quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Por que os "espíritas" se contentaram com registros precários em fotos de "materializações"

IMAGEM COLORIDA DO RIO DE JANEIRO REGISTRADA EM FILME EM 1938, PELO DOCUMENTARISTA NORTE-AMERICANO DAVID GLICK.

Por que as fotos de supostas materializações "espíritas", feitas sob as "bênçãos" da FEB, são quase sempre de qualidade inferior? Por que, quando ao menos havia tecnologia disponível para fotos ou filmes de alta qualidade, não se recorreu a elas para fazer tais registros, para garantir maior fidelidade de prova?

Fotógrafos visitantes no Brasil, pelo menos a partir de 1936, não faltavam. Há registros, disponíveis no YouTube, de documentários realizados no Rio de Janeiro em 1936 e 1939 (este com imagens filmadas em 1938).

São imagens a cores e de boa qualidade que, no mercado brasileiro, eram consideradas na época uma tecnologia cara e pouco utilizada por aqui. Mas isso não é desculpa para que nossos "espíritas", por mais humildes que tentem parecer, não recorram a pessoas especializadas ou dotadas de maior recurso para obter registros mais fidedignos.

FOTO DO CARNAVAL CARIOCA DE 1942, FEITA PELO FOTÓGRAFO HALL PRESTON, DA REVISTA ESTADUNIDENSE LIFE.

Ter humildade não significa se contentar com a imagem de pobreza ou a carência de recursos. Só a título de comparação, a religiosa baiana Irmã Dulce, já no decorrer dos anos 1930, já se mobilizava para obter recursos para construção de uma escola, inaugurada em 1939.

O próprio Allan Kardec, se tivesse vivido para verificar os avanços da fotografia e os primeiros registros do cinema mundial, teria procurado os melhores recursos tecnológicos disponíveis para registrar experiências de contatos espirituais, o que significa que, se tivesse em mãos a tecnologia de hoje, ele faria questão de ter os recursos mais avançados em suas mãos.

A falsa modéstia dos "espíritas" brasileiros, sobretudo através do anti-médium Chico Xavier, a personificação dos famigerados estereótipos de "caridade" e "benevolência" que conhecemos, fez com que muitos se iludissem na satisfação de registros fotográficos precários, mesmo feitos nas décadas de 60 e 70, vários ainda em preto e branco, de supostos processos de materialização.

REGISTRO DE SUPOSTA MATERIALIZAÇÃO ATRIBUÍDA AO ESPÍRITO DO IRMÃO CAMERINO, FEITA EM 1953.

Nada foi feito para que as fotos fossem publicadas em melhor qualidade, o que fortalece o indício de fraude. Afinal, mesmo com carência de recursos, podia-se pelo menos recorrer ao apoio de alguém para que técnicas mais avançadas possíveis, em determinada época, fossem feitas para registrar fotos com a melhor fidelidade possível.

Em 1979 se observam registros com a qualidade da foto acima, registrando o suposto espírito do irmão Camerino - cujo registro recebeu o apoio de Chico Xavier - em 1953. Vide o caso da suposta materialização de Herculano Pires, o estudioso espírita, sobrinho do contista caipira Cornélio Pires e amigo de Chico, apesar de não compartilhar com a visão espiritólica do mineiro.

Neles há o conhecido padrão de mostrar pessoas vestidas de pijamas longos, tipo "fantasmas com cobertor", e fotos impressas são coladas em cima atribuindo à materialização de supostos falecidos. O que verificamos é que a precariedade das fotos é proposital, para que não se transpareça a fraude.

Por isso a qualidade dessas fotos é em maior parte ruim. Não é pela "humilde" opção de manter a precariedade técnica por falta de recursos. É pela cara-de-pau mesmo dos ditos "espíritas", que veem na precariedade uma forma de acobertar detalhes, já que simplesmente eles recusaram qualquer respaldo técnico melhor qualificado.

Apoio não faltava. Afinal, o prestígio da Federação "Espírita" Brasileira poderia atrair para si os melhores fotógrafos e cineastas, para registrar em melhor resolução imagens desses processos de materialização.

Até a construção de Brasília, em 1958, ganhou um impressionante registro cinematográfico de um estrangeiro, com uma qualidade de imagem que os brasileiros só conheceriam a partir dos anos 70. E o fotógrafo francês, Jean Manzon - esqueça aqui o detalhe de sua desconfiança no "espiritismo" brasileiro - , radicado no Brasil em 1940, já era um profissional bem relacionado com seus pares.

Portanto, a baixa qualidade das fotos de supostas materializações espirituais era um artifício a mais da FEB para manter as fraudes. Dessa feita, o "mistério" é mantido e as investigações dificultadas. Mas o próprio processo tosco de supostos espíritos se materializarem vestidos de roupões brancos e com rostos tirados de material impresso já mostra a farsa, que mesmo fotos ruins não conseguem esconder.

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