sexta-feira, 17 de julho de 2015

Lar Frei Luiz já havia realizado fraude de materialização

AS IMAGENS NÃO CONSEGUEM ESCONDER O TOM BRINCALHÃO DA FALSA MATERIALIZAÇÃO.

No blogue Obras Psicografadas, foi publicada uma denúncia de um internauta, que usou o pseudônimo de Anderson Dreamer, sobre antigas atividades do Lar Frei Luiz reportadas na Revista Cristã de Espiritismo, edição de março de 2003.

Anderson relata que seu irmão lhe havia mostrado a revista naquela época e apontava com ceticismo o que a reportagem de capa mostrava. Anderson, nessa época, ainda estava crédulo, acreditava na "superioridade" dos "espíritas" e da "evolução máxima" de gente como Chico Xavier e José Medrado.

O Lar Frei Luiz está localizado no bairro da Taquara, região de Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Foi local de dois fatos recentes que tomaram conta dos noticiários publicados na grande imprensa e também na Internet.

Um foi a divulgação de uma suposta mensagem espiritual, atribuída à cantora Cássia Eller, na qual aparecem aspectos estranhos à natureza da artista, como teorias pedantes e prolixas sobre "espiritismo" e descrição surreal do mundo espiritual, mais apropriada da ficção medieval, como a presença de dragões e a ocorrência de tempestades.

Outro foi o assassinato de um veterano tarefeiro - como os "espíritas" chamam seus colaboradores - , o suposto médium Gilberto Arruda, responsável pelo setor de dependentes químicos. "Espíritas" tentaram vincular o fato à tese de "intolerância religiosa" só porque na época ocorreram atentados a centros ecumênicos ou a umbandistas, quando a tese mais provável seria de alguma vingança pessoal.

A reportagem da Revista Cristã se refere a atividades de materialização realizadas entre 1968 e 1969. É claro que, pela linha editorial da revista, que tende a seguir a linha "espírita" da FEB, credita as atividades como autênticas e verídicas ou, quando muito, passíveis de investigação pela ciência, mas sempre com a torcidinha a favor. E ainda há acadêmicos "espíritas" em Juíz de Fora, para ajudar.

Na ilustração no alto, nota-se, nas duas fotos de cima, supostas materializações de médicos árabes, na esquerda o suposto espírito Ahamed e à direita um anônimo que havia sido "desencarnado na Ásia". Já nas fotos abaixo, aparece um suposto monge budista e um outro médico que teria o rosto "queimado", suposto reflexo de sua última tragédia.

Anderson foi alertado pelo irmão devido ao grau de canastrice das fotos. Notam-se gestos jocosos dos encenadores, dá para perceber que eles mal conseguiam esconder a brincadeira. Há olhares lânguidos ou beicinhos que sugerem que os envolvidos estivessem conscientes de estarem se divertindo com a fraude.

Outro aspecto estranho é que nenhum deles apresentava máscara cirúrgica da medicina e os trajes árabes correspondiam a fantasias disponíveis em lojas de roupas para carnaval, diferente do vestuário árabe original.

O SUPOSTO MÉDIUM IVAN FERREIRA DE CASTRO FOI UM DOS QUE PARTICIPARAM DA BRINCADEIRA.

Anderson pesquisou na Internet o livro Médicos do Espaço, de Roni Lima, publicado em 2000 pela editora Mauad, e verificou que um dos supostos espíritos materializados seria o suposto médium da casa, Ivan Ferreira de Castro, através da comparação entre um dos retratos publicados no referido livro, confrontado com a foto publicada na reportagem da revista.


Observa-se, também, que, além das roupas supostamente árabes serem caricatas, próximas a de fantasias de carnaval, os médicos "barbudos" apareciam com uma barba grotesca, que parece um monte de cabelo colocado no rosto, Uma máscara de carnaval também seria utilizada como suposto disfarce para esconder a suposta aparência tenebrosa de um presumido "espírito das trevas".

ESPETÁCULOS DE ILUSIONISMO

O próprio Gilberto Arruda teria participado de espetáculos deste tipo, ele que foi um dos que alegavam receber espíritos de médicos alemães. E aspectos grosseiros eram vistos também em pretensas levitações ou supostas aparições de espíritos de crianças, o que revela uso de cobertores ou de artifícios usados em espetáculos circenses de ilusionismo.

Nesses rituais de "materialização" - vários deles eram abertamente apoiados pelo "insuspeito" Chico Xavier - , pessoas se disfarçam com maquiagens e uso de roupas ou cobertores, geralmente brancos, para se passarem por espíritos materializados.

Antes do caso Otília Diogo (1963-1965), havia casos em que voluntários cobriam até mesmo as cabeças, enquanto recortes de revistas, jornais ou fotocópias de fotos familiares representavam os rostos dos supostos espíritos, que mais pareciam "cabeças de papel".

Em 1954, forjou-se uma "materialização" do padre Emmanuel colocando uma maquete com o "corpo" nos moldes do desenho do Cristo Redentor, com a diferença dos braços, e no rosto em que é colada uma conhecida gravura do padre. A maquete era iluminada com luzes neon azuis e uma voz em off dizia para Chico Xavier, um dos presentes, abandonar a prática e se concentrar na escrita.

A alegação era que a "materialização" causaria repercussões polêmicas (na verdade, era o medo de que a fraude fosse desmascarada). Na ocasião, observava-se o deslumbramento sofrido pelo viúvo de Irma de Castro, a Meimei, Arnaldo Rocha, que, tomado das saudades da amada, sucumbiu à fascinação causada pelas manobras mistificadoras do anti-médium mineiro.

Mas como os rostos não mudavam de expressão, a medida foi descartada. Numa dessas fraudes, um suposto John Kennedy (sim, o presidente dos EUA assassinado diante de multidões em 1963) aparecia sempre sorrindo, com a imagem claramente retirada de uma revista de grande circulação, e mundialmente conhecida.

Os espetáculos ocorrem geralmente com uma plateia colocada a relativa distância do público, geralmente sentado em suas cadeiras. evitando a proximidade com os praticantes. A desculpa era de "não atrapalhar as aparições dos espíritos materializados ou a concentração mediúnica". A verdade, porém, é que a distância era feita para evitar que alguém reconhecesse a fraude.

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