domingo, 28 de fevereiro de 2016

José Medrado lança "romance mediúnico"


Um dos astros do "movimento espírita" baiano, o "médium" José Medrado, lançou um "romance mediúnico" de lições moralistas, mas procurando expressar aspectos do cotidiano da Bahia. O livro é intitulado Interesses, atribuído ao "espírito de Janete".

Ele havia "psicografado" vários livros, como Construção Interior, Cavaleiros da Luz: Missão Socorro e Para Melhor Compreender a Vida, em boa parte livros de auto-ajuda. Tem um programa na Rádio Metrópole, do "barão midiático" Mário Kertèsz, emissora cuja origem está num grave esquema de corrupção feito quando seu dono era prefeito de Salvador.

Ele define o livro como uma "novela". O enredo, que "mistura ficção e realidade" (?!), narra a vida de um jovem louro de uma decadente aristocracia baiana que se envolve com uma moradora negra de um bairro popular de Salvador. Em tese, o livro trabalha temas como conflitos sociais e religiosos, preconceitos e reajustes morais, dentro da ótica moralista do "movimento espírita".

Em evento de lançamento na Livraria Cultura, no Salvador Shopping, anunciou-se que a renda do livro irá para as obras assistenciais da Cidade da Luz. Tá, mas o que se percebe é que José Medrado, cuja profissão é de um simples funcionário público, sempre aparece nas suas chegadas ao "centro espírita" com um carrão.

É também curioso que o romance fale de uma "decadente família aristocrática" e um rapaz louro, já que José Medrado faz piadas preconceituosas sobre pessoas louras para uma plateia em maioria de aristocratas esnobes que vão lá assistir ao espetáculo de suas "palestras".

Além do mais, o livro Interesses é mais um romance moralista e de apelo religioso que se somam aos montes que inflam o já saturado e inchado mercado de livros "espíritas", um amontoado de novelas medíocres de lições moralistas, e quase sempre distantes das verdadeiras lições de Allan Kardec.

Medrado também está associado a pinturas supostamente mediúnicas cujas irregularidades de estilo já analisamos fartamente em vários artigos: 1, 2, 3 e 4. Através dessas análises, consideramos que os comentários positivos das estudiosas de arte Matilde Mattos e Virgínia Muri não procedem, uma vez que são evidentes as disparidades de estilos em relação aos autores originais.

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