TOMÁS DE TORQUEMADA E RONALD REAGAN - Sob suas influências, a violência e a corrupção foram institucionalizadas no mundo.
É só verificar os noticiários. Atos violentos que se banalizaram de tão influentes. Corrupção que chega a não só ser impune, mas também estimulada. Incompetência premiada com promoções no âmbito profissional, político e até midiático-cultural. Muito conformismo, muito sofrimento, e quase nada de progresso definitivo na humanidade.
O que faz isso acontecer? E por que o meio-ambiente se degrada, enquanto volta e meia temos ameaças de grandes conflitos bélicos internacionais - como a da Segunda Guerra Mundial - ou mesmo grandes confrontos químicos ou mesmo nucleares? E por que tantas tragédias atingindo inocentes aqui ou ali?
A resposta a isso tudo, a uma crise de princípios éticos, de valores sócio-culturais e a prevalência de injustiças sociais, se deve ao prolongamento de correntes ideológicas dominantes que promoveram o retrocesso da humanidade e estimularam a banalização e a institucionalização da violência e da corrupção.
Durante muitos anos, esse papel foi desempenhado pela Igreja Católica. O Catolicismo medieval foi lançado pelo imperador Constantino, um dos chefes do Império Romano, e deturpou os ensinamentos originais de Jesus - que era mais um ativista social do que o suposto religioso que hoje se define dele - em prol de misticismos e moralismos baratos que durante séculos só beneficiaram os donos do poder.
A Igreja Católica, no ápice da Idade Média, promoveu a inquisição que condenou à morte muitos inocentes, só porque adotavam crenças consideradas estranhas pela "santa igreja", numa clara demonstração de intolerância, crueldade e injustiça.
Um dos piores inquisidores foi o padre Tomás de Torquemada, nascido na atual Espanha e cujas crueldades são comparadas a Adolf Hitler, até pelo seu anti-semitismo. Ele fazia uma intensa campanha de captura de hereges que, detidos, eram condenados às mais duras penas, incluindo enforcamento, decapitação, fuzilamento ou queima de seus corpos em praça pública.
Era uma época de intolerância religiosa radical, que influiu até mesmo tempos depois, quando o "santo" José de Anchieta, verificando a recusa de um carrasco a cumprir a condenação à morte do herege Jacques Le Balleur (condenado por apenas seguir a crença protestante), tendo enforcado o prisioneiro e mandado que guardas queimassem seu corpo em praça pública.
A medida teve o apoio entusiasmado e firme de Manuel da Nóbrega, padre jesuíta parceiro de Anchieta, até nas campanhas proselitistas em prol do Catolicismo medieval e que depois veio a ser o espírito Emmanuel, conhecido pelo seu temperamento autoritário e pelos preconceitos racistas e machistas que ainda preservou mesmo como suposto guia do anti-médium Chico Xavier.
A Igreja Católica traiu os ensinamentos altruístas de Jesus promovendo até mesmo a carnificina por meio das "cruzadas", movimentos militares de conquistas e dominação que provocaram muitas mortes. Além disso, sua ideologia durante anos foi carregada de preconceitos sociais severos, como os raciais, contra índios e negros.
Por outro lado, os católicos também eram tentados a praticar a corrupção política, a escravidão, desviavam bens dos pobres para seu patrimônio pessoal e estimulavam até mesmo a pedofilia e o estupro, cometendo todo tipo de violência ética que só não teve a adesão de uma minoria de católicos preocupados com a recuperação dos ideais de Jesus.
CAPITALISMO - E se a "santa igreja" institucionalizou a violência sanguinária, a corrupção e governou a humanidade impondo a elas o medo e a intimidação, travando qualquer desejo de obter algum progresso social, o capitalismo reforçou esses aspectos, num contexto ainda mais cruel, respaldado pela tecnologia.
O Capitalismo surgiu no declínio do Catolicismo medieval. Aparentemente, uma ideologia se opôs a outra, mas em muitos casos houve afinidades e heranças ideológicas. O próprio Capitalismo se tornou uma "religião" por causa da devoção de seus defensores, e seu moralismo também serviu de pano de fundo para uma série de crueldades e injustiças cometidas ao longo dos séculos.
Na Revolução Industrial, os primeiros empresários eram quase escravocratas, pagando mal seus trabalhadores e empregando mulheres e crianças para tarefas pesadas e sem qualquer assistência nos acidentes, que não eram poucos e eram até trágicos. Foram precisas muitas lutas sindicais para as classes trabalhadoras terem um mínimo de decência na vida profissional e particular.
O Capitalismo promoveu a fome para muitas pessoas. Cria desabrigados, famintos, desempregados e faz com que uma pequeníssima minoria se apropriasse da maioria de bens materiais e financeiros em detrimento de uma maioria de pessoas que só fica com uma pequena parcela de recursos restantes.
Além disso, a supremacia capitalista, primeiro simbolizada pela Grã-Bretanha, depois (e atualmente) pelos Estados Unidos da América, foi responsável também pelo genocídio e pelo atentado aos direitos humanos, tendo patrocinado diversos ditadores, de Hitler a Sadam Hussein. O capitalismo tem boa parte de culpa pelos milhares de mortos contabilizados ao longo dos anos.
E isso se deu até recentemente. Nos anos 80, segundo relata o cientista político e linguista Noam Chomsky através de pesquisas em jornais e documentos políticos dos EUA, o governo de Ronald Reagan patrocinou o crime organizado em países da América Central, que exterminavam a esmo líderes sindicais e ativistas religiosos, além de promover a fome e a miséria nesses países.
Tanto o Catolicismo medieval quanto o Capitalismo estimularam grupos criminosos, milícias bélicas, políticas corruptas, projetos econômicos que geraram fome e miséria, causando prejuízos sérios à humanidade e criando valores de retrocesso ético que refletiram no impedimento do processo de progresso social em vários países, nesses séculos que se passaram.
Juntos, os dois processos político-ideológicos fizeram regredir a humanidade em muitos séculos. Se hoje a humanidade é medíocre, com todo o aparato de avanços tecnológicos que temos, é porque essas duas ideologias muito ajudaram para o esvaziamento dos princípios éticos e intimidaram a luta pela justiça social, cujos avanços deveriam ter sido bem melhores do que os que puderam ser conquistados.
Por isso temos uma multidão de pessoas conformadas, e, por outro lado, corruptos e criminosos entrando em ação, com uma série preocupante de atos. Temos de atos de vandalismo a processos judiciais que legitimam a corrupção. Em certos lugares, há a impressão de que a barbárie continua.
O mundo continua sendo chato, inseguro, egoísta, preguiçoso e pouco confiável devido às imposições do Catolicismo medieval e ao Capitalismo.
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