusadora, quando querem salvar seus privilégios e seu desejo de supremacia sobre todas as religiões do planeta.
Dependendo das circunstâncias, vale até acusar Allan Kardec de "científico demais". Ou de achar que o raciocínio investigativo é obra de "paixões humanas". Sem poderem mostrar coerência, o "movimento espírita" vê aproximar-se o fim de sua supremacia doutrinária e da impunidade de seus erros e reage em pânico.
Seus argumentos pulam de um lado para outro sem apresentar uma lógica sequer. Num momento admitem que existem "maus espíritas", desde que sempre protejam os astros do "movimento", que cometeram erros sérios e gravíssimos.
Num outro momento, atribuem a crise que enfrentam à campanha "agressiva" de outros movimentos religiosos. Ou então, atribuem a situação em que vivem à campanha "condenatória" dos "homens da ciência", "corrompidos" pelas "paixões terrenas" e pelos "limites perceptivos da materialidade terrestre".
Sem justificar por que defendem o surrealismo da fé religiosa e caindo em contradições quando juram fidelidade a Allan Kardec (do qual eles traem violentamente, rompendo com seus ensinamentos mais valiosos), os líderes "espíritas" ficam confusos, desnorteados com os tempos em que as pessoas a cada vez mais exigem lógica e transparência.
Os erros "espíritas" estão muito claros. A exploração sensacionalista e mórbida das tragédias humanas, a apologia do sofrimento, os processos mediúnicos duvidosos que qualquer exame de grafia e conteúdo de mensagem, no caso de supostas psicografias, desmascara num instante, todos esses erros ocorrem, tanto em integrantes "menores" quanto nos maiores astros do "movimento espírita".
Isso é que preocupa o "movimento espírita", que vive uma crise grave que eles imaginavam ser apenas da Igreja Universal ou da Renascer. Apostando, de um lado, numa mal disfarçada herança do Catolicismo medieval, tirando dela apenas os aspectos mais coercitivos, e numa prática mediúnica improvisada e sem qualquer estudo sério da Ciência Espírita, o "movimento espírita" apresenta suas próprias razões para merecer essa crise.
Aliás, nem é a primeira ou a última crise, O histórico do "movimento espírita" encontrou crises violentas, como as do tempo de Afonso Angeli Torteroli, há mais de cem anos atrás, os escândalos causados por Chico Xavier ao longo dos anos e as crises do roustanguismo que tiveram seu apogeu nos anos 1970.
Tudo isso mostra os defeitos que o "espiritismo" brasileiro tem e que mostram que é essa a doutrina que mais combate e quer destruir Allan Kardec, rompendo com a essência de seu pensamento e apostando num religiosismo moralista que acoberta uma suposta mediunidade irregular e completamente divorciada da Ciência Espírita.
domingo, 19 de abril de 2015
A "religião do rock", sua cegueira e surdez
O ESTRANHO VÍNCULO ENTRE PODER DITATORIAL E REBELDIA JUVENIL - O ministro e general César Cals aparece ao lado de herdeiros da "rádio rock" 89 FM, um deles com camiseta de rock.
Só mesmo a mania de "religiosizar" as coisas, num Brasil já "divinizado" como pátria, para que valores conservadores estabeleçam um vínculo estranho com ideias supostamente novas. Para um país que construiu seu Iluminismo mantendo estruturas escravistas e estabeleceu seu "espiritismo" fundamentado nas bases do Catolicismo medieval redivivo, isso faz sentido.
Na ilustração acima, referente à emissora de rádio paulistana 89 FM, que celebra em dezembro 30 anos como "rádio de rock" - um mito que não corresponde ao desempenho irregular da emissora no gênero - , uma séria contradição revela o pano de fundo ditatorial que cerca a emissora, "tradicionalmente" associada a um padrão de rebeldia juvenil aceito pelo senso comum de hoje.
Nela, o patriarca dos donos da rádio, José Camargo (que aparece com terno escuro), aparece ao lado de seus filhos e hoje administradores da 89 FM, sendo o mais jovem deles exibindo uma camiseta da banda de rock Kiss.
Junto a eles aparece, com terno cinza, o ministro da ditadura César Cals, ex-governador "biônico" do Ceará durante o governo do general Emílio Garrastazu Médici, cargo do qual tornou-se um dos "coronéis" políticos do Estado.
