terça-feira, 7 de março de 2017
"Correio Espírita" cria "saia justa" ao anunciar falecimento de Jorge d'Andrea
O jornal "Correio Espírita", na edição deste mês, ao anunciar o falecimento do escritor Jorge d'Andrea, um dos mais destacados do "movimento espírita", cometeu um grande equívoco, ao anunciar que seu espírito se reencontrará com Joana de Angelis, a "mentora" de Divaldo Franco.
Jorge faleceu aos 100 anos, no mês passado. Era um daqueles palestrantes e expositores que tinham um trânsito entre os críticos da deturpação, como Deolindo Amorim (pai do jornalista e ativista de esquerda, Paulo Henrique Amorim), e os próprios deturpadores do Espiritismo, como Divaldo.
O grande problema é que o "Correio Espírita" se esqueceu do anúncio de que Joana de Ângelis - provavelmente uma "mutação" do Máscara de Ferro, obsessor de Divaldo, em uma figura "bondosa", pois o perfil da "mentora" do anti-médium baiano destoa do perfil da soror Joana Angélica, a quem se atribui oficialmente o espírito - estava se reencarnando, segundo dados oficiais.
Evidentemente, o anúncio de que algum suposto espírito da literatura "espírita" está "reencarnando" é um modo de dizer que o "espírito" está vedado para supostas psicografias de outros escritores, "fechando" a produção nas obras produzidas pelo "médium" que primeiro o "recebeu" e cujo trabalho "mediúnico" se encerrou, por causa da idade avançada. No caso de Divaldo, ele completa 90 anos daqui a cerca de dois meses.
Não é a primeira "saia justa" que se observa, neste caso em que um periódico "espírita" contradiz Divaldo ao anunciar que Jorge d'Andrea foi se reencontrar com Joana de Angelis e Adolfo Bezerra de Menezes, quando Joana foi anunciada como em processo de reencarnação e a "vida espiritual" de Bezerra não é mais do que um mero mito.
Segundo se desconfia, o dr. Bezerra de Menezes não permaneceu no plano espiritual, mas provavelmente teria reencarnado duas vezes, uma entre pouco depois de 1900 e os anos 1980, outra dos anos 1990 até hoje. Infelizmente, a biografia de Bezerra é fantasiada a ponto de fazê-lo um "Papai Noel brasileiro". E isso quando nem seus contemporâneos Rui Barbosa, Machado de Assis, Joaquim Nabuco e Olavo Bilac são santificados em suas biografias.
Em outra "saia justa", Divaldo Franco, em uma suposta psicofonia, imitou o ex-presidente Deodoro da Fonseca, contradisse Chico Xavier, que havia afirmado, em 1989, que o hoje senador Fernando Collor de Mello, então candidato à presidência da República, era reencarnação do marechal que inaugurou a nossa República.
Há os casos de também se debater quem teria sido reencarnação de Allan Kardec, envolvendo palpites muito levianos e especulações das mais constrangedoras. Um dos envolvidos nessas brincadeiras é o próprio Chico Xavier. Em todo caso, todas elas ofendem a memória do professor lionês, num claro desrespeito ao seu árduo trabalho quando favorece mais os caprichos das paixões religiosas que tanto inebriam os líderes e ídolos do deturpado "espiritismo" brasileiro.
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