DIVALDO FRANCO É UM DOS QUE MAIS ADOTAM ARREMEDOS DE CIÊNCIA NO SEU DISCURSO ESPIRITUALISTA.
Como numa doutrina marcada pela canastrice ideológica, o Espiritolicismo - conhecido também como "movimento espírita", que no Brasil mantém distância das rigorosas lições do mestre Allan Kardec - é muito carregado de misticismo e pieguice, mas também sabe usar um verniz de ciência para tentar disfarçar seu ranço católico-apostólico-romano.
Muitas palestras espiritólicas adotam um discurso científico. Há seminários que mostram até silhuetas humanas, dessas que os livros de biologia utilizam, para dar uma impressão de falsa ciência
O discurso é engenhoso, e sabemos que as palestras espiritólicas mais parecem sermões católicos enrustidos, mas carregados de uma pretensão de "objetividade" que seduz e confunde a todos, porque mistura fé com ciência, que parece um avanço diante da negação que o catolicismo medieval fazia aos fenômenos científicos.
No entanto, não é um avanço. A confusão entre fé e ciência, a falta de discernimento mesmo quando, em tese, se admite um suposto discernimento, é clara, e o que se vê são cientistas sendo adorados como se fossem totens religiosos, desculpas científicas tentando "justificar" processos mediúnicos e ritos espiritólicos confusos, etc etc etc.
Um dos maiores exemplos de quem se habitua a fazer arremedos de ciência no seu discurso é o médium baiano Divaldo Pereira Franco. Ele fala como se fosse um padre franciscano, mas tenta fazer uma erudição retórica nos moldes dos velhos oradores aristocráticos.
Com um saber aparentemente enciclopédico, Divaldo mistura o misticismo religioso com o verniz de "objetividade" científica, narrando fatos históricos como alguém que lê um almanaque. Seus sermões dão a impressão de palestras científicas ou aulas, mas são apenas sermões.
Mas existem também outras enrolações. Espiritólicos falando de fenômenos psíquicos como leigos se passando por sábios, palestrantes misturando citações científicas com pregações piegas e moralistas, e até mesmo os chamados "tratamentos espirituais" buscam um aparato de supostos tratamentos hospitalares, como se os "do além" fossem brincar de médico conosco.
O arremedo de ciência é grave, porque não há uma preocupação séria com a ciência. Há a preocupação em parecer sério, só para impressionar os fiéis. Enquanto isso, ritos, procedimentos, alusões são feitos sem qualquer tipo de critério ou pesquisa, com muitos "espíritas" de valendo de sua vaidade, de suas vontades pessoais, de suas imaginações férteis.
Mistura-se fé religiosa - dos moldes do velho catolicismo do Brasil colonial - com uma fingida inclinação à ciência, que vai desde as ilustrações de cartazes ou textos "espíritas" até mesmo a apropriação de vultos científicos, do próprio Allan Kardec ao médico brasileiro Carlos Chagas, sem escrúpulos de misturar misticismo piegas com falsa ciência.
Será que os espiritólicos são cientistas frustrados? Ou será que pretendem se autopromover com uma sabedoria que na verdade não têm? Ou querem se aproveitar para seduzir as pessoas com muita facilidade? Ou então são aventureiros da fé?
Em todo caso, o espiritolicismo nada ajuda com esse verniz de ciência que esconde essa doutrina confusa, carregada de misticismo piegas e moralista, que herda a essência do catolicismo medieval que hoje nem o próprio catolicismo adota mais. E como o mistério da fé encontra terreno fértil no mistério de "outras vidas" e "outros mundos", nada se esclarece de verdade.
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