sábado, 12 de setembro de 2015
"Espiritismo" e a escolha errada
Uma das manchetes do Correio Espírita deste mês fala sobre a dor humana que é efeito das escolhas erradas de cada indivíduo. O "espiritismo", tentando se fazer por um eficaz receituário de evolução moral, no entanto não cumpre tais promessas, pois em muitos casos os chamados tratamentos espirituais atraem mais mau agouro do que sorte.
Não obstante, tais tratamentos, com todo o simulacro de estrutura hospitalar e dieta homeopática, com toda a aparência de "boas energias", com toda a trilha sonora relaxante e o maior capricho na cromoterapia, até pioram as coisas, pois, em vez de eliminar as dificuldades anteriores, o paciente acaba as mantendo e atraindo até mesmo outros infortúnios.
O "movimento espírita" também "sofre suas dores". Só que por merecimento. Afinal, a doutrina rompeu com a essência do pensamento original de Allan Kardec, e em última hora tentou alegar fidelidade absoluta e rigorosa com ele, sem convencer a outrem, senão seus seguidores mais entusiasmados.
É muito fácil fugir do caminho, entrar na perdição, e fingir que achou o atalho de volta. Ou fingir que segue um caminho diferente do que aquele que é capaz de seguir No país do pretensiosismo, a religião que se tornou o "espiritismo" brasileiro, em vez de se assumir como um catolicismo mais avançado, preferiu se tornar uma forma retrógrada da Doutrina Espírita.
Infelizmente, no Brasil marcado por atitudes pretensiosas, o "movimento espírita", nos últimos 40 anos, só fez fingir e simular uma "fidelidade verdadeira" a Allan Kardec, enquanto continua sendo uma doutrina confusa e contraditória, a de certa forma burra e pedante.
A doutrina continua descumprindo tudo o que Kardec sistematizou e recomendou. O problema é que os "espíritas" fingem que os erros não são com eles. "Ah, é com o Maneco da padaria que faz cirurgia como se fosse um açougueiro", "a dona Hermengarda confunde espiritismo com Astrologia", e assim vai.
No entanto, são eles mesmos que cometem irregularidades, inserindo até horóscopo no Espiritismo que mal conseguem compreender. Os astros anti-médiuns - porque se recusam a assumir a função intermediária da comunicação entre vivos e mortos para serem o centro das atenções - Chico Xavier e Divaldo Franco acabam piorando as coisas, porque usam seus carismas para popularizar e sistematizar práticas completamente erradas.
Daí uma série de escolhas erradas. A escolha primária da obra de Jean-Baptiste Roustaing. A escolha dos processos fraudulentos de mediunidade, com a "materialização" que transformava pessoas falecidas em "cabeças-de-papel" coladas em modelos vestidos de cobertor, feito fantasminhas de teatro infantil.
Depois veio a escolha de um católico paranormal, Chico Xavier, para ser o ídolo maior do "espiritismo". E a escolha dele de escrever pastiches literários, imitando os estilos de autores mortos com a ajuda de Wantuil de Freitas, Waldo Vieira e outros, inclusive consultores literários. E escolheu, também, manchar a Doutrina Espírita com ideias mistificadoras, sem qualquer sentido lógico, e valores moralistas dos mais retrógrados.
Tantas más escolhas se multiplicaram, para depois os "espíritas" brasileiros, chorosos em última hora, tentam se dissimular, ora admitindo erros, mas os minimizando, ora recusando-se a admiti-los, atribuindo a terceiros. Se assustam com a crise que os atinge, mas deveriam perceber que ela é a consequência natural das péssimas escolhas que fizeram e das quais não podem se livrar, por ser tarde demais.
Se a Doutrina Espírita recuperar suas bases no Brasil, será a partir do zero, sem intervenção alguma de chiquistas, divaldistas e similares que tantos desastres causaram para a doutrina sistematizada por Allan Kardec.
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