sábado, 20 de setembro de 2014

Que "Espiritismo verdadeiro" se quer no Brasil?

SÓ FALTA HAVER, NAS COLÔNIAS ESPIRITUAIS, MOTOQUEIROS BARRA-PESADA COMO OS HELL'S ANGELS.

Que Espiritismo se quer no Brasil? O recente "patrulhamento", vindo não somente dos espiritólicos ligados à FEB ou a dissidências que não traem a essência religiosista de sua doutrina, mas também de fracos questionadores dos deslizes do "movimento espírita", alerta sobre o temor de que as contestações científicas venham a pôr a perder o tipo de "espiritismo" que se faz aqui.

Os questionamentos surgem mais aprofundados e pesquisas sérias dão conta de que não somente deslizes ideológicos sérios são feitos no "espiritismo" brasileiro, mas também processos fraudulentos de supostas mediunidades, que escondem fragilidades e debilidades dos astros mediúnicos, que nem mesmo são médiuns porque deixaram de ser intermediários.

Mesmo quando esses questionamentos "radicais" apelam para situações graves, como entes queridos que vivem na Terra serem enganados por mensagens falsas atribuídas ao seu parente ou amigo falecido, desprovidas de sua personalidade mas carregadas de pregações religiosas, o "patrulhamento" mesmo assim é desesperado e paranoico.

Que Espiritismo essas pessoas querem? Basta simplesmente cobrar "fidelidade" a Allan Kardec? E até que ponto se vai essa fidelidade, se tantas irregularidades deixam de ser questionadas para não criar situações "desagradáveis" contra a Doutrina Espírita tal como é feita no Brasil, que é a "religião espírita"?

Será que basta tão somente eliminar a "Doutrina do Salvador" da tradução catolicizante de Guillon Ribeiro ou valorizar o trabalho pedagógico que Kardec fazia, ainda pelo nome de Hipollyte Rivail? Basta apenas alguma leitura a mais de ideias científicas e expô-las mais nas palestras dos "centros espíritas", de preferência de maneira "menos polêmica"?

E os aspectos nebulosos, as mediunidades duvidosas? Será satisfatório que as pretensas psicografias apenas "quebrem" o igrejismo das ditas colônias espirituais, recheando de clichês das personalidades dos falecidos, "aperfeiçoando" as narrativas criando "Cassinos do Chacrinha" do além ou narrando romances "espirituais" usando gírias da moda e tendo detalhes picantes?

Será que uma pretensa psicografia se tornaria mais "autêntica" por incluir sexo nas colônias espirituais, festinhas juvenis, animais de estimação, garotões sarados, ou até mesmo motoqueiros da pesada tipo Hell's Angels, só para quebrar a monotonia das "mensagens fraternais" e da insossa multidão de "irmãos assistenciais"?

Já se fez romance atribuído a Eça de Queiroz narrando suposta vida espiritual de Getúlio Vargas. Já se narrou romance hilário sobre a suposta vida espiritual de Cazuza. Já se rompem as narrativas novelescas criando romances "psicográficos" para jovens, para mulheres, para gente rebelde e "irada", etc etc etc.

E as psicofonias? Deve-se caprichar nas imitações e moderar nas pregações sacerdotais? Deve-se abandonar a trinca "fui para o umbral, depois fui socorrido para as colônias espirituais e reencontrei a luz" criando algo mais atraente? E as supostas psicopictografias? Deverá-se incluir quadros mais "sensuais" ou "impressionistas" de preferência "mais próximos" dos estilos dos pintores originais?

Será que teremos apenas que aceitar fraudes mais "perfeccionistas" enquanto se enrola com falsas evocações de cientificismo nas palestras "espíritas"? Isso fica mais parecendo aquela coisa: "Vamos enganar, só que vamos enganar direitinho, e vocês terão que nos aceitar, para a paz de todos".

Enquanto se pensa assim, em apenas maquiar as irregularidades por trás do "espiritismo" brasileiro, não se estabelece qualquer diretriz que esteja em conformidade com as ideias originais de Kardec, porque simplesmente só está se bagunçando menos, mas mesmo assim mantendo as irregularidades por debaixo do tapete. O que não resolve o problema, apenas o esconde.

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