quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Mais indícios de fraudes em supostas "materializações"

A questão das fraudes por trás de supostas materializações nem deveria ser muito polêmica. Estudando as diversas fotos que aparecem nos registros do "espiritismo" brasileiro, nota-se que as fraudes não apenas ocorrem como constam de um padrão que pode até parecer surpreendente para os padrões de tecnologia de mais de 50 anos atrás, mas soam muito toscas para os padrões de hoje.

As três fotos abaixo, retiradas de eventos realizados entre 1952 e 1954 na cidade mineira de Pedro Leopoldo, terra natal do anti-médium Francisco Cândido Xavier e autenticada por ele - em outra oportunidade mostraremos os documentos - , mostram o quanto essas "materializações" são fraudulentas e não é preciso muito esforço para isso.

As experiências envolvem pessoas que haviam vivido entre Macaé e Campos, cidades do Norte do Rio de Janeiro. O fotógrafo é o fluminense Henrique Ferraz Filho e o suposto médium foi Francisco Peixoto Lins, o Peixotinho. As sessões de fotos foram tiradas num "centro espírita" de Pedro Leopoldo e no quarto da casa de Chico Xavier.


Esta foto, por exemplo, atribuída ao espírito de uma moça chamada Ana, foi tirada em 15 de setembro de 1953. Ela teria falecido em Campos, pouco tempo antes. A fraude da foto - se ela realmente foi a moça, a foto teria sido tirada de um álbum de família, caso contrário talvez seja foto de uma modelo extraída de alguma revista do gênero - se evidencia pela desproporção entre rosto e corpo.

O rosto parece muito menor que o que a forma corporal sugere, envolta em um capuz e forrada talvez por lã ou algodão. A posição do rosto, além de não ter o tamanho compatível com a forma física, também destoa da posição corporal, pois sugere uma cabeça pequenina de pescoço muito longo.


Esta foto de 1954, atribuída ao espírito de um senhor chamado Pinheiros, que viveu e morreu em Macaé, é outra mostra de fraude grosseira. O "espírito" se manifesta na forma de um travesseiro, forrado com lã e na qual se "afunda" uma foto impressa do homem, enquanto "braços" de lã colados no objeto são posicionados sobre a cabeça de Peixotinho.

A forma é surreal, já que o "espírito" reduz seu invólucro físico no formato de um travesseiro. Sim, isso mesmo. O perispírito seria então um travesseiro, enquanto cientistas analisam a hipótese do espírito manter no perispírito formas semelhantes de pessoas encarnadas, algo ainda passível de muitos estudos. Mas, com toda a certeza, nada a ver com travesseirinhos como estes.


Já esta foto, também de 1954, atribuída a uma "amiga espiritual de Chico Xavier" - depois difundida como a jovem mineira Irma de Castro, a Meimei, à qual se atribuíram as primeiras mensagens divulgadas por Chico - mostra também outra fraude grotesca.

Note-se que o rosto parece muito grande e a iluminação contradiz com o ambiente, por ser de uma resolução de sombras bem diversa ao que sugere a iluminação do ambiente em que foi tirada. O tamanho do rosto é desproporcional ao corpo e indica que Meimei tinha uma testa menor a que registrou suas fotos em vida, como vemos a seguir.

A foto abaixo não corresponde à que foi usada na fotografia acima, mas dá uma boa ideia da comparação entre o rosto de Meimei impresso na falsa materialização e o que foi seu rosto em vida, como claramente se vê.


Note que a testa da suposta Meimei da "materialização" de 1954 possui um tamanho menor ao que se vê nesta foto, e cabe aqui comparar a distância entre o topo da cabeça e os supercílios. É aberrante que a suposta Meimei do referido evento tenha uma cabeça menor à que vemos na foto da jovem, dando um forte indício de fraude grosseira.

A cabeça é menor e a iluminação do suposto rosto não condiz com o ambiente - a qualidade sofrível da foto pelo menos permite essa observação - , o que mostra a fraude cometida. É lamentável que o bom e sensível viúvo da jovem, Arnaldo Rocha, pela sua amorosa comoção, tenha sido usado por Chico Xavier para apoiar tantos embustes que o anti-médium cometeu usando o nome da moça.

As fotos mostram o grau de fraudes cometido. Não há como ver autenticidade nesse processo, e podemos ter segurança disso diante de tamanhas observações, numa pesquisa imparcial e objetiva, mas que não pode ser condescendente com processos que apresentam claras irregularidades como se nota nessas "materializações".

São sempre pessoas de roupões e véus ou capuzes, ou então travesseirinhos e bonecos de pano, sobre todos eles sendo coladas fotos impressas de revistas ou tiradas de acervos familiares. Ainda mostraremos mais fotos, para comprovar aqui o caráter de farsa nessas supostas "materializações" que expressam o caráter sensacionalista do "espiritismo" da FEB.

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