terça-feira, 2 de maio de 2017
Por que o "espiritismo" facilita a ação de espíritos vingativos?
Muitas pessoas reclamam pelo fato de assistirem a doutrinárias "espíritas", lerem seus livros mais destacados ou fazer seus tratamentos em "casas espíritas" e contraírem azar e infortúnios. Veem as pessoas de mais valor moral e intelectual morrerem de repente, sofrem infortúnios graves, vivem em sobressaltos e são alvos de humilhações por pouca coisa.
Os "espíritas" costumam acusar os outros. A vítima é a "culpada", por alguma "falta de fé" ou porque tem "algo a ajustar" de uma suposta encarnação antiga. Essa presunção de "reajustes espirituais" é feita no mais completo achismo, considerando que o "espiritismo" brasileiro é tão deturpado que ele é simplesmente ignorante em Ciência Espírita.
A verdade é que o prestígio religioso anda criando uma grande ilusão em uma parcela de pessoas, que são os palestrantes, ídolos e tarefeiros "espíritas". Eles se acham no direito de fazer juízo de valor aqui e ali, e dar pitaco até na vontade dos outros. Tem "espírita" até que diz qual o tipo de mulher que um homem deve ter, ou qual o tipo de homem que uma mulher deve ter na vida amorosa.
O "espiritismo" é tão deturpado e tão dissimulado que atrai para si as piores energias. Imagine praticar ideias trazidas pelo livro Os Quatro Evangelhos, de Jean-Baptiste Roustaing, ter vergonha deste nome e jurar de joelhos que segue com rigor absoluto os postulados originais de Allan Kardec.
Pura hipocrisia, não é? É, sim. Porque alegar uma postura e praticar outra bem oposta é falsidade, por mais que esta falsidade se esconda em palavras bonitas e ilustraçõezinhas de corações vermelhos e fofos que nem almofadas.
Nem as músicas "espíritas" afastam os espíritos inferiores. Pelo contrário, eles se aproximam cada vez mais, porque, para eles, é um descanso, um recreio diante do "trabalho" que eles fazem para arruinar a vida das pessoas. Imaginar que o açúcar das palavras causa repugnância nos espíritos endurecidos é um grande engano.
O rol de contradições aqui e ali dá ao "espiritismo" uma triste peculiaridade: é a religião com mais contradições de todas que existem no Brasil. O Catolicismo e o Protestantismo têm suas fantasias, as seitas neopentecostais contam com um projeto retrógrado de sociedade, como se quisesse fazer o Brasil retroceder aos tempos de Moisés, mas pelo menos essas religiões contam com coerência doutrinária, no sentido de que não dissimulam e não afirmam ser aquilo que não são.
O "espiritismo" é hipócrita e dissimulador. Roustanguista, faz de tudo para manter seu vínculo forçado a Allan Kardec. As mensagens "mediúnicas", feitas à revelia de qualquer estudo de Ciência Espírita, apresentam falhas grotescas relacionadas aos aspectos pessoais dos autores espirituais alegados. O "morto" retorna e "passa a escrever e pensar" igualzinho ao "médium". Não é estranho?
A hipocrisia é tanta que o "espiritismo", na prática, se afasta dos postulados originais de Kardec, mergulhado no igrejismo dos antigos jesuítas do Brasil-colônia, e passa a encampar causas muito estranhas ao legado kardeciano, como a Teologia do Sofrimento, corrente medieval do Catolicismo que não é unanimidade entre os católicos.
Nenhum "espírita" veio dizer que defende a Teologia do Sofrimento e é possível que seu discurso apele sempre no "desconhecimento" dessa corrente católica, ou mesmo num falso repúdio. Mas as ideias trazidas a partir do próprio Francisco Cândido Xavier, em suas próprias palavras, demonstram que a Teologia do Sofrimento praticamente virou a base do "espiritismo" feito no Brasil.
Chico Xavier sempre dizia, em suas frases, para a pessoa aguentar e até adorar o sofrimento, sofrer desgraças e fingir que está tudo bem. Ele chegava mesmo a botar suas ideias usando os nomes de autores mortos como Auta de Souza, Casimiro de Abreu e Humberto de Campos, "forçados a concordar" com o "médium", num processo perigoso de mistificação.
Isso faz a festa dos espíritos inferiores. A alegação de "reajustes espirituais", a suposição leviana de "dívidas passadas", feitas desprezando a Ciência Espírita, mas motivada pelo "achismo" que a ilusão do prestígio religioso parece, em tese, garantir, faz a farra da "galera do umbral" que sempre tem um motivo para arruinar a vida de alguém ou para motivar algum encarnado a agir em prejuízo ao próximo.
Como a vítima é que leva a culpa e o algoz da ocasião só vai "pagar pelo que fez" na próxima encarnação - é a teoria do "fiado espírita" - , a "multidão das trevas" tem todo o caminho aberto. Os espíritos inferiores viram "jagunços" da "Lei de Causa e Efeito", e com isso têm sua responsabilidade provisoriamente atenuada, sofrendo uma "moratória moral" de cerca de cinquenta ou seis anos, o que faz com que os crimes e outros delitos só possam ser pagos em outra encarnação e após arrependimento.
O moralismo retrógrado do "espiritismo" e sua ética um tanto torta que permite que espíritos atrasados se "adiantem" apressadamente, como "justiceiros do além", enquanto espíritos com algum adiantamento moral e intelectual têm suas encarnações interrompidas pela tragédia ou pelas desgraças faz com que o "espiritismo" seja uma porta aberta para espíritos do mais baixo nível moral e intelectual.
Embora não seja a religião mais popular do Brasil, com apenas 1% de adesão (o Censo afirma ter 2%, mas a realidade indica metade disso), o "espiritismo" é uma religião-porteira no qual atrai espíritos maléficos através de seu rol de contradições, confusões, equívocos e dissimulações.
Os espíritos inferiores são favorecidos pelas "boas energias" da doutrina e se empolgam tanto que eles se expandem e decidem também ocupar os mais diversos espaços da sociedade, fora do âmbito "espírita". ampliando demais a sua influência e travando gravemente o progresso do Brasil, que se torna refém de antigos paradigmas, uns relacionados à ditadura militar, outros ao período colonial, outros ao macartismo dos EUA e por aí vai.
Diante disso, percebemos o quanto o "espiritismo" brasileiro brinca com as circunstâncias. Contradiz, dissimula e omite o tempo inteiro, camuflando tudo com um interminável balé de palavras bonitas, imagens adocicadas e um aparato de filantropia que se revela, na verdade, um mero Assistencialismo, uma "caridade" que nunca transformou a sociedade de forma profunda e definitiva, servindo apenas para a promoção pessoal do "médium" que já é alvo do mais mórbido culto à personalidade.
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