José Camargo foi um político que começou sua carreira na ditadura militar, tendo sido filiado à ARENA e ligado ao famoso político paulista Paulo Maluf. Era também parceiro e colega do também malufista José Maria Marin, que como deputado protestou contra o boicote da TV Cultura a um ato do governo paulista em 1975, recusando-se a fazer reportagem sobre o feito.
O protesto de Marin influiu na prisão do chefe de jornalismo da emissora, Vladimir Herzog, que depois resultou na sua tortura e morte, episódio que, pelo radicalismo da repressão militar, deu origem a uma séria crise que fez decair o regime instaurado em 1964.
Hoje Marin é dirigente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e ligado ao "cartola" Ricardo Teixeira, o que diz muito à tendenciosa aliança entre rock e futebol em alguns programas humorísticos da 89 FM, como o recente Quem Não Faz Toma.
Apesar desse pano de fundo ditatorial, a 89 FM é tida por muitos como o "maior" espaço de divulgação de bandas e músicos de punk rock, movimento que no Brasil expressou o protesto de muitos jovens contra a ditadura militar.
Pura incoerência. Mas a "religião do rock", como todo processo de religiosização de qualquer coisa no Brasil, despreza a lógica e a coerência e ignora até mesmo as bases originais, até porque o fenômeno "religiosizado" pega as ideias já deturpadas em segunda ou terceira mão, ninguém faria fundamentalismo com ideias e procedimentos originais, pegam tudo distorcido.
Observa-se até o fato de que os "roqueiros" que ouvem a 89 FM em São Paulo e, com dose maior de estupidez e radicalismo, os que ouvem a Rádio Cidade no Rio de Janeiro, são mais temperamentais do que rebeldes. A roupagem de rebeldia tenta ser a mais verossímil possível, até para a "galera" fazer bonito nos Lollapalooza da vida, mas ideologicamente esses jovens são muito conservadores.
Na verdade, a "religião do rock" nem valoriza exatamente a música rock, mas tão somente um conjunto de estereótipos. mais comportamentais e visuais e, relativamente sonoros. É um pessoal que não sabe a diferença entre Steve Vai e Joe Satriani e odeia falar sobre marcas de guitarras, mas adora posar para fotos botando a língua para fora e fazendo o sinal do diabo com as mãos.
São pessoas que acham que rock é uma mera questão de guitarras distorcidas, músicos com visual louco, comportamento agressivo e vocabulário excessivamente coloquial. É uma imagem de "roqueiro" que mais parece de marionetes da indústria do entretenimento, já que esses jovens não têm a menor ideia do que realmente querem ouvir e são mais conformados com o "sistema".
Para eles, o que as duas rádios (Cidade e 89) determinam como "rock" é o que vale. Um dia "rock" pode ser Prodigy, grupo de música eletrônica. Tanto faz. Se a moda é atacar o Restart, todo mundo adere. Mas, se daqui a três anos a Cidade e a 89 passarem a defender que o Restart é o máximo, o pessoal adere sem reclamar.
No caso da Rádio Cidade - cujos adeptos são tão fanáticos que fazem até cyberbullying para defender a emissora, na Internet - , chegou-se ao ponto de haver uma campanha de seus "roqueiros" convictos para desmoralizar ninguém menos que Beatles, Rolling Stones, Led Zeppelin e Who. E, depois de tanto espinafrarem e ridicularizarem Renato Russo, passaram a ser seus bajuladores baratos.
É como os maus alunos que agridem, ameaçam e ridicularizam o bom professor e, quando as conveniências permitem, derramem elogios entusiasmados a ele. É a hipocrisia a serviço de um tipo de falsa rebeldia que nem de longe tem a ver com o espírito do rock no mundo inteiro, como a constrangedora atitude dos "roqueiros" da 89 e Cidade forjarem um maniqueísmo entre "rock velho" e "rock novo" que inexiste no exterior.
Eles também são os únicos e poucos que acreditam que, no Brasil, futebol é "esporte rock'n'roll". Apesar de muitos jogadores brasileiros usarem penteados punk, a partir do famoso Neymar, 99,99% deles não têm interesse pelo rock. Além disso, a "aliança" entre rock e futebol pela 89 e Cidade só revelam a aliança que seus donos têm com os dirigentes esportivos, que querem criar uma reserva de mercado de jovens "rebeldes" com alto poder aquisitivo para comprar ingressos nos estádios.
