domingo, 5 de fevereiro de 2017

O que o palestrante "espírita" diria sobre a pimenta nos olhos dos outros?


O "espiritismo" virou a religião da Teologia do Sofrimento, mais do que o Catolicismo medieval que o criou. Isso porque seus postulados dão muita ênfase à "vida futura" apenas como pretexto para que pessoas fiquem desperdiçando encarnações inteiras acumulando desgraças.

O popular ditado "pimenta nos olhos dos outros é refresco" cai muito bem nos palestrantes "espíritas", que na maioria das vezes não conhecem o sofrimento do outro, eles que vivem fazendo turnês e recebendo prêmios por conta de seu espetáculo de palavras bonitinhas.

Alguns palestrantes se atrevem, arrogantes com a ilusão da posse do saber a que se julgam ter, a dizer que é muito bom "atravessar o rubicão", jogar uma encarnação inteira no lixo sob o pretexto de que virão outras encarnações e que a vida espiritual é eterna.

E isso é muito irônico, porque, aos algozes, quando estes são de elite, são sempre defendidos, na "moral espírita", através da teoria do fiado. Os algozes cometem "das suas" e têm a oportunidade de "limpar o nome" mesmo causando danos irreversíveis, como se causar danos a outras pessoas fosse o mesmo que quebrar uns copinhos de vidro sem muito valor, desses em que se serve pinga nos bares.

Enquanto algozes cometem abusos mas têm a chance de seguir em frente, recuperar ou manter privilégios e encerrar a vida como se nada tivesse acontecido, os sofredores têm que acumular desgraças e ainda são desaconselhados a reclamar da vida. Depois a gente diz que o "espiritismo" brasileiro censura e os "espíritas" ficam choramingando de tristeza.

Como o palestrante "espírita" irá comentar a "pimenta nos olhos dos outros"? Será que fará declarações do tipo: "Enquanto você reclama da pimenta que arde no teu olho, sua falta de fé lhe nega a oportunidade da ardência lhe dar uma nova visão na vida. Ah, quanto reclamais do admirável tempero que lhe traz sabor nos teus olhos"?

É muito fácil defender o sofrimento usando palavras bonitas. Depois que Madre Teresa de Calcutá ter virado "santa" fazendo o que fez com os doentes, expondo-os ao contágio, na fome e sem higiene, e tratados com seringas contaminadas, perguntamos se muitos considerariam que os tiranos merecessem o Nobel da Paz apenas sustentando suas atrocidades com o aparato da filantropia e das palavras de amor.

Depois que, com a retomada ultraconservadora no mundo e sobretudo no Brasil, pessoas se sentiram na liberdade de mostrar seus aspectos mais cruéis, pode-se esperar tudo. E ver que os "espíritas" fazem apologia ao sofrimento humano, confundindo acumulo de desgraças com "rico aprendizado", é bastante chocante. Mas é algo que não podemos esconder só para manter as aparências do deslumbramento religioso e dos bonzinhos de fachada.

Afinal, é muitíssimo cruel defender o sofrimento do outro, dizer para o outro sofrer sem mostrar sofrimento, sem reclamar da vida. E isso é tão cruel porque o pregador religioso que diz isso é muito mais desgraçado do que qualquer tirano, porque comete a mesma atrocidade, mas se esconde pelo aparato das belas palavras, da pose paternal, e da fachada de atos filantrópicos que na verdade são fracos e só servem para ostentar o benfeitor pelo simulacro de algumas ações.

Assim, o palestrante "espírita" é justamente aquele que está muito mais distante do "caminho dos céus" que tanto sonha, mediante o balé de lindas palavras e o simulacro de bons sentimentos, um fingimento que esconde neuroses cruéis, irritações adormecidas pela etiqueta religiosa, essa "conduta" que demonstra mais ocultar maus sentimentos do que realmente acabar com eles.

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