segunda-feira, 14 de julho de 2014
FEB concretiza "sonho" católico de Emmanuel
A atual direção da FEB, pressionada pelas críticas que a entidade recebe pelos 130 anos de deturpações na doutrina de Allan Kardec, decidiu lançar coletâneas para "simplificar" suas manobras de manipular os espíritas brasileiros a seguir esta corrente catolicizada, que destoa seriamente das descobertas científicas e dos debates promovidos pelo professor lionês.
Sabemos que uma dessas coletâneas é Allan Kardec Para Todos, uma continuidade na apropriação oportunista do prestígio do pedagogo francês, desde que ele foi usado para "substituir" simbolicamente o advogado Jean-Baptiste Roustaing, que, ao pegar pesado demais com os casos da reencarnação de humanos em seres irracionais e o do "Jesus fluídico", foi deixado de lado pela FEB.
A suposta síntese das ideias de Kardec segue a linha traçada por Guillon Ribeiro, tradutor adotado pela federação, responsável pela adulteração politicamente correta mas catolicizada dos livros do francês, e a coletânea serve como introdução à bibliografia guillontinada recomendada pela entidade.
Outra publicação "complementar" é O Evangelho por Emmanuel, coleção de textos de Emmanuel sobre os diversos pontos do Novo Testamento, distribuídos em sete volumes temáticos, como uma celebração da produção da dupla Emmanuel / Chico Xavier que sempre fez a festa dos dirigentes da FEB.
Os volumes são referentes aos seguintes livros: os quatro Evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João), os Atos dos Apóstolos, as cartas de Paulo de Tarso e as cartas universais e do Apocalipse. O trabalho é organizado por Saulo César Ribeiro da Silva, integrante da FEB conhecido por coordenar edições de livros da entidade.
A abordagem, evidentemente, é dotada do mesmo moralismo católico, só que adaptado ao âmbito da espiritualidade. Desta forma, a doutrina de Allan Kardec é esvaziada em prol de um religiosismo conservador, embora pretensamente profético e missionário.
Na prática, o projeto, embora seja uma coletânea, concretiza os "sonhos" do espírito Emmanuel, ninguém menos que o traiçoeiro padre Manuel da Nóbrega, que, assim como fez com as crenças indígenas, absorvendo-as para deturpá-las em prol do Catolicismo medieval, tentou o mesmo com a Doutrina Espírita.
Portanto, não foi preciso que Emmanuel viesse com mais um livro, já que aparentemente a parceria com Chico Xavier terminou em 1997 e Chico faleceu cinco anos depois. Também não houve herdeiro mediúnico e oficialmente os espiritólicos acreditam que Emmanuel reencarnou no interior de São Paulo.
Em todo caso, o livro é uma síntese do que Emmanuel queria, se apropriando das ideias espíritas de Allan Kardec e deturpando o máximo possível, esvaziando completamente todo o sentido original das obras do professor francês, reduzindo o Espiritismo a um engodo místico-religioso cuja ênfase maior sempre foi no Catolicismo medieval, em que pesem outros enxertos religiosos e místicos.
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