quarta-feira, 15 de julho de 2015
PMDB compromete a democracia e o progresso do país
O Brasil sofre uma série de retrocessos, e isso não é recente, Desde a década de 1990, o processo que se iniciou com a ditadura militar de degradação nos âmbitos político, econômico, cultural e outros, se consolidou mesmo sob condições democráticas, até pela ascensão das elites civis que haviam feito papel coadjuvante nos anos de chumbo.
Começa-se hoje a questionar a supremacia de elites empresariais, tecnocráticas, políticas, religiosas e midiáticas que durante cerca de 50 anos, respaldando o regime militar como sua base civil de apoio ou como demanda de aprendizes que, mais tarde, tomariam o poder, como Fernando Collor, Mário Kertèsz e Jaime Lerner.
No âmbito político, observa-se o paradigma do PMDB, Partido do Movimento Democrático Brasileiro, cuja origem estava no antigo MDB da ditadura. Um partido que surgiu como oposição moderada e quase inofensiva ao poderio dos militares se transformou, aos poucos, no PMDB do fisiologismo e do autoritarismo pseudo-legalista.
O partido já governou o Brasil através de José Sarney, que por uma casualidade do destino passou a ser o titular do Governo Federal, já que Tancredo Neves, que chegou a governar o país em 1961 na breve fase parlamentarista do governo João Goulart, faleceu depois de longa enfermidade.
O PMDB tornou-se um paradigma de fisiologismo político, e passou a ser o símbolo de uma política que mistura iniciativas antipopulares, desrespeito às leis e demagogia. O PMDB passou a ser marcado por uma prática que misturava apelos populistas e projetos megalomaníacos de cunho elitista.
Se José Sarney, antigo udenista histórico, embora integrante da "moderada" facção "bossa nova" da União Democrática Nacional, formada por políticos emergentes e flexíveis em relação aos padrões do antigo partido, já era uma figura preocupante para a democracia, pelo seu perfil de "coronel político", pelo "culto da personalidade" nos seu antigo domicílio político, o Maranhão (estranhamente ele hoje representa o Amapá), os rumos posteriores do partido tornaram-se ainda piores.
Pois se antes o PMDB parecia indefinido quanto à sua política de atender ao interesse público, com políticas hesitantes em relação às necessidades que priorizavam as classes populares, hoje o partido está associado a uma corrente influente de políticos de prática autoritária de claro desrespeito às leis.
Através do grupo político de Eduardo Paes, Sérgio Cabral Filho, Luiz Fernando Pezão e outros, nota-se a tendência de impor medidas sem consultar a população e até em prejuízo a ela, além desses procedimentos acontecerem à margem das leis.
Eles impõem seus pontos de vista antipopulares, decidem à revelia da população, manipulam Legislativo ou mesmo o Judiciário para lhes favorecerem os interesses e desobedecem as leis. Fazem tudo isso, mas insistem em dizer que agem em favor da lei e do interesse público, quando na verdade agem contra eles.
E isso é levado às últimas consequências por Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, antes um inexpressivo e corrompido politico carioca, marido da bela jornalista Cláudia Cruz (ex-Rede Globo) e convertido num déspota do Legislativo comprometido com os projetos antipopulares e até com o aumento de seus poderes pessoais.
Eduardo Cunha leva às últimas consequências o grupo político do PMDB carioca, que estabelece seu neo-coronelismo no Estado do Rio de Janeiro e já manchou a Cidade Maravilhosa com os ônibus submetidos à terrível medida da pintura padronizada, ao policiamento deficitário das UPPs e ao "embelezamento" da cidade como um pastiche grosseiro de Barcelona.
Se, com essas medidas, o grupo político de Eduardo Paes, Sérgio Cabral Filho e outros já preocupava o povo com seus arbítrios e suas visões fora da realidade, manipulando o Rio de Janeiro como se fosse um jogo de The Sims, Eduardo Cunha, querendo que velhinhos trabalhem mais e desejando que as cadeias fiquem superlotadas de adolescentes.
Para piorar, o PMDB carioca tempera com seu autoritarismo o partido já marcado por "raposas" como José Sarney, Renan Calheiros, Jader Barbalho e Roberto Requião, e influencia políticas impopulares até dos prefeitos de Salvador, ACM Neto, do DEM, e de Niterói, Rodrigo Neves, do PT, serviçais à especulação imobiliária dos grandes empreiteiros. Ambos cogitam migrar para o PMDB.
O PMDB é o maior partido do Brasil, e no plano nacional, não possui um perfil ideológico definido, ficando entre um populismo desleixado e um urbanismo elitista. Isso se deve pelas raízes históricas deixadas pelo MDB, que juntou desde conservadores do antigo PSD (partido de Juscelino Kubitschek) até comunistas moderados.
Na prática, o partido concentra demais seu poder e mais parece manobrar de trás os dois partidos que polarizam hoje o jogo político, o PSDB e o PT, já que o PMDB torna-se aliado de um e de outro conforme as circunstâncias. Isso não é bom.
Afinal, o PMDB é um dos dois partidos remanescentes da ditadura militar, e sua influência direta ou indireta na degradação do cenário politico brasileiro e na permanência das mesmas regras que combinam decisões autoritárias, demagogia e corrupção nos bastidores já começa a inspirar a reação radical da oposição.
Graças a isso, extremistas articulam o relançamento de outro partido, a ARENA (Aliança Renovadora Nacional), que estabeleceu e manobrou as regras da ditadura militar. Com um cenário político desses, o Brasil não terá condições para se desenvolver de forma justa e benéfica. E há o autoritário e retrógrado Eduardo Cunha no Legislativo e como segundo suplente da Presidência da República.
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