sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Até John Kennedy foi vítima de "materialização"


Aqui vemos que a ganância sensacionalista dos espiritólicos chegou mesmo a usar o antigo presidente dos EUA, John Kennedy - assassinado durante uma visita ao Texas, diante de multidões, em 22 de novembro de 1963 - , numa suposta materialização, sem crédito de data ou lugar, ocorrida em algum "centro espírita" provavelmente do Rio de Janeiro ou de Belo Horizonte.

A data provavelmente é algum dia de 1964, até pelo impacto recente do falecimento do carismático político estadunidense, em pleno mandato e no auge de sua popularidade. Na suposta materialização, que inclui também outras figuras, a imagem de Kennedy é usada nos mesmos rituais fraudulentos de pessoas vestindo roupões brancos e capuzes.


Numa delas, uma outra pessoa aparece encenando a suposta materialização de uma moça, que os pesquisadores logo atribuíram o nome de Rose, que "teria sido irmã de Kennedy no passado", de acordo com informações colhidas nos relatos sobre esse evento. Os dois "espíritos" teriam sido armados a partir de bonecos de pano nos quais foram coladas fotos impressas.

FOTO DA IRMÃ DE JOHN KENNEDY, ROSE MARIE KENNEDY, JÁ FALECIDA, MAS AINDA VIVA NA ÉPOCA DA "MATERIALIZAÇÃO".

Só que a moça da foto não tem a menor relação com a verdadeira irmã de John Kennedy - e também dos também hoje falecidos Robert Kennedy (também assassinado) e Ted Kennedy - , Rose Marie Fitzgerald Kennedy, que estava viva naqueles idos de 1964. Ela faleceu idosa, em 2005 e não tinha a aparência sexy da "moça" que aparece ao lado do "sr. presidente".

Até mesmo a fisionomia não tem a ver, porque a suposta "irmã" de Kennedy não apresenta traços de semelhança com o ex-presidente, do contrário da foto de Rose Marie que apresentamos acima. A "moça" que aparece ao lado do suposto John Kennedy seria na verdade foto impressa de uma modelo, provavelmente retirada de alguma revista de grande circulação.

O incauto poderia imaginar que a suposta "Rose Kennedy" havia falecido antes do irmão presidente, e há muitas desinformações dentro desses círculos "espíritas", justamente um meio em que seus líderes e astros se acham possuidores dos segredos dos vivos e mortos, mas não sabiam que Rose Kennedy estava viva na época e nada tinha a ver com a modelo colocada na suposta materialização.



Já nesta foto acima, o dito "John Kennedy" aparece ao lado de outra figura sentada, que pelo aspecto da foto, de qualidade sofrível, parece ser de outra materialização, uma vez que aparece um outro homem, sentado de roupa comum para a época, diante de um rosto envolto de um irregular círculo branco.

Mas o que é fácil observar é quanto à imagem de expressão invariável de Kennedy. É sempre a mesma expressão sorridente, sem qualquer variação. Ele não manteria essa expressão o tempo todo, e apresentaria uma expressão séria em boa parte do tempo.

Ora, se mesmo em edições toscas de imagens em movimento, como a de José Sarney, Lula, Dilma Rousseff e Barack Obama dançando ou de Sadam Hussein transformado em personagem do seriado de animação South Park apresentam variações de expressão, algo que os "médiuns" não tiveram cuidado na suposta materialização do falecido presidente.

Mas o que surpreende é ver que essa fraude mostra-se pouco sutil quando é comparada a expressão de Kennedy com a capa de uma edição que havia circulado em grandes tiragens dias depois de seu falecimento, na revista Fatos e Fotos, da editora Bloch, de 07 de dezembro de 1963.




Sim, foi isso mesmo que os leitores viram, e qualquer internauta que pesquisasse no Google pode pegar uma foto como essa. O que comprova a fraude grotesca e pouco sutil da "aparição de Kennedy" em um "centro espírita", apresentada para aqueles que ainda insistem em creditar alguma autenticidade nesses processos enganosos.

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