A "religião" roqueira mostra esses absurdos, com sua cegueira e surdez. Jovens que não querem saber da realidade da cultura rock no Brasil e no mundo, e não querem ouvir advertências. Estão surdos a visões que contrariam sua compreensão ao mesmo tempo matuta, caricata, reacionária, intransigente e limitada de "cultura rock", como fundamentalistas que vivem fora da realidade.
Só mesmo a mania de "religiosizar" as coisas, num Brasil já "divinizado" como pátria, para que valores conservadores estabeleçam um vínculo estranho com ideias supostamente novas. Para um país que construiu seu Iluminismo mantendo estruturas escravistas e estabeleceu seu "espiritismo" fundamentado nas bases do Catolicismo medieval redivivo, isso faz sentido.
Na ilustração acima, referente à emissora de rádio paulistana 89 FM, que celebra em dezembro 30 anos como "rádio de rock" - um mito que não corresponde ao desempenho irregular da emissora no gênero - , uma séria contradição revela o pano de fundo ditatorial que cerca a emissora, "tradicionalmente" associada a um padrão de rebeldia juvenil aceito pelo senso comum de hoje.
Nela, o patriarca dos donos da rádio, José Camargo (que aparece com terno escuro), aparece ao lado de seus filhos e hoje administradores da 89 FM, sendo o mais jovem deles exibindo uma camiseta da banda de rock Kiss.
Junto a eles aparece, com terno cinza, o ministro da ditadura César Cals, ex-governador "biônico" do Ceará durante o governo do general Emílio Garrastazu Médici, cargo do qual tornou-se um dos "coronéis" políticos do Estado.
José Camargo foi um político que começou sua carreira na ditadura militar, tendo sido filiado à ARENA e ligado ao famoso político paulista Paulo Maluf. Era também parceiro e colega do também malufista José Maria Marin, que como deputado protestou contra o boicote da TV Cultura a um ato do governo paulista em 1975, recusando-se a fazer reportagem sobre o feito.
O protesto de Marin influiu na prisão do chefe de jornalismo da emissora, Vladimir Herzog, que depois resultou na sua tortura e morte, episódio que, pelo radicalismo da repressão militar, deu origem a uma séria crise que fez decair o regime instaurado em 1964.
Hoje Marin é dirigente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e ligado ao "cartola" Ricardo Teixeira, o que diz muito à tendenciosa aliança entre rock e futebol em alguns programas humorísticos da 89 FM, como o recente Quem Não Faz Toma.
Apesar desse pano de fundo ditatorial, a 89 FM é tida por muitos como o "maior" espaço de divulgação de bandas e músicos de punk rock, movimento que no Brasil expressou o protesto de muitos jovens contra a ditadura militar.
Pura incoerência. Mas a "religião do rock", como todo processo de religiosização de qualquer coisa no Brasil, despreza a lógica e a coerência e ignora até mesmo as bases originais, até porque o fenômeno "religiosizado" pega as ideias já deturpadas em segunda ou terceira mão, ninguém faria fundamentalismo com ideias e procedimentos originais, pegam tudo distorcido.
Observa-se até o fato de que os "roqueiros" que ouvem a 89 FM em São Paulo e, com dose maior de estupidez e radicalismo, os que ouvem a Rádio Cidade no Rio de Janeiro, são mais temperamentais do que rebeldes. A roupagem de rebeldia tenta ser a mais verossímil possível, até para a "galera" fazer bonito nos Lollapalooza da vida, mas ideologicamente esses jovens são muito conservadores.
Na verdade, a "religião do rock" nem valoriza exatamente a música rock, mas tão somente um conjunto de estereótipos. mais comportamentais e visuais e, relativamente sonoros. É um pessoal que não sabe a diferença entre Steve Vai e Joe Satriani e odeia falar sobre marcas de guitarras, mas adora posar para fotos botando a língua para fora e fazendo o sinal do diabo com as mãos.
São pessoas que acham que rock é uma mera questão de guitarras distorcidas, músicos com visual louco, comportamento agressivo e vocabulário excessivamente coloquial. É uma imagem de "roqueiro" que mais parece de marionetes da indústria do entretenimento, já que esses jovens não têm a menor ideia do que realmente querem ouvir e são mais conformados com o "sistema".
