terça-feira, 14 de janeiro de 2014

"Mensagens de amor" não garantem superioridade de caráter


Uma das grandes desculpas adotadas pelos adeptos do "espiritismo" brasileiro, para aceitarem suas falhas e defeitos, é que a doutrina "já vale por si só" pelas "mensagens de amor" que transmitem em seus centros e em suas obras.

Tentam argumentar que a grande produção de livros e a imensa realização de palestras sobre palavras "fraternais", de "amor e caridade", de "paz e de luz", são suficientes para assegurar a superioridade de caráter dos "espíritas", a ponto de creditar muitos de seus líderes e ídolos como "espíritos superiores".

Só que a própria natureza de qualquer relação social afirma o contrário, que meras palavras de amor não bastam para que alguém seja considerado superior ou elevado. A confiabilidade excessiva dada ao Espiritolicismo é algo perigoso, e não raro situações traiçoeiras são propiciadas por conta desse envolvimento emocional na suposta esfera de "amor e luz".

Na infância, muitos filhos são alertados pelos pais sobre perigosos adultos - antigamente falava-se até do "homem do saco", que sequestrava criancinhas - que ofereciam balas e brinquedos para meninos e meninas que optarem por segui-los.

Tais homens, dotados de perversidade e malícia, adotam sempre um discurso doce, simpático e jovial, tentando imitar a inocência infantil, no seu modo de dizer. Se uma criança acreditar no discurso e seguir o homem, ela será sequestrada, será levada para longe de sua família e poderá até ser morta pelo criminoso.

Palavras doces, sobretudo em textos bastante rebuscados e produzidos em quantidade industrial, não garantem superioridade espiritual, e todo um esquema de fraudes, distorções e dissimulações do suposto "espiritismo" no Brasil se apoiam nessa retórica melíflua para obter o consentimento geral de seus seguidores.

Daí os inúmeros erros. Daí a manifestação de espíritos farsantes. Daí toda sorte de processos mediúnicos duvidosos. Ou então de supostas mediunidades que não passam de delírios da imaginação férfil. Coisas que dificilmente serão resolvidas com uma enxurrada de palavras de amor.

Pelo contrário. Assim como pessoas perversas em geral podem enganar as pessoas adotando um discurso dócil, o Espiritolicismo, com sua retórica cheia de palavras amorosas, seduz seus seguidores que aceitam qualquer tipo de erro ou falha, além de qualquer enganação ou simulacro, sem qualquer verificação ou quesitonamento, mas com uma assustadora fé-cega e nada racional.

Por isso, alertamos sobre os perigos dessas "mensagens de amor". Falar e escrever é fácil. O problema é que pessoas com caráter bastante falho e até mau podem usar, de vez em quando, a habilidade do discurso amoroso para ludibriar as pessoas.

O Espiritolicismo, com suas sérias deturpações que mancham o legado de Allan Kardec, se serve muito desse discurso bonzinho. Mas os erros graves cometidos pela doutrina brasileira só demonstram que "mensagens de amor" não garantem superioridade de caráter, antes representando perigosas armadilhas para pessoas inocentes e de boa-fé.

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