quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Joana de Angelis é insensível com a tristeza dos outros


Você é triste? Sofreu sérias desilusões na vida? Se decepcionou em várias situações? Viu sua grande paixão de adolescência se casar com outrem? Ficou deprimido porque não conseguiu passar naquele concurso público que tanto queria? Pois se você sofreu estas decepções e outras similares, um conselho: NÃO PEÇA AJUDA A JOANA DE ANGELIS.

A "orientadora" do verborrágico médium Divaldo Franco simplesmente não suporta ver gente chorando. Ela, que tem um autoritarismo maternal das antigas com seu "protegido", é muito insensível com a tristeza dos outros.

Para quem duvida e acha a constatação acima muito, muito cruel - já dá para perceber a choradeira dos espiritólicos dizendo "Irmão, você está sendo muito mau com a Joana!" - , é bom deixar claro que Joana havia declarado que não se deve ficar triste por mais de quinze minutos.

Isso é que é cruel. Por exemplo: um estudante de ensino médio está apaixonado por uma colega. Seu amor não é correspondido por ela, que se torna comprometida com outro homem. Digamos que ela tenha se casado prematuramente, aos 16 anos, e anunciou aos colegas. O seu pretendente ignorado fica deprimido, ao saber da notícia durante o recreio.

Certamente, para dona Joana, o pobre rapaz teria que se refazer, quase que automaticamente, ainda no começo do segundo módulo de aulas no turno escolar. Teria que dar sorriso amarelo e aceitar como consolo namorar uma outra qualquer, de preferência a que o rapaz não está a fim, para esquecer a sua paixão, e achar que tudo se tornou as maravilhas depois de 900 segundos.

Que o rapaz tenha que aceitar a situação, tudo bem. Às vezes temos que lidar com as adversidades e aceitá-las de bom grado. A moça não deu bola para ele e foi viver com outro homem. Mas aceitar a situação não significa que ele tenha que ficar triste por apenas quinze minutos ou menos.

Pelo contrário, tristezas duram dias, meses, anos. Desilusões sucessivas deprimem, abatem a alma, e isso pode até moldar um caráter mais diferente, mudando gostos, perspectivas, que na melhor das hipóteses pode até mesmo criar novas alegrias nas cinzas de antigas tristezas.

Mas isso não quer dizer que tenhamos que interromper nossos prantos no concluir de quinze minutos. Também não podemos nos tornar felizes à força, à custa de meros receituários espiritólicos, que acham que podemos extrair esperança no deserto dominado pelo pior dos desesperos.

Não é assim tão fácil, dona Joana. A reeducação emocional não é tão fácil e não se dá pela leitura de mensagens piegas e prolixas de livros espiritólicos. É uma tarefa dificílima que só mesmo a consciência íntima do infeliz é capaz de resolver, talvez até com a ajuda de amigos que o compreendam.

Não dá para decidir "de cima", através de um receituário de "vida feliz" que provavelmente será inútil para enxugar muitas lágrimas. Pessoas que são muito tristes não querem ser consoladas por um amontoado de palavras "positivas", que mais estão voltadas pela obrigação de ser alegre do que pela preocupação em resolver tristezas profundas e prolongadas.

Pessoas tristes não querem receituários de "felicidade", querem resolver seus problemas, e talvez seja melhor que eles fiquem sozinhos conhecendo as razões de seu sofrimento, do que apelar para um espiritolicismo que está mais preocupado em forçá-lo a ser feliz.

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