Para eles, o que as duas rádios (Cidade e 89) determinam como "rock" é o que vale. Um dia "rock" pode ser Prodigy, grupo de música eletrônica. Tanto faz. Se a moda é atacar o Restart, todo mundo adere. Mas, se daqui a três anos a Cidade e a 89 passarem a defender que o Restart é o máximo, o pessoal adere sem reclamar.
No caso da Rádio Cidade - cujos adeptos são tão fanáticos que fazem até cyberbullying para defender a emissora, na Internet - , chegou-se ao ponto de haver uma campanha de seus "roqueiros" convictos para desmoralizar ninguém menos que Beatles, Rolling Stones, Led Zeppelin e Who. E, depois de tanto espinafrarem e ridicularizarem Renato Russo, passaram a ser seus bajuladores baratos.
É como os maus alunos que agridem, ameaçam e ridicularizam o bom professor e, quando as conveniências permitem, derramem elogios entusiasmados a ele. É a hipocrisia a serviço de um tipo de falsa rebeldia que nem de longe tem a ver com o espírito do rock no mundo inteiro, como a constrangedora atitude dos "roqueiros" da 89 e Cidade forjarem um maniqueísmo entre "rock velho" e "rock novo" que inexiste no exterior.
Eles também são os únicos e poucos que acreditam que, no Brasil, futebol é "esporte rock'n'roll". Apesar de muitos jogadores brasileiros usarem penteados punk, a partir do famoso Neymar, 99,99% deles não têm interesse pelo rock. Além disso, a "aliança" entre rock e futebol pela 89 e Cidade só revelam a aliança que seus donos têm com os dirigentes esportivos, que querem criar uma reserva de mercado de jovens "rebeldes" com alto poder aquisitivo para comprar ingressos nos estádios.
A "religião" roqueira mostra esses absurdos, com sua cegueira e surdez. Jovens que não querem saber da realidade da cultura rock no Brasil e no mundo, e não querem ouvir advertências. Estão surdos a visões que contrariam sua compreensão ao mesmo tempo matuta, caricata, reacionária, intransigente e limitada de "cultura rock", como fundamentalistas que vivem fora da realidade.
sexta-feira, 17 de abril de 2015
"Espiritismo" pode atrair até vírus de computador
Extremamente materialista, o "espiritismo" brasileiro, construído nas bases do Catolicismo português de orientação jesuíta e herança medieval, atrai as piores energias. Mesmo os seus devotos mais entusiasmados sofrem algum mau agouro na vida, e ainda acreditam que isso ocorre em função dos "reajustes espirituais" ou "resgates morais".
Mães que perdem seus filhos mais queridos. Homens que ganham na loteria e são assaltados em seguida, Universitários que, depois de tratamentos espirituais, sofrem cyberbullying com apenas polêmicas pequenas, Esportistas que morrem em acidente de carro. Militares que veem suas esposas traindo com outros.
Claro que isso ocorre independente de religião. É óbvio. Mas o "espiritismo", cujas bases doutrinárias remetem ao receituário deixado pelo traiçoeiro Emmanuel, o mesmo Padre Nóbrega que escravizava índios, defendia a submissão da mulher e condenava hereges à morte, reforça e favorece essas energias negativas.
Uma observação que vários internautas que nos escreveram é que, toda vez que eles faziam alguma consulta numa página "espírita", tempos depois eles, numa pesquisa inocente na Internet, têm o azar de consultar páginas infectadas.
Recebemos relatos de um rapaz que, quando frequentava um "centro espírita" no Rio de Janeiro e fazia tratamento espiritual regularmente, teve o azar de, numa pesquisa acadêmica, ter seu computador infectado por um vírus que danificou sua monografia, e o fez reescrever todo o trabalho do zero, apenas porque foi pesquisar um raro livro disponível para download gratuito na Internet.
Em outros casos, as queixas são de páginas consultadas que, felizmente, são bloqueadas por softwares anti-vírus como Avast, Norton e McAfee. Mesmo assim, isso parece coincidência demais, ocorrer logo depois de consultar as "elevadíssimas" páginas "espíritas".
E por que isso acontece? Porque nós somos malcriados, somos pestinhas da Terra e usamos livremente o cérebro, cujo raciocínio lógico e investigativo comete a maldade de perseguir a coerência em vez das maravilhosas lições da fé e de seus mais intocáveis mistérios?
