quarta-feira, 9 de março de 2016
"Bom moço" Luciano Huck não ajuda piloto que o salvou de acidente
Espécie de "Chico Xavier moderno" no sentido de usar a bondade como estratégia de marketing, o apresentador e empresário Luciano Huck foi desmascarado pela Rede Record quando um de seus programas entrevistou o piloto Osmar Frattini, que salvou o apresentador, a colega e esposa Angélica e os filhos de um acidente aéreo grave.
Enquanto Luciano Huck declarava na mídia que "foi salvo por Deus", ele se esqueceu que o piloto fez uma manobra arriscada, diante de um acidente aéreo no Mato Grosso do Sul, em maio de 2015, para salvar todos os ocupantes. Angélica e o marido tiveram ferimentos leves. Os filhos saíram ilesos, assim como o piloto.
O acidente poderia ter matado toda a família, pois o avião chegou a bater num poste. A habilidade do piloto, experiente, embora não tivesse enfrentado um acidente do tipo, fez com que tudo ocorresse bem e tudo não passasse de um grande susto.
Apesar disso, Osmar foi suspenso pela MS Táxi Aéreo até que as investigações sobre o acidente sejam encerradas, e seu salário foi reduzido a 80 %, o que impossibilita o piloto a sobreviver nesse tempo todo.
A única gentileza que Osmar recebeu de Luciano Huck foi um panetone no fim do ano e um tapinha nas costas. Muito pouco para quem poderia ter recebido uma ajuda mais significativa. E Osmar nem exige que seja sustentado, ele apenas quer trabalhar e não viver de esmolas dos outros.
Mesmo assim, Luciano Huck, tão afeito a "ajudar as pessoas" no seu programa Caldeirão do Huck, da Rede Globo de Televisão, poderia ter dado alguma assistência, algum amparo significativo, para o piloto que o salvou, até porque, se não fosse a habilidade de Osmar, Luciano Huck e Angélica simplesmente teriam falecido e causado comoção nacional em seus fãs.
Isso mostra o quanto a ideia estereotipada de bondade é bastante discutível. As pessoas que exercem seu "ativismo de sofá" adoram tipos estereotipados de "filantropos" no espetáculo da bondade que é reduzida a uma mercadoria de consumo de emoções e devoções baratas.
É como se faz com Francisco Cândido Xavier, um escritor de pastiches literários que virou um "semi-deus" às custas do marketing religioso, do mercado voraz da fé religiosa, criando um pretenso bom-mocismo feito para tranquilizar as pessoas na ilusão das falsas ajudas que não transformam muito a sociedade, causando mais deslumbramento do que melhorias sociais.
Chico Xavier fez acusações levianas e infundadas contra as vítimas (humildes!!!!) de um incêndio de um circo em Niterói, usou o nome de Humberto de Campos para proveito pessoal, defendeu a ditadura militar, apoiou fraudes como as de Otília Diogo e ainda despejou comentários furiosos contra os amigos do falecido Jair Presente. Bondade?
É por isso que o mercado da bondade cria mitos que nem sempre são verídicos. Ajudas de fachada, mais paliativas que transformadoras, que não cicatrizam feridas, não melhoram, apenas diminuem as dores extremas, como o paracetamol e a aspirina que Madre Teresa de Calcutá, sem assistir devidamente aos doentes e desamparados, dava apenas para "minimizar as dores" e manter as pessoas no sofrimento.
As pessoas que não conseguem ser bondosas de verdade apelam para essa "bondade de ficção" que esconde pontos sombrios e traiçoeiros. E é isso que se vê no caso de Luciano Huck, que apenas imita programas tendenciosos transmitidos em Miami para forjar uma "caridade" espetacularizada, hipócrita, falsa e mentirosa, baseada em clichês que mais deslumbram do que ajudam.
Daí que uma ativista feminista e negra se recusou a participar do Caldeirão do Huck especial sobre o Dia Internacional da Mulher. É porque ela vê que Luciano só aborda as causas sociais de maneira superficial e tendenciosa. E, ainda por cima, chegou certa vez a oferecer mulheres para turistas estrangeiros, como se elas fossem mercadorias sexuais. Bondade?
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