O intérprete da voz em off que representou a suposta materialização de Emmanuel deu o possível recado do jesuíta: "Eu não quero! Eu não quero que o Chico sirva de médium de materialização. (...) Rogo aos amigos a suspensão destas reuniões a partir desse momento".
No entanto, Chico continuou fazendo a sua "travessura", não se sabe por que consentimento do "nobre" Emmanuel, cerca de uma década depois de ser "advertido" a encerrar os processos de materialização.
Entre 1963 e 1964, Chico Xavier e seu então parceiro Waldo Vieira - cujos indícios dão conta de ser o "pai" do personagem André Luiz - estavam em Uberaba (onde Chico passou a morar depois de excomungado pelo Catolicismo ortodoxo) estavam junto com Otília Diogo, suposta médium, a pretexto de receberem os espíritos materializados de Irmã Josefa e Alberto Veloso.
Waldo havia chamado Nedyr Mendes da Rocha para registrar as fotos. Procurando atrair a simpatia da mídia, Waldo e Chico recorreram aos Diários Associados para fazer a cobertura, através do repórter de O Cruzeiro, José Franco, e do programa espiritualista da atriz Wanda Marlene, na TV Itacolomi de Belo Horizonte. Paciência, nem todo mundo tem o faro cético de David Nasser e Jean Manzon.
A informação oficial do ritual se deu por Jorge Rizzini, líder espiritólico e escritor, no livro Materializações em Uberaba, que se pretendeu ser um documento testemunhal do que aconteceu naquela reunião.
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER APOIOU O EMBUSTE COM MUITA EMPOLGAÇÃO.
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER APOIOU O EMBUSTE COM MUITA EMPOLGAÇÃO.
Consta-se que a suposta materialização se daria através da mediunidade de Otília Diogo e Antônio Alves Feitosa, que foram amarrados em uma jaula para animais e o ambiente do "centro espírita" naquela cidade do Triângulo Mineiro ficou totalmente às escuras. Otília vestia uma roupa preta.
Ainda segundo os dados oficiais, Chico Xavier resolveu fazer uma oração, evocando constantemente o nome de Jesus, enquanto os dois enjaulados estavam com algemas e correias em volta. Depois da oração, há uma pausa e, de repente, surge uma pequena luz vermelha e dela sai a "irmã Josefa", vestida de branco e com véu, deslumbrando os presentes e supostamente surgida a partir de ectoplasmas.
"Josefa" teria "atravessado" a jaula, para se chegar ao público que a ela assistia. "Viva Jesus!", gritavam os presentes, com total entusiasmo. "Viva Jesus", repetia a suposta freira, forjando sotaque alemão. Em seguida, ela dizia que sua aparição era "uma prova verdadeira de que a morte não existe e que todos nós somos imortais".
Depois houve o ritual de "materialização" do antigo médico da marinha Alberto Veloso, a partir de um prenúncio que incluiu cheiro de éter. Em seguida, houve a suposta "materialização" de um menino que veio conversar com os presentes e uma suposta "materialização" de uma gaita (?!) que o menino então decidiu tocar.
NESTOR MENDES DA ROCHA, PAI DO FOTÓGRAFO NEDYR, E OTÍLIA DIOGO SE PASSANDO PELO DR. ALBERTO VELOSO.
A FARSA
Embora haja gente querendo dizer que tais materializações eram "autênticas" mediante argumentações pretensamente científicas, nota-se mais uma vez que houve fraudes grosseiras, além do fato de que a preparação para a "aparição" de "Irmã Josefa", feito na completa escuridão, na verdade acoberta os truques sob pretexto do "mistério" e da "concentração dos espíritos".
Um dos aspectos a observar é que o suposto Alberto Veloso, além de apresentar uma forma física feminina, inclusive com seios. A desculpa usada é que o "espírito" sofreu "superincorporação", ou seja, o suposto Alberto teria se servido do perispírito da médium. Uma coisa muito mal explicada, como se vê.
Afinal, o que se observa é tão somente Otília Diogo usando uma mal colocada barba postiça, além de usar turbante e roupão que mal consegue esconder sua forma física de matrona, claramente observável nas fotos registradas do evento.
COMPARAÇÃO DE IRREGULARIDADES DA SUPOSTA TRAVESSIA DA JAULA PELA "IRMÃ JOSEFA".
A imagem acima explica as irregularidades observadas na "milagrosa travessia" da jaula pela "Irmã Josefa" desprendida de correntes e algemas. Parece um espetáculo de circo, desses em que um mágico é acorrentado pela assistente, é colocado dentro de um baú, é esfaqueado e depois sai ileso e livre como se nada tivesse acontecido. Truques de técnicas de ilusionismo circense, sem dúvida.