É claro que não. O "espiritismo", por seguir orientações jesuítas - e eles estão aos montes como "mentores" de "centros espíritas" existentes em todo o país - , é extremamente materialista, e isso faz com que os "irmãozinhos sofredores", espécie de "jagunços do além-túmulo", influenciam nas más energias materiais, de tão apegados à matéria que estão.
Tudo é materialista no "movimento espírita", até mesmo o apego a Chico Xavier e seu estereótipo de "velhinho frágil e admirável". A maioria de suas pregações se dedica a instituições materiais como a Família, incluindo a manutenção de condições hierárquicas de pais e mães sobre os filhos. E muito do que se prega nas doutrinárias é somente a submissão e o conformismo masoquista.
Daí os retrocessos e absurdos que o "espiritismo" pede aos seus seguidores aceitarem. O "espiritismo" faz, em primeira instância, as pessoas se tornarem impotentes diante das imposições da vida, e, em segunda instância, as faz vulneráveis aos mais duros infortúnios. E, sadicamente, ainda fala em "resgates morais".
Daí ser tudo a ver que pessoas consultem páginas infectadas por vírus de computador depois que veem páginas "espíritas". O próprio "movimento espírita" já foi infectado por crendices confusas, contraditórias e até retrógradas ao longo de 131 anos. O "espiritismo" brasileiro é infectado na sua própria natureza.
quinta-feira, 16 de abril de 2015
"Movimento espírita" reage com medo às críticas
Os líderes "espíritas" começam a reagir com medo diante das críticas disseminadas na Internet. Um conhecido pregador, autoproclamando a "coerência de comportamento" da doutrina, acusa de "violentas e agressivas" as críticas, na tentativa de manter as suas convicções.
Ele tenta atribuir os erros do "espiritismo" a uma minoria de "pseudomédiuns e pseudoespíritas" que estariam falhando nos seus procedimentos, e tenta afirmar que a doutrina que ele defende se mantém fiel a Allan Kardec e aos ensinamentos de O Livro dos Espíritos.
O referido senhor cai em contradições, mesmo tentando fazer um discurso paciente de profundo conteúdo religioso. Ele ainda acrescenta que o "espiritismo" tem como missão a "renovação moral" das pessoas, algo que não está acontecendo e a doutrina nem de longe contribui.
Essas contradições correspondem à suposta fidelidade a Allan Kardec, como se a doutrina que exalta figuras como Chico Xavier e Divaldo Franco seguisse alguma lição do professor lionês. Nunca houve essa fidelidade. E isso não é calúnia, mas uma lembrança que a memória curta tenta ocultar, para esconder os erros sob o tapete do passado.
Isso porque, durante muito tempo, a Federação "Espírita" Brasileira (FEB) sempre deu preferência a um deturpador como Jean-Baptiste Roustaing, desprezando Kardec por ser "científico demais". Roustaing foi defendido com muito orgulho pela instituição e foi a partir dele que o "espiritismo" brasileiro estabeleceu suas diretrizes, tirando apenas pontos "polêmicos demais".
Esses pontos correspondem ao mito do "Jesus fluídico", que supõe que Jesus de Nazaré nunca passou de um fantasma materializado, e os "criptógamos carnudos", classe de vermes, micróbios e outros organismos que serviriam de corpos para reencarnação de espíritos infratores ou criminosos. As duas teses, por causarem controvérsias profundas, foram descartadas para evitar problemas.
Quando Roustaing começou a representar um risco para o "movimento espírita", eis que Chico Xavier passa a produzir livros que criassem um conteúdo ideológico para a doutrina. Adaptando Roustaing às conveniências brasileiras, o chiquismo substituiu o rostanguismo em sua forma light, mas sem aderir ao cientificismo de Allan Kardec.
COERÊNCIA?
Que coerência de comportamento se espera do "movimento espírita"? Se em 131 anos ocorrem erros relacionados à doutrina, que geraram escândalos violentos, é porque dentro do "espiritismo", não fora dele, ocorrem tais erros, equívocos e contradições.
Identificamos como os dois maiores erros do "movimento espírita" a deturpação catolicizada da Doutrina Espírita e o desconhecimento do processo de mediunidade. Quanto ao primeiro erro, torna-se óbvio, diante de muitas contradições que os livros de Chico Xavier e as deturpações nas traduções de Guillon Ribeiro da obra kardeciana apresentam e saltam aos olhos.
