quinta-feira, 21 de maio de 2015

Brasil e o desequilíbrio das profissões

HÁ UMA DEMANDA ASCENDENTE PARA CARGOS COMO JUIZ E ADVOGADO NO MERCADO DE TRABALHO.

O Brasil vive uma situação de desequilíbrio no mercado de trabalho, em que as pessoas preferem desempenhar trabalhos de maior status ou, pelo menos, de relativo prestígio, em vez de pensar necessariamente em suas vocações ou na sua preocupação com a cidadania.

O mercado de trabalho torna-se caótico, hoje em dia, em que existe uma demanda excessiva para empregos de relativo prestígio, uma ascendente demanda para profissões de maior status e uma carência para funções de baixo prestígio, embora de igual serventia para a sociedade.

O país vive uma grande crise de valores que vai contra o otimismo dos religiosos, dos executivos de televisão, das celebridades e outros que se envolvem em criar uma falsa impressão de prosperidade no Brasil que, com 30 anos de redemocratização, ainda mantém conceitos e preconceitos próprios da Era Geisel.

É até de se surpreender, no pior sentido, que a influência do Partido dos Trabalhadores como detentor do Governo Federal desde 2003 não conseguiu estabelecer a esperada justiça social, preferindo que se mantenham os contextos neoliberais que pouco recuperaram dos projetos sócio-profissionais interrompidos pelo golpe militar de 1964.

Não temos mais um cenário de cursos médios profissionalizantes - antes se falavam em cursos de segundo grau - como havia antigamente, Profissões como as de cozinheiro, costureiro, engraxate, repositor de estoques de supermercado, lixeiro e jardineiro, aparentemente de baixo prestígio, deveriam ser valorizadas por suas importâncias respectivas para a sociedade.

Enquanto tais funções entram em decadência pelo sistema de valores em que se vive, a banalização de profissões como de empresário, médico, engenheiro e advogado, para não dizer jornalista e músico, está causando problemas e expressando a incompetência causada por quem não tem vocação natural para tais funções.

No quadro educacional, o declínio do ensino universitário é vergonhoso, tornando-se quase que uma pálida extensão do ensino médio. A comparação é humilhante se percebermos que, nos EUA, o ensino médio é conhecido como high school, "escola de alto nível", enquanto o Brasil enfatiza uma Universidade supervalorizada no marketing mas subestimada como programa de ensino.

Isso é mal. Os sistemas de ensino fundamental e médio (antigos primeiro e segundo grau) são quase impotentes, o ensino superior tenta se nivelar ao que as outras esferas de ensino não conseguiram exercer aos estudantes e a desqualificação da Educação reflete também no mercado de trabalho.

Junta-se os valores de status quo atuais, que misturam um aparato de pompa com objetivos "pragmáticos" (satisfazer o "básico"), misturando pretensiosismo e incompetência que fazem com que a qualidade dos profissionais caísse drasticamente.

A discriminação do conhecimento, a falta de consciência da vocação, o pretensiosismo em busca de vantagens pessoais e tantos outros desvios fazem com que o mercado de trabalho no Brasil permita a ascensão de pessoas em boa parte incompetentes.

E aí temos autoridades corruptas, profissionais pouco dedicados, e pessoas que seguem uma causa de trabalho apenas como "aventura", não tendo a vocação natural necessária. Tentam improvisar, aprendendo tardia e precariamente sua pretensa especialidade, só para permanecer na sua atividade, mas nada fazem de naturalmente correto e eficiente.

E aí, vemos essa desigualdade de políticas salariais injustas, sistema educacional deficiente, jogos de interesses pelo status quo e tantas aberrações que fazem o Brasil estar longe da tão sonhada justiça social e do equilíbrio econômico, profissional e educacional que beneficiasse a todos.

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