Segue então explicações baseadas no que relata o blogue Arcanjo Miguel, em postagem dedicada ao caso. A ilustração desenhada sobre a foto indica que não há evidência de haver algo além de uma pessoa coberta de panos, com parte da viseira (a), os dois braços (b e c) e um pedaço de pano (d) do lado de fora das grades. Junto a ela, aparecem Chico e Waldo observando.
O crânio de "Josefa" não teria passado pelos grilhões da jaula, sendo a cabeça de Otília que passou pelo vão entre dois grilhões verticais enquanto o capuz que a recobre era jogado para uma das barras horizontais. Os braços também não atravessam os grilhões, mas passam naturalmente pelos vãos. E os pedaços de pano é que são jogados por sobre os grilhões horizontais.
Isto quer dizer que "Josefa" não atravessou a jaula. Houve um ilusionismo, tipicamente circense, mas mesmo assim muito tosco. Os espetáculos circenses fariam muito melhor que isso. Em todo caso, o que se vê são pedaços de pano ou capuz sendo jogados para os grilhões da jaula, para dar a impressão de que o "corpo" atravessou essas barras, como um espírito que passasse sobre uma barreira.
Além do mais, estas duas últimas fotos da postagem dão conta da fraude. A "Irmã Josefa" mostra claros traços de semelhança, principalmente no nariz, com Otília Diogo, indicando que a religiosa na verdade era a médium disfarçada de freira.
Quanto ao suposto Alberto Veloso, uma observação desta imagem acima mostra que o suposto espírito materializado, mesmo tentando acobertar o rosto sobre um véu, não consegue esconder os traços faciais de Otília, em comparação com uma foto dela olhando de frente.
Otília foi desmascarada depois que uma reportagem de O Cruzeiro de 27 de outubro de 1970 denunciou que Otília Diogo teria feito cirurgias plásticas para evitar comparações com a aparência de "Irmã Josefa".
Um cirurgião plástico que foi investigar o caso, desconfiado do comportamento estranho de Otília Diogo, verificou também uma mala estranha, que depois se descobriu ter guardado as roupas usadas para os rituais de falsa materialização.
ATRIZ MARIA VIANA RECONSTITUI A FARSA DA "IRMÃ JOSEFA".
Além disso, sob orientação do Irmão José, uma reconstituição da farsa foi feita. José era responsável pela Igreja do Perpétuo Socorro, em Santo Amaro, bairro de São Paulo, e, apesar de ser missionário da Igreja Católica Ortodoxa Italiana, colaborava com o Centro Espírita Paz e Amor, em Campinas, onde Otília trabalhava como "médium" e realizava rituais de "materialização".
José apoiava esses rituais e chegou a acreditar que Otília era realmente bondosa e verdadeira. Ele chegou a promover caravanas de seus fiéis para Campinas, só para vê-las "materializando espíritos", até ficar desapontado e envergonhado com as denúncias.
Daí a reconstituição, com a presença de Irmão José e do advogado Isidoro Gallo, na qual a atriz Maria Viana mostrava como Otília escondia suas roupas no interior da cinta-calça, se desprendia das correias e algemas com rapidez, vestia as roupas em pouco tempo e aparecia ao público se passando pela suposta freira.
Maiores detalhes da reportagem podem ser obtidos aqui. Mas adianta-se que essa "materialização" tornou-se uma fraude vergonhosa, tanto quanto os "fantasminhas com cabeça-de-papel" de outras supostas materializações, que durante um bom tempo contaram com o apoio entusiasmado e cúmplice de Francisco Cândido Xavier.
"Josefa" teria "atravessado" a jaula, para se chegar ao público que a ela assistia. "Viva Jesus!", gritavam os presentes, com total entusiasmo. "Viva Jesus", repetia a suposta freira, forjando sotaque alemão. Em seguida, ela dizia que sua aparição era "uma prova verdadeira de que a morte não existe e que todos nós somos imortais".
Depois houve o ritual de "materialização" do antigo médico da marinha Alberto Veloso, a partir de um prenúncio que incluiu cheiro de éter. Em seguida, houve a suposta "materialização" de um menino que veio conversar com os presentes e uma suposta "materialização" de uma gaita (?!) que o menino então decidiu tocar.
NESTOR MENDES DA ROCHA, PAI DO FOTÓGRAFO NEDYR, E OTÍLIA DIOGO SE PASSANDO PELO DR. ALBERTO VELOSO.
A FARSA
Embora haja gente querendo dizer que tais materializações eram "autênticas" mediante argumentações pretensamente científicas, nota-se mais uma vez que houve fraudes grosseiras, além do fato de que a preparação para a "aparição" de "Irmã Josefa", feito na completa escuridão, na verdade acoberta os truques sob pretexto do "mistério" e da "concentração dos espíritos".