Isso sem falar dos ritos de muita rezadeira católica, muita devoção a santos, muitos jargões, ritos e dogmas, que mais parecem fazer o "espiritismo" soar como um Catolicismo mais flexível do que como uma forma brasileira da Doutrina Espírita sistematizada pelo pedagogo francês.
A mediunidade é que é um problema complexo, porque os supostos médiuns desconhecem os procedimentos da Ciência Espírita, do Magnetismo de Franz Mesmer e tudo o mais. Mas o problema é que, como praticamente TODOS (a não ser raríssimas e raríssimas exceções) desconhecem as formas de contatos com os espíritos do além, fica difícil apontar fraudes.
Existem até correntes dentro dos questionadores do "espiritismo" catolicizado, que pregam a volta às bases de Allan Kardec mas não possuem um questionamento profundado dos erros cometidos pelos "espíritas" brasileiros, que deixam passar as irregularidades cometidas pela suposta mediunidade brasileira e ainda veem veracidade nos procedimentos duvidosos de Xavier e Franco.
São pessoas que acreditam que se pode, ao mesmo tempo, ler os livros de Allan Kardec na tradução honesta e precisa de José Herculano Pires, e, por outro lado, aceitar que Humberto de Campos teria escrito as obras espirituais atribuídas a ele e que, na verdade, fogem completamente do seu estilo.
São esses erros que permitem uma série de irregularidades. Aí, o pregador "espírita" tenta dizer que são erros de uns pouco inclinados com a doutrina, o que expressa um dos impasses que o "movimento espírita" tenta ignorar.
Afinal, dependendo das circunstâncias, a cúpula é a culpada ou então os "espíritas" regionais e "pouco dedicados" é que são os culpados. Se Chico Xavier errou, mesmo por decisão dele mesmo e de forma grave, joga-se a culpa em outro: Emmanuel, Antônio Wantuil de Freitas, Luciano dos Anjos, e por aí vai.
Se os erros envolvem acusações de falsa mediunidade ou abordagens equivocadas em livros "espíritas", eles são jogados debaixo do tapete. Ninguém assume os erros ou faz autocríticas, apenas dizem que "erraram" e "sentem muito por isso", mas o que "importa" é a "filantropia". E aí tudo se coloca debaixo do tapete.
Foi assim em sucessivos escândalos que ocorrem no "movimento espírita". E, por que eles ocorrem? Porque os "irmãozinhos sofredores" não gostam de ver gente "agindo pelo bem"? Não, é por causa de muitos procedimentos "espíritas" que são feitos e que, em dada ocasião, entram em conflito com a lógica, a coerência e a transparência dos fatos.
Isso é que causa medo e apreensão nos "espíritas". E mostra o quanto seus líderes entram em constante contradição. Às vezes, os culpados são a "cúpula", como nos escândalos que envolveram os dirigentes da FEB. Em outras, os culpados são alguns "pseudoespíritas" regionais. Quando envolvem astros conhecidos (como Chico Xavier), os erros são sempre minimizados e impunes.
Mas o que se vê é que, com tantas contradições, omissões e equívocos, não há como ver coerência de comportamento no "movimento espírita", como também não dá para ver lealdade a Allan Kardec se os "espíritas" brasileiros deturpam e contrariam tudo o que ele havia escrito em sua obra. Trair pelas costas não é coerência.
quarta-feira, 15 de abril de 2015
"Espiritismo" e seu "ideal" de relações de trabalho
Sabemos que o "movimento espírita" é uma "indústria do sofrimento". Os tratamentos espirituais acabam mais prejudicando do que beneficiando seus pacientes, e estes, buscando melhorias e soluções para seus problemas, acabam, depois de tais terapias, atraindo mais encrencas e infortúnios, além de não terem resolvido os problemas que foram o motivo de tais "ajudas".
Isso tem a ver com o próprio moralismo severo do "espiritismo". Ele se baseia em valores próprios do Catolicismo medieval. E desenvolvem seus dogmas morais com base sempre numa perspectiva policialesca e punitiva, que só poupa os submissos e os espíritos corruptos ou endurecidos.