Um dos aspectos a observar é que o suposto Alberto Veloso, além de apresentar uma forma física feminina, inclusive com seios. A desculpa usada é que o "espírito" sofreu "superincorporação", ou seja, o suposto Alberto teria se servido do perispírito da médium. Uma coisa muito mal explicada, como se vê.
Afinal, o que se observa é tão somente Otília Diogo usando uma mal colocada barba postiça, além de usar turbante e roupão que mal consegue esconder sua forma física de matrona, claramente observável nas fotos registradas do evento.
COMPARAÇÃO DE IRREGULARIDADES DA SUPOSTA TRAVESSIA DA JAULA PELA "IRMÃ JOSEFA".
A imagem acima explica as irregularidades observadas na "milagrosa travessia" da jaula pela "Irmã Josefa" desprendida de correntes e algemas. Parece um espetáculo de circo, desses em que um mágico é acorrentado pela assistente, é colocado dentro de um baú, é esfaqueado e depois sai ileso e livre como se nada tivesse acontecido. Truques de técnicas de ilusionismo circense, sem dúvida.
Segue então explicações baseadas no que relata o blogue Arcanjo Miguel, em postagem dedicada ao caso. A ilustração desenhada sobre a foto indica que não há evidência de haver algo além de uma pessoa coberta de panos, com parte da viseira (a), os dois braços (b e c) e um pedaço de pano (d) do lado de fora das grades. Junto a ela, aparecem Chico e Waldo observando.
O crânio de "Josefa" não teria passado pelos grilhões da jaula, sendo a cabeça de Otília que passou pelo vão entre dois grilhões verticais enquanto o capuz que a recobre era jogado para uma das barras horizontais. Os braços também não atravessam os grilhões, mas passam naturalmente pelos vãos. E os pedaços de pano é que são jogados por sobre os grilhões horizontais.
Isto quer dizer que "Josefa" não atravessou a jaula. Houve um ilusionismo, tipicamente circense, mas mesmo assim muito tosco. Os espetáculos circenses fariam muito melhor que isso. Em todo caso, o que se vê são pedaços de pano ou capuz sendo jogados para os grilhões da jaula, para dar a impressão de que o "corpo" atravessou essas barras, como um espírito que passasse sobre uma barreira.
Além do mais, estas duas últimas fotos da postagem dão conta da fraude. A "Irmã Josefa" mostra claros traços de semelhança, principalmente no nariz, com Otília Diogo, indicando que a religiosa na verdade era a médium disfarçada de freira.
Quanto ao suposto Alberto Veloso, uma observação desta imagem acima mostra que o suposto espírito materializado, mesmo tentando acobertar o rosto sobre um véu, não consegue esconder os traços faciais de Otília, em comparação com uma foto dela olhando de frente.
Otília foi desmascarada depois que uma reportagem de O Cruzeiro de 27 de outubro de 1970 denunciou que Otília Diogo teria feito cirurgias plásticas para evitar comparações com a aparência de "Irmã Josefa".
Um cirurgião plástico que foi investigar o caso, desconfiado do comportamento estranho de Otília Diogo, verificou também uma mala estranha, que depois se descobriu ter guardado as roupas usadas para os rituais de falsa materialização.
ATRIZ MARIA VIANA RECONSTITUI A FARSA DA "IRMÃ JOSEFA".
Além disso, sob orientação do Irmão José, uma reconstituição da farsa foi feita. José era responsável pela Igreja do Perpétuo Socorro, em Santo Amaro, bairro de São Paulo, e, apesar de ser missionário da Igreja Católica Ortodoxa Italiana, colaborava com o Centro Espírita Paz e Amor, em Campinas, onde Otília trabalhava como "médium" e realizava rituais de "materialização".
José apoiava esses rituais e chegou a acreditar que Otília era realmente bondosa e verdadeira. Ele chegou a promover caravanas de seus fiéis para Campinas, só para vê-las "materializando espíritos", até ficar desapontado e envergonhado com as denúncias.
Daí a reconstituição, com a presença de Irmão José e do advogado Isidoro Gallo, na qual a atriz Maria Viana mostrava como Otília escondia suas roupas no interior da cinta-calça, se desprendia das correias e algemas com rapidez, vestia as roupas em pouco tempo e aparecia ao público se passando pela suposta freira.
Maiores detalhes da reportagem podem ser obtidos aqui. Mas adianta-se que essa "materialização" tornou-se uma fraude vergonhosa, tanto quanto os "fantasminhas com cabeça-de-papel" de outras supostas materializações, que durante um bom tempo contaram com o apoio entusiasmado e cúmplice de Francisco Cândido Xavier.
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