No mercado de trabalho, o "espiritismo" da FEB e dissidentes parece estar de mãos dadas com o capitalismo. Sempre desejam o que há de pior para as classes trabalhadoras e imaginam que a missão do trabalhador é tão somente ganhar dinheiro e aguentar todo tipo de "tranco".
Se a pessoa tem alguma personalidade diferenciada e dotada de um significativo grau de evolução, é de praxe o "espiritismo" brasileiro condená-la a todo tipo de sofrimento, de acordo com seu receituário severo e sádico que tantas dores causam aos homens realmente de bem.
No trabalho, o cidadão terá que enfrentar um patrão menos inteligente, mais grosseiro e mais corrupto do que ele para cumprir seu trabalho. Ou, se isso não for o caso, terá que sofrer bullying de algum colega de trabalho mais atrevido e menos talentoso, mas com esperteza suficiente para passar por cima de qualquer cilada.
Salários de fome, trabalhos arriscados, trajetos perigosos entre a casa e o ambiente profissional, entre outras enrascadas. A pessoa que quer se evoluir e tem algum ideal de trabalho não tem oportunidade de exercer seu potencial e sua inteligência, tendo que suportar a prova da subserviência e da baixa qualidade de vida.
Para todo o efeito, o infeliz terá que admitir que foi um "romano" que explorou alguém em algum período da Idade Média. O medievalismo constantino dos "espíritas" - que, cinicamente, dizem ser "contra" os abusos do Catolicismo medieval - faz com que se suponham sentenças pesadas para justificar o sofrimento pesado que certas pessoas têm que encarar.
As melhores oportunidades profissionais escapam das mãos do pobre coitado cheio de ideias e projetos que poderiam fazer do emprego algo mais do que um salariozinho medíocre. Frequentar doutrinárias e fazer tratamentos espirituais acabam prejudicando seu futuro e transformando-o num reles assalariado sem importância.
Aí os "espíritas" argumentam que faltou fé, jogo de cintura, iniciativa e outros esforços do pobre rapaz. Só que ele sofreu azar. Ele fez a parte dele, mas teria talvez que dar murro em ponta de faca para ter que conquistar parcialmente os projetos profissionais que ele quer.
Houve o caso de um internauta, formado em Jornalismo em Salvador, que reclamou do fato de que sua falta de sorte só o impelia a trabalhar na Rádio Metrópole, do "coronel" midiático baiano Mário Kertèsz, que montou a rádio com o dinheiro que acumulou de um esquema de corrupção, quando era prefeito da capital baiana.
Cheio de ideias e projetos, o pobre jornalista só poderia trabalhar em rádio corrupta, ganhar salário na forma de dinheiro sujo, podre, enquanto outras oportunidades profissionais melhores e mais íntegras lhe escapavam das mãos, como os concursos públicos os quais ele nunca conseguia ser aprovado, por mais que estudasse e assinalasse com atenção as respostas das provas.
As chances "fáceis" de emprego eram sempre ciladas: editora "espírita" que não pagava salário e só dava o dinheiro de almoço. Jornal de cidade da Chapada Diamantina com rotina opressiva de horário. Não havia carga horária fixa, o trabalho era quase o dia todo, o salário era miserável e as estradas para ir de uma cidade a outra eram esburacadas, com altíssimo risco de trágico acidente de carro.
Havia também o jornal comunitário em fase de implantação num bairro barra-pesada do Subúrbio Ferroviário, em que o editor preveniu o aspirante que tinha sérias desavenças com "lideranças locais" e que por isso precisava do apoio do jovem para realizar o seu trabalho.
Empregos sem a menor segurança, com patrões com diversos problemas, sem remuneração digna e sem oportunidade de realização pessoal. Só salário, e olhe lá. Mesmo que seja para pagar somente o almoço. E depois o "espiritismo" se julga "espiritualista", quando seu materialismo salta aos olhos ao não dar oportunidade para as pessoas realizarem seus ideais, apenas limitadas a "viver como podem".
terça-feira, 14 de abril de 2015
A competição entre fé e ciência nas curas de doenças
A série de reportagens da TV Bandeirantes, nesta semana, mostra os episódios de cura do câncer através da religião, citando várias crenças religiosas, entre elas a "espírita". São relatos que, aparentemente, revelam o sucesso da fé na realização de curas dessa doença difícil, curável apenas quando está em estágio inicial, considerado benigno.
Embora haja possibilidade de haver curas espirituais e que o sentimento de tranquilidade consequente da fé de algumas pessoas seja capaz de realizar curas - se relacionando mais ao fenômeno de autocuras do que da religiosidade em si - , nota-se uma certa disputa entre fé e ciência no que se refere às curas de doenças.
O Brasil, país ainda marcado por uma religiosidade bastante conservadora, de tradição lusitana, que ainda guarda valores medievais, tenta exercer a prevalência do proselitismo religioso. No vácuo de um Catolicismo em crise, os ditos "evangélicos" e "espíritas" correm contra o tempo para conquistarem a supremacia religiosa, recorrendo até à imprensa para tal realização.
A Rede Globo tornou-se a principal parceira da Federação "Espírita" Brasileira e está preferindo apostar no "espiritismo", e não no Catolicismo, porque a tradicional religião romana-bizantina ficou muito visada, principalmente pelo visual de padres, sacerdotes e bispos.
A Globo percebeu que o apelo modernoso dos padres Marcelo Rossi e Fábio de Mello não puderam dar ao Catolicismo um apelo mais atraente para novos seguidores. Além disso, a medida ainda fazia com que o ranço religioso tirasse o aspecto aparentemente laico da emissora dos irmãos Marinho e iria superexpor a já problemática rivalidade com a Rede Record.
Dessa maneira, o "espiritismo", mais "independente" e sem os aparatos pomposos do Catolicismo propriamente dito, seria a "carta na manga" da Globo competir com a Rede Record, propriedade da Igreja Universal do Reino de Deus, sem que se comportasse como outra emissora "religiosa".
Já o "espiritismo" também precisa penetrar em outros canais e espaços midiáticos, até pela necessidade de uma divulgação mais ampla. E, uma semana depois do Profissão Repórter, agora recorre à concorrente TV Bandeirantes para fazer novos apelos.
E aí vemos o quanto é problemático o processo de curas apenas pela fé, rivalizando com a ciência "dos homens" e apostando em processos em que o mistério é o seu maior princípio. Alegações em favor do "mistério da fé" servem para dar um tom misticamente aceitável à falta de transparência que acontece nesses procedimentos.
O "espiritismo" que não estuda a Ciência Espírita e corrompe seus tratamentos espirituais, criando um processo seletivo de curas e resolução de problemas, às vezes com algum preço de azar na vida, torna duvidosos seus procedimentos de curas, baseados no ocultismo que se arroga a desafiar o conhecimento científico, sem mostrar transparência.
A total ignorância do Magnetismo de Franz Anton Mesmer - que não tem livro algum traduzido por aqui e, quando muito, só é vagamente citado por terceiros - e a falta de estudos para todo tipo de processo, dos passes à psicografia, o "espiritismo" brasileiro se transformou num vale-tudo de pessoas sacudindo as mãos sobre cabeças dos outros e pessoas com a mão na testa escrevinhando qualquer coisa igrejista.
Não há como ter confiabilidade. A fé acaba sendo uma forma de tornar confiável o que não traz confiança. Que transparência existe? Nenhuma. Tudo se reduz a uma mística religiosidade que, sabemos, agrada bem aos barões da grande mídia, que sempre apostam no conservadorismo religioso para amansar os brasileiros tensos nesse país em crise.
Só que isso não resolve. Até que ponto as curas espirituais existem? Até que ponto existem autocuras? Até que ponto fé pode se aliar à ciência para curar doenças? Nada disso é estudado, nada disso é verificado, acredita-se em qualquer coisa porque "ter fé é acreditar", mas acreditar naquilo que a gente não entende e aceita que fique sem explicação.
E assim a fé religiosa impõe sua arrogância de criar uma área do surreal, do absurdo ou do oculto, um terreno em que o raciocínio lógico não pode penetrar, a não ser para dizer "amém". Isso é mal. Cria-se um desnecessário litígio entre fé e ciência na busca de soluções e curas para doenças, sem que podemos buscar as verdadeiras soluções de maneira inteligente, coerente e transparente.
Dessa forma, a fé religiosa quer manter sua supremacia, com seus valores absurdos, com seus procedimentos duvidosos, nos quais só valem os resultados, conforme a frase de Niccolo Machiavelli sobre a maldade do príncipe: "os fins justificam os